Uma Memória escrita por Aline Black


Capítulo 3
É uma promessa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Esse é o último capítulo!
Boa leitura!



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Severus estava sentado em uma das mesas do Cabeça de Javali, aquele não era o melhor local para um “encontro”, porém havia sido o local mais discreto em que Severus havia pensado para encontrar a senhorita Granger.

Severus até pensou em pedir uma dose de Firewhisky enquanto esperava por Hermione, porém lembrou-se de onde estava e da pouquíssima higiene que Aberforth costumava ter com seus copos. Então desistiu.

Passou então a olhar ansioso para os lados, temia que Granger não aparecesse, ele deveria aos menos ter pedido uma resposta à carta que havia mandado e não apenas ter marcado um local e hora para o encontro.

“E se Granger não puder vir? E se ela não quiser vir?” pensou Severus, essas dúvidas passaram a atormentar a mente dele.

Naquele instante Severus deu-se conta que importava-se com Hermione Granger, importava-se se ela iria aparecer, importava-se se ela ainda estaria disposta a “correr para seus braços”. Ele deu-se conta de que talvez sentisse algo por Granger, algo até maior que apenas simpatia, algo que foi capaz até mesmo de assustá-lo por alguns instantes.

Severus suspirou discretamente, não era apenas um “talvez”, ele precisava parar de mentir para si, ele sentia algo por Hermione, sim. E tinha certeza de que esse sentimento formou-se e cresceu nesses cinco anos em que ele esteve com a memória dela, pois nesse tempo, em um dia sequer, ele deixou de ter a Granger em sua mente.

Severus foi retirado de seus pensamentos ao ouvir uma conversa entre dois homens, sentado a duas mesas de distância.

— Você soube da comoção que houve hoje dentro do Ministério? — Perguntou o homem de casaco marrom.

— Não, o que houve? — Questionou o homem de casaco verde esmeralda.

— Ronald Weasley pediu Hermione Granger em casamento, no átrio do Ministério. — Falou o homem de casaco marrom. — E o átrio estava lotado de bruxos.

Severus ficou paralisado, não esperava ouvir aquilo, a notícia acabou o abalando por alguns instantes. Ele suspirou, logo chegou à conclusão de que havia esperado demais para procurar Granger.

Mas, talvez fosse melhor assim, talvez ela fosse feliz ao lado do Weasley, muito mais do que seria ao seu lado.

Snape estava pronto para se levantar e ir embora quando escutou a sequência do diálogo.

— E o que tem isso de interessante? — Perguntou o homem de casaco verde esmeralda.

O homem de casaco marrom começou a rir e então disse:

— O interessante é que a Granger ficou furiosa com o pedido e rejeitou o Weasley, que ficou tão vermelho quanto um tomate.

O homem de casaco verde esmeralda então acompanhou o outro homem na risada.

— Por que eu nunca estou no Ministério quando esse tipo de coisa acontece? — Reclamou o homem de casaco verde esmeralda ainda em meio ao riso.

— Foi uma cena e tanto, meu amigo. — Disse o homem de casaco marrom. — Só quero ver com que cara o Weasley vai aparecer para trabalhar na segunda de manhã.

Os dois homens voltaram a rir. E Severus desistiu de ir embora.  

“Talvez o escândalo com o Weasley que tenha feito Granger se atrasar”, concluiu Snape.

Alguns minutos mais tarde, uma pessoa usando um pesado manto escuro entrou no estabelecimento, a pessoa mirou ao redor do pequeno bar, pousou seu olhar na figura de Severus Snape, logo depois seguiu até o homem.

Severus encarou a figura, que além de usar o manto para cobrir o corpo, também usava um capuz, que deixava o rosto praticamente todo coberto.

— Por favor, me acompanhe. — Disse a figura encapuzada para Snape. — Aqui não é um bom lugar para conversarmos.

Severus, reconhecendo imediatamente a voz da figura, seguiu-a para fora do bar.

Assim que seus pés tocaram a neve do lado de fora do Cabeça de Javali, a figura estendeu a mão para Severus e disse-lhe:

— Vamos aparatar para um lugar onde possamos conversar com calma, já que disse-me que o assunto que deseja tratar comigo é importante e pessoal.

Severus, naquele momento, decidiu confiar cegamente e estendeu a mão à figura encapuzada. Em poucos instantes seus pés deixaram a neve para tocar no concreto.

— Estamos na garagem de meu apartamento, — explicou a figura — venha comigo, vamos subir, lá poderemos conversar de forma privada.

A figura encapuzada seguiu para as escadas, ainda segurando a mão de Severus.

