Raios e trovões escrita por Pugamegold


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Depois de assistir ao ultimo episodio da segunda temporada de The Mandalorian, eu simplesmente não consegui me conter e esse foi o resultado kkkk
Eu nem deveria estar aqui kkk mas estava ansiosa para compartilhar com vocês essa oneshot do Mando e do Grogu ( nesse conto, o nome da criança ainda não foi revelado)

Boa leitura



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A noite tempestuosa chegou sem cerimonias. Não deu sinal algum de que seria uma das piores tempestades que Mando já vira. A bordo de sua nave estacionada no hangar de um planeta qualquer para reparos, Mando estava protegido da água torrencial que caia sobre a fuselagem da Razor Crest, que levava embora detritos e manchas cuja origem provavelmente era orgânica. Deitado sobre a cama, ele se preparava para dormir. Ou ao menos, tentava.

Para ele, raios e trovões não passavam de um pequeno incomodo para o seu sono. Já passara por situações mais caóticas. Recordou-se de uma vez em que sem querer, acabou se metendo no meio de um cinturão de asteroides enquanto perseguia um fugitivo bastante valioso para a Guilda. A caçada durou longas horas e após concluir o serviço, decidiu que merecia um descanso. O problema era conseguir cochilar em meio a milhares e milhares de detritos dos asteroides que a todo instante se chocavam contra a nave, produzindo um som estrondoso. Fora difícil, mas Din Djarin tinha um sono pesado.

Entretanto, agora ele não era o único a bordo da Razor Crest e seu pequeno companheiro verde não parecia compartilhar da mesma facilidade em adormecer. A criança, como mando costumava chamar carinhosamente já que não fazia ideia de qual seria o verdadeiro nome, revirava-se na pequena cama suspensa improvisada. Vez ou outra, quando o trovão era ridiculamente alto demais, o garoto emitia um grunhido assustado, seguido de um choramingo baixinho e quase inaudível.

Como era possível, pensou Mando, que um ser tão especial como aquele, dotado de habilidades impressionantes, pudesse ter medo de algo tão banal como raios e trovões? Por sorte, concluiu o caçador, não era possível ver os relâmpagos do lado de dentro da nave. Isso com certeza teria complicado ainda mais as coisas para o pequeno ser verde.

A resposta, porém, não tardou em surgir em sua mente: Apesar de possuir poderes inimagináveis, era apenas uma criança indefesa e que precisava de conforto. Alguém que lhe garantisse segurança. Alguém que lhe protegesse de tudo, até mesmo de raios e trovões.

Mando inspirou fundo. A tempestade duraria a noite inteira e nem ele e nem o garoto conseguiriam dormir adequadamente se não pensasse em algo que pudesse acalma-lo.

Em outros tempos, quando era apenas ele e a Razor Crats, Din Djarin teria tirado seu capacete para dormir. Entretanto, não poderia fazer isso com o garoto por perto. Sendo fiel ao código, nenhum ser vivo poderia ver o seu rosto. Não importava as circunstancias. Por isso, teve que se adaptar e encontrar formas de deitar sem que o capacete o incomodasse muito.

Com as costas apoiadas no colchão, Din Djarin olhou para o pequeno berço que fizera para seu protegido e sentiu-se comovido. Ele mesmo já sentira medo, muito medo... E diferente do garoto, não havia ninguém para conforta-lo.

Isso foi o suficiente para tomar uma decisão. Mando assobiou e as grandes e pontudas orelhas da criança viraram em sua direção.

— Vem garoto... Pode dormir aqui essa noite.- Mando se apoiou nos cotovelos. - Mas é só essa noite.

Não demorou para a criança encara-lo com seus grandes olhos visivelmente aliviados por ouvir o convite. De repente todo o medo que o cercava pareceu desaparecer e sutilmente, entortou a cabeça para a direita.

— Venha logo, antes que eu mude de ideia.- Mando largou-se sobre o colchão.

Instantes depois, ao olhar de relance para o lado, percebeu com certa graça que o garoto estava com um pouco de dificuldade para descer do berço. Um baque surdo no chão indicou que conseguira finalmente descer e não demorou para Mando sentir as pequenas garras segurarem com força seu braço, enquanto o pequeno ser verde impulsionava seu  corpinho para cima.

Devagar, a criança rastejou até o seu peito coberto por uma manta surrada e se sentou, fitando-o intensamente.

— É hora de dormir garoto. - Mando bocejou.- Boa noite.

A criança emitiu um leve grunhido satisfeito e rastejou para o lado, ajeitando-se confortavelmente no braço descoberto de seu tutor.

O som da tempestade amenizara consideravelmente. Não havia mais raios e consequentemente, não havia mais trovões, apenas o som das gotas caindo na fuselagem da nave. Um som agradável e propicio a bons sonhos.

Sob o capacete, mando fechou os olhos e sentiu o garoto relaxar ao lado de seu corpo. Durante muito tempo tentou não criar afeição pelo garoto, mas bastava olhar para aqueles brilhantes olhos para perceber que falhara. Enquanto estivesse responsável pela sua segurança, faria o possível e o impossível para protege-lo. Mesmo que sua vida estivesse em risco. Mesmo que o mundo desmoronasse ao seu redor, enquanto o garoto dependesse dele, Mando estaria lá.

— Boa noite Garoto. - Disse sonolento. Não esperou por uma resposta. Sabia que seu amiguinho não falava coisa alguma, mas as vezes palavras não eram necessárias. A ligação que ambos possuíam um com o outro era o suficiente para se entendessem.

A criança adormecera de imediato. O leve som de sua respiração tranquila serviu como instrumento para Mando o acompanhar. Ele mal se importou com a baba que começara a escorrer dos pequenos lábios da criança. Isso lhe dava uma sensação agradável de paz. Algo que há muito tempo não sentia e que gostaria de sentir para sempre.


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Notas finais do capítulo

E então... Me contem o que acharam.Eu não sei se consigo aguentar até dezembro de 2021 para a terceira temporada... E vocês?
Bjs e abraços
Que a força esteja com vocês e obrigada.



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