Não Se Apaixone Pelos Rosemberg escrita por Melrianne soares andrade


Capítulo 10
Capítulo 10: Aimee Jones é uma vaca




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Aimee é mesmo impossível quando quer, não me surpreendeu que foi capaz de tentar manchar a imagem do garoto que é fanática, somente para me manter longe dele. Acredite, era só ter me pedido e eu daria o meu máximo para tornar o seu desejo realizado o quanto antes.

 

Antes de tocar o sinal para a próxima aula onde eu teria com Evan e Aiysha. Volto para a sala no mesmo instante 

 

Passei quase a metade da aula trocando mensagens com o Evan que estava na carteira ao meu lado. Já que não podíamos trocar palavras enquanto o professor estivesse explicando a matéria de Biologia, optamos por mensagens.

 

 — Me entregue o celular, Melinda  — o professor chama minha atenção.

 

 — Eu só estava vendo a hora — tiro os olhos do aparelho e o guardo comigo.

 

 — Então acho que não vai se importar se vermos a hora também — caminha até mim e estende a mão. Mesmo relutante, entrego o celular — Pode ler para nós, Aiysha? — Aiysha parecia mais perdida que todos da sala. 

 

— Tá — larga a caneta que fazia anotações e pega o celular da mão do professor que foi para seu lado — Aimee Jones é uma vaca... — lê em voz alta — ela é tão obcecado por Maison que... — desvia o olhar da tela — Eu não vou mais ler isso — guarda meu celular consigo.

 

Depois de que a classe inteira ficou sabendo sobre o que  digitei no aparelho, os murmúrios no local só começaram a aumentar cada vez mais. Acho que finalmente eles se tocaram que eu não sou tão perfeita assim quanto imaginavam, pode até parecer uma supresa para eles, mas não para mim. Posso dizer que é meio que um alívio, assim evita carregar status que não são totalmente sinceros.

 

O professor apenas deixou quieto o assunto que eu escrevi em relação a uma das alunas do prédio no celular. Viro discretamente meu rosto para trás, e como previsto, Liam Rosemberg estava lá... me olhando. Arqueio a sobrancelha e volto para minha posição anterior, contando os minutos para aquela aula acabar e sair rapidamente. Mas é claro que eu mantinha tudo aquilo com o semblante calmo. 

 

Minha garrafinha que eu costumo levar comigo  para as aulas pra não ter precisão de sair da sala, estava seca; assim como meus lábios. 

 

Me aproximo do bebedor e tiro minha garrafa azul marinho da mochila, abro a tampa e a encho. Logo depois de cheia, a guardo em minha mochila e prendo meus cabelos com as mãos. Aproximo meus lábios do bebedor, porém nem tão perto o bastante para não sentir o metal de onde espirrava a água em minha boca.

 

 Chega a ser nojento de pensar quantos adolescentes já beberam ali. Como por exemplo, os caras do time depois de um treino intenso; todos respingando o suor de seus corpos que escorria pelas suas testas quando se inclinavam para bebericar um pouco da água pra recuperar um pouco do fôlego que lhes foi tirado.

 

Infelizmente eu não podia fazer nada em relação a isso, seria injusto pegar água da sala dos professores só porque sou filha do diretor e os outros terem que aguentar todo dia essa situação.

 

 — Eu queria muito saber como aquela mensagem terminava — ouço a voz de Liam e me engasgo com a água que tomava, verifico se não encostei meus lábios na pequena peça de metal que saia a água, por causa do  susto que tomei. 

 

— Azar o seu, eu apaguei — controlo minha respiração.

 

 — Que pena — muda seu semblante de brincalhão para um tom mais de sério, o que me fez ajeitar a coluna — Mas agora estou falando sério, quero saber o que Aimee aprontou dessa vez para manter meu irmão longe de qualquer coisa que tenha peitos, principalmente você — arregalo os olhos levemente.

 

Não acredito que Liam foi capaz de falar seios perto de mim, isso foi uma das coisas que papai me proibiu de ouvir, o que não está no meu controle, qualquer pessoa pode falar de seios. É controlador da parte de papai querer me proibir ouvir tais coisas, é algo que não pode ser controlado. Essa regra que ele criou quando eu possuía apenas oito anos de idade, agora não tem mais valor quando se tem dezessete anos e está no ensino médio. 

 

Essas regras pararam de ser cumpridas ou valorizadas a partir do momento que quebrei uma das regras principais: beijar alguém do sexo masculino.

 

— Dessa vez? — repito o que falou — Quer  dizer que essa não é a primeira vez que faz isso? — nega com a cabeça — E eu achando que a Every que era louca o suficiente pra fazer isso — sussurro só para mim.

 

— Isso é porquê você não conhece a Jones tão bem quanto eu conheço — comprimo os lábios.

 

Quando um garoto como o Liam Rosemberg conta que conhece uma pessoa tão bem, não quer dizer só amizade de anos, e sim intimidade sexual. Se pensar bem, deve ter sido assim que a Aimee conheceu o Maison: através do seu irmão que levava as garotas para sua mansão, isso se o seu pai deixasse. Mas tenho certeza que mesmo se não deixasse, levaria do mesmo jeito.

 

— Quero que continue assim. — respiro fundo— A Aimee fingiu uma conversa com o "Maison" — faço aspas com os dedos — Nessa conversa eles tiveram um desentendimento onde ele segurava seu braço de um modo brusco, tentando fazer com que eu tenha  uma má impressão do seu irmão. Porque ela sabia que eu estava observando — assisto sua expressão ficar nada boa — Mas não era o Maison — deixo claro.