Depois de subirem quatro lances de escada, pararam em frente a porta com o número 23. A figura encapuzada retirou a varinha de seu manto e murmurou um feitiço, logo a porta abriu-se com um leve clique.

— Por favor, entre. — A figura encapuzada deu passagem para Severus.

Severus entrou, sendo seguido pela figura, que assim que se viu na segurança de seu apartamento retirou o manto, revelando seus cabelos longos e castanhos.

— Desculpe por todo esse transtorno, mas o meu dia não está sendo dos mais agradáveis, então achei mais sensato não sair por aí mostrando meu rosto. — Falou Hermione Granger enquanto pendurava o manto em um cabideiro que ficava ao lado da porta.

Hermione virou-se para Severus e disse-lhe:

— Por favor, sente-se.

Snape sentou-se no sofá que Hermione havia indicado com a mão.

— Quer beber algo? Um chá talvez? — Hermione então pensou melhor e disse: — Ou prefere algo mais forte?

— Com certeza prefiro algo mais forte. — Respondeu Severus, que estava precisando de um “incentivo” para começar a falar.

Hermione deu uma leve risada.

— Certo, — disse ela — pode ser Firewhisky?

Snape acenou afirmativamente, certamente um copo de Firewhisky o ajudaria.

Hermione então foi até um dos armários de sua cozinha, pegou uma garrafa de Firewhisky pela metade, dois copos e voltou até a sala de estar. Colocou os copos sobre a mesa de centro, serviu a bebida em ambos os copos, estendeu um deles na direção de Snape e o outro ela pegou para si.

— Então, Snape, o que gostaria de conversar comigo? — Questionou Hermione logo depois de dar o primeiro gole em sua bebida.

Snape havia decidido que seria direto, entregaria as memórias, daria uma breve explicação do ocorrido e depois iria embora. Não ficaria para ver a reação de Granger depois de ela assistir as memórias.  

— Eu fiz uma promessa à senhorita há alguns anos, cinco anos para ser mais exato. — Falou Snape.

— Um promessa para mim? — Hermione olhou de forma curiosa para Snape. — Tenho certeza que eu lembraria de algo assim, Snape.

— A senhorita não teria como lembrar, pois pediu que eu apagasse sua memória logo após fazer a promessa. — Snape foi direto.

Hermione então fez alguns rápidos cálculos mentais, Snape falou que fez a promessa há cinco anos, então Voldemort ainda estava vivo e consequentemente ainda havia guerra. Ela pensou por uns bons minutos e sequer conseguiu imaginar o que havia pedido para Snape lhe prometer.

Hermione tomou mais um gole de sua bebida e logo depois, usando um tom sério, perguntou:

— Qual foi a promessa, Snape?

Severus bebeu o resto do conteúdo de seu copo em um só gole, logo depois retirou do bolso de seu paletó um pequeno frasco, o observou por alguns instantes antes de falar algo.

— Eu prometi que quando a guerra acabasse eu lhe devolveria essa memória. — Falou Snape.

Hermione olhava atentamente para o líquido prateado dentro do pequeno frasco, uma memória sua estava ali dentro, uma memória que confiou a Snape. Ela se perguntava que tipo de memória seria aquela, que tipo de segredo havia pedido para Snape manter consigo.

— Certamente acabei demorando um pouco mais que o esperado para devolver-lhe, — completou Severus.

Hermione deu um breve sorriso e falou:

— Pelo menos você está aqui agora.

Snape fez apenas um sinal afirmativo com a cabeça. Ele deu uma última olhada no frasco e então o ofereceu a Hermione, que prontamente o pegou das mãos de Severus.

A bruxa olhou para o líquido prateado atentamente. Queria logo descobrir o conteúdo da memória, porém não queria deixar Snape, temia que ele saísse daquele apartamento e não o visse novamente. Então teve um ideia.

— Pode contar-me o conteúdo dessa memória, Snape? — Questionou Hermione enquanto sentava-se no sofá próximo do homem.

Severus não esperava por aquilo.

— Por que a senhorita simplesmente não derrama essas memórias em uma penseira e as assiste. — Falou o homem.

Hermione deu uma leve risada e disse:

— Por que prefiro que me conte.

— Acredito que eu não seja a melhor pessoa para lhe contar sobre essas memórias, a senhorita deve ver por si mesma. — Disse Snape sendo firme em suas palavras.

Hermione serviu mais uma dose de Firewhisky para si e para Snape.

