Guerra é Guerra escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 12
Conselheiro amoroso


Notas iniciais do capítulo

Vou deixar para chorar as pitangas no epílogo :)



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Capítulo 11

por N.C Earnshaw

 

A BILE SUBIU PELA SUA GARGANTA assim que ela deixou Sasuke* para trás com uma expressão desconsolada. Ela limpou os lábios com as costas da mão, lembrando da língua de Shikamaru* explorando sua boca e tocando seu corpo. Uma pontada de arrependimento quis tomá-la, mas ela empurrou o pensamento para o fundo de sua mente. Sasuke* merecia vê-la com outra pessoa depois de passar anos esfregando em sua cara, garotas e mais garotas. 

— Se eu soubesse que ia apanhar, não teria concordado com essa ideia absurda! 

Sakura* grunhiu ao se dar conta que o Nara* ainda estava plantado em sua sala como um idiota. Não estava com um pingo de paciência para lidar com ele naquele momento. Tinha pensado que ao dar o troco em Sasuke* e fazê-lo perceber de uma vez por todas que ela sabia bem que os sentimentos dele não passavam de mentiras, traria-na satisfação. Mas estava errada.

Ela se recusava a acreditar que seu coração estava apertado. O olhar que Sasuke* a lançou tocou em partes dentro dela que a kunoichi nem imaginava que existiam. Ele estava magoado de uma forma que a deixou sem ar. 

— O que você ainda está fazendo aqui? — O rosnado que ela deu em seguida fez Shikamaru* arregalar os olhos. Sakura Haruno* o dava calafrios. 

— Estou esperando a grana — sussurrou ele se encolhendo. O medo de ser atacado pela garota o fez dar dois passos para trás. — Você disse que pagaria assim eu terminasse o hã... serviço. 

“O que foi que eu fiz?”, perguntou-se Sakura*, sentindo seu estômago embrulhar. A que ponto ela tinha chegado para se vingar? Pagar alguém para beijá-la com certeza era a sentença de que sim, tinha chegado ao fundo do poço. 

— Vai embora. 

Shikamaru* franziu o cenho, sem ter compreendido o que ela tinha falado. 

— O quê? 

— Sai daqui! — rosnou ela, cerrando os punhos e se virando de costas para ele.

A vontade que tinha era de socá-lo até que toda sua raiva passasse. 

— E a minha grana? — Shikamaru* se xingou assim que as palavras escaparam de sua boca. A Haruno* não era conhecida por se conter quando provocada. 

— Sai da minha casa agora! 

O grito seguido do vaso quebrando bem ao lado da sua cabeça foram sinais o suficiente para Shikamaru* — por mais lerdo que fosse, entender que não conseguiria nada com ela naquele dia. Ele fugiu do apartamento o mais rápido que suas pernas podiam carregá-lo, parando para respirar apenas quando se viu distante o bastante.

— Aquela garota é doida! — reclamou baixinho, deixando o corpo escorregar até o chão. — O Uchiha* e ela com certeza se merecem. 

Sakura* sabia que dizer o que estava entalado em sua garganta para Sasuke* foi preciso. Há anos ela vinha guardando aqueles sentimentos dentro de si, e estava a ponto de explodir. Ela confessava que forjar aquela situação em que beijava Shikamaru* foi um golpe baixo, mas depois de anos vendo Sasuke* se declarar para ela, acender certa esperança em seu coração, para depois vê-lo cercado de garotas, não conseguia se arrepender totalmente. Ele a fez sofrer, nada mais justo que ela fizesse o mesmo com ele.

— Soube que você beijou o Shikamaru*. — A presença de Menma, seu companheiro de time com tendências de vilão, fez Sakura* ranger os dentes. Sabia bem o que ele tinha vindo fazer em sua casa. 

— Se veio defender o Sasuke*, pode ir embora. 

Ela não precisou se virar para saber que Menma tinha um sorriso ladino estampado no rosto. Apesar de ter uma mente maquiavélica, dava muito valor às amizades do time 7, e sempre era o primeiro a defender Sasuke* em suas idiotices. 

