O que a neve trás escrita por GomesKaline


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Em outros eu realmente postei essa história no Natal.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798294/chapter/1

Era Natal.

Eles conseguiram resolver o caso bem a tempo de estarem em casa para o Natal. E nesse anos eles teriam realmente uma festa com decoração e tudo.

A festa estava acontecendo na mansão do Rossi, mas a decoração foi feita por Penelope. Rossi era um bom anfitrião, mas ninguém decorava tão festivo como Penelope Garcia. Ela obrigou que todos viessem com uma peça de roupa vermelha e ainda obrigou todos a usarem um chapéu de papai Noel.

O lugar estava lindo. Uma linda árvore, mesmo sendo artificial, muitas luzes e enfeites de Natal, tinha até viscos e claro, havia presentes.

— Feliz Natal, pessoal!- Emily cumprimentou alegremente a todos, ela foi a última a chegar.

Todos se viraram para encontrá-la e uau! Vermelho realmente é a cor dela.

Emily sentindo o olhar de todos sobre ela fez se sentir envergonhada e um leve rubor tomou conta de suas buchechas. Ela era a mamãe Noel mais sexy de todas, e eles furariam os olhos de quem dissesse o contrário.

Ela segurou o olhar do seu chefe, ele deu um gole em sua cerveja e lhe mostrou uma covinha com um sorriso sem dentes. E aconteceu o que sempre acontecia quando ele a olhava dessa maneira nos últimos meses, tinha algo que ela não conseguia descrever, ela só sabia que fazia as borboletas do seus estômago voarem e o seu corpo levemente estremecer.

— Emília!- Dave a chamou pela tradução de seu nome em alguns países. Ele estava com os braços abertos- Você está linda!

Emily deu um sorriso tímido e o abraço.

— Obrigada, Dave.

— Ah, querida, se eu fosse dez anos mais jovem você não me escaparia.- ele disse brincalhão, mas do jeito que Dave era, a equipe não duvidou que se ele fosse 10 anos mais jovem, ele tentaria fisgar a moça.

— Ela não iria querer você, Dave. Você ainda teria três divórcios.- outra voz brincalhona soou por trás de Emily, surpreendendo-se ligeiramente, ela não esperava por tal comentário do homem em questão. Ele lhe entregou uma bebida e parou ao seu lado.

— Cale a boca, Aaron.- Dave falou fazendo todos rirem.

Geralmente eles comeravam juntos a véspera de Natal e passavam o Natal com suas famílias, ou pelo menos tentavam. Derek passaria o Natal com sua mãe, irmãs, tias e primas. Penelope passaria com seu irmão. Anos atrás JJ passava com sua mãe, mas como agora ela tem Henry e Will, eles comemoram juntos. Spencer visitaria sua mãe, Aaron depois que se divorciou começou a passar com seu irmão Sean e Emily iria para a famosa festa de Natal Prentiss, a qual ela passava só as primeiras horas.

Mas esse ano eles foram pegos por um caso que os seguraram até a véspera. Eles fecharam o caso à noite e voaram na manhã de hoje.

Todos estavam entretidos em alguma coisa, conversando, rindo, comendo e/ou bebendo. Aaron olhou ao redor e sentiu que alguém estava faltando. Então ele foi procurar.

Ele a encontrou olhando pela janela. Ela estava tão absorta que nem percebeu quando ele parou ao seu lado.

— Uma moeda pelos seus pensamentos.- ele estendeu para uma moeda imaginária.

Ela se assustou um pouco, mas logo passou. Ela sorriu para ele e voltou a olhar pela janela.

— Está uma linda noite lá fora. Tem neve o suficiente. Nem demais, nem de menos. Ela está caindo perfeitamente para uma noite de Natal.- ela lhe deu um olhar e um sorriso apaixonado.

Ela ama a neve. 

Ela adorava brincar na neve quando pequena. Adorava tudo que vinha com ela, bonecos de neve, guerras com bolinhas de neve, chocolate quente, Natal e presentes. O que mais uma criança poderia pedir?

— Você parece Jack falando, ele também ama a neve.

Ela ficou emocionada por ele inferir isso, "ele também ama a neve". Ela nunca disse diretamente a ele que amava a neve, mas ele percebeu, o que significa que ele prestava atenção nela, em suas palavras e em suas feições. Ela gostou disso.

— Eu não entendo. A neve é frustrante, ela fecha as estradas, escolas e impedem as pessoas de trabalhar. Nessa época do ano as emergências estão cheias de pessoas feridas por se acidentarem no gelo. Além de estar sempre frio.