 

— Já entendi — ri fraco por eu estar nervosa de estar envolvida nesse rolo todo que certamente me fará ser chamada na diretoria ainda hoje.

 

Nunca reparei que Liam tinha uma pinta acima dos lábios, ela era bonita e provavelmente um de seus charmes atraentes. O incrível é que ficaria bonito com ou sem ela, porém essa minha opinião não faria diferença pra um garoto como ele que é rodeado de opiniões de muito mais valor.

 

— Eu... — penso em dizer algo para melhorar a sua cara, mas não consigo pensar em nada — Já vou indo.

 

A sensação dele me olhando enquanto andava é horrível, nesses momentos constrangedores eu até desaprendo como se anda. Querer olhar para trás é um desejo incontrolável, porém tenho forças o bastante para não ser uma patética a esse ponto. 

 

A loira Jones estava me caçando, isso é um fato. Minha única preocupação agora é saber como vai fazer para triscar nem mesmo que for em um fio de cabelo meu. Mesmo não querendo, meus amigos não deixariam isso acontecer, meu pai principalmente. Já os Rosemberg... 

 

Pra falar  a verdade, nem sei porque pensei na possibilidade deles sequer impedir alguma coisa que me envolva, aposto que adorariam presenciar duas garotas em um campo de batalhas. Para eles, deve ser excitante.

 

— Acho que não vai ser preciso se proteger da Aimee — Every estava sentada nas muretas que rodeava a quadra do ginásio.

 

— Tem um bom motivo para isso? — levanto o olhar para a Every e cubro a boca com as mãos por estar cheia de frutas em cubo. 

 

— É só se virar e verá — Evan aponta com a cabeça para algo mais interessante que acontecia logo atrás. 

 

Evan estava sentado ao meu lado no chão, de frente para tudo o que ocorria enquanto eu ficava de costas, com meus olhos tendo total atenção sobre o que ele fazia. Já Every e Aiysha estavam nas muretas acima de nós.

 

Me viro para trás. Liam, Henrik e Maison se posicionavam agora no fundo da quadra, junto com a Aimee fanática Jones e alguns de seus amigos populares de plateia; ela parecia receber sermões e olhar com uma cara nada boa em nossa reta. 

 

É como se eles fossem os alfas daquele grupo, mesmo sendo populares, ainda eram comandados por alguém.

 

Me parece que receber sermões de um popular é muito mais pior do que em casa com os pais, aqui no colégio se tem uma reputação e ela pode a qualquer momento ser estragada. Deve ser por isso que Liam foi o que foi o mais bravo nessa história e nem foi ele que quiseram prejudicar no fim de tudo. 

 

— O que o Vicent faz naquele meio? — Aiysha pula da mureta, semicerrando os olhos pra poder ver melhor.

 

— Eles preservam muito a reputação  — fecho a vasilha que tinha frutas em cubos — Já viu até a postura que eles comem? — sinto meu pescoço doer e me viro de frente para Evan — Imito um deles, ajeito a coluna e arrebito o nariz, fingindo comer do modo mais metido que consigo. Por um momento, riram comigo, porém pararam ao olhar alguém — Por que pararam de rir da minha imitação dos... — me levanto e viro de frente.

 

— Você dizia? — Henrik gesticula as mãos.

 

— Acho que erraram o caminho, então pode irem dando o fora — Evan se levanta, confrontando os garotos.

 

— E a briga se mudou para cá — Aiysha diz vagamente.

 

— E se não formos, vai fazer o que a respeito? — naquela pequena discussão, Liam não se dá o trabalho de me olhar.

 

Entre os irmãos, Maison era o único que não rebatia as provocações do meu melhor amigo. Deve ser por isso que Evan não odeia tanto ele em comparação com ambos seus dois irmãos, o garoto solitário e o rei da cocada preta. 

 

Também quem odiaria Maison Rosemberg, o músico apaixonado, fofo; que diferente dos irmãos é cavalheiro e tem cachos mais brilhosos e bem cuidados que os meus? Que por sinal, meus cabelos ficam presos em um coque na maior parte do tempo que fico enfurnada em casa.

 

— Apenas ignore, Evan — toco em seu ombro, fazendo carinho.

 

— Ouve a sua amiga — noto estarem incomodados, nunca os vi assim — Assim se poupa de sair ferido — Liam pisca para mim.

 

— Se vieram andando até aqui só para isso, — aponto para o que está acontecendo —perderam totalmente o tempo de vocês.

 

— Na verdade, queremos falar com você — Maison se pronuncia finalmente, falando por seus irmãos.

 

— Eu posso ir com ela? — Every pergunta desesperadamente, pulando da mureta.

 

— Qual parte de que queremos falar com ela, — aponta para mim — você não entendeu? — Henrik diz grosseiro.

 

— Não precisa falar com ela desse modo — me estresso.

 

— Relaxa garota, nosso assunto com você não é esse — Henrik caminha para outro lado afastado da quadra, acompanhado dos outros dois.

 

Caminho até eles.

 

— Então, o que querem tanto me falar? — cruzo os braços.

 

— Já saquei pra quem é a canção my blue-eyed girl, Maison — Aimee interrompe o loiro que ia começar a falar o que queriam — e adivinha, não é pra mim! 

 

— Por que não pareço estar surpreso? — rio baixinho do que Henrik murmura só para si.

 

— É a Melinda que tem olhos azuis chamativos e lábios sabor de mel, não é? — o som de seus saltos ecoam pela quadra — Como sabe o sabor dos lábios dela?

 

A loira não era a única que se perguntava como ele sabia disso, ele nunca me beijou e também não me lembro em enfiar meus lábios em um pote de mel toda vez que venho para o colégio.


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