— Uau, Haruno*! — debochou o moreno, aparecendo de frente ao sofá onde ela se encontrava sentada. — Estamos afiados hoje. 

Sakura* analisou a figura de um dos seus melhores amigos com um olhar crítico. 

Menma suspirou e forçou-a a se afastar para conseguir um lugar no sofá ao lado dela. Ela o fez com má vontade. 

— Você foi cruel, Sakura*. 

— Cruel? — Ela riu com sarcasmo. — Você querendo falar sobre crueldade? — Sakura* balançou a cabeça em negação. — Patético. 

Menma cerrou os dentes, demonstrando irritação. Se não estivesse tão cansado com aquele impasse entre seus dois companheiros de time que já durava anos, não estaria ali. No entanto, encontrava-se de saco cheio, e pronto para resolver aquilo de uma vez por todas. 

— Você armou pra ele, Sakura*! Beijou o Shikamaru* sabendo que o baby Uchiha é louco por você.

Ela sorriu exasperada. Menma estava fazendo exatamente o que ela tinha previsto. Ir em defesa de Sasuke*.

— Por que está tão interessado nisso, hein? 

Menma deu de ombros, conhecendo Sakura* o bastante para saber que ela não queria que ele se pronunciasse no momento. 

— E por que vem aqui me julgar antes mesmo de saber o meu lado da história? — Ela tentou esconder o quanto estava magoada. Sem sucesso. O Namikaze pôde ver claramente em seus olhos verdes que ela estava mal. — Aposto que foi ele que te contou, não é? Foi correndo reclamar pra você o quão sem coração eu sou. Ah, a Sakura* é tão malvada! — debochou a Haruno*, engrossando a voz. 

Menma riu com incredulidade.

— Eu nem vi o Sasuke* hoje. 

Ele riu ainda mais alto da careta que ela fez. 

— Então quem? 

Os dois companheiros de time trocaram olhares significativos. 

— Shikamaru* — disseram em uníssosso, cada qual com um sentimento diferente. 

— Aquele filho da… — Sakura* puxou o ar com força, buscando se acalmar. — Ainda não entendi o que você veio fazer aqui. 

— Qual o seu lado da história, Sakura*?

A pergunta a deixou de boca aberta. Apesar de serem bons amigos, não esperava que Menma deixasse de lado seus planos de conquistar o mundo para saber sobre seus sentimentos. 

— Eu… — titubeou a kunoichi. 

Ele esperou que ela dissesse algo, mas quando não veio, viu-se tendo que falar.

— Eu realmente não queria estar aqui fazendo isso…

— Então deveria dar meia-volta e ir embora antes que fale alguma coisa que te trará problemas — cortou Sakura* com irritação.

— O que você quer do Sasuke*, Haruno*? Porque tem horas que acho que você não dá a mínima para o cara, mas então você faz algo desse tipo e eu me pergunto se os sentimentos do baby Uchiha são tão unilaterais assim. 

— Você só pode ser maluco se acha que sou apaixonada por ele! — Ela se levantou do sofá, sem conseguir ficar sentada enquanto era posta contra a parede daquele jeito. — A única coisa que desejo daquele playboy é que ele me deixe em paz! 

Menma gargalhou com satisfação e foi fuzilado com os olhos.

— Eu nunca sugeri que estivesse apaixonada! — Ele suspirou como se tivesse ouvido uma piada muito boa e rido por horas. — E está mentindo sobre querer que ele se afaste. Se não se importasse de verdade não ficaria tão irritada quando ele sai com outras garotas. 

— Eu apenas fico ofendida, tá? — gritou ela, começando a andar de um lado para o outro. — Somos amigos e companheiros de time e ele fica me tratando como uma… como uma… — Ela gaguejou, decidindo qual palavra usaria. — Como uma qualquer

— E você não quer ser uma qualquer pra ele, não é? 

