Corrida Oneshot - Cal e Mare escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 1
Capítulo 1 - Corrida


Notas iniciais do capítulo

Realmente espero que vocês gostem, é minha primeira história nesse rumo, e me sinto como se fosse a primeira vez na vida postando alguma coisa aqui kkkkkkkkkkkk não tem muitas fics de cal e mare, então penso muito, e já tenho escrito, alguns capítulos no universo dos livros mesmo contando mais sobre a história deles, mas queria saber qual a opinião de vcs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797667/chapter/1

Puxo o resto do meu refrigerante com o canudo com tanta força, que quase engasgo. Encho uma mão com pipoca, levando a boca, mastigando ansiosa, observando a partida com toda a atenção do mundo.

— VAI, CAL! INFERNO, VOCÊ ESTÁ QUASE CONSEGUINDO! — berrei, pulando do banco, sem me importar com quem está ao meu lado.

— Pelo amor de Deus, Mare, que vergonha! Senta logo! — Gisa pede, puxando minha blusa larga, que ele usou na última corrida que saiu campeão. — Ele nem pode ouvir você daqui. Mas a gente sim, e eu vou ficar surda com essa sua gritaria!

— Não me interessa! — gritei para minha irmã. — VAI, CAL! ACELERA ESSE CARRO!

Minha garganta arranhou, mas não me interessava. Shade riu ao meu lado, acompanhando toda a cena, dando uma boa mordida no seu cachorro-quente.

— Ele é um piloto de Fórmula1, acho que já esteja na velocidade máxima, irmã.

Ignorei, continuando a torcer, espremendo o copo vazio de Pepsi com uma mão, pulando sobre meu par de all-star preto. Eu acompanho ele desde que começamos a namorar, e aprendi qual a melhor roupa para vestir, já que acabo muito suada por meus ataques. Coloquei então meu melhor shorts jeans boyfriend, e uma das blusas dele, que é  maior que eu, tendo em vista nossa clara diferença de altura.

O boné dos Yankees também sobre minha cabeça é um pequeno detalhe, e um amuleto da sorte. É o time de beisebol que ele torce, e o seu jogador favorito, Derek Jeter, expressou sua torcida para ele recentemente através do Instagram.

— VAI, CAL! CORRE! — Minha voz desafinou super drasticamente, e eu dei outro berro, jogando o copo amassado em Gisa. — É CAMPEÃO!

O autódromo foi à loucura junto comigo. Fico rouca, gritando e pulando, com um sorriso enorme pelo meu marido. Não me importo como vou sair nas fotografias, uma vez que também sou conhecida pelas câmeras, porque nesse instante, o que importa, é ver Cal sair ofegante e sorridente do carro, no meio da pista, com os braços erguidos, celebrando mais uma vitória.

Como sou esposa, tenho carta branca, e saio do meio das pessoas, indo até onde ele receberia o troféu por vencer o campeonato. Antes que eu o conseguisse localizar no meio de tantos repórteres e fotógrafos, sinto seus braços me tirarem do chão, tirando de mim uma risada frouxa, por causa dos gritos recentes.

— Esse Grande Prêmio é todo seu — garantiu, quando fiquei de frente para ele. Dou um sorriso, o observando mexer nas minhas tranças boxeadoras que Gisa fez ontem à noite, quando dormindo na nossa casa. — Você é a razão de eu estar aqui.

— Você está aqui porque merece estar — respondo, tentando não deixar minha voz falhar com a rouquidão. — Você é um gênio. Não tem ninguém melhor do que você. Ninguém. Só eu, é claro.

Sorriu. O sorriso de Cal é lindo, ao ponto que não posso descrever. Tudo em seu rosto é harmônico e perfeito. Sinto ciúmes ao ver alguns de seus fã clubes na internet, mas não posso discutir que ele parece ser de mentira de tão bonito.

— Você fica tão bem quando mente para mim — rio de novo, com os braços ao redor do seu pescoço, o beijo. Infelizmente não dura muito, por causa do protocolo, as fotos, entrevistas. O deixo à vontade para aproveitar todos os holofotes que envolvem sua vitória.

