Illicit Affairs escrita por noora


Capítulo 1
U: a pair of star crossed lovers


Notas iniciais do capítulo

OI LINDAAAAAA
livinhaaa fiquei muito feliz quando soube que te tirei!! eu AMO a sua estética de fics e o fato que você ama drastoria, tirou a minha virgindade de escrita do ship hahahah fiz baseado no Romeu + Julieta do Baz Luhrmann, pra combinar com toda sua vibe de filmes sabe? Além óbvio da peça toda a coisa do amantes proibidos que eu achei que combina super com illicit affairs. Ficou com só 2K, pouco comparado com o das outras meninas, mas é que também a música é pequena e já tinha meio que uma história meio "fechada" ali. Amiga espero que tu goste!! Fiz com todo o carinho do mundo ♥ um beijo minha linda e boa leitura!

ps: paulie mto mto obrigada por ter lido amiga ♥ me deixou muito mais calma hahaha



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Todo mundo sabia que os Malfoy e Greengrass se odiavam.

Eram as duas famílias mais ricas de Hogsmeade, cada uma sendo dona de partes da cidade. Elas brigavam tanto pelos territórios que seus moradores sempre esperavam que uma luta fosse começar do nada em qualquer lugar.

Lucius e Narcissa, donos do império Malfoy, tinham apenas um filho. Era o dever de Draco herdar toda a fortuna e territórios de seus pais e se tornar o novo dono dos negócios. Já Lisa e Anthony Greengrass tinham duas filhas: Daphne, a mais velha, tinha o mesmo destino de Draco. A mais nova, Astoria, era simplesmente colocada de lado e tinha muitas vezes sua existência ignorada.

Claro que isso muitas vezes a magoava, mas ao menos era o que mais ajudava seu caso com Draco permanecer invisível para os outros.

Eles sempre souberam desde o nascimento quem o outro era, mas só se conheceram mesmo por meio de amigos. A melhor amiga de Astoria, Louise, serviu como ponte. Numa reunião secreta, os dois se viram pela primeira vez e nunca mais pararam de se olhar.

— Astoria, se certifique que ninguém te viu – Draco olhava nervoso para os lados, checando se estavam sozinhos no estacionamento – E lembra de sempre-

— Sempre usar o capuz – Astoria suspirou, alongando o pescoço. Odiava aqueles encontros no carro, ficava sempre toda doída – E se eu encontrar alguém, vou falar que sai para correr. Draco, a gente faz isso por quase um ano e meio. Eu sei como funciona.

Percebendo o tom triste na voz dela, Draco suspirou e segurou o rosto de Astoria cuidadosamente com as duas mãos para fazê-la olhar para ele. Ela relutou um pouco, mas acabou cedendo. O loiro juntou seus lábios, dando um beijo que acendeu o interior de Astoria. Era sempre assim: toda vez que ela queria parar, se lembrava de como era ter Draco Malfoy contra si e a ideia era completamente descartada.

— Desculpa, mas você sabe como são as coisas – ele murmurou contra os lábios dela – Esse é o único jeito que nós podemos ficar juntos.

Ela entendia: tanto seus pais quanto os dele teriam um ataque se descobrissem que seus filhos estavam juntos. Além do mais, era esperado que Draco tivesse relacionamentos que também trouxessem conexões para a família e namorar a filha dos maiores inimigos não era o que esperavam. Tudo isso deixava Astoria furiosa: se fosse ela, já tinha mandado os pais para o inferno e teria fugido com Draco para um lugar onde pudessem ficar sozinhos, mas sabia que com ele não funcionaria assim. Astoria podia ser perdoada por muitas coisas apenas por ser a filha mais nova. Draco infelizmente era filho único, o que significava que todos os olhares estavam nele e não podia mover um pé para fora da linha.

— Eu sei. Desculpa – ela suspirou, passando o dedão na mão dele – Eu te amo.

— Te amo mais – Draco beijou-a novamente, terminando o beijo apoiando suas testas – Queria morar nesse momento para sempre. Só eu e você.

— A realidade chama, meu amor. Te vejo na segunda?

Ele concordou. Astoria abriu a porta do carro, mas foi puxada para mais um beijo. As despedidas sempre seriam a pior parte. Ficou esperando até Draco ir embora com o carro para começar a caminhar de volta para casa. O estacionamento que eles normalmente se encontravam era na parte da cidade que seus pais dominavam; Draco queria daquele jeito para que nenhum dos empregados de seus pais o reconhecessem.

