Brick by brick escrita por WinnieCooper
Notas iniciais do capítulo
Meus leitores são tão maravilhosos que dá vontade de postar a fic toda de uma vez. Obrigada para quem está lendo e comentando ❤️
― Há a necessidade de tudo isso?
Ron estava com um capacete, como ele definiu o aparato transparente que Hermione havia feito com magia envolta de seu rosto.
― É para prevenção. E além disso liguei na farmácia e eles virão colher nosso sangue pra ver se estamos mesmo com a doença.
Ela colocava luvas em sua mão e tinha a mesma proteção na face que ele.
― Nós estamos com a doença, NÓS? Eu também?
O homem parecia tenso diante da inédita informação passada a ele naquela manhã interminável.
― Nós moramos na mesma casa, essa semana tivemos relações sexuais e...
― Fazer amor virou relações sexuais? – Ele fez uma careta descrente a ela.
― Ron, estou tentando raciocinar, se estou com a doença não adquiri ela ontem, o vírus provavelmente já estava em mim. Precisamos saber se você está com a doença ou não.
― Mas, eu não tenho nenhum sintoma.
― Algumas pessoas tem a doença de forma assintomática.
― Ou seja?
― O vírus está dentro de você, mas ele não te causa sintoma nenhum. Como se não estivesse com a doença. Então pedi para virem colher nossos sangues.
― Colher sangue? A moda trouxa? Como é isso?
Hermione deu dê ombros, como se a informação que daria ao marido a seguir fosse corriqueira.
― Basicamente eles enfiam uma agulha dentro de seu braço e tiram seu sangue.
― Agulha? Por que os trouxas enfiam agulha nos braços das pessoas? – engoliu em seco.
― Sim, não lembra quando estava grávida e quis fazer pré-natal da Rose com um médico e um medibruxo? Vivia fazendo exames de sangue. – Reparou na expressão desesperada no rosto dele – Por que? Além de aranhas tem medo de agulha?
― Medo? Eu? Lutei numa guerra! – virou as costas para a esposa para que ela não visse seu rosto.
Hermione confirmou com a cabeça o que ele disse querendo rir.
― Então não preciso usar isso daqui. – ele apontou o seu capacete transparente mágico. – Se eu estiver doente.
― Se estiver, ainda não sabemos se está. Então por hora vai usar para se proteger.
― Proteger... – virou-se novamente para ela apontando seu dedo. – Estou achando essa história de proteger muito estranha, algo me diz que não é só proteção. Quer se ver bem longe de mim.
Ela estreitou os olhos e lembrou-se de algo.
― Longe de você me fez lembrar de outra proteção...
Hermione começou a andar pela casa, lançando feitiços em todos os cômodos separando-os pela metade com uma barreira invisível.
― O que significa isso Hermione? – Ron perguntou seguindo-a e reparando que ela estava dividindo literalmente o sofá pela metade.
― Você terá o seu lado da casa e eu o meu. – falou simplesmente.
― Pra quê? – ele pegou sua varinha pronto para desfazer o feitiço dela.
―Já cansei de te explicar que precisamos ficar SE-PA-RA-DOS para você não pegar o vírus.
Ron desfez o feitiço dela fazendo Hermione olhar brava para ele.
― Se não notou já estamos SE-PA-RA-DOS! Queria sair dessa casa e te deixar sozinha isso sim.
― Seria ótimo se tivéssemos uma casa a mais para você ir enquanto esse isolamento não acaba, mas não temos, então continuarei dividindo a casa ao meio.
Refez seu feitiço colocando um escudo invisível entre os dois.
Antes que Ron retrucasse com ela, a campainha tocou. Hermione ergueu a varinha e tirou a máscara invisível de seu rosto e do rosto do marido.
― Não fale nenhuma besteira, deve ser a pessoa da farmácia que veio tirar nosso sangue. Ela é trouxa, então finja que não é um bruxo.
Ron limitou-se a revirar seus olhos e seguiu a esposa que estava recebendo a funcionária da farmácia. Ela usava uma roupa branca e estava de máscara.
Perguntou a Hermione tudo o que ela estava sentindo, depois de algumas conversas pegou a agulha para tirar sangue de ambos.
Logo depois disso Ron não se lembrou de mais nada. Sentia algo quente em sua boca e bem gosmento, lhe fazia cócegas. Sem perceber que estava com os olhos fechados os abriu e se deparou com Bichento lhe lambendo o rosto.
― Agh! O que está acontecendo?
Levantou-se num salto do chão que estava deitado. Hermione estava sentada numa cadeira com uma xícara em mãos dando gargalhadas e tossindo ao mesmo tempo.
― Você desmaiou só de ver a agulha.
Olhou pra ela emburrado, começou a limpar seu rosto babado com a manga de sua blusa.
― Pelo menos ela colheu meu sangue? – estava receoso já imaginando outra visita desses trouxas esquisitos que furavam a pele de pessoas sadias.
