A Guardiã que perdeu a memória escrita por claradasideias


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

1- Eu pretendia fazer um especial de natal e isso tudo era só para ser um detalhe de uma história maior kkkkk Mas eu acabei me envolvendo tanto que ganhou uma one própria essa temática. Mas relaxem, vai ter especial de natal no ano novo kkkkkk
2- Eu só vi uma fanfic mencionando esse tema até agora, e isso me surpreende porque foi a primeira coisa que eu pensei quando vi Batalha dos Miraculous. Simplesmente senti que Ladynoir morreu ali. Novo shipp ex-Lady + Noir kkkk
3- Enfim, não acho que ela cairia nas graças do Adrien automaticamente como o Mestre Fu com aquela mulher, porque não foi isso que aconteceu em Origens. Porém, me permiti romantizar a relação entre mães e filhos porque creio que essa sim se manteria em um cenário mais realista.
4- Roda o cap:



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Adrien sabia que este momento chegaria, porém preferia pensar que não. Ele sabia que um Guardião perdia a memória sobre os miraculous quando passava a caixa adiante, já havia visto isso acontecendo até. Mas não poderia suportar a ideia de se separar de Ladybug por um motivo tão tolo. 

Quando derrotaram Hawkmoth e Mayura, recuperaram todos os miraculous que Mestre Fu havia perdido e completaram a caixa. Mantiveram-na totalmente trancada e nunca mais foram vistos Ladybug ou Chat Noir. Marinette e Adrien seguiram suas carreiras comuns e se afastaram do heroísmo na medida do possível. 

Isso, é claro, atraiu os monges do templo no Tibet. Eles exigiram dos dois a devolução da caixa para melhor proteção no templo. Os dois suspeitavam que isso aconteceria até porque, depois que ambos partissem dessa para melhor, não tinham para quem deixar o papel de guardião. 

Os monges foram compreensíveis. Afinal, aqueles dois tinham prestado um grande serviço para a segurança dos miraculous. Recuperaram o livro e duas joias perdidas, também reconstruíram o templo destruído e ressuscitaram os monges. 

Havia duas opções, ou os dois mudavam-se para o templo onde Marinette seria uma monja e uma verdadeira guardiã ou ela deveria viajar até o Tibet e passar a caixa adiante para um monge a escolha dela.  

Ela não sabia o que fazer, sair da França e abandonar seu sonho não lhe era agradável. Entretanto, esquecer sobre os miraculous culminaria em esquecer de seu amado marido. Então, pediu uma semana para decidir e acolheu em sua casa o enviado do templo. 

Durante essa semana, ela ficou bem afastada do amado. Afinal, tudo que ele fazia era pedir para que eles fossem para Tibet e largassem suas vidas só para que pudessem continuar o pequeno romance. O enviado garantiu aos dois que a família inteira, até o filho do casal, poderia morar no templo e receber treinamento, se assim quisesse. 

Porém, por mais que soasse tentador dedicar sua vida e a de seus familiares aos miraculous, seu sonho era ser estilista. E isso ela queria há muito mais tempo do que casar com Adrien ou ser uma guardiã, isso era o que fazia ela ser Marinette. 

Portanto, ao fim da semana, ela pegou um voo para o templo em busca de alguém digno para ela passar a caixa e ficar livre de tal missão. Não sabia do que iria lembrar, mas sabia que se o amor entre ela e Adrien fosse verdadeiro mesmo, eles se apaixonariam novamente. 

... 

Passou um ano até Adrien ter notícias de Marinette novamente. Esse ano foi muito duro para ele. 

O garoto já tinha sofrido com solidão anteriormente. Quando sua mãe adoeceu por causa do miraculous do pavão, seu pai ficou muito afastado e quase não passava tempo com ele. Sua única companheira era Chloé, sua amiga de infância. 

Naqueles tempos ela foi essencial para que ele continuasse feliz, foi o motivo de ele ter fugido para a escola onde conheceu novos amigos. Era novamente a vez daquela amiga se fazer presente. Claro que agora ele tinha ainda mais companhia, todos os amigos que foi ganhando com a vida ajudaram ele a superar a perda da esposa. 

Além disso, uma parte de Marinette ainda estava com ele: o filho que tinham, Louis. Todos os amigos reunidos pensavam que havia sido um erro aceitar os miraculous porque tal ato acarretou no esquecimento da amiga. Porém, olhavam para a criança com esperança, ela nunca tocara em um miraculous. Talvez ela lembrasse de seu filho e, por ele, poderiam chegar nela. 

