Skyrim: Crônicas do Dragonborn. Vol.I escrita por Deino Contador


Capítulo 31
Usten-agravado


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Mais um capitulo e... é, eu sei: eu tô atrasado. Bem, eu tinha dito que SE EU PUDESSE, eu postaria até sexta. Acabei demorando mais do que eu esperava pra a parte em que eu estava semana passada, até por alguns trabalhos na facul. Inclusive, se não se importam, irei aumentar o prazo para eu postar os capitulos: agora irei postar uma vez a cada 3 semanas. Ou seja... proximo capitulo sairá dia 31. Aliás, vou deixar também um outro aviso lá em baixo. Bem, espero que gostem do capitulo de hoje.



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Nas profundezas de Ustengrav, o som do bater de metal em combate era a única coisa que irrompia a o vazio. A Caravana do Dragão estava enfrentando um grupo de Mãos de Prata que os interceptou no meio do caminho. Eram cinco deles, um para cada um enfrentar.

Nur com dificuldades se defendia dos golpes que lhe eram desferidos. O inimigo, que usava duas espadas, era incrivelmente ágil, golpeando seu escudo com fúria. Ele não via muitas brechas para gritar ou contra-golpear. A única esperança dele era se esconder em seu escudo e esperar o caçador de lobisomens se cansar.

Porém, em determinado momento, um golpe da espada de prata vindo de baixo para cima o fez se desequilibrar e jogar o braço com o escudo para trás, o fazendo cair. Com a chance, o bandido ergueu suas espadas, prestes a descê-las sobre o pescoço.

Porém, antes que tivesse sucesso, ele foi arremessado pro lado com força por uma enorme mão peluda.

Você está bem, Senhor Nur?— pergunta Lydia, ainda em sua forma de lobisomem, estendendo para ele a mesma mão que arremessou o Mão de Prata.

Sssim, obrigado. - ele responde, pegando na mão dela e se levantando e olhando em volta, vendo que os outros três já tinham derrotado os outros inimigos.

— Eu não entendo - Comenta Derkeethus, se indagando - Ssse o líder dessssesss carasss possssui uma proposssta pro Nur, porque essstão tentando nosss matar?

Talvezzz não ssseja a prioridade delesss.

 

Antes que mais alguém pudesse falar mais alguma coisa, a licantropa começou a se contorcer e a ganir, com o corpo diminuindo, até ela finalmente voltar a sua forma normal, pondo a mão na cabeça demonstrando enxaqueca, e logo depois voltando a se sentir melhor.

 

— Vamos… Vamos seguir caminho. - ela disse, meio tonta.

 

Dito isso, o grupo voltou a andar pela ruína, descendo cada vez mais fundo. As salas pelas quais passavam só não estavam vazias devido às pilhas de draugrs mortos, provavelmente derrotados pelos Mãos de Prata. Em dado momento, o argoniano mais claro lembrou de algo e perguntou.

 

— Aí, Nur. O que essssa sssua tal armadura tem de tão essspecial para essssesss carasss a usarem como barganha? Eu ia perguntar isssso antes, depoisss do interrogatório, masss acabamoss ssendo sssurpreendidosss por maisss Mãosss de Prata, e depoisss do combate eu acabei esssquesscendo.

— Ah, digamosss que sssão osss frutosss dosss meusss temposss de mersscenário.

— Ela é especial, Derrky— afirmou Inigo, entrando na conversa - Ela é feita de varrios pedaços de diferrentes rregiões de Tamrriel.

— Não sssó a armadura. Asss minhasss armasss tambem vieram de cantosss diferentesss do continente.

— As botas e a manopla dirreita dele são de aço e de Cyrrodill.

— Minha manopla esssquerda e meu essscudo sssão de molde de osssso de Morrowind.

— O elmo e a espada são de High Rrock. E inclusive a espada é de Ourro.

— E a courassça e o arco sssão de ossssosss e pele, vindosss de Valenwood.

— Nossa !— comentou Barbas - Era um conjunto… Um tanto unico.

Masss o que isssso tinha de “trassço argoniano”, como aquele cara tinha dito?

