Feliz Natal, Mia escrita por GabbySaky


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, se virem algum erro, já vão me perdoando.
Essa é uma história bem fuffly.
Espero que gostem!



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Felicity Smoak—Queen cumprimentava os amigos e familiares que chegavam para a festa de Natal, que estava sendo na mansão Queen, lugar que após a morte de seus sogros, passou a ser de sua cunhada e de seu marido na partilha de bens. Mesmo com a enorme barriga, indicando seus quase nove meses, ela andava de um lado para o outro, conversando, rindo, se divertindo. Aquele era seu feriado preferido, muito mais para ela que para o amado. Mesmo que desse risadas junto ao seu cômico cunhado, seus olhos se encontravam com os de Oliver, que estava a poucos passos dela conversando com o casal de amigos, Tommy e Laurel Merlyn. Ele já havia insistido para ela se sentar, tantas e tantas vezes, e mesmo assim havia sido inútil, o que não era uma grande surpresa. Seus olhos claros desviaram mais uma vez para amada que tinha as mãos sobre a barriga saliente enquanto dava um daqueles sorrisos que ele amava. Balançou a cabeça por ainda vê-la de pé antes de se voltar para os amigos, que falava sobre a pequena Nichole. A garotinha já estava com quase onze meses, e corria para todo lado, deixando os pais, os avós e a tia, desesperados. Oliver riu quando ouviu Tommy, de forma desesperada, que pegou a filha tentando pular o berço. Ela só tem dez meses e meio, Ollie, vou ficar careca antes do segundo ano da minha filha, diz gesticulando, fazendo com que a esposa e o amigo rissem de seu desespero. O Queen não podia deixar de compreendê-lo. A pequena pegou toda a peripécia do pai, cada uma delas, além de ser extremamente parecida com ele. Olhos, nariz, cabelos. A boca, tinha sido a única coisa que a pequena tinha pego da mãe. E isso as vezes fazia Laurel se revoltar. 

“Nove meses dentro de mim, acabando com minhas costas, minhas pernas, minhas costelas, e isso é tudo que eu ganhei?” 

Essa a frase que saía dos lábios da acastanhada quando comentavam sobre a semelhança de Niki com o pai, e Felicity apoiava a amiga completamente, afirmando que ficaria como ela se sua garotinha se parecesse totalmente com o pai dela e menos com ela, a mãe. 

Oliver de repente ouviu o som da campainha, e pediu licença aos amigos para poder ir atender. Como estava fazendo a festa na mansão Queen, herança herdada de seu pai, Robert Queen, que havia falecido em um acidente durante uma viagem de barco, era responsabilidade dele recepcionar os convidados. Antes de chegar a enorme porta, viu os gêmeos, Bryan e Bryden, correr em sua volta, gritando um para o outro, você não pega, eu pego, várias vezes, de forma cantarolada. Ele riu, quando um de seus filhos, passou por debaixo de suas pernas, sem se importar que poderia se machucar, e correr para longe do irmão, que gritava um "volta aqui Bry". Seus primogênitos tinham quatro anos e meio. E haviam sido concebidos antes mesmo de ele e Felicity estarem casados. Seis meses depois, ele e Felicity se casaram, no jardim da mansão, com os amigos e familiares para homenageá-los, incluindo a pequena Audrey, filha mais velha de seus amigos, Ray e Sara, que entrou com as alianças. Pensando sobre seu casamento, ele andou até a porta, abrindo-a e encontrando seu amigo de Central-City. Barry Allen. 

— Barry. Que bom que veio.  

Foi abraçado pelo amigo. 

— Não perderia por nada. — Diz com um sorriso nos lábios. 

— Entre.  

Fechou a porta e começou a caminhar para a enorme sala, onde a maioria dos convidados estavam, após chamar o amigo para acompanhá-lo.  

— Como está? 

— Estou bem, Oliver. E você? 

— Estou ansioso. – Apontou para a esposa, que finalmente estava sentada, perto da melhor amiga. Caitlin Snow. – Falta poucas semanas. 