Sakura* somente o encarou, envergonhada por seus sentimentos mais ocultos estarem sendo esfregados em seu rosto. 

— Você está sendo injusta com ele. 

— Oh, por favor, — dramatizou ela. — me esclareça com tamanha sabedoria!

— O que queria dele, Haruno*? Que ele ficasse se humilhando aos seus pés o tempo todo? — Menma suspirou, aborrecido. — Céus, o idiota faz exatamente isso! 

Sakura* trocou seu peso de uma perna para a outra. 

— Você quer que ele fique sozinho — acusou o Namikaze, tentando se infiltrar na muralha que encobria o coração de Sakura Haruno*. 

A máscara que Sakura mantinha deslizou por alguns segundos. Mas foi tempo o suficiente para Menma perceber, uma vez que já esperava por isso. 

— Não que eu possa falar sobre injustiças. — Ele cruzou os braços e tentou ocultar sua expressão presunçosa. — Mas é realmente injusto o que está fazendo com Sasuke*.

Ela abriu a boca para interrompê-lo, mas ele ergueu a mão para que ela não falasse. 

— Você desdenhou dele, humilhou de todas as formas possíveis, nunca nem sequer sugeriu que gostava dele de volta e fingiu estar apaixonada por mim durante anos. 

Um barulho estranho saiu da garganta de Sakura.

— É, Haruno* — desdenhou Menma. — Eu sempre soube que você fingia gostar de mim para manter o Sasuke* afastado. 

Sakura* mordeu o lábio inferior, sentindo uma imensa vontade de escorraçar Menma da sua casa, assim como fez com Shikamaru* algumas horas antes. O problema era que o Namikaze estava chegando mais próximo da verdade, e ela não sabia o que fazer consigo mesma.

— Do que tem medo, Sakura*? — perguntou com uma gentileza pouco característica. 

Do que tem medo, Sakura*?. A pergunta ecoou diversas vezes em sua mente. Ela sabia que sentia medo… Mas de quê? 

Seus olhos foram atraídos para um porta-retrato quase ocultado por um vaso de flores artificiais. Ela analisou as figuras de seus pais por minutos a fio e conseguiu sua resposta. 

Menma assentiu, como se pudesse ler seus pensamentos e concordasse com eles. 

— E vai deixar esse medo controlar sua vida? 

Sakura* se lembrou de tudo que perdeu ao longo de sua existência por causa do medo. Das relações que evitou e dos sentimentos guardados no fundo de seu coração. 

Ela tinha medo de abrir seu coração para Sasuke* e perdê-lo assim como perdeu seus pais. 

— Não — respondeu ela com um fio de voz. — Não vou. 

Menma se aproximou dela em passos lentos e puxou uma porção do cabelo rosa com força. 

— Ai!

Isso é por ser tão cretina. 

— Me pergunto como esse idiota sempre consegue se meter nesse tipo de coisa! — Sakura* limpou o suor da testa, lançando todos os impropérios conhecidos por ela ao Uchiha* mais novo. 

Menma verificou se ela tinha amarrado o nukenin direito e apertou as cordas que amarravam os pulsos e as pernas do outro homem. Apesar de confiar na sua companheira de time, viu-se sendo obrigado a supervisionar cada passo que ela dava naquela missão. 

Sasuke* tinha sumido há quase três dias, deixando a Haruno* apavorada — por mais que ela tentasse negar. 

— E agora temos que ir buscá-lo em outra dimensão. — Ela cerrou os punhos, encarando o pergaminho que tinha criado toda aquela situação. — Está me ouvindo Menma? — gritou. 

O Namikaze apenas deu de ombros, cansado demais para começar alguma discussão. Tinham perseguido por dois dias aquele ladrãozinho de merda sem nem sequer parar para descansar. 

— Outra dimensão! — Sakura* jogou os braços para cima. — Eu não tinha ideia que existiam outras dimensões. 

— Eu tinha — comentou Menma, não se deixando afetar pelo olhar feio que ela o lançou. 