— Creio que ele ssse referia ao revessstimento: Eu passssei em Argonia uma vezzz, e revesssti a armadura com Vernizzz de Resina de Hissst.

Ao ouvirem aquela afirmação, Derkeethus e Barbas se surpreenderam com a afirmação, enquanto Lydia e Inigo estranharam.

 

— “Resina de Hist”? - Questionou a Housecarl - Não são aquelas árvores que vocês idolatram?

— Pois é! Vocês terriam que arrranharr elas parra fazerr a tal rresina sairr, não?

Asss Hissstsss permitem que nósss argonianosss tiremosss um pouco da resina delasss— explicou Derkeethus - o que nosss permite usá-la nasss nossssasss armadurasss.

Asss armadurasss revessstidasss com Resina de Hissst— continuou o Dragonborn - ficam maisss resissstentesss e ganham uma colorassção preta.

— Então é porr isso que ela erra toda prreta? Aliás, Nurr, eu lembrro que você também usava um amuleto esttranho. Dá onde ele erra?

— Er… - estando na frente os outros não podiam ver, mas o argoniano mais escuro olhava para os lados, parecendo tentar pensar - Era de Sscyrodill também.

 

A nórdica pensava sobre aquele assunto. Agora ficou mais claro do porque os Mãos de Prata acreditavam que poderiam usar a armadura, e talvez até mesmo o conjunto todo, como moeda de troca para uma possível barganha. Mas será que Nur veria isso como motivo suficiente para aceitar o trato com eles, haja visto que o trato seria provavelmente envolveria a vida dela de uma forma não muito boa?

Em dado momento, o guerreiro parou, se agachou na frente de uma pedra, e ordenou que os demais fizessem o mesmo. Ao se aproximarem com cautela, eles puderam ver o que ele via: uma enorme caverna, que se estendia de baixo pra cima, iluminada por uma luz saindo do teto, com uma cachoeira desaguando no fundo e um muro de runas ao lado do lago raso que se formava. O caminho para continuar ficava mais acima da tal cachoeira, onde ainda havia restos da ruína, com uma ponte levando do lado oeste para o lado leste, que daquele ponto de vista eles não podiam ver como era.

Eles então reparam que no lado leste haviam pelo menos uns 7 mãos de prata, todos andando de um lado para o outro em guarda.

 

Algum plano?

— Na verdade… Sssim. O plano é o ssseguinte: Barbasss, vosscê vai correr contra essssesss carasss e dissstraí-losss. Derkeethusss, enquanto Barbasss osss dissstrai, você osss ataca na encolha. Inigo, consssegue chegar até aquela coluna? - ele pergunta apontando para uma coluna sustentando o teto, que possuía uma plataforma em volta de si, e cuja qual poderia ser acessada se a pessoa conseguisse pular até lá pela descida até o lado leste, que saia da area da pedra em que eles estavam.

— Acho que sim - responde o arqueiro.

— Otimo! Chegue até lá e atire nelesss enquanto Derky e Barbasss fazem o que elesss têm que fazer.

— Entendido - responde o khajiit, tirando seu arco das costas.

 

O thane então se vira para sua housecarl e continua.

 

— Lydia, vosscê vem comigo. Iremos chegar até o líder enquanto os outros distraem aqueles caras.

 

Ela então ascente e responde.

 

— Como deseja, Senhor Nur. Eu o protegerei com minha vida.

— Uma última coisa, pra vosscêsss trêsss: Deem foco de ataque para aquele cara! - ele diz isso apontando para um dos inimigos ali.

 

Ao olharem mais atentamente, eles entendem de quem ele falava: dentre um dos homens lá, havia um argoniano com equipamento melhor que os demais, usando uma armadura escamada completa e uma arma estranha. Ela parecia ser feita de Oricalco, mas não lembrava nenhuma arma que tivessem visto. No máximo um arco, pois havia algo que parecia uma flecha pequena engatinhada, com duas extensões semelhantes a arcos saindo da ponta do que era a base, onde se segurava, porém os dedos dele não seguravam a flecha pequena na corda, mas sim em um buraco na parte de baixo da base.

 

— Um argoniano? - indagou o ladino - Deve ter sssido por causa dele que dessscobriram o verniz de Resina de Hissst na sssua armadura.