— Essa garotinha vai ser mimada. 

— Allen, ela já tem nome. Você é padrinho dela, esqueceu desse detalhe? 

— Claro que não. Como é que eu esqueceria o nome da minha afilhada? – Sorriu. – Mia. Por que mesmo escolheram esse nome? 

— É em homenagem a minha mãe.  

— O que é uma grande surpresa, afinal, ela demorou a aceitar sua esposa. 

— Moira Queen sempre foi difícil. – Olhou para a esposa mais uma vez, e no mesmo instante seus olhos se encontraram. – Venha comigo. – Chamou, já caminhando em direção contrária a que ia. – Felicity quer lhe apresentar alguém. 

O outro apenas balançou a cabeça, seguindo-o. 

— Barry. – Se levantou com um sorriso, não dado tempo de ele ver com quem a grávida estava. – Que bom que veio.  

Ele lhe deu um beijo na bochecha. 

— E essa garotinha? – Colocou a mão no ventre e sentiu um chute forte. – Caramba, garota, você por acaso vai lutar MMA?  

Os pais riram. 

— Oliver concorda com você, Bar, mas eu vejo minha filha no estilo bailarina. Sempre quis fazer quando era pequena. 

— Por que não fez?  

Oliver riu. 

— Porque ela não tem jeito para isso, amigo.  

Ela o fuzilou com os olhos. 

— Obrigada, marido, por ser tão crítico com a sua esposa grávida.  

Os homens riram. 

— Eu te amo, meu amor. 

— Também te amo. – Ela o deixa beijar sua boca. – Ah, Bar..., quero te apresentar minha melhor amiga.  

Se afastou com um sorriso, o bastante para poder deixar que o outro visse o rosto de sua melhor amiga, mas antes que pudesse se pronunciar, foi pega totalmente de surpresa, tanto quanto Oliver. 

— Barry? / Cait? – Se pronunciam juntos, surpresos por ver um ao outro. 

— Vocês se conhecem? – O casal pergunta ao mesmo tempo, mas não houve resposta, os outros dois estavam surpresos demais para poder fazê-lo. 

— O mundo é mesmo pequeno. – O Queen diz, fazendo os outros dois voltarem a si. 

— Quando isso aconteceu? – A grávida perguntou. 

— Foi a alguns anos atrás. – Respondem praticamente ao mesmo tempo. 

Oliver e Felicity trocaram um olhar. Haviam sentido um clima entre os outros dois, e imaginaram que ambos tivessem tido algo mais que amizade a algum tempo. 

— Estudamos juntos.  

— Fomos representantes de turma. – Caitlin completa. 

Ficaram em silêncio por um tempo, fazendo com que Felicity olhasse de um para o outro, mais de duas vezes. Sua amiga tinha dito sobre o primeiro amor de adolescente, mas que ele nunca sentiu o mesmo, apesar de ficar com ela durante todo o ensino médio. Ela percebeu isso quando a meia-irmã dele noivou, a mulher na qual ele era completamente apaixonado, e por isso decidiu acabar com tudo, mesmo que sentisse seu mundo inteiro desabar. Apesar de saber de toda a história, a grávida sabia que os dois ainda sentiam algo um pelo outro. Talvez muito mais do que na adolescência. Tinha a certeza disso ao perceber os olhos do amigo de seu marido sobre sua melhor amiga. Eles brilhavam, e o sorriso, era como se ela fosse a única naquela sala e a única que merecia aquele sorriso, e a Smoak-Queen gostou disso. Mas mais que isso, gostou de saber que O Allen não mais amava a meia-irmã. Mordeu o lábio imaginando uma forma de ajudá-los. Sabia que seu olhar de investigadora – mesmo que essa não fosse sua real profissão – havia sido pego pelo marido. Ele sabia que ela faria algo. 

— Meu amor, você viu os gêmeos?  

Oliver franziu o cenho com a mudança de assunto, um pouco desconfiado por ela não ter começado a colocar, seja lá qual fosse, seu plano em ação. 