Astoria nem precisa mais correr até sua casa: seu rosto sempre estava corado e o cabelo completamente bagunçado sempre que eles se encontravam. Eram sempre nas caminhadas que ela tinha tempo de pensar e sempre acabava se perguntando se o que estava fazendo era o certo. Ela amava estar com Draco, mas as vezes se odiava por tudo aquilo. Não queria mentir para os pais. Queria levar Draco para casa e ter um jantar com sua família; queria poder andar em público com ele com todos olhando.

O que havia começado em cômodos lindos agora era continuado em estacionamentos. Ela merecia muito mais que isso, mas o medo de impor algo e perder Draco era muito maior que qualquer outra coisa. Então toda semana Astoria voltava para casa, tentando não aparentar estar cabisbaixa. A pior parte, sem dúvidas, era ter que lidar com a inquisição que sua irmã fazia toda vez que a encontrava.

— Só acho engraçado que você nunca demonstrou o menor interesse em exercício físico e agora sai para correr o que, três vezes por semana? – Daphne parou na frente de Astoria, impedindo a irmã de subir as escadas.

— E eu acho engraçado que você nunca demonstrou interesse pelos negócios dos nossos pais, mas desde que eles mencionaram a herança você é toda ouvidos – Astoria retrucou, tentando passar pela irmã.

Elas nunca se deram muito bem. Daphne sempre a odiou, Astoria nunca soube o porquê. Talvez por inveja, mas não fazia sentido. Era a mais velha que sempre tinha toda a atenção em si. Sempre que podia, estava dando alfinetadas na irmã mais nova.

— E além do mais, eu tenho 21 anos – Astoria continuou, conseguindo passar pela figura de Daphne – Faço o que eu bem entendo sem ter que dar satisfação para ninguém.

 Começou a subir as escadas e suspirou ao ouvir os passos da outra atrás de si. Odiava como Daphne podia ser insistente e Astoria tinha medo de que algum dia fosse explodir, contando algo que não devia.

— Quer saber o que eu acho?

— Na verdade, não, mas você vai me dizer do mesmo jeito – a morena resmungou, ainda subindo as escadas.

— Eu acho que você está escondendo algo – as duas chegaram na frente da porta do quarto de Astoria, que tentou fechá-la, mas foi impedida pela irmã – E eu vou descobrir.

— Daphne, alguma vez você já considerou, sei lá, cuidar da sua própria vida e tirar do nariz de onde não foi chamada? – a loira fez uma careta para a mais nova – Agora com licença, que eu preciso tomar banho.

Fechou a porta com força, querendo ter pegado o pé da irmã no meio do caminho. Apoiada na madeira, respirou fundo. Ela estava tão cansada: o que ela tinha com Draco a deixava extasiada no começo, mas quando tinham que voltar ao normal ela se sentia como se um caminhão tivesse passado por cima de seu corpo. Era como uma droga que realmente havia funcionado nas primeiras centenas de vezes, mas que ultimamente fazia-a se sentir mais triste do que feliz. Já dentro do banheiro, pegou o frasco de seu perfume favorito. Há meses que ela quase não o usava, pois Draco morria de medo de que alguém reconhecesse o cheiro dela nele. Sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto, ou talvez fosse a água do chuveiro. Astoria só queria que tudo aquilo acabasse e ela e Draco pudessem ir viver felizes sem precisar se esconder.

Era domingo à noite quando seus sonhos foram destruídos. Astoria e sua família estavam jantando, a menina em silêncio já que normalmente a fala de seus pais não era dirigida para si. Estava distraída tentando fincar o garfo em uma ervilha que ficava escorregando quando a conversa de seus pais chamou sua atenção:

— E você ouviu? O menino Malfoy vai se casar!

— O que? – Astoria perguntou rapidamente. Daphne franziu o cenho, notando o tom de desespero da irmã. Sua mãe pareceu não perceber, continuando a contar a novidade.

— Com Pansy Parkinson. Os Malfoy devem estar desesperados para mais aliados para organizar um casamento com a filha dos Parkinson— o veneno na voz de sua mãe era forte. Falava de uma família de “novos ricos”, que haviam conseguido todo seu dinheiro por meio da loteria.