O ninja limpou as mãos nas calças e contemplou o céu por alguns segundos. 

— Acha que devemos retornar a Konoha com o pergaminho? 

— Menma… — Sakura* agarrou o pergaminho e guardou em sua bolsa. 

— Sakura*, não vou sumir com essa coisa. — Ela franziu o cenho, duvidando disso. — Posso ter cogitado, mas não vou fazer. 

A Haruno* grunhiu alto, sentindo vontade de enforcá-lo.

— Acha mesmo que vão nos permitir usar o pergaminho para ir atrás de Sasuke*? Essa coisa nas mãos de qualquer um pode ser perigoso e eu aposto que nem sequer pensam em nos deixar ir atrás do baby Uchiha*.

— E você tem uma ideia…

— E eu tenho uma ideia — disse Menma com satisfação. — De acordo com o que vi nesse pergaminho… — Ele estendeu a mão para que ela entregasse o objeto. E Sakura* o fez à contragosto. — Esse idiota usou o jutsu sem saber que a pessoa que lança ele, não pode ser transportada. 

— Então o Sasuke* só estava no lugar errado…

— E na hora errada — completou ele, suspirando. — Típico. 

— Um de nós tem que ficar e fazer o jutsu, enquanto o outro vai atrás do Sasuke*. Mas como se faz para voltar? 

Menma fez uma careta pensativa e abriu o pergaminho para analisá-lo melhor. 

— Uma âncora — sussurrou o Namikaze com os olhos brilhando. Ele retirou uma kunai bastante conhecida do bolso, idêntica à que seu pai usava para fazer o hiraishin. — A outra está comigo. Assim que você pegar o Sasuke, jogue a kunai no chão e…

— Espera, espera, espera. — A Haruno* chutou o nukenin no estômago quando percebeu que ele tentava fugir se arrastando. — Não sou eu que vou! 

Menma gargalhou com frieza.

— Quer que o Sasuke* te perdoe por todas as merdas que você fez e vire seu namoradinho? — Ela rosnou. — Então pegue essa kunai e prove de uma vez por todas que seus sentimentos por ele são de verdade.

Charasuke pensou que estava alucinando. E ele não duvidava que estivesse devido a tudo que aconteceu com ele nos últimos dias. Ver Sakura* beijando Shikamaru* foi a última gota d’água no copo já transbordando, e o prelúdio de sofrimento. 

Um soco certeiro o fez acordar para a realidade e a cor rosa foi tudo que ele conseguiu enxergar. Quando seus olhos se adaptaram, ele prendeu a respiração. Parada à sua frente com uma expressão furiosa estava Sakura*. Sua Sakura*. 

— Ei! Você não pode bater nele! — Naruto foi em sua defesa sem saber no que estava se metendo. 

O Uchiha* ergueu a mão para sinalizar que ele parasse.

— Sakura-chan*? — perguntou acariciando o próprio rosto. — O que está fazendo aqui? 

Ela bufou alto e revirou os olhos.

— O que acha que estou fazendo aqui, Sasuke*?

Vim te levar pra casa! 

— E-Eu — titubeou ele. 

— Vamos? — insistiu ela, estendendo a mão para que ele pegasse.

Charasuke deu um passo para trás, lembrando de todas as coisas que ela dissera. 

— Não. 

— Não o quê? — O semblante de Sakura se tornou incrédulo. 

— Não vou com você. 

— Sasuke… — A kunoichi não conseguiu disfarçar o choque que sentia ao ser dispensada daquela maneira. Teriam os sentimentos de Sasuke* por ela mudado? 

— Não era o que você mais queria? Ficar longe de mim? — As palavras escaparam dos seus lábios sem que ele pudesse sequer pensar em contê-las. — Estar em outra dimensão não é distância o suficiente? 

A Haruno* não conseguiu forças para falar.