— Passaram por mim agora a pouco. Estão bem.  

Ela sorriu. 

— Então..., você pode me ajudar com uma coisinha no quarto? 

— Pra já, baby! 

Os amigos acabaram rindo, ao mesmo tempo em que sua esposa balançava a cabeça. 

— Meu Deus, Oliver, você só pensa nisso? – Pergunta, puxando-o para a direção das escadas, deixando os amigos sozinhos. 

— Não vai ser isso? – Ele tinha o cenho franzido, decepcionado. 

— A casa está cheia, Oliver. 

— É só não demorarmos muito.  

Ela riu, quase em uma gargalhada ao mesmo tempo em que fechava a porta. 

— Não mesmo. Não agora. – Ele fez um biquinho, que ela não conseguiu conter a risada. – Você não viu o clima entre nossos amigos? 

— Ah, então é isso? – Revirou os olhos, pensando que já deveria saber qual o motivo de estarem sozinhos no quarto de ambos sem segundas e terceiras intenções. – Está dando uma de cupido? Novamente? Da última vez, havia sido Ray e Sara, e eles acabaram casados com filhos. 

— Primeiramente, eles faziam um belo par e eu achei que valia a pena juntá-los. – O marido apenas deu de ombros, e por isso completou. – E agora, Barry e Caitlin parecem se amar de verdade. Eles merecem um empurrãozinho.  

O abraçou pelos ombros, subindo as mãos, e pousando-as em sua nuca, acariciando os cabelos dele com alguns dedos. 

— Barry ficou parecendo um bobo apaixonado. Vou zoar muito depois. 

— Não seja hipócrita, meu amor. Quando nos conhecemos, você também me olhou como um bobo apaixonado. – Ele arqueou as sobrancelhas e ela completou rapidamente. – Diga que não é verdade? 

E o loiro de olhos azuis torceu a boca. 

— Droga! Não posso.  

E ela riu ao ouvi-lo resmungar. 

Ele se lembrou de como havia ficado petrificado ao vê-la vestida em um macacão super curto, com um avental preto e o nome do café onde ia todos os dias. Ela era a nova funcionária que havia chego de Las Vegas, que sua amiga Sara havia contado quando se encontraram poucas horas antes de finalmente a conhecer. Lembrou-se do sorriso dela e da forma comedida em se aproximar para pegar seu pedido e o de Tommy. Ele havia ficado curioso ao ouvir sua melhor amiga falar tão bem da nova moradora de Star City. Mais ainda depois de Laurel fazer os mesmos comentários que a irmã mais nova, e por isso havia pedido ao amigo para acompanhá-lo até o Dreams Coffe's. Sim, ele ia lá sempre, mas como estava preso no trabalho no qual havia sido obrigado a assumir após a morte de seu pai, não conseguia passar mais no seu lugar preferido a algumas semanas. E por isso não havia conhecido aquela beldade. Era assim que ele havia pensado dela quando a viu pela primeira vez. Perfeita, muito mais do que as mulheres nas quais normalmente saía. 

E ele jamais imaginou que seria tão difícil conquistar uma mulher. Havia sido a primeira vez, o que o fez ficar um pouco revoltado no início. Jogou todo seu chame para chamar sua atenção, passou a frequentar o café não só na parte da manhã, mas na tarde também, e assim mesmo, apesar de vê-la corar, ela fingia que não era com ela e ignorava qualquer tentativa de flerte, fazendo-o franzir o cenho totalmente incrédulo, enquanto seu amigo ria muito ao seu lado, em deboche. Era a primeira vez. A primeira e única vez que ele fazia o trabalho de conquistar uma mulher e não dava certo. Quando ela se virou, ele acabou por olhar para baixo, não se importando em estar encarando sua nádega de forma fixa. Foi chamado a atenção por seu amigo e mesmo assim continuou a olhar.  