― Colheu, com você estirado no chão e eu pedindo desculpas pela vergonha que passei. – ela terminou de beber o que estava bebendo e guardou no balcão.
― Deve ser superdivertido, até preparou um chá para assistir meu desmaio.
― Não era chá. Água quente com limão e mel, ajuda na prevenção da doença. Ela que me falou para tomar todos os dias. Estou seguindo as prescrições médicas.
― Mas você já está com a doença!
Ele tinha razão, Hermione sabia disso. Quer dizer, era provável que ela estivesse com a doença. Limitou-se a dar de ombros ao invés de responder ele.
― Resolveu se prevenir contra uma doença que já tem e assistiu de camarote o Bichento me acordar. – ele negou com a cabeça indignado.
― Estava cuidando de você, como estive fazendo desde que acordei essa manhã. Pedi ao Bichento para que o acordasse e ele me obedeceu.
Hermione bufou nervosa e resolveu caminhar para o seu escritório.
― Espera aí! – Ron correu em seu encalço. – Está com a doença mesmo, e eu? Qual o resultado?
Hermione negou com a cabeça cansada sentando numa poltrona.
― Demora alguns dias para ficar pronto, não é assim.
― Alguns dias? Esses trouxas estão mesmo para trás. – ele bufou com mais raiva ainda. – Então estou preso nessa casa mesmo alguns dias com você?
― Achei que me amava, já que no dia do casamento prometeu me amar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
― Isso não tem nada a ver com votos de casamento. Tem a ver com você nunca assumindo seus erros, sendo essa pessoa fria que sempre foi comigo. Não está se sentindo nem um pouco culpada?
Hermione negou com a cabeça não acreditando que ele estava voltando ao assunto da noite anterior novamente.
― Eu já te pedi desculpas! O que quer que eu faça mais?! E não me sinto culpada. Me sinto exausta, com dor de cabeça, dor no corpo, dor de garganta.
Ele começou a andar de um lado pelo outro no cômodo, ainda incomodado.
― Vou refrescar sua memória. Lembra quando estava cuidando de nossos filhos? NOSSOS filhos! E me atrasei para ir no evento que ia te homenagear no Ministério? Atrasei, sei lá. Meia hora...
― Uma hora, e eu estava quase subindo ao palco sem meu marido...
Ron fingiu que não a escutou e prosseguiu.
― ...e você ficou me culpando durante uma semana inteira, me deixou de castigo sem sexo, de castigo! Porque me atrasei.
― Hum... – Hermione balançou afirmativamente a cabeça. – Agora fazer amor virou sexo para você. – ela não deixou de alfineta-lo lembrando da frase que ele lhe disse anteriormente.
― A questão é que ontem era importante para mim e você não se importou comigo.
― EU JÁ TE PEDI DESCULPAS! – ela começou a chorar.
Ron se preocupou com ela. Tentou se aproximar, mas Hermione levantou sua mão o impedindo de se aproximar.
― Me deixa. Eu sei me cuidar sozinha. Quero ficar nesse escritório sozinha.
― Quero cuidar de você, Hermione.
Ele conseguiu relar nos ombros dela. Hermione levantou da poltrona e foi para o outro lado do cômodo o repelindo.
― E eu estou cuidando de você. Mesmo que não entenda isso. Me deixa sozinha vai. – Ron não se mexeu. – Não me faça trancar a porta para te tirar daqui!
Ele suspirou cansado e negou com a cabeça.
― Me deixa vai, Ron... Você nem gosta desse escritório, me deixe ficar aqui, vai pra outro lugar vai.
― Fique com esse escritório todo pra você!
Saiu finalmente do cômodo deixando ela sozinha e bateu a porta com toda força que conseguiu reunir.
― Grosso!
Ouviu ela gritar. Deu dê ombros e se encaminhou para a cozinha, começou a preparar seu almoço, pensou se faria a mais para ela. Resolveu que não. Hermione tinha terminado de lançar feitiços que dividia cada parte da cozinha, metade do fogão, da geladeira, das panelas. Da mesa.
O dia passou sem que ela saísse do escritório. Já a noite ele resolveu bater na porta para ver se ela estava bem.
― Não vai comer? – perguntou tentando parecer calmo.
Hermione abriu a porta dando de cara com o marido. Ela estava péssima. Olheiras, cabelo mais bagunçado que o normal. Suas bochechas vermelhas e olhos cansados.
― Não estou com fome. Vou dormir.
Ela se encaminhou para o quarto deles e Ron tentou segui-la.
― Durma no sofá, por favor.
― Mas você pode colocar o escudo invisível entre nós... – ele ponderou um pedido.
― Melhor não. Durma no sofá.
Ele cruzou os braços chateado e deixou que ela fosse. Aqueles dias seriam intermináveis já que ela não dava o braço a torcer e nem ele queria deixar sua teimosia de lado.
Teimosos como Ron e Hermione sempre eram só que agora em meio a uma pandemia.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!