Uma Rainha Para Robb Stark escrita por Cloto
Música: Bird Set Free, Sia
Asas cortadas, eu era uma coisa quebrada
Eu tinha voz, tinha voz, mas eu não conseguia cantar
Você me deprimia
Eu lutava enquanto estava pra baixo
Tão perdida, cheguei no meu limite
Eu tinha voz, tinha voz, mas eu não conseguia falar
Você me imobilizou
Eu luto para voar agora
Quantas vezes ela engoliu suas lágrimas? Por quantas vezes ela se lembrou da cabeça de seu pai apodrecendo? Quantas vezes ela se odiou e se culpou por sua ingenuidade? Sansa já havia perdido as contas de cada questionamento.
Ela olhava para as paredes luxuosas, para o vestido caro que adornava seu corpo, para as jóias que cintilavam em seu pescoço e mãos e não podia deixar de achar irônico que odiava toda essa ostentação e riqueza que um dia tão tolamente sonhou obter.
Ela foi criada para ser uma garotinha boba que sonhava com príncipes encantados e canções bonitas, e pagou o preço por isso, a vida de seu pai, uma guerra e sua família inteira em risco.
Uma prisioneira, trancada em uma gaiola de ouro.
Sem voz, sem vontade. Apenas com a função de sorrir e ser bonita.
—Está na hora do casamento.
Mas há um grito interior que todos tentamos esconder
Nós suportamos tanto, não podemos negar
Nos come vivos, isso nos come vivos
É, há um grito interior que todos tentamos esconder
Nós suportamos tanto, mas eu não quero morrer
Não, eu não quero morrer, eu não quero morrer
Gelada.
Mesmo no sol escaldante, ela se sentia com gelo nas veias. Sua mão tremia, ela estava diante de Joffrey, com seu sorriso ao mesmo tempo sádico e estúpido.
Não é possível que aquilo esteja realmente acontecendo com ela. Não é possível que estava se casando com Joffrey Baratheon.
Como poderia ter chegado a esse ponto?
O septão começou a cerimônia.
Ela repetia as palavras automaticamente.
E então as fitas foram amarradas nas mãos dele e dela, simbolizando a união.
"Isso é um pesadelo? Eu quero acordar, alguém me acorde por favor".
Um grupo de anões fez uma apresentação grotesca da Guerra Dos Cinco Reis.
Era uma ofensa explícita a Tyrion, que com sua língua afiada humilhou Joffrey na frente de todos os convidados ao desafiar o sobrinho a lutar e mostrar alguma habilidade com sua espada.
Joffrey pegou um copo de vinho e estava prestes a jogar no tio quando alguém começou a gritar para chamar a atenção.
—O exército de Robb Stark está entrando na cidade!
Os convidados começaram a gritar de pavor e correr de um lado para o outro.
—Se acalmem! -gritou Tywin.
Sansa sorria. Sentia vontade de gargalhar ao ver as pessoas que alegremente assistiram a sua desgraça agindo como cordeirinhos para o abate.
Sentiu alguém puxar seu braço.
—Venha sua estúpida! -gritou Joffrey a arrastando pelo braço.
Empurrados pela multidão em pânico, Sansa aproveitou a distração de um guarda que estava de costas e puxou sua lâmina da bainha. Escondeu a prendendo nas dobras do vestido, onde a encravou para não cair
Quando conseguiram sair do meio e ir para um corredor sem pessoas, estavam arfando pelo esforço da correria.
Sansa olhou para ele e sorriu.
—Lembra de quando eu disse que meu irmão me daria sua cabeça?
—Antes eu mato você sua puta!
Joffrey não esperava ter uma lâmina em seu pescoço no segundo seguinte.
—Eu estava errada. Robb não vai me dar a sua cabeça, eu mesma vou pegá-la.
Ele engoliu em seco e tremeu de medo.
—Vamos Sansa, você, uma menina inofensiva e uma dama tão educada fazer uma coisa dessas?
—Últimas palavras?
—Sansa, você é minha rainha, minha amada, você não pode fazer isso com seu marido!
—É isso o que você tem a dizer por último?
Joffrey percebeu que Sansa não recuaria e dominado pelo pânico, acabou sem querer perdendo o controle da bexiga.
—Não acredito que você se mijou! -Sansa fala com desprezo.
Pressionou mais um pouco e un filete de sangue começou a sair do pescoço dele.
A pernas de Joffrey ficaram bambas.
Ele estava dominado pelo terror.
—Por meu pai. Por todos os nortenhos que morreram. Por todos os inocentes que sofreram por sua causa. E acima de tudo, por mim. Eu, Sansa da Casa Stark, em meu nome e em nome da suas vítimas te condeno a morte.
Ele soltou um grito de pavor enquanto seu pescoço era lentamente atravessado.
O sangue começou a jorrar.
Joffrey caiu no chão, com a mão no pescoço e olhou para ela sem acreditar no que acontecia.
Aos poucos, se debateu, enquanto o sangue corria a sua volta.
Por fim, seus olhos se fecharam.
Sansa foi até ele e terminou de cortar sua cabeça.
Suja de sangue, calmamente esperou até que alguém aparecesse.
Ouviu seu nome ser gritado.
Era Robb.
E eu não ligo se eu canto fora do tom
Eu me encontro nas minhas melodias
Eu canto por amor, eu canto por mim
Eu grito como um pássaro livre
E eu não ligo se eu canto fora do tom
Eu me encontro nas minhas melodias
Eu canto por amor, eu canto por mim
Eu vou gritar como um pássaro livre
Eu vou gritar como um pássaro livre
Eu vou gritar como um pássaro livre
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