Mas então, finalmente ele conseguiu fazê-la aceitar sair em um encontro. O primeiro de muitos, até que a pediu em namoro, e depois em casamento. Naquele dia era natal. E era por isso que o feriado de fim de ano era tão importante para ele e a esposa, porque tinha sido nessa época que eles haviam se conhecido. E começaram a sair, pouco depois do Ano Novo por conta de sua insistência, e depois, quase cinco meses, ela aceitou ser sua namorada.  

Naquele dia em que se conheceram, ele tentou pegar o número dela, mas ela fugiu do assunto de forma meiga e educada, e mesmo que estivesse cismado e um pouco indignado, ele não pôde deixar de sorrir. Ela era diferente. Felicity Megan Smoak era completamente diferente das mulheres que já havia saído, e por isso ele estava tão empenhado a conquistá-la. No final, quando estava saindo, lhe desejou um Feliz Natal, e mais uma vez, com toda sua delicadeza, ela lhe respondeu com: “eu sou Judia”. E mais uma vez ele não pôde deixar de sorrir, principalmente ao ver o sorriso encantado da loira a sua frente. E antes de se virar e lhe dar uma piscadinha, lhe desejou Feliz Hanukkah. 

— Como eu poderia não ficar bobo? Você era a mulher mais linda que já havia visto. 

— E olha que foram muitas. – Ela resmungou. 

— Mas você foi a única que me fez querer mais.  

A loira não pode deixar de sorrir 

— Que me fez pensar em relacionamento sério, que me fez querer casar e construir uma família. Nossa família. 

— Eu jamais imaginei que minha vida mudaria tanto, depois que saí de Vegas. 

— E eu? Jamais imaginei que iria me apaixonar por alguém naquele Natal. Eu só fiquei curioso ao seu respeito, no começo, e quando eu te vi, com um macacão cor-de-rosa, extremamente curto, que dava para ver... 

— Okay, Oliver. – Ela o interrompe e o ouve dar uma risada longa. – Foi isso que notou, de primeira? 

— Não mesmo. A primeira coisa que notei foram seus olhos. Incrivelmente belos, que me hipnotizaram. – Sorriu malicioso, e sua esposa esperou pelo que viria. – E depois sua bunda. – Ela lhe deu um tapa forte no braço, o que não havia sido uma surpresa. – O que? Faltava pano naquela sua roupa, se é que podia chamar aquilo dessa forma.  

Felicity revirou os olhos. 

— Você não reclama quando estamos sozinhos. 

— Meu amor, isso é porque eu vou tirá-lo, de qualquer forma.  

Ela não pôde deixar de dar uma gargalhada, e ele riu junto dela.  

— Eu não te disse, mas te conhecer me deu sorte. 

— Como assim? 

— Naquele dia, minha mãe pediu perdão por estar sendo tão dura, e insuportavelmente cruel comigo, me culpando pela morte do meu pai, já que a ideia da viagem havia sido minha.  

A grávida pousou uma das mãos no rosto do marido, fazendo um leve carinho com o polegar.  

— E depois disso, começamos a nos tratar melhor. Você fez uma enorme diferença na minha vida, Felicity. E fez o mais improvável, conquistou Moira Deardeen Queen.  

Ela sorriu. 

— Realmente, quando você nos apresentou eu temi não ser aceita.  

Ah, ele sabia disso, mesmo que ela não tivesse dito nenhuma palavra. Ele a apresentou poucas horas antes do Natal do ano em que começaram a namorar, mesmo que já estivesse sabendo que sua mãe já estava sabendo de seu namoro escondido. 

— Sente muita falta dela, não é?  

Os olhos de Oliver ficaram opacos. 

— Muita. Mas eu sei que ela está bem. Ela e meu pai estão juntos, provavelmente. – Deu um sorriso, apertando seus braços em volta da esposa. – Felicity, você e as crianças são as pessoas mais importantes para mim. São a minha família, junto de Thea, Roy... – Revirou os olhos, e a esposa sorriu. – E os nossos amigos. E em breve, teremos mais alguém na família. 