— Se eu lhe confiei essas memórias, tenho a mais absoluta certeza de que você é a pessoa mais indicada para revelar o conteúdo desse frasco. — Hermione colocou a mão sobre o bolso indicando o local onde havia guardado o frasco que Snape havia lhe dado.

Severus suspirou e disse:

— Eu não posso lhe contar. Eu não consigo. Eu não consigo fazer isso olhando em seus olhos.

Hermione olhou seriamente para Snape e propôs:

— E se me contar com os olhos fechados? Imagine que eu não estou aqui.

Snape levantou uma sobrancelha e disse:

— Isso me parece demasiado ridículo.

— Pode parecer, — falou Hermione bebendo mais um gole de sua bebida — porém é a melhor ideia que tenho no momento. E eu não deixarei você sair desse apartamento antes de saber o conteúdo desse frasco.

Snape percebeu que ela falava sério. Então resolveu aceitar sua “derrota”. Bebeu novamente o conteúdo de seu copo em um gole, largou o copo sobre a mesa de centro e fechou os olhos.

— Estou me sentindo ridículo. — Disse Severus assim que fechou os olhos.

— Não se sinta assim, Snape. Posso afirmar, com segurança, que não há nada de ridículo em você nesse momento. — Disse Hermione seriamente.

— Suas memórias são sobre noite de natal, há cinco anos, quando estava com Potter em Godric’s Hollow. — Começou Severus.

Antes que Snape pudesse terminar de falar sentiu um movimento no sofá, estava prestes a abrir os olhos quando sentiu os lábios de Granger sobre os seus.

O primeiro movimento de Hermione foi tímido, apenas um leve toque de lábios. Porém, assim que percebeu que Snape não a afastou, começou a ser mais ousada e iniciou um beijo mais necessitado e desejoso.

Quando o beijo foi encerrado, Severus segurou o queixo de Hermione e a olhou nos olhos. Pretendia perguntar o que ela estava planejando com aquele beijo, mas ela foi mais rápida e falou primeiro.

— Por favor, não diga nada, Snape. — Falou Hermione mirando as orbes negras de Severus. — Só me permita beijá-lo novamente.

Severus até pensou em acabar com aquilo e ir embora, porém ao sentir o corpo de Hermione tão próximo ao seu, desistiu. Então, não tendo mais como resistir aos encantos de Granger, passou suas mãos pela cintura dela e a puxou para seu colo.

Dessa vez foi Severus quem iniciou o beijo, ele acariciava as costas de Hermione enquanto a beijava com volúpia. Hermione estava totalmente entregue nos braços de Severus, naquele instante, não desejava nada além disso para sua vida.

Assim que o segundo beijo foi encerrado, Severus estava decido a revelar o restante do conteúdo da memória a Hermione. Antes que Granger pudesse atacá-lo com seus lábios outra vez, Severus disse:

— A memória que me pediu para guardar era uma declaração amorosa da senhorita, — disse Snape ignorando o pedido anterior de Granger.

— Uma declaração? Para quem? — Questionou Hermione ficando levemente nervosa com o rumo daquela conversa.

— Uma declaração sua para mim, — Snape deu uma pausa curta, depois prosseguiu — a senhorita deixou bem claro que me amava.

Hermione corou com as palavras de Snape, mal conseguia crer que já havia tido coragem suficiente para revelar o que sentia a ele.

— O que eu disse exatamente? — Perguntou a bruxa ajeitando-se sobre o colo de Severus.

Snape, achando que ela poderia tentar “escapar”, apertou mais suas mãos em volta da cintura dela e só então respondeu:

— As palavras exatas não são relevantes agora, — disse o homem com um pequeno sorriso no canto dos lábios. — O que é relevante é que a senhorita deixou bem claro que quando eu pedisse, você correria para meus braços. — Snape completou a frase com um ar convencido.

Hermione fechou os olhos por alguns segundos e respirou profundamente. Quando abriu seus olhos castanhos, mirou nas orbes negras de Snape.

— Eu ainda estou disposta a correr para seus braços, Severus. — Hermione falou dando ênfase no nome de seu amado mestre de poções. — Se me quiser, é claro.

Severus a mirou intensamente, lhe dirigiu um pequeno sorriso tipicamente sonserino e falou:

— A senhorita não precisa correr para meus braços, a senhorita já está entre eles e eu não pretendo deixá-la sair tão cedo.

Hermione sorriu, logo depois disse:

— É isso que espero.

Severus então aproximou seu rosto do rosto de Hermione e a beijou.  

— Eu jamais sairei de seu lado, — sussurrou Hermione assim que separou seus lábios dos lábios de Snape. — Isso é uma promessa.


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Notas finais do capítulo

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