Quando finalmente as notícias vieram, foram deprimentes. Marinette estava em Nova York com Audrey Bourgeois. Juntas, lançaram uma linha de roupas inspiradas na cultura Tibetana que estava na capa de todas as revistas de moda importantes. Principalmente na Style Queen, revista da própria Audrey. 

Por seu laço de parentesco, Chloé foi encarregada de encontrar-se com Marinette e descobrir de quem ela lembrava ou não. Para alívio da primeira, a segunda logo a reconheceu, e não foi de fotos que a mãe mostrara dela. 

— Olá, Chloé! Há quanto tempo! Sua mãe falou muito de você, do quanto você mudou... Quem sabe agora a gente não brigue um pouco menos, hã? — a estilista riu ao terminar a frase — Aliás, como vai o Nino? — perguntou curiosa 

Antes de responder, a filha de Audrey esperou que ela continuasse e estendesse a pergunta a Adrien e Alya. Entretanto, a espera só gerou preocupação naquela que perguntou, que achou que algo sério acontecera a Nino.  

Só pela expressão dela, Chloé pôde sentir o desastre. Ela e Nino estudaram com ela desde muito jovens, poucas das lembranças de Marinette deles envolviam miraculous. Provavelmente apenas essas foram perdidas, o que fez ela suspirar de alívio ao perceber que não mais seria julgada por surtar e aceitar tornar-se a Rainha dos Miraculous. 

Já Adrien e Alya, que entraram na vida dela junto com os brincos da joaninha, tiveram boa parte de sua convivência com ela ligada a assuntos miraculosos. Depois de perguntas sugestivas, Chloé percebeu que ela pouco lembrava deles. Tinha vagas lembranças de um garoto bonito que lhe atraiu e de uma outra garota que sabia de tudo e ficava se metendo. Mas não sabia o fim dessa história, segundo Marinette, ambos mudaram de colégio em algum momento e ela nunca mais soube deles. 

Imediatamente, a visitante pediu licença e telefonou para aqueles que ansiosamente esperavam por notícias. Discou inicialmente o número de seu amigo mais antigo, porém tinha medo da reação ele teria. Por isso, voltou atrás e ligou para Nino. 

Ele tentou não transparecer tanta alegria por ainda ser lembrado porque ao seu lado estava a esquecida Alya. Porém, foi inevitável. A esposa do homem não ficou tão triste, sabia que poderiam se encontrar de novo e começar uma linda amizade sem joias mágicas se intrometendo. Mas sentiu uma dor enorme no peito por Adrien. 

Ele pouco se importava se agora teria que oficialmente cuidar de seu filho sozinho, só conseguia pensar no quão duro tinha lutado pelo amor de Ladybug e do quão facilmente o tinha deixado escapar. Ficava pensando em como outrora conseguira suportar ter apenas a sua amizade e sofrer constantes rejeições, então lembrou-se que não havia conseguido e caiu em desespero. 

Pouco depois, Adrien saiu para visitar os sogros durante todo o resto de dia. Tanto porque queria estar conectado com tudo que remetesse à Marinette, quanto para explicar que ela esquecera dele e do filho e que, apesar de as visitas dos netos continuarem, obviamente, não poderiam ser referidos assim da frente da filha deles. 

Os pais da referida ficaram tristes pela perda dele, mas sabiam que era um candidato a reconquistar o coração dela. Só sentiram pena que ela acharia sempre ser uma madrasta do filho de alguma outra mulher que lhe roubou antes o coração. 

Louis, seu filho, não tinha idade o suficiente para compreender o que se passava e Adrien estava preocupado com isso. Tentou inventar alguma história que justificasse a perda de memória da mãe dele e rezou para que o pequeno não fizesse referência ao grau de parentesco. 

— Fihão, você sabe que a mamãe fez uma longa viagem para o Tibet há um ano, certo? — Adrien tentava contá-lo  

— Lembro sim, papai. — ele respondeu — Ela já está voltando?— perguntou animado 

— Então, lá ela sofreu um acidente e perdeu boa parte da memória e o médico falou que ela não lembraria de nós. — contou com medo da reação da criança 

— Ela esqueceu da gente? — Louis estava quase chorando 

Quando olhou para a cara triste de seu filho, ele enxergou a si mesmo. Não porque os dois eram parecidos, mas porque seu sofrimento era igual. Adrien imediatamente lembrou-se de quando seu pai disse que sua mãe “fugira” e de como isso o destruiu. Se não fosse pela Chloé, talvez sua dor fosse insuportável. 