A Queen sentiu a mão direita de ele tocar sua barriga enorme, por cima do vestido vermelho e florido que vestia. Ele tinha um sorriso nos lábios e ela não pôde deixar de corresponder. Imediatamente a filha deles chutou, forte, e a loira colocou uma das mãos sobre a dele, sentindo outro chute. Eles estavam ansiosos pela chegada da pequena. Oliver imaginava como ela seria, e apesar de amá-la seja como for, ele esperava que ela viesse idêntica a sua linda esposa. Não com cabelos loiros, como os gêmeos, mas negros em tons azulados, como os de sua amada, quando ela era mais nova. Felicity, ao contrário dele, pensava não só na emoção de ter logo a filha em seus braços, mas também no fato de que não aguentava mais andar como um pinguim. Ela reclamava disso direto, o que fazia o marido rir e muito. 

— Eu não vejo a hora da Mia nascer. 

— Ah, eu não posso concordar menos. Minha barriga pesa demais.  

Ele sorriu, ao ouvir novamente, a mesma reclamação. 

— Quem sabe o papai-noel não atende o pedido de nossos filhos? 

Felicity olha para a barriga, se lembrando da cena de poucas semanas atrás. Bryan e Bryden escreveram várias cartinhas ao papai-noel, e junto da mãe, escreveram uma em especial, pedindo para que a irmãzinha, que eles tanto amavam, chegasse logo. Ambos estavam tão ansiosos quanto os pais, provavelmente muito mais. Falavam com ela todos os dias e ajudaram o pai a decorar o quarto de princesa. Eles haviam se divertido com todo o processo da decoração, principalmente a parte da tinta, na qual eles jogaram um no outro, inclusive o pai no qual havia começado com a guerra, para a grande surpresa da mãe dos pequenos. 

— É tudo que eu mais quero. – Diz, soltando um suspiro cansado. 

— Tudo que eu mais quero, eu não poderei fazer no momento, então por favor, amor, vamos sair desse quarto?  

Ela gargalhou, enquanto se deixava ser puxada para fora do quarto deles. 

—  Você é tão pervertido. 

— E você pode me culpar? Olha como você é linda! 

— Eu também te amo. – Beijou sua bochecha enquanto andavam. 

— Não acha que deveria ficar mais sentada o resto da festa? – Pergunta enquanto desciam as escadas. 

— Eu estou bem, sério. – Lhe sorriu. 

— Não deixe de me contar, seja o que estiver sentindo.  

Ela assentiu. 

— Ei, seus desnaturados, a casa é de vocês. Onde estavam?  

Ouviram a voz de Sara Palmer, e imediatamente a encontraram, com as mãos na cintura e um olhar nada agradável. 

— Desculpe, Sara. – Dizem ao mesmo tempo, fazendo-a revirar os olhos. 

— Por favor, vamos começar a ceia, porque a minha irmã grávida, está comendo tudo que vê pela frente, e parece que nada a satisfaz 

O casal riu, principalmente por imaginarem tal cena. 

— Nem mesmo são meia noite. – O Queen olhou no relógio, ao mesmo tempo que sua esposa o olhava. – Faltam duas horas ainda. 

— Então vamos precisar de mais petiscos.  

Saiu caminhando para longe dos amigos, que novamente estavam rindo. 

— Sara é muito comédia. – Balançou a cabeça. – Eu fico com pena do Ray, do Killian, e da Audrey, eles que sofrem na mão dela. 

Felicity, apesar de ouvir o marido, não o respondeu, o que fez com que o marido a olhasse com o cenho franzido. Ela sempre o respondia, e ele estava esperando por uma reprimenda, pois apesar de as vezes concordar com ele, ela estava sempre defendendo a Palmer. Foi então que percebeu que a amada olhava para a barriga.  

— Lis?  

Ela tinha uma feição estranha; conseguia identificar todas elas, mas naquele momento, por incrível que pareça, não.  

— Amor, está sentindo alguma coisa? 

— Oh, Deus. – A ouviu sussurrar.  