— Ele me paressce ssser uma essspécie de cô-líder ou algo assssim. Garantam que vão neutralizar ele primeiro. Entendido, Inigo e Barbasss?

Porrque nós em específico?

Sssaxsshleelsss não podem atacar unsss aosss outross. Ssomosss todosss filhosss dasss Hissstsss, e elasss proibem conflitosss entre ssseusss filhosss.

— Então não poderei tocar nele. Terão que me dar cobertura. - completa o irmão mais claro - E torssçamosss para que ele também ressspeite isssso.

— Tudo bem. É o jeito então, né? - responde o daedra, revirando os olhos.

 

Com isso, todos se põem a postos. Nur e Lydia vão mais para trás, se escondendo mais do alcance de vista. Derkeethus foi até uma outra pedra, desaparecendo da vista, como se tivesse se misturado às sombras. Barbas, por sua vez, corre em alta velocidade descendo até a área onde os Mãos de Prata estavam, latindo e chamando a atenção de todos ali, se arremessando contra um dos inimigos e o derrubando. Todos então partem para cima, tentando atacá-lo. Exceto pelo argoniano, que olhava surpreso, mas tentando manter a calma e pensar.

Nesse momento, Inigo corre com tudo que tem e pula, pousando com dificuldade na plataforma da coluna, quase caindo, mas conseguindo manter o equilíbrio. Ele então saca seu arco e começa a atirar em baixo, mirando os inimigos abaixo. O Mão de Prata argoniano então saca sua arma, mira em no khajiit, e aperta o gatilho no buraco embaixo da base. A flecha pequena então é arremessada com força para longe da arma, acertando o peito dele. Se não fosse a armadura élfica, ela teria furado o peito dele. Do contrário, o que houve foi que o impacto dela na couraça pode ser sentido no peito, doendo um pouco. Os dois então começaram uma batalha de flechas, um atirando contra o outro. A versatilidade de recarga da arma automática do saxhleel competia com a velocidade das mãos do arqueiro cathay.

Enquanto os outros caçadores de lobisomens golpearam o cão com fúria, se perguntando como ele aguentava os golpes, em dado momento Derkeethus surgiu de trás da coluna, atacando de surpresa um dos homens e o derrubando com um enorme corte na nuca, entrando de vez no conflito.

O líder daquele pelotão de Mãos de Prata se escora na coluna, recarregando seu arco automático, ofegante de tanto tentar se esquivar das flechas do arqueiro. Algumas ele não conseguiu desviar, e estavam presas a sua armadura. Ele olha pro lado, e vê seus homens atacando o daedra e o ladino.

 

Temosss trêsss aqui. Então cadê o… - Ele então olha para o outro lado, para a ponte que levava para o lado leste, e vê o dragonborn e a licantropa rolando da parede e indo agachados até a ponte. - EI, EI! É UMA DISSSTRAÇÃO!! ELESSS ESSSTÃO ALI!!! - ele grita, apontando para eles, mas não obtendo resposta do bando de nórdicos ensandecidos pela batalha.

 

Ao verem que foram percebidos, os dois se levantam e correm com tudo.

Em um ato de desespero, o argoniano corre até a base da ponte, coloca seu arco a frente, mirando para onde iam, sem distinguir muito em qual deles iria acertar. Ao mesmo tempo, o khajiit azul também saca uma flecha, a mirando na nuca do rival. Porém ele percebe a ironia disso e mira mais pra baixo, nas costas.

Também em desespero, o thane agarra sua housecarl pelo quadril só com o braço e grita, ao mesmo tempo que o inimigo e o amigo disparam.

 

— WULD!! (REDEMOINHO!!)

 

Com o grito, os dois avançam em alta velocidade, com a mini flecha lhes seguindo logo atrás. No momento em que eles passam na frente de algumas rochas, organizadas de forma assimétricas, runas mágicas são ativadas, fazendo-as brilhar. Por consequência, a passagem à frente deles, fechada por grades, é rapidamente aberta, os fazendo chegar ao outro lado.