— Você só ver o lado ruim das coisas!- ela olhou para ele com incrédulidade- Você tem que parar, eu não posso te deixar ter uma vida miserável onde a neve é uma coisa ruim!- ela o olhou por mais um momento - Aaron Hotchner, o mundo é uma merda na maior parte do tempo, mas ele também está cheio de pequenas coisas que podem tornar sua vida mais feliz. 

Mesmo ele não tendo a escolhendo a dedo como fez com todos os outros membros da equipe, ele não podia estar mais feliz por tê-la. Ela ver o mundo de forma diferente, e isso o encantava. Mesmo com o trabalho que fazem, mesmo vendo o pior que o ser humano pode fazer a outro ser humano, ela não se deixa obscurecer por isso. Não como ele se deixa. 

— Vem comigo.- Ela agarrou sua mão e começou a arrastá-lo até a porta.

— Emily, aonde estamos indo?- ele perguntou confuso.

— Estamos indo lá fora.

Ele parou e ela não conseguiu puxá-lo, porque obviamente ele tem mais força e pesa mais que ela.

— O que? - ela perguntou.

Ele começou a rir.

— Emily, não podemos ir, não estamos vestidos para neve. Olha para você, seu vestido só vai até acima do joelho, você está de salto, seus pés congelariam.

Ela olhou para si mesmo e depois para ele.

— Tem razão, desculpa. É que a neve me deixa assim.- ela deu a ele um sorriso tímido- Mas eu ainda estou em uma missão.- ela começou a caminhar em direção aos outros.

— O que?- ela escutou vindo de trás- Emily!- ela não parou.

Ela parou na frente de Dave, ela estava eufórica. Ela estava em uma missão e ela não deixa uma missão incompleta.

— Dave, você tem algum sapato que eu possa usar na neve? 

Dave franziu as sobrancelhas. 

— Aconteceu alguma coisa, bella?- o homem perguntou preocupado.

— Não, não. Então, você tem?- ela não tinha tempo para explicações.

Ela não viu, mas sentiu os olhos curiosos de Hotch nela. Deus, ela estava fervendo, e não era de raiva como geralmente é, ela estava animada.

— Eu posso ter um par de botas de borracha, mas eu não acho que vai combinar com seu vestido.- ele disse olhando-a dos pés a cabeça.

— Não importa, pegue-as para mim.- ela ordenou- Por favor.- ela acrescentou para não parecer rude.

Todos a olhavam interrogavelmente. O que a mente traquina de Emily estava planejando dessa vez? Desde que ela entrou em suas vidas há três anos atrás, Emily nunca parou de surpreendê-los.

Ela foi luz e continua sendo luz na vida deles.

Dave voltou com um par de botas de borracha de cor amarela. Ele tinha razão, não iam combinar com seu vestido, mas isso não importava, era para uma causa maior, uma que vai além da moda. Ela pegou o par dando um sorriso de agradecimento a ele. 

Ela foi em direção ao homem parado mais a frente.

— Pegue suas coisas.- ela disse a ele- Mas antes...- ela colocou a mão no ombro dele para equilibrar-se enquanto tirava os saltos e em seguida colocava as botas. 

Feito isso ela vestiu seu sobretudo, colocou as luvas, cachecol e gorro. Ele fez o mesmo.

— Isso vai nos manter aquecidos por um tempo. Agora vamos.- ela o arrastou novamente e dessa vez não houve protesto. 

A neve não tão funda, mas tinha o suficiente para seus pés afundarem. A neve cobria todo o chão na parte da frente da mansão de Rossi. A lua derramava uma linda luz sobre a noite.

Ela parou os olhos fechados e suspirou de contentamento.

— Você sente?- ela perguntou ainda com os olhos fechados.

— O que? Frio?

Ela abriu os olhos e lançou-lhe uma carranca.

— Você não está se esforçando.- ela choramingou de frustração- Vamos lá, feche os olhos.- ele fechou os olhos e sentiu ela entrelaçar sua mão na dele. Ela não viu que ele abriu os olhos e estava sorrindo para ela, estava ocupada com seus próprios olhos fechados.- Você sente agora?

Ainda sorrindo e olhando para rosto apaixonado dela ele disse:

— Sim, acho que estou sentindo alguma coisa.