Imediatamente se colocou a frente dela, olhando para onde ela olhava, arregalando os olhos de imediato ao ver a poça d’água no chão, entre as pernas dela. Era impossível, ela não havia completado os nove meses, pensava. 

— Me diz que isso não é o que estou pensando. – Pede devagar, subindo o olhar, encontrando os esverdeados dela. 

— Eu acho que entrei em trabalho de parto. 

Apesar de não serem pais de primeira viagem, Oliver não soube o que fazer nos minutos seguintes. Ele não conseguia parar de intercalar os olhos entre o rosto da esposa, a barriga dela e a poça no chão. Quando ele disse "quem sabe o papai-noel não atende o pedido de nossos filhos", ele não estava falando sério. Estava apenas brincando. Jamais imaginou que poderia mesmo acontecer. Fala sério, era Natal, que criança resolvia nascer logo quando os pais tinham um amontoado de convidados na casa deles? Ele realmente estava surpreso, estático, não conseguia dar um passo. Não que ele não estivesse feliz, esperou por isso pacientemente, mas de forma agoniante, nas últimas semanas, mas sua filhinha linda não poderia deixar para nascer no dia seguinte, quando não tivessem ocupados e não teriam tantas pessoas em casa? 

— Oliver. – Ela chamou, impaciente, e ele voltou a si finalmente; no momento, sua esposa precisava que ele ficasse calmo, e fizesse tudo que haviam combinado para aquele dia. 

— Okay, eu..., eu vou pegar as bolsas. – Olhou ao redor, até encontrar dois de seus amigos, que subiam as escadas conversando e rindo. – Tommy, Barry.  

Ambos viram a preocupação nos olhos do amigo, e correram para onde ele estava com a esposa.  

— Fiquem com Felicity, eu já volto. 

— O que houve?  

O Queen já havia corrido para o quarto da garotinha dele. 

— Oh, Deus, já vi isso antes. – Tommy comenta depois de Barry se pronunciar.  

De repente eles ouvem um grunhido de dor, e arregalam os olhos mais uma vez, Barry principalmente, sentindo a mão dela apertar seu braço esquerdo. 

— Você está em trabalho parto? 

— Não, Barry, ela fez xixi no chão. – Tommy deu um tapa na cabeça do amigo. – Vacilão. 

— Vai se ferrar. 

— Ei! Eu estou sentindo dor e vocês discutindo sobre a minha bexiga? Vão se ferrar os dois.  

Eles se olham, surpresos por ela dizer um palavrão. Ela nunca dizia. Achava errado, e sempre dava seus sermões por conta deles, quando eles, Oliver ou qualquer um dos amigos o diziam.  

— Sim, eu xinguei, bota na conta da minha dor.  

Tommy e Barry se olham segurando uma risada ao mesmo tempo em que trocavam um olhar, antes de o primeiro a pegar no colo para poder levá-la para o carro, de forma apressada, afinal, a amiga estava sentindo muita dor. Sabia disso por conta dos gemidos, grunhidos e apertões que ela dava em seu braço, com as unhas. Ficaria marca, ele tinha certeza, mas no momento não se importava. 

— Fica aqui e avisa ao Ollie que estou levando-a para o meu carro.  

Barry assentiu prontamente. 

De repente, Tommy se vê sendo seguido por vários amigos do casal Queen, preocupados, e querendo saber o que estava acontecendo. Todos se surpreenderam ao descobrir que ela havia entrado em trabalho de parto, e saíram do caminho quando Oliver passou por eles, correndo, pedindo licença, vez ou outra, para poder chegar até o carro do melhor amigo. Quentin prometeu cuidar da casa, na ausência deles, e Oliver agradeceu. Barry havia avisado que o seguiria no próprio carro e que levaria os gêmeos, e para a sua surpresa, Cait avisou que iria com ele. Oliver deixou que o amigo dirigisse para poder dar forças para a amada, que estava sentada no banco traseiro, tentando se controlar para não gritar. Ela sentia dor e ele queria poder fazer algo para ajudá-la. 