Quando o efeito do grito acaba, eles são inclinados para a frente por desequilíbrio, e nesse mesmo momento, a flecha pequena voa acima deles, acertando escada a frente deles e rolando pro chão.

Eles então olham para trás, para ver o atirador, mas tudo que viram antes das grades se fecharem novamente foi o corpo dele caído do outro lado da ponte, com uma flecha nas costas.

 

— Tudo bem, vamosssprosssseguir.

— É, tá certo.

 

Os dois então sobem as escadas daquele corredor super estreito, e chegam em uma área estranha. A maioria das lajotas do chão eram adornadas com runas e buracos nas laterais. As paredes eram altas, e formavam um zigue-zague, de forma impossibilitava a visão do outro lado da sala. Haviam também muitos destroço, principalmente agrupados nas bordas das paredes. E para  completar, o teto era coberto por teias de aranhas. Do tipo que se encontraria em um ninho de aranhas gigantes.

Apesar disso, não havia sinal delas em nenhum canto. Nur pensava que talvez os Mãos de Prata já tivessem se livrado delas. Mas se fosse o caso, onde estariam os corpos ou mesmo manchas de sangue verde? Nenhum sinal de confronto se encontrava à vista. Era como se as aranhas nunca tivessem pisado no chão, e tivessem reduzido seus domínios ao teto. Mas porque? Porque elas não pisavam no chão?

 

— Bem, acho que devemos seguir.

Essspera. - diz o argoniano, pondo seu braço na frente da nórdica.

Ele então pega uma pedra relativamente grande do chão, a jogando contra um dos ladrilhos a frente deles. Com o impacto do objeto, o ladrilho foi pressionado para baixo, e em resposta labaredas de fogo intenso foram jorradas para fora dos buracos, queimando intensa e perigosamente, cessando depois de um tempo.

Os dois então se entreolharam, surpresos.

 

— Então… como vamos prosseguir.

— Acho que o jeito é andar pelosss essscombrosss.

 

Eles então vão para mais perto das paredes, subindo pelos entulhos, sempre se mantendo atentos a não pisar no chão. Em alguns momentos, quando o rastro de destruição de uma das paredes ficava mais reduzido, eles se arriscaram a pular para o outro lado, mas nunca com muitos problemas para tal.

Em dado momento, eles finalmente chegam do outro lado da câmara. Era um lugar muito mais espaçoso do que o lado que vieram. As paredes subiam ainda mais. O teto, ainda mais cheio de teias, possuía um enorme buraco, aparentando ter alguns sacos de ovos de aranhas em seu fundo. O  chão era formado por uma plataforma que se elevava um pouco acima do chão armadilhado que viam até aquele ponto, e não havia nenhum sinal das lajotas-armadilhas nele, aparentando ser seguro. A maior prova disso era o enorme corpo morto de uma aranha de uns 2m de altura e uns 5 de comprimento, jogado no canto do outro lado da câmara em relação a eles, além da pessoa que se encontrava próximo à porta do centro da parede norte. Parecia ser um homem, agachado e de costas, usando uma Armadura Nórdica Talhada, e sua posição lhes permitia ver seu enorme machado batalha de prata. Ele então se levanta e se vira para ele, mostrando seu rosto. Os arranhões enormes no lado direito e o nariz deslocado para o lado que as marcas apontavam adornavam seu rosto.

 

— Eu estava os aguardando - afirma o homem, os recebendo puxando seu machado das costas e o batendo contra o chão, se preparando para caso o plano desse errado e tivesse que brigar - Sou Inguir o Astuto. O atual líder dos Mãos de Prata. Acho que sua housecarl lembra de mim, Dragonborn. Não é? - ele diz, apontando para as marcas em seu rosto.

— Não sssei. Vosscê lembra, Lydia? - o guerreiro questiona, se virando pra guerreira.

 

Em resposta, ela pôs a mão na boca, equilibrando o cotovelo na outra mão, tentando lembrar dele. Depois de alguns segundos, ela apenas dá de ombros, girando a cabeça de forma negativa.

 

— Não, desssculpa, ela não lembra.

 

O homem bufa, claramente frustrado, e decide ser mais direto.

 

— Bem, vamos direto ao assunto: creio que você já foi avisada nossa proposta de trato, não?

