Between Life and Death escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 1
Prólogo - A brisa noturna




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A brisa noturna

 

A Mansão Ravenswood se erguia entre a floresta escura, imponente desde de sua criação, há mais de cento e cinquenta anos. Suas paredes de pedra e tijolo, suas colunas, escurecidas e gastas por conta do tempo, e suas diversas janelas ocupavam um espaço considerável da propriedade Ravenswood. Para muitos era considerada uma relíquia que poderia ser facilmente demolida para a construção de um shopping center, para outros era uma mansão mal-assombrada, com fantasmas e espíritos revoltosos, porém, para Dean Winchester era uma esperança.

Estava de noite, o céu do lado de fora da casa de Katherine parecia estar revoltado consigo mesmo. Raios e relâmpagos ocupavam a paisagem, acompanhada de gotas pesadas de chuva, o clima perfeito para que a mulher de cabelos castanhos pudesse focar em sua única tarefa: planejar a “Semana dos Pais Fundadores de Little Peace”. Ela, assim como as outras famílias fundadoras, precisavam organizar uma semana de eventos, como bailes, passeatas e exposições, que culminariam, no sétimo dia, no Dia dos Fundadores.

Havia sido programado um baile de máscaras na noite seguinte, planejado unicamente pela Sra. Forthsyde, no qual Katherine debatia se usava um de seus vestidos antigos, costurados no primeiro baile de máscaras de Little Peace, no ano de 1850, ou se deveria usar algo novo. Muitos desconheciam o verdadeiro passado da única herdeira da propriedade Ravenswood, afinal, se as pessoas de Little Peace descobrissem quem realmente era Katherine Sage Ravenswood, ela estaria condenada a mais uma perseguição.

Olhando-se no espelho, passando os dedos por seus cachos macios, Katherine sente-se ser puxada para o passado, voltando para a fatídica noite em ela e sua família foram enganados e mortos. As sete grandes famílias da colônia haviam descoberto a verdade sobre os Ravenswood, eram uma longa linhagem de bruxos e bruxas poderosos e o primeiro baile de máscara foi apenas uma forma eficiente e prática de aniquilá-los de uma única vez.

O que os homens influentes não contavam, era que quando estavam ateando fogo à barraca onde estavam presos, Annelise, a mãe de Katherine, já estava conectada por completo com o lado negro da bruxaria e, sem nem pensar duas vezes, realizou um feitiço que mudaria por completo a vida de sua filha mais nova.

Katherine Sage Ravenswood se tornou, naquela noite, a primeira híbrida, vampira e bruxa.

Assistiu de longe a sua família queimar, afinal, não era forte o suficiente para salvá-los e estava fraca demais por conta da magia de sua mãe. Seu corpo ardia, como se estivesse na barraca em chamas, suas gengivas sangravam violentamente e algo se revirava em seu estômago: a fome por sangue humano. Ela sabia que sua vida não seria mais a mesma, estava passando pelo processo de transição vampírica, onde almejaria sangue mais do que qualquer outra coisa e, quando esse desejo tomasse conta de seu corpo a ponto de matá-la, Katherine retornaria a vida como uma vampira.

— Não deveria usar esse vestido, saiu de moda a mais de cem anos — Uma voz sutil e serena percorre os ouvidos de Katherine, a despertando de seus devaneios.

— Mary… — Ela responde se virando para sua amiga — É o tema da festa.

— Achei que “máscaras” já fosse o tema — Mary sorri, sentando-se em uma poltrona de veludo ao lado do espelho — O azul-escuro realça mais a cor do seu cabelo.

— Não estou a procura de pretendentes.

— Ainda não superou aquele menino?

— Se Dean ouvisse isso, ficaria furioso.

— Kath, ele foi sim um menino — Mary revira os olhos — Te deu um pé na bunda para ficar com o pai dele.

— Mary, não esqueça que os Winchester foram e são minha família.

— Não de sangue…

— Sim, realmente — Ela suspira olhando para a janela. Por um momento era sentiu que ia desabar, seus joelhos ficaram fracos, como se fossem feitos de porcelana.

— Eu sinto muito, Kath.

— Não disse nada errado — Katherine suspira e se vira para a amiga, colocando um sorriso amarelo no rosto — Então, vestido azul, cabelo solto e os saltos pretos?

— Prateados e…

Mas Katherine foi incapaz de continuar prestando atenção no que sua amiga estava dizendo, algo havia mexido com o seu coração de forma tão profunda que ela esqueceu de respirar. Seu coração, que já não batia, congelou, pesando em seu peito como uma grande rocha, fria e compacta. Um roncado mecânico familiar penetrou seus ouvidos, fazendo com que ela acelerasse em direção a janela e a abrisse com velocidade.

— Kath?

Os olhos da morena se estreitaram, visualizando perfeitamente a propriedade Ravenswood, nem as árvores sinuosas nem a escuridão da noite a impediram de enxergar um par de luzes vermelhas sumindo no horizonte. Talvez fossem adolescente procurando um lugar para dar uns amassos ou moradores curiosos para ver um fantasma vagando pela propriedade, mas Katherine seria capaz de reconhecer o ruído metálico a quilômetros de distância.

“Não pode ser”, pensou.

— Kath, o que há?

— Eu… — Ela suspira, talvez estivesse ficando louca por conta da saudade e do coração partido — Nada. Achei que tinha escutado uma coisa, mas isso seria impossível…

— Estou um pouco perdida…

— Não é nada, Mary — Katherine sopra, interrompendo sua amiga — Devemos descansar, amanhã será um dia comprido e cheio de afazeres.

— Kath…

— Estou bem, Mary — A morena murmura se encaminhando para a porta de seu quarto — Até amanhã.

Mary respira fundo e passa pela porta em silêncio. Katherine ficou imensamente agradecida por sua amiga não ter feito mais perguntas, pois ela não teria forças para responder. Quando suas costas tocaram a cama macia, ela não conseguiu pegar no sono, sua mente pregava peças, repetindo o som diversas vezes, se Katherine não estivesse tão machucada, ela teria enlouquecido.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem, isso me deixa feliz e ajuda a história permanecer viva.



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