Nesse momento Adrien soube o que deveria ser feito. 

— Nós vamos ver a mamãe de novo, não se preocupe. Ela ainda lembra da Chloé e vai vir aqui graças a ela. Aí nós dois temos que fazê-la gostar muito de nós novamente para que retorne. Combinado? — o garoto assentiu — Que bom. — Adrien sorriu ao ver o filho forte que tinha — Como você está aguentando bem, eu tenho uma surpresa para você. Amanhã vamos chamar todos os seus amigos para virem aqui em casa brincar. — a animação de ambos era forçada 

... 

 

Quando Marinette voltou de Nova York para ver os pais em Paris, a mobilização de quem queria vê-la foi instantânea. A vontade de Adrien de tê-la novamente em seus braços era tamanha que ofereceu a própria casa para ela ficar. É claro que ela preferiu ficar com seus pais em seu antigo quarto em que sempre morou do que hospedada na casa de um completo estranho, por mais recomendado que ele fosse. 

Porém, a mulher não conseguiu fugir desse homem por muito tempo. Todos pareciam ter interesse no encontro deles. Até a mulher de Nino, uma tal de Alya. Essa parecia muito interessada nela e todo dia estava sugerindo passeios dos três, Marinette nunca tinha passado tanto tempo com Nino antes. 

As duas pareciam se dar bem, construíram uma relação de cumplicidade sem muitas dificuldades. Talvez pudessem chegar ao posto de melhores amigas novamente um dia. Afinal, a estilista não pretendia mudar-se para Nova York e sim viver em Paris.  

Como ela conhecia poucas pessoas da cidade, mesmo morando nela desde sempre, cada amizade valia muito. Por algum motivo, sempre que pensava sobre sua estadia em Paris tudo parecia estranho e confuso. Ela sentia que tinha mais amigos do que realmente conseguiria nomear. 

Enfim chegou o dia em que foi encontrar o famoso Adrien que tinha lhe oferecido a casa de estadia. Todos pareciam observar o encontro como se assistissem a grande revelação de um filme de suspense. Ela chegava a ficar com medo do que encontraria atrás daquela porta. 

Para sua sorte, não encontrou nada demais. Apenas um homem normal e seu filho. Foi até um pouco decepcionante, ela devia dizer. Seu primeiro instinto foi olhar com mais atenção, provavelmente havia deixado algo passar. Talvez fosse algo que ele tivesse e que lhe fosse interessante. Mas nada de diferente foi encontrado. 

Como a educação mandava dizer que os filhos dos outros são uma gracinha, foi o que ela fez em seguida. Entretanto, algo que em princípio era meramente burocrático virou algo muito forte quando ela encarou a criança. Seus olhos ficaram vidrados e tudo o mais parecia borrado, era como se só tivessem eles dois no recinto. Ela sentiu seu coração bater mais forte e uma conexão muito forte se estabelecer. 

Percebeu que o menino também parecia ter se afeiçoado a ela assim, à primeira vista. Sem pedir permissão ao pai (que também não fez esforço para se opor), pegou a criança em seus braços e deu-lhe um longo abraço. Nesse período sentiu cada pedacinho dela de uma forma tão familiar que ela chegou a ficar assustada. Ainda em êxtase, disse: 

— É um belo rapazinho esse aí, como se chama? 

Adrien, que havia percebido a conexão entre mãe e filho, suspirou aliviado por Louis ter se segurado e não revelado nada e por ele ter conseguido reativar os sentimentos de carinho entre eles. Agora era a vez dele de reconquistar sua amada esposa e trazê-la para casa novamente: 

— Ele é o Louis e eu sou o Adrien. — engoliu em seco antes de continuar — Prazer em conhecê-la, My... Marinette. — ele riu nervoso por quase ter deixado escapar um apelido que com certeza não seria bem visto se direcionado a uma estranha 

— O prazer é todo meu. — e ela estendeu a mão sorrindo


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui, espero que tenham gostado, desculpa pelos erros, comentem o que acharam e até mais!



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