 

Em resposta, o lider da Caravana do Dragão moveu a cabeça de forma positiva.

 

— Onde essstá?

— Não está aqui. Sua armadura e tudo com ela está escondido, longe até mesmo da base atual dos Mãos de Prata, em um lugar que só eu e os homens que vieram comigo até aqui sabem. O que significa que a essa altura do campeonato, significa que eu sou o único que sei.

 

O saxhleel de penas então entende o porquê os mãos de prata até ali atacavam mesmo com a tal proposta: foram instruídos a fazer isso e morrerem junto com o segredo da localização que carregavam, evitando possíveis interrogatórios além daquele que eles fizeram lá atrás. Se tivessem feito as perguntas certas, talvez tivessem a localização do objeto do trato, o que lhes tiraria a necessidade do diálogo que tinham nesse instante. Pelo jeito, “astuto” não é o título dele atoa. O homem era mais do que um monte de musculos.

 

Masss e então? Vosscê tem alguma garantia de que essstá com minha armadura?

— Bem, eu posso descrevê-la para você. Vejamos… a couraça é uma armadura de ossos, o escudo parece também ser feito de ossos, mas também parece ter sido moldado assim, as manoplas…

— Tá, tá, tá. Eu não me importo tanto com essssass partesss dela. - aquela afirmação do thane surpreendeu a housecarl, a fazendo encara-lo. - Me diga: essstá com vosscêsss? O amuleto?

— Oh, está falando do amuleto com o simbolo dos Blades e com um nome argoniano impresso atrás? Qual era o nome mesmo? Zinia, tiria…

— Tzia. Tzia Dragirisss. - Corrigiu o dovahkiin, com certo nervosismo na voz e a cabeça baixa.

— Isso mesmo! - o homem responde, estalando os dedos. - Era alguém importante pra você? O Sheisei me garantiu que era um nome argoniano, mas que o sobrenome não parecia ser…

— Minha mãe. Tzia Dragirisss era o nome da minha mãe. O amuleto dela foi tudo que me sssobrou delesss. - as mãos dele tremiam ao responder, assim como sua voz. Parecia realmente ser algo de peso para ele.

— Bem, está sim com a gente. Junto de todas as peças de sua armadura, e até mesmo suas armas. Eu posso dizer onde está. Mas isso terá um preço.

 

Aquela afirmação fez o argoniano levantar a cabeça.

 

— Deixa eu adivinhar? Vosscêss querem a Lydia?

 

Aquela afirmação assustou a nórdica. Mesmo esperando que esse era realmente o preço, ouvir aquilo vindo da pessoa que ela vinha seguindo até aquele momento a fez se preocupar.

Ao ouvir aquilo, porém, o homem riu, achando graça.

— Você realmente acha que eu quero apenas que você a entregue? - ele então gargalha mais um pouco, e então rapidamente muda o semblante para uma cara fechada - Essa besta selvagem e sanguinária eliminou toda a Mão de Prata que eu conheci. Tive de recomeçar tudo por mim mesmo, me arriscando em grupos de bandidos salteadores.

— NÃO FALE COMO SE FOSSEM AS VÍTIMAS AQUI!!! - protestou Lydia, furiosa - Vocês fizeram por merecer. Mataram dois membros importantes da nossa liderança. Quase desequilibraram os Companions.

— Ora, apenas fazendo nosso trabalho de eliminar monstros como você. - respondeu Inguir - Enfim, “Sr. Dragiris”. Eu não quero apenas que a entregue. Não. Eu quero que MATE-A com suas próprias mãos e entregue a mim sua cabeça. Seja na forma humana ou na forma de besta. No momento em que a cabeça dela estiver em minhas mãos, você terá a localização da armadura E do amuleto de sua mãe.

 

Ao ouvir aquilo, Nur ficou mais uma vez com a cabeça baixa, em silêncio. depois de alguns segundos, ele saca sua katana, ainda com a cabeça abaixada. A reação dele assustou Lydia, a fazendo segurar na base de sua espada, temerosa. Ele então se vira para ela e diz.

 

— E aí? Vamosss essspancar esssse até ele falar onde essstá o equipamento?