Procuro meus irmãos, e não leva tanto tempo para os encontrar com Maven, irmão caçula de Cal. Também o abraço, apertado. Somos todos bons amigos.

— Hoje é o melhor dia para vocês namorarem. Dessa vez não vai dar para escutar a algazarra da sala por você estar rouca — Maven alfineta, ao perceber, e sinto minhas bochechas ficarem escarlate com sua fala. Shade e Gisa, os únicos que puderam me acompanhar hoje, caem na risada. — Ainda bem que não tenho que estar na casa de vocês mais. Fico muito feliz dormindo sossegado em um quartinho alugado em Redondo Beach.

Gisa e Shade gargalharam pela audácia de Maven. É super normal ele fazer comentários desse tipo, mas não deixo de ficar sem graça. Ele brinca com isso comigo e Cal, porque teve uma vez que nós dois estávamos longe por um mês, eu tinha ido para uma competição na Espanha, enquanto meu marido tinha trabalho em Nova York, o que nos impossibilitou de estarmos juntos. Quando voltei, minha família preparou uma festa, mas eu e Cal não queríamos saber de nada, apenas de curtir um ao outro. Ficamos toda a festa com nossos pais, irmãos, mas quando subimos, fomos para o banheiro, fechamos as portas, e namoramos. Tentamos fazer o menor barulho possível, mas é difícil, ainda mais com toda a saudade... 

No café da manhã, meu pai parecia constrangido, assim como sua mãe, a querida senhora Coriane, seu pai também. Diana Farley, a esposa de Shade, descaradamente ria na mesa, junto com Maven, Bree, Gisa, Tramy e Shade, que lançou apenas:

A noite foi bem agitada entre vocês, hein?

O pior foi que Cal tinha uma marca bem entre o ombro e o pescoço, que eu deixei, claro. Desde aquele dia, viramos a piadinha maldosa interna da família. Minha mãe brigou muito comigo, porque Clara era muito pequena e quase foi acordada pela nossa “farra”.

— Você não tem o que fazer não, Mavey? — Uso o apelido que Cal usa para se referir à ele, o deixando chateado, mas não muito. — Fiquei sabendo que você assinou um contrato importante com a Netflix.

Sorriu, mexendo nos fios pretos lisos e brilhantes, como do irmão.

— Sim, é para uma nova série — explicou. — Céus, acho tão cansativa essas coisas. Por isso eu não vou em premières.

Me divirto do seu comentário.

— E escolheu ser ator por causa de quê? — Gisa pergunta, depois de cuidadosamente limpar as mãos antes de mexer em seu cinto falso da Gucci. Ela adentrou como vendedora de uma loja de roupas em Los Angeles, e está se sentindo a própria Donatella Versace.

— Porque eu sempre fui bom mentiroso. É a única coisa que sirvo para fazer — rio sinceramente. O conheço desde quando namoro Cal, e é impressionante o quão bom Maven é. Eu não tenho costume de perguntar o que acha do meu cabelo, ou da roupa, pois sei que é questionável.

O simpático assessor de Cal pediu para que esperássemos no camarote, pois demoraria um pouco, até descermos novamente para mais algumas fotos. Por minha causa e de Maven, meus irmãos têm acesso para ficar no lugar mais chique do autódromo, mas eu sempre prefiro estar no meio das pessoas, porque é de onde dá para ver melhor. Só que quando acaba, e Cal fica no top 3, tem todos esses flashes, entrevistas, então é melhor ir para uma sala com ar-condicionado e direito à wifi gratuito.

Ah, droga — Shade murmura, do nada, quando estávamos todos engajados em uma conversa sobre mansões. — Clara bateu em uma criança na creche. De novo. Farley quer que eu vá buscá-la.

— Você precisa ter mais vergonha na cara — Gisa aponta. — Ela tem quatro anos e essa não é a primeira vez que algo assim acontece.

— Eu sei! Mas posso fazer o quê? Sabem como é a Diana — ele replica, passando as mãos nos densos cabelos castanhos claros. — Não duvido que junto com a habilitação a Claire tenha permissão para atirar, assim que fizer 16 anos.

Nós rimos, mas sabemos que no fundo é verdade.

— Se você está indo embora, eu tenho que ir junto. Mare vai querer ficar. E você, Maven?

O rapaz deu uma olhada na tela de bloqueio do iPhone, e tinha algumas mensagens. Suspirou pesadamente, parecendo cansado. Coloquei uma mão em seu ombro, fazendo um carinho, e ele me direcionou um sorriso triste. Ele tem uma vida bem complicada. Recentemente terminou com a namorada, Katherine, mas continuam conversando.

— Acho que vou chamar um Uber — respondeu, se levantando. — Depois eu ligo para o Cal. Ou ele mesmo vai ligar para me encher o saco, nunca vi alguém ser tão grudento como ele.

Ri, o abraçando, depois meus irmãos, ficando sozinha. Dou um longo suspiro, me aproveitando o buffet, para pegar uma água Perrier. É super cara, então aproveito estar de graça.

Me espreguiço, esticando as mãos para trás do meu corpo, ficando na ponta dos meus pés. Sou ginasta olímpica, então é comum meus alongamentos em lugares como esse. Entre preparar uma mensagem para postar para Cal e ajeitar meus stories no Instagram do dia de hoje, o tempo passa, e nem percebo quando seus braços fortes enfim me cercam, e beijos são deixados por todo meu rosto. Dou uma gargalhada sincera, soltando meu telefone, para me virar para ele.

— Você está todo suado e pegajoso, sai! — de fato, mas ainda dava para sentir o cheiro marcante do seu perfume da Paco Rabanne. Desde que começamos a namorar, seu perfume é o mesmo.

Hmmm, mas você gosta eu fico assim quando estamos sozinhos... — sussurra em meu ouvido, me fazendo dar um sorriso, mas acerto outro tapa em seu braço. — Anda, Mare, temos que tirar nossas fotos. Você está ao lado de um dos maiores nomes de corredores de Fórmula 1 da década — rebateu, me dando um beijo rápido nos lábios. — Depois que tirarmos fotos, é direto para casa. E de casa vamos no McDonalds para comemorar.

— Você faz propostas que sabe que não posso dizer não.

Sorriu, entrelaçando seus dedos aos meus. Nós dois apoiamos muito um ao outro. Nossos irmãos sempre dão o apoio que podem, mas somos nós por nós no final do dia. Expliquei-lhe o motivo de Shade, Gisa e Maven terem ido embora cedo, e não pareceu magoá-lo. Cal é muito compreensivo, ainda mais quando se trata das suas questões de trabalho. É bem cansativo ter que esperar mesmo.

Nós tiramos as fotos, e eu sentia as bochechas doendo, mas não me importava. Estou sinceramente muito feliz por ele estar tão feliz, e ter conseguido algo que estava lhe tirando o sono durante os últimos meses, de muito treinamento, que lhe custou muitas lágrimas.

Quando disse que largaria a faculdade e Engenharia Mecânica para tentar ser um piloto, nas vésperas do nosso casamento, eu não reagi tão bem no primeiro instante. Sempre acreditei nele, mas era muito arriscada a decisão que planejava tomar, até que me contou que ele estava com uma proposta interessante havia um tempo, mas estava com receio de qual seria a minha reação.

Falei que iria junto dele, porque a única coisa que eu sabia que ele era perfeito é dirigindo moto, uma que o mesmo montou. Cal aparentemente é impecável com tudo, absolutamente tudo o que tem rodas, porque não demorou muito para conseguir patrocinadores significativos. Ele sempre me motivou, me dá suporte. Retribuir da mesma forma é o mínimo que eu posso fazer.

Depois de cumprir o que tinha que ser feito, finalmente fomos liberados, ele tomou um banho no vestuário, vestindo roupas normais, mesmo que eu ache bem sexy seu macacão de corrida. Tirei a chave do bolso de trás da sua calça cargo verde escuro. Ele achou graça.