— Eu te amava de verdade, Sakura* — desabafou ele, deixando lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto. — Meus sentimentos sempre foram reais. Eu nunca quis que se sentisse inferior ou igual às outras garotas que eu saio porque você pra mim era tudo. — Ele fungou. — Eu gostava de flertar com “qualquer coisa que usa saia” porque precisava me distrair. Mas toda noite quando eu chegava em casa e deitava minha cabeça no travesseiro era em você que eu pensava!

Sakura abriu a boca para interrompê-lo, entretanto se conteve. Parecia ser muito importante para ele desabafar. 

— Eu tentei te superar, tentei te esquecer de maneiras que você nem imagina. Eu não queria amar você, Sakura*! Minha vida seria mil vezes menos complicada se eu não te amasse.

Charasuke deu dois passos na direção dela e eles ficaram a centímetros de distância. 

— Mas eu amo. 

— Desculpa — murmurou ela ofegante. 

Ele negou com a cabeça.

— Você não é obrigada a retribuir meus sentimentos.

Ela mordeu o lábio inferior, tentando criar coragem para abrir seu coração pela primeira vez.

— Não. Eu preciso me desculpar. 

— Sakura*... 

— Eu armei toda a situação com o Shikamaru*. Vi que você estava comprando flores e deduzi que iria até minha casa, então subornei o Nara* pra me beijar assim que você aparecesse.

— Por que fez isso? — Sasuke* pareceu ser atingido por um soco mais potente do que o que recebeu quando ela chegou. — Me desdenha tanto assim? 

Sakura* riu sem graça. 

— Desdém é a última coisa que sinto por você. 

Charasuke fez menção de falar, mas ela colocou um dedo em cima dos lábios dele para silenciá-lo.

— Eu sempre tive medo de me apegar a qualquer um por causa dos meus pais. Você sabe que perdi eles muito cedo e fui colocada em uma posição que a minha única saída era ser a melhor em tudo. Sentimentos como gostar do meu companheiro de time deveriam ser evitados se eu quisesse me tornar mais forte. E não, Sasuke Uchiha* — afirmou ela quando o viu arregalar os olhos. — Não estou falando sobre o Menma. Isso também foi armação.

Ela deixou sua mão cair, mas Charasuke não deixou que ela se afastasse. Pegou as mãos delicadas nas suas e levou aos lábios, buscando que daquela forma ela conseguisse falar.

— Tive medo de me deixar levar. De te perder se aceitasse…

Apesar de querer ouvir o resto de sua declaração, ele não resistiu. Passou o braço ao redor da cintura dela, fazendo-a arfar pela surpresa, e atacou os lábios macios com os seus.

Beijar Sakura era melhor do que ele imaginava. O calor do corpo dela o fazia querer se fundir a Haruno, a língua era teimosa como a dona e buscava por controle, apesar de deixar ser dominada algumas vezes. Ela se entregava ao beijo de uma maneira que deixava Charasuke tonto. E se não fosse pela presença de Naruto naquele campo de treinamento, ele arrancaria as roupas dela e fariam amor ali mesmo. 

Ele se afastou dela a contragosto e beijou a pontinha do nariz metido, ainda sem tirar as mãos do corpo dela. Tinha esperado por anos que aquela mulher retribuísse seus sentimentos, e acabou descobrindo que não só ela estava apaixonada por ele, mas sempre esteve.

— Tem ideia de quanto disso perdemos? 

Ela revirou os olhos e socou seu braço. Entretanto, seu semblante demonstrava todo o carinho que estava sentindo.

— Assim que chegarmos em casa, teremos tempo o suficiente para tirar o atraso. 

— Ah! Que saudade da minha Hinatinha — queixou-se Naruto, depois de ter presenciado dois casais se resolvendo com beijos. 

Sasuke revirou os olhos. Assim que o clone que Naruto enviou se desfez, Sakura e ele correram até o campo de treinamento como se suas vidas dependessem disso. E dependia, se eles pensassem na punição que iriam receber ao se afastarem da missão para resolver problemas pessoais. 

— Ela… Sou eu. — O ex-vingador quis rir da careta que Sakura fazia enquanto eles observavam seus sósias trocarem um beijo apaixonado. 