 

Ao ouvir aquilo, um sorriso se formou no rosto de Lydia. Por alguns instantes ela realmente acreditou que Nur poderia tentar matá-la, e ver que ele não faria isso com ela.

Em resposta, ela então se recolhe, aumentando de tamanho, com pêlos recobrindo seu corpo rapidamente, até mais uma vez ela assumir a forma bestial, uivando para cima imponente.

 

— Se é assim que querem - ele diz, pouxando seu machado do chão com força - QUE ASSIM SEJA!!

 

Os dois então correm contra Inguir, Lydia saltando e Nur correndo com a espada erguida e o escudo à frente do corpo. Em resposta, no exato momento em que eles estavam na metade do caminho contra ele, o líder Mão de Prata moveu horizontalmente seu machado, acertando os dois de uma vez e os arremessando pro lado, próximos da porta. Ele então vai até a licántropa e finca sua arma no chão, com os dedos dela junto. A prata queimando intensamente e a incapacitando por pouca coisa.

Ele então vai até o dragonborn no chão, que tenta se levantar. Mas quando ele estava nas quatro patas no chão, ainda se levantando, é rapidamente impedido por um chute no lado esquerdo do rosto, o fazendo cair pro lado e deixando um corte no rosto. O nórdico então se agachou acima do rosto dele e começou a socar forte e ritmicamente, um soco depois do outro, fazendo até mesmo um dos dentes saltarem pra fora.

O homem então se levanta e volta para a nórdica transformada. Ela tentava com dificuldade puxar o machado, mas a prata tirava cada vez mais suas forças. Ele então puxa a arma, doendo ainda mais os dedos da mulher loba, a fazendo ganir, porém rapidamente sendo reprimida por um soco no rosto. Inguir então ergueu seu machado, pronto para derrubá-lo no pescoço dela.

Mas então, um grito ecoou até ele.

 

— ZUM!!! (ARMA!!!)

Quando o grito alcançou o Mão de Prata, sua arma prateada foi jogada de sua mão para longe. Ele então olha para o lado, e vê o dragonborn, se erguendo sustentado pelas mãos, e esfregando um dos punhos na boca.

 

— Deveria ter incapasscitado minha vozzz.

 

Ele então olha pro lado, e antes que pudesse ver qualquer coisa, seu lado esquerdo do rosto é acertado por uma enorme mão peluda, o jogando longe, para o lado do corpo da aranha. Ele então tenta se levantar, porém é rapidamente levantado pela lobisomem, a segurando na frente do argoniano.

 

— É o ssseguinte— ele começa a falar enquanto ajeitava sua espada na mão - Vosscê vai falar por bem - o saxhleeel então rapidamente golpeia o braço esquerdo do homem rendido, fazendo um corte no couro da armadura - Ou por mal. O que me dizzz?

— Você pode tentar, argoniano. Não vai arrancar nada de mim.

 

Em resposta, ele se mantém em silêncio por uns instantes. Mas rapidamente corta esse silêncio, movendo rapidamente a espada, em fúria, fazendo outro corte no couro em um dos braços da armadura, agora no direito, e abrindo ainda mais que o anterior, chegando a fazer um corte na própria pele dele. Ele repete esse movimento mais e mais, cada vez mais abrupto. Braço esquerdo, braço direito. A pele do homem queimando com cada corte. A carne ardendo ao entrar em contato com o ar. Perna esquerda, perna direita. Cada golpe fazia o homem dar cada urros cada vez mais altos e duradouros. Os gritos ecoavam pelo lugar. Quem não visse a cena talvez pensasse que fantasmas assombraram o lugar.

 

— E então? Onde é que essstá?

 

Inguir, cansado, respirava fundo e ofegente, e então respondeu.

 

— Em Stros M’kai.

 

O guerreiro encara o outro a frente dele, e rapidamente o golpeou no rosto com uma clara expressão de raiva.

 

— ONDE. ESSSTÁ??

— Em…Akavir.

 

O argoniano bufa de raiva.

 

— Lydia, trásss ele aqui um inssstante. - ele diz fazendo um sinal com a mão para que ela o seguisse.

 

Eles então vão até a borda de uