O cenário era estranho. Não incomum. Estranho.

Silêncio preenchia a furda que Jade e seus pais compartilharam por anos e ela nunca pareceu tão pequena quanto naquele momento.

Havia sido reconhecido como um filho do fogo, lhe deram a oportunidade de conhecer-se, evoluir seu dom e essa escolha pareceu-lhe mais simples do que expô-la aos familiares. Jade não sabia como começar aquela conversa. Foi o pai quem quebrou a falsa eutimia com um incentivo.

—Seja qual for sua decisão, vou respeitar e aceitar.

Ao alvorecer a trupe seguia para os portões da Cidade Elemental. Jade e Lis vinham ao final da caravana de mãos dadas em silêncio. No limiar do pórtico o rapaz estacou deixando a irmã avançar mais alguns passos até notar sua imobilidade.

Fitaram-se e baixaram os olhos para as mãos dadas. Lis sentiu o queixo contrair. Choraria de novo e a culpa era do irmão.

—Não podemos fazer nada? -Choramingou.

—Você tem a força para me levar arrastado. -Sorriu triste.

—Não seria certo...

—Não seria.

—Eu não quero que você vá embora! -A garota o abraçou com urgência, chorando sobre seu ombro.

—Vai ficar tudo bem. -Afagou os cabelos trançados correspondendo ao abraço. -Nos veremos novamente. Prometo.