— Acabei de ganhar uma corrida e você quem vai dirigir? — assenti, colocando o meu boné em sua cabeça.

— Te deixo escolher a música até chegarmos em casa.

— Sabe fazer barganha como ninguém, essa é a minha garota — corei, porém abri um sorriso, fazendo um toque com ele, antes de entrarmos no Jeep preto. Em dias normais, eu prefiro pegar um Uber, ou mesmo os práticos ônibus da cidade, enquanto ele usa mais a moto. Mas como hoje é um dia bem diferente da nossa rotina, estamos com o carro. Temos apenas um, porque não gosto muito de dirigir, principalmente por causa dele, que é muito bom motorista, por motivos óbvios.

Escolheu para tocar Finesse, do Bruno Mars, abrindo as janelas, e fomos por todo o percurso até nossa residência em Santa Bárbara ouvindo músicas que gostamos mais. É como se a gente fosse adolescente de novo.

We’re drippin’ in finesse and getting paid — cantei, e ele riu, batendo palmas. Nenhum de nós somos bons cantando, mas agimos como se fôssemos.

Com o alto-astral, o tempo pareceu passar mais rápido e logo estávamos em casa. Zayn, Rice e Teddy, nossos cachorros, logo vieram, latindo empolgados, já que saímos de casa quase de madrugada para os preparativos do evento.

Os três são bem grandes, como cães da raça rottweiler, mas são adotados, o encontramos em um abrigo de animais que estava superlotado. Fomos apenas para doar remédios e ração, mas não conseguimos voltar sozinhos. Foi como à primeira vista quando eu vi Rice sozinho em uma gaiola grande. Quando me disseram que ele era o mais idoso, e que ninguém sequer costumava chegar até o final, onde ele ficava. Cal encontrou Zayn e Teddy numa outra ala, de cachorros com deficiência. Zeze, como chamamos às vezes, não tem um dos olhos, e Didi não tem uma das patas traseiras. Eles são verdadeiros anjos conosco nesses últimos dois anos.

— Vou tomar um banho, e logo desço para a gente ir no McDonalds — avisei, enquanto ele trocava a água dos cachorros, já que Rute, uma senhora que nos ajuda com a limpeza da casa, está de folga hoje.

— Tudo bem — quando me virei, ele acertou um tapa na minha bunda, e no susto, dei um chute nele, que caiu de costas, gargalhando. — Você nunca se acostuma!

— Você não avisa! — respondo, rindo também, ajudando ele a se levantar de novo. — Precisa avisar, Cal!

— Avisar que eu vou bater no seu bumbum? — corei, e ele riu mais, pegando Rice no colo. — Você é muito engraçada, Mare.

Revirei os olhos, subindo correndo, tirando os tênis suados, colocando na cesta de sapatos pra lavar. Antes de partir para o chuveiro, passo no closet do nosso quarto, deslizando a ponta dos dedos pelas minhas blusas. Escolho então um moletom preto, e uma calça jeans, já que estou com pouca paciência para pensar em combinar as cores do meu armário.

Parto para o banheiro, e antes de entrar, ativo os rádios:

— Siri, toque no aleatório minha playlist para tomar banho quando estou feliz — falo, ligando então a ducha da forma que eu gosto.

Tocando sua playlist para tomar banho quando está feliz, Mare — a voz da Apple respondeu, e a música Do It, da Chloe e Halle, do recém-lançado álbum Ungodly Hour começou a tocar, e eu ri, empolgada, dando uma rebolada debaixo da água morna, enquanto passava óleo de côco no cabelo, que está com as tranças que Gisa fez de madrugada.

No drama, no baby mamas, keepin’ it cute — cantarolei junto, me contendo para não descer até o chão ao ritmo da música, enxaguando o produto. — That’s just how we do it!