Daphne observou pelo canto do olho Astoria discretamente tirar o celular do bolso e mandar uma mensagem para alguém. A mais velha começou a ligar pontos em sua cabeça: estranho Draco Malfoy estar noivo quando todos de sua idade fingiam que não sabiam que ele tinha um caso com uma garota secreta. Estaria o segredo de Astoria bem debaixo de seu nariz esse tempo inteiro?

 

 

Astoria observava duas gotas de água apostarem corrida na janela molhada do carro. Fazia 20 minutos que estava chovendo e por muito pouco ela não tinha se encharcado toda. Também fazia 20 minutos em que Astoria e Draco estavam sentados no carro dele, os dois em completo silêncio. Ela esperava alguma explicação enquanto ele não sabia o que falar.

— Foi do nada? Ou você já sabia do plano de seus pais? – Astoria não aguentava mais o silêncio.

Draco não conseguia responder. A vergonha não deixava. Aos poucos tomou coragem para olhar para o rosto de Astoria, que o encarava de volta com os olhos brilhando de raiva. O silêncio dele foi a resposta. A morena concordou aos poucos e abriu a porta do carro, caminhando em direção ao resto do estacionamento. Draco foi atrás dela, desesperado.

— Astoria por favor, volta para o carro! Você vai se encharcar desse jeito – ele gritou, tentando não ser abafado pelo barulho dos trovões.

Você sabia! A quanto tempo seus pais estavam organizando isso? Semanas? Meses? — ela gritou de volta, furiosa – Você sabia e não me disse! Ao menos tentou lutar para que esse casamento não fosse organizado?

Draco suspirou, passando as mãos pelo cabelo molhado.

— Você não entende como é.

— Não, eu entendo muito bem. Entendo que você é um covarde que não consegue falar não para as ordens de mamãe e papai!

— Astoria, dá para baixar a voz? Você está agindo que nem uma criança.

Não me chama de criança. Draco, você mentiu para mim – ela abaixou a voz, mas só porque ele se aproximou a ponto de seus corpos estarem praticamente colados.

— Meu amor...

Não me chama de amor! — ela voltou a gritar, fazendo Draco fechar os olhos – Olha para essa patética imbecil que você me transformou! O que você espera? Que se case com a Pansy e eu continue como sua amante?

Draco abriu a boca para falar, mas logo voltou a fechá-la. Astoria, em choque, voltou a gritar com ele:

— É isso? Não. Eu me recuso a ser a outra.

— Astoria, por favor... – Draco tentou segurar o rosto dela, mas Astoria desviou da mão dele.

— Não, Draco. Eu vou embora. Não quero continuar conversando e falar alguma que me arrependa depois.

Ela quase não conseguia enxergar por causa das lágrimas. Tinha chorado o caminho inteiro até sua casa, com a água da chuva se misturando com a que saía de seus olhos. Estava tão ocupada com os próprios pensamentos e com o fato de que queria só chorar em seu quarto em paz que nem notou Daphne sair da sala que dava para o hall. Levou um susto quando a irmã apareceu em sua frente, com um sorriso cínico nos lábios:

— Foi para onde?

Astoria colocou a mão no peito, se recuperando do susto. Sua mente ainda estava embaçada, então levou uns segundos para raciocinar a pergunta de Daphne:

— Eu? Sai para-

― Correr? Nessa chuva?

— Começou a chover no meio do caminho. Com licença – Astoria começou a andar em direção a escada.

— Foi sozinha? Ou alguém te acompanhou? Quem sabe um certo Draco Malfoy...

A morena travou na escada. Agora seu coração estava a mil e ela olhou para os lados desesperadamente para se certificar que seus pais não estivessem perto. Ela se voltou para Daphne e não sabia dizer se ela estava brincando ou não, a irmã sempre fora muito boa em esconder as emoções.

— O que? Como... Como você sabe? – ela sabia que devia ter tentando desconversar e fazer com que a irmã achasse que estivesse errada, mas Astoria estava tão sobrecarregada de emoções que não tinha mais forças para isso. Daphne abriu um sorriso gigantesco, como se tivesse vencido a maior batalha de sua vida.