Ela pensava que ele estava falando da neve, estava muito além disso, mais profundo que isso. Era um sentimento. Ele continuou olhando o rosto dela, ela é quase infecciosa, é praticamente impossível ficar triste perto dela, ou qualquer outro sentimento negativo. Ela é linda mesmo nessa notas amarelas de borracha ridiculamente, ele tem certeza que ela ficaria linda usando um saco preto de lixo ou até mesmo despida de qualquer roupa.

Sim, ele estava sentindo. 

— Isso não é glorioso?- ela disse animada soltando a mão dele, abrindo os braços e girando como uma criança.

Ele escutou sua gargalhada enquanto ela girava, era um som agradável, esse som era capaz de afastar todos os monstros que assombram sua alma. Esse som é capaz de acalmar um coração turbulento. Era um som muito melhor que os das ondas do mar.

Ela calculou mal o giro na neve e se não fosse por Aaron agarrando sua cintura, ela teria caído, e ela não estava vestida corretamente para cair na neve. Suas pernas iriam congelar. Ele a endireitou, mas não a soltou, ele fez o contrário, ela a puxou para mais perto de si.

— Sim, é realmente glorioso.- falou a olhando nos olhos, ela sorriu e ele não pode evitar sorrir de volta.

Eles permaneceram assim, afinal que mal faz um corpo quente pressionado ao outro em uma noite fria de Natal? 

— Ei, quer saber um dos prováveis motivos de Jack amar a neve?

Ele a olhou avaliando-a, ela parecia certa do que ia dizer.

— Sim, eu realmente gostaria de saber.

— Sabe aqueles dias que a neve te impede de ir embora para trabalhar?- Ela começou.

— Sim, são dias chatos.

— Bem, não para Jack. Esses dias são dias realmente incríveis para ele. Esses dias ele tem você só para ele, o dia todo ou pelo menos parte dele. Dia que provavelmente você não estaria se não fosse a neve.

Ele avaliou o que ela disse.

— Nunca tinha avaliado dessa forma.- Aaron disse.

Ele era o perfilador, ganhava a vida lendo outras pessoas. Então como ele nunca percebeu isso?

— Era um dos meus motivos favoritos também quando era criança. Minha mãe e meu pai eram sempre tão ocupados que quase não tínhamos esses momentos em famílias. Mas quando nevava assim- ela deu um grande sorriso quando as memórias voltavam- eles brincavam comigo o dia todo, lanchávamos juntos, tomavámos chocolate quente em frente a lareira. Eles eram meus o dia todos. Na hora do banho, hora da história...- ela suspirou de contentamento- Eu amava esses dias.

— Você, Emily Prentiss- ele tocou a ponta do nariz dela com o indicador- é uma mulher impressionante.

Ele viu suas buchechas ficarem vermelhas e ele sabia que não era por causa do frio. Bem, mais um ontem para sua lista. Emily Prentiss ficava linda com um certo tom de vermelho em seu rosto.

— Bom, acho que deveríamos entrar, meus joelhos estão começando a doer.

Ele riu.

— Vamos, talvez tenha algo quente para tomarmos.

Os olhos dela brilharam.

— Chocolate quente!- ela disse quando ele passava os braços em volta dela.

— Eu disse algo quente, mas quem sabe, talvez Dave tenha material para chocolate quente.

Eles ficaram parado na entrada sacudindo a neve das roupas. Ele gentilmente tirou alguns flocos do cabelo dela. Ela sorriu e murmurou um 'obrigada' e ele apenas mostrou suas charmosas covinhas. 

— Humm, pessoal,- Dave chamou da entrada, todos estavam lá e por algum motivo estavam todos sorrindo. Dave apontou para cima da cabeça dele- Acho que vocês foram pegos.

Os dois incinaram para olhar para cima.

Visco.

— Você não precisa fazer isso, é só uma tradição...

Boba, era o que ela ia dizer.

Mas então ele se inclinou e deu um beijo demorado em sua buchecha. Ele parou bem próximo ao rosto dela com um sorriso e Emily deu um sorriso nervoso.

Seu chefe por quem ela se sente atraído nos últimos meses acabou de lhe beijar no rosto. Parece um sonho. Então ela o viu inclinando para ela... ele vai fazer o que ela acha que ele vai fazer?

Oh! 

Ela fechou os olhos quando os lábios deles pressionaram nos dela. Doce. Macio. Melhor do que qualquer coisa que ela imaginou. Foi um beijo suave, mas mesmo assim fez seus joelhos tremerem. Deus, ele é um bom beijador.