Quando terminou, começou a tocar Say So!, de Doja Cat com a Nicki Minaj. Eu estava tão empolgada, no meio da nuvem do banho, que nem vi quando Cal se juntou à mim, e eu caí na risada, junto com ele, sentindo seus braços me envolverem, nu como eu, debaixo da água.

You got to keep me focused, you want it? Say so — cantei, passando os braços por seu pescoço, sentindo nossos corpos se tocarem em lugares específicos. Do nada, a temperatura fica maior, e eu não sei o que é a água morna do chuveiro e o que é suor quando em um impulso, ele me suspendeu, pressionando minhas costas contra a parede, depois que eu sorri, beijando com uma mordida a ponta da sua orelha. É a nossa forma de dizer que queremos um pouco mais que beijos.

Minha boca encontra a dele, e a música já trocava para Watermelon Sugar do Harry Styles. Prendi firme minhas pernas ao redor da sua cintura, depois que ele nos juntou de uma vez só. Por sorte não temos visitas, e nem moramos em casa germinada. Fiz um grande espetáculo, mesmo rouca, eu sorria, no meio do nosso ritmo único, e ele também.

(...)

Fizemos nosso pedido de sempre, e sentamos na mesa de canto, para não sermos importunados por paparazzi. Essa é a única parte ruim de estar em destaque na mídia: falta de privacidade. Acho tudo bem quando alguém que admira o nosso trabalho chega, mas não quando pessoas tiram fotos nossas sem permissão, com flashes que nos cegam, em momentos que só queremos aproveitar um ao outro.

— Acho genial que mesmo sem querer nós estamos com o mesmo tipo de roupa — notei, quando ele se sentou, colocando entre nós o pedido. Abriu um sorriso, sem toda a tensão que estava antes da corrida mais cedo. — Minha meta de relacionamento é o nosso relacionamento.

— Você está muito falante hoje, Mare — ri, concordando, pegando algumas das batatas fritas. Sempre pedimos as maiores porções. — É tão engraçado ver você falando tanto, mas baixo, porque está rouca.

— Eu tinha me recuperado no caminho para casa — pontuei, sem vergonha. — Mas você me fez ficar assim de novo quando resolveu fazer o que fez no chuveiro.

Cal corou completamente, e eu ri de novo. Ele é muito bonito, e tem traços que eu acho doce.

— Tem uma marca no seu pescoço — noto, rindo, puxando a gola do seu moletom preto como o meu. — Pronto, cobriu.

— Mare, shhhhh — colocou um nugget na minha boca, para eu parar de falar e o envergonhar em público. Sorri, pegando o nugget com meus dentes, e ele sorriu de volta, sincero. — Vou tirar uma foto sua assim e fazer uma figurinha para o grupo da família se não parar de fazer vergonha!

Ergui as mãos em rendição, como um falso gesto de paz. São seis anos juntos, três de casados, não nos importa mais esse tipo de coisa.

Quando ele me pediu em casamento, eu desmaiei. Literalmente. Tinha acabado de ganhar a medalha de prata nas olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, aos 20 anos de idade. Treinei tanto para aquele momento, ao ponto de estar quase fazendo xixi nas calças quando fui me apresentar. Claro, eu queria o ouro, mas por uma bobeira não consegui, mas fiquei muito feliz com o 2º lugar. Assim que saímos do pódio, ele se ajoelhou, e todo mundo percebeu, gritando e aplaudindo. Ele estava lindo, com uma blusa da seleção brasileira, e uma bermuda branca, com um anel que tinha uma bela ametista. Minha pressão baixou e eu caí em seus braços, completamente desacordada.

Só consegui dizer o “sim” duas horas depois, em uma maca na ala hospitalar de onde aconteceu minha apresentação. Assim que retornamos para a Califórnia, Estados Unidos, não demoramos para dar entrada no processo civil e nos casarmos. Ele tinha um emprego muito bom em uma das muitas lojas de mecânica de seu pai, e eu era professora de ginástica olímpica em uma academia para poder custear meus gastos com as participações em olimpíadas, concursos e eventos. Nunca achei que estivéssemos nos apressando para a nossa realidade.