— Eu não sabia, só suspeitava, mas você acabou de me contar – Daphne falava com escárnio – Mamãe e papai vão te matar.

Astoria basicamente voou em direção a Daphne. Agarrou o pulso da irmã, desesperada.

— Por favor, não fala nada para eles.

— E por que eu não deveria falar nada? – Daphne puxou o pulso da mão da irmã, irritada.

— Porque eu estou te implorando. Daphne, por favor – Astoria tinha voltado a chorar, soluçando enquanto pedia para a loira.

A mais velha olhou para a irmã, que tinha os olhos inchados e o rosto completamente vermelho. Se alguma vez já sentiu alguma compaixão por Astoria, não fora daquela vez.

— Vou pensar no seu caso.

As pernas da Astoria cederam, não aguentando mais. Enquanto a irmã ia embora, ela ficou sentada no chão chorando. Passou os próximos dias em completa miséria e paranoia: seu corpo congelava todas as vezes que um dos pais a chamava para qualquer coisa, achando que aquele seria o momento que iriam a confrontar sobre sua relação com Draco. Daphne parecia estar se divertindo mais do que qualquer coisa. Quando Astoria a puxou para um canto e perguntou do porquê ela estar fazendo aquilo, apenas riu e disse “estou entediada”.

Astoria também não havia falado com Draco, apesar de ele ter tentado ligar algumas vezes. Mesmo que ainda estivesse furiosa por não ter sido avisada dos planos de casamento dos Malfoy e do fato que Draco considerou que ela aceitasse ser sua amante, ela ainda sentia falta dele. Ele era uma parte enorme de sua vida, Astoria aceitando isso ou não.

Os dias se passaram a cada momento que se passava, tudo se tornava mais insuportável. Ela estava cansada de sentir medo, de ter sua sanidade mental praticamente controlada pelo fato de sua irmã abrir a boca ou não. Cansada daquela vida onde não podia escolher quem queria amar em paz. Foi numa madrugada quente em que ela decidiu colocar um fim em tudo aquilo. Depois de divagar por muito tempo, pegou seu celular para finalmente se comunicar com Draco depois de todos aqueles dias.

“Eu comprei duas passagens de trem para o último de amanhã para Londres. 23h30. Se você realmente me ama como diz, por favor venha”.

 

 

23h20.

Astoria levantou os olhos do celular, apreensiva. Faltavam apenas 10 minutos para o trem sair e Draco ainda não tinha aparecido. Apenas ela e algumas poucas pessoas estavam na plataforma, a maioria já entrando no trem. Astoria já estava à beira das lágrimas quando avistou aquela cabeleira loira que conhecia tão bem. Seu peito se encheu de felicidade e saiu correndo, abraçando Draco com força.

— Você veio! Já estava achando que não ia aparecer e meu Deus não iria aguentar – Astoria se afastou dele e percebeu que Draco não tinha nenhuma mala com ele – Cadê suas coisas?

Draco tinha uma expressão de dor no rosto. A de Astoria se tornou a mesma, entendendo o que estava acontecendo:

— Você não vem – Ela murmurou.

— Astoria, eu não posso – Draco segurou o rosto dela, enxugando uma lágrima que descia com o dedão – Mas você pode. Nós dois sabemos que aqui você não é feliz, então vá! Estou te implorando.

Ela negava com a cabeça, mordendo o lábio como se isso fosse evitar que chorasse ainda mais.

— Astoria... – Draco murmurou. Abaixou sua cabeça para beijá-la, o mesmo beijo que sempre acendia o corpo da menina.

— Você sabe que por você, eu me arruinaria um milhão de vezes – ela murmurou de volta, abraçando Draco.

— Eu sei. E é por isso que eu estou te deixando ir.

Eles continuaram abraçados com força até fazerem a chamada final para os passageiros. Draco acompanhou Astoria até a escada e enquanto entregava sua mala que havia carregado para ela, expressou seus sentimentos pela última vez:

— Você é o amor da minha vida.

— Eu sei – a garota lhe lançou um sorriso triste de volta.

Enquanto o trem ia embora, Draco ficou na plataforma até ele se tornar um pequeno pontinho de luz no horizonte. A vida era feita de escolhas e aquela era uma que ele iria se arrepender até o dia de sua morte.


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Notas finais do capítulo

espero que tu tenha gostado ♥ te vejo no review!!



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