Então a realidade voltou à tona e ela corou.

Ela deixou a cabeça cair no peito dele enquanto escondia seu rubor intenso.

— A equipe toda está olhando, não está?- ela sussurrou contra o peito dele.

Ele a abraçou e sorriu quando olhou para os rostos chocados de sua equipe. E depois sussurrou em seu ouvido.

— Eles estão.

Vendo que eles deviam ter seu momento Dave arrastou todos os curiosos para dentro novamente deixando os dois sozinho novamente. Mas por um momento Dave desejou ser uma mosca para observá-los. 

— Você quer fazer de novo?- ele sussurrou conspiratoriamente.

Ela enrroscou os braços pescoço dele.

— Sim.

Eles estavam se beijando novamente. Aaron nunca gostou da tradição do visco, mas.... assim como a neve, Emily lhe mostrou o lado bom disso também. Agora ele sente a magia. Ele aprofundou um pouco o beijo enquanto sentia o dedos dela acariciando sua nuca.

— Você quer fazer disso uma coisa regular?- ele sugeriu.

— O que você realmente está propondo, Agente Hotchner?- 

— Você, Emily Prentiss, quer ser a mulher da minha vida?

Ela riu. Tão careta. Tão fofo. Tão dela.

— Você poderia ter feito o pedido simples de namo...

Ele a interrompeu com um beijo. Nem era para eles estarem aqui hoje, era para ela está na mansão dos pais delas juntando todas as sua força de vontade para não morrer de tédio e ele era para está em Nova York com seu irmão caçula. Mas aqui estão eles se beijando na frente da mansão de seu amigo. O que mais eles poderiam desejar neste Natal?

— Sim, - ela disse um ofegante- eu aceito ser a mulher da sua vida.

Ele beijou sua testa. Ele nunca teria imaginado que esse seria seu presente de Natal.

Eles sabiam que deveriam ter uma conversa mais aprofundada de seus sentimentos. Mas agora, - ele beijou a ponta do nariz dela- agora eles só queriam comemorar o Natal com a família e um com o outro.

Aaron nunca esquecerá o aniversário de namoro, por que vai ter todo o lençol branco cobrindo as ruas de Washington DC, decoração de Natal e viscos para lembrá-lo. Mais um ponto positivo.

É uma boa história para ele contar para os filhos - Sim, ele casará com ela e terá vários filhos, três ou quatro, cinco com Jack. Cinco, está decidido. 

— Você me deu um bom motivo para amar a neve.

— Viu, nem tudo é uma merda.- ela riu.

Hoje ela o fez fazer isso, ver o lado bom das coisas, mesmo que seja mínimo, porque um mínimo pode fazer uma grande diferença. Ele só podia imaginar o que ela faria por ele no futuro, em quantas mais coisas ela o faria ver felicidade ao invés de algo ruim, frustrante e até triste. 

E ela não podia estar mais feliz, ela se livrou de uma festa ridiculamente chata, ela ama seus pais, mas eles deviam diminuir os convidados na próxima festa de Natal. Oh! Ela saltou internamente. Talvez próximo ano ela o apresentaria aos seus pais e quem sabe, no terceiro Natal eles estariam anunciando o noivado e no próximo tenha uma criança correndo pela casa.

O Natal sempre foi bom para ela, e agora tem mais um ou mais motivo para amar ainda mais.

— Feliz Natal, Emily.- ele pressionou ligeiramente os lábios nos dela.

— Feliz Natal, Aaron.- ela também pressionou um selinho nele.

Aaron. Os olhos dele se iluminaram, ele pode se acostumar com isso, ele gosta disso. Seu primeiro nome saindo dos lábios dela é como um abraço macio e agradável.

E com a mulher da sua vida pressionada ao seu lado, eles voltaram para dentro. Por um momento eles quase esqueceram o frio.

— Eu quero meu chocolate agora.- ela disse com a cabeça no ombro dele.

— Isso vai depender se Dave tem o que precisamos.- ele explicou.

— Você não entendeu, Aaron, eu quero meu chocolate quente e é isso. Você faz o que for preciso para conseguir.- ela deu um sorriso travesso.

Ele riu. Eles só estavam namorando há alguns minutos e ela já estava agindo como uma namorada de dois anos.

— Claro, tudo para te fazer feliz.- ele beijou sua têmpora.

Ela sorriu. Ele é um bom garoto, vai se sair bem. Agora, ela só precisa testá-lo na TPM.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que a neve trás" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.