Me lembro bem do pequeno apartamento que nós alugamos, em um bairro mais barato de Los Angeles, mas que nos deixava em pontos estratégicos para ir trabalhar.

— Vou pegar nossos sorvetes — avisou, quando terminei de comer meu Big Tasty, o nosso sanduíche favorito.

— E uma torta de maçã, por favor — pedi também, fazendo um muxoxo. Assentiu, se levantando para ir buscar. Observei seu bumbum enquanto caminhava e dei um sorriso, mordendo o canudo do meu copo de suco de uva.

Logo voltou, e dividimos a torta, mas no final ele que terminou de comer o meu sorvete, porque fiquei me sentindo muito inchada. Colocou uma mão na minha testa, para aferir a minha temperatura, alegando que estou doente.

— Em casa, vou comer alguma coisa, relaxa. É que eu comi enquanto conversava, me encheu de ar — o tranquilizei, caminhando de braços entrelaçados até sua moto vermelha. Uma coisa que não tenho coragem de perguntar é se ele prefere eu ou essa moto, porque não tenho certeza se vou ser escolhida. No fundo não me ofende, porque a moto é incrível mesmo.

Subi na garupa logo atrás dele, o abraçando apertado, como sempre faço quando temos que andar de moto. Vejo seu sorriso pelo retrovisor, e eu abri um também, descansando a cabeça em suas costas.

Logo acelera, e tenho o privilégio de ver as ruas da Califórnia em um lindo entardecer às 20hrs da noite, nesse dia de junho. O céu toma tons rosados, lentamente, como se Deus estivesse derramando tinta, só para nos inspirar também. Mal percebo quando chegamos em casa.

— Vou fazer pipoca — avisou, beijando minha bochecha.

Subi correndo para vestir um pijama, e escovar os dentes. Logo ele fazia o mesmo, se jogando ao meu lado na grande cama king size do nosso quarto. A TV da sala é maior, mas preferimos s do quarto, pelo conforto da cama.

Peguei o controle, escolhendo a série Stranger Things para assistirmos. Recentemente, terminamos a terceira temporada de Friends, mas queremos algo novo.

No segundo episódio, já não tinha mais pipoca, claro. E eu não queria mais assistir, embora ele parecesse bem entretido. Minha mão, que estava sobre sua barriga levemente malhada, desceu, desceu... até algo em específico.

— Mare? — Olho para ele, da forma mais inocente possível, trabalhando com as mãos. Sua respiração fica mais pesada, aos poucos. — Ah, esquece.

Num gesto me deita de uma vez na cama, me beijando forte. Sorrio, puxando seus cabelos volumosos, enquanto uma de suas mãos se encarregava de descer meu shorts rapidamente.

Nos afastamos só por um momento, para tirar as roupas que ainda faltavam. Ele me provocou o máximo que pode, se divertindo, então precisei tomar o controle da situação, subindo em seu colo. Suas grandes e fortes mãos me ajudavam a manter o ritmo constante, nos fazendo suar, enquanto a cama rangia manhosa debaixo de nós, batendo na parede. Todas as vezes que nós namoramos é isso.

Perto de alcançar meu limite, que nenhum de nós dois alcançou durante o banho, ele inverte nossas posições, entrelaçando seus dedos aos meus, pressionando contra o colchão, enquanto seu outro antebraço estava sustentando seu corpo sobre o meu, para não deixar todo o peso de seu corpo.

Fechei os olhos, mantendo meu corpo inclinando contra o seu, que vinha como ondas da praia, a todo o instante. Me desmancho quando chego em outro ponto, não levando muito para ele me acompanhar também. Cai ao meu lado, sorrindo bobo, como eu.

Eu amo nossa vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Opiniões? Essa é minha primeira história fora do mundo de Jogos Vorazes então estou nervosa e querendo saber o que vcs acharam!!! kkkkkkkkkk pode criticar gente to aqui pra isso mesmo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corrida Oneshot - Cal e Mare" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.