A loira se apoiou no corpo do marido, enquanto ele segurava uma das mãos dela, pedindo para respirar devagar. E ela fazia como ele pedia. De forma calma, ele colocou a mão na barriga da esposa, pedindo para que a filha se acalmasse e esperasse para chegarem ao hospital. Felicity gemeu alto, quando a filha chutou forte seu útero, e Tommy pisou mais no acelerador ao mesmo tempo em que Laurel avisava que já estavam chegando. Oliver lhe acariciava um dos braços, e com o dedo polegar da outra mão, fazia o mesmo com a delicada mão dela, enquanto a via inspirar e respirar, tentando se acalmar, como havia sido instruída por sua médica, mas a dor estava piorando e a deixando mais nervosa do que já se encontrava, e ele sabia que isso era obra da maldita dilatação. 

Não demorou para que chegassem ao hospital. Ou para que Felicity entrasse na sala de parto. Oliver seguiu uma das enfermeiras, que havia avisando que iria prepará-lo; ele sabia como era a rotina. Precisava estar esterilizado e equipado, para poder segurar a mão de sua esposa durante o nascimento de sua filha. Ele sorriu ao pensar que em poucas horas estaria com sua amada filha mais nova. Felicity já estava preparada quando entrou, e fazia um esforço tremendo. Segurou sua mão, como da primeira vez, e sentiu o aperto forte, mas que não o incomodou nenhum pouco. Ouviu seu grito, vendo a força que ela fazia, enquanto a médica pedia outra e outra vez para ela empurrar. Sua amada fazia, uma, duas, três, quase vezes, e nada. Ela estava cansada, estava perdendo suas forças, mas ele não estava preocupado, sabia que era difícil e cansativo. A respiração dela era completamente alta e descompassada. O marido pediu para ela tentar mais uma vez, quando ela cai sem forças na maca. A médica praticamente o apoia ao repetir, só mais uma, Felicity, só mais uma. E quando ela o faz, não demora para que os papais ouçam o choro agudo e infantil. E então ambos sorriram ao mesmo tempo. 

— Eu quero pegá-la. – Felicity diz, fraca. 

— Sua garotinha, Queen. 

A colocou nos braços de Oliver, que a cheirou, e beijou a testa, levando-a até a mãe. A pequena estava enrolada em uma manta cor-de-rosa e chorava incessantemente, até que foi pousada nos braços do pai. Ela reconheceu sua voz, quando ele disse "oi, baby", em sussurro, e por isso sorriu. Ela era linda, perfeitinha, e não surpreendentemente, era muito parecida consigo. Sua esposa surtaria, ele tinha certeza. Andou até ela, com calma, sem tirar os olhos da pequena que já dormia em seus braços, e ele se perguntava se ela tinha seus olhos, assim como os gêmeos, ou os lindos esverdeados de sua esposa. 

— Nossa filha é tão linda, Lis. 

— Ela é. – Diz pouco depois de pegá-la. – Tão perfeitinha. – Completou, tocando seu rostinho com a ponta dos dedos. – E ela é a sua cara. – Murmurou, fazendo o marido rir. 

— Vamos torcer para que ela tenha seus olhos.  

— Eu espero que pelo menos isso. 

novamente ele riu, beijando sua testa.  

— Eu te amo tanto. 

— Eu também te amo. – Felicity desvia os olhos para a bebezinha cheirosa, em seus braços. – Bem-vinda ao mundo, Mia Smoak-Queen. 

— Eu diria, feliz natal, meu amor. – Chamou sua atenção. – É meia-noite.  

Ela sorriu. 

— Feliz natal, meu amor. – Ela diz para ele. 

— Feliz natal, baby. – A beijou nos lábios e só então olhou para a filha, vendo a esposa fazer o mesmo junto a ele. 

— Feliz natal, Mia. – Desejam juntos.  

Agora eles tinham mais um motivo para amar aquele Natal. 


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Notas finais do capítulo

Quem gostou?
Ficou bem especial mesmo, né?
Em breve voltarei com mais um especial de Natal Olicity
Kissus!



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