— Agora consegue me entender? 

Ela o ignorou completamente, vidrada na cena que presenciava a poucos metros de distância. 

— Ele conseguiu — sussurrou a Haruno, abrindo um sorriso estonteante. Sasuke quis sorrir junto dela, encantado com a alegria que brilhou nos olhos da sua companheira de time, mas se conteve quando avistou o Sasuke* e a Sakura* de outra dimensão caminhando na direção deles. 

Vendo o aperto possessivo que Charasuke tinha ao redor de Sakura*, Sasuke passou a avaliá-la para provocá-lo. 

Ela era atraente, não podia negar. Tinha exatamente a mesma aparência da sua Sakura. Os mesmos cabelos, a mesma estatura, mas... Ele franziu o cenho, tentando decifrar o que estava causando-lhe tanto estranhamento. 

— Se não parar de encarar a minha garota, Uchiha, vamos ter problemas — ameaçou Charasuke entredentes.

Sasuke soltou uma risada coberta de deboche, pensando em derramar sobre a garota tudo que seu namoradinho tinha aprontado, mas hesitou. Se fizesse com que eles brigassem quando mal tinham se resolvido, podia prolongar a estadia do seu sósia insuportável.

Ele fez questão de analisar Sakura* dos pés à cabeça com desdém.

— Prefiro a original.

Se a Haruno* já não tinha ido com a cara dele, o comentário piorou sua opinião. Quem ele pensava que era para tratá-la daquela maneira? 

— A segunda versão sempre é versão a melhorada. — Ela primeiro encarou Sasuke com asco para em seguida fitar Charasuke com um sorrisinho malicioso. 

Orgulhoso de estar sendo elogiado pelo amor de sua vida, pegou a mão dela e levou até seus lábios, dando um beijo demorado na palma de sua mão.

— Vocês já sabem como voltar pra casa? — intrometeu-se Sakura após dar um beliscão discreto no braço do ex-vingador ao seu lado. 

Sakura* assentiu com um sorrisinho. Não conseguia ser antipatia consigo mesma. Ela tirou a kunai que Menma entregou a ela da bolsa e mostrou a ela.

— Essa é uma das kunais do meu pai? — A versão daquela dimensão de Menma surgiu no seu campo de visão com um semblante emocionado. 

Ela assentiu. 

— É a nossa passagem pra casa. Menma deu um jeito de usar a kunai como portal. 

Alguma coisa na postura fez Sakura* sentir necessidade em consolá-lo.

— Pode ficar com ela depois que formos.

Naruto agradeceu baixinho, parecendo se perder em pensamentos.

— Acho que é uma despedida, não? — A médica não sabia até aquele instante, mas sentiria falta de Charasuke. Tinha feito dele um bom amigo. 

O abraço que trocaram foi breve, pois estavam sendo assistidos de perto pelos seus parceiros.

— Sakura*? — chamou a Haruno, limpando as poucas lágrimas que escorriam no seu rosto. — Cuida dele, tá? Ele te ama muito.

Sakura* deu um sorrisinho de canto em resposta e apertou a mão da outra. Após se afastar, pegou a mão de Charasuke na sua e jogou a kunai a uns poucos metros de distância.

Um buraco imenso abriu-se no meio do campo de treinamento. Era grande o suficiente para caber duas pessoas, mas para o terror de Charasuke, não era possível ver o que tinha do outro lado. 

Sakura* apertou a mão dele quando sentiu sua hesitação e sorriu para assegurá-lo. Ele assentiu em resposta, engolindo em seco, e a seguiu pelo portal, não dando a mínima para onde cairiam. Se estivessem juntos, nada mais importava.

— Kami-sama — resmungou Sasuke quando eles desapareceram. — Pensei que não iriam embora.

Sakura o fitou incrédula, pegando o exato momento que Uchiha Sasuke suspirou de alívio.

— Sasuke-kun, você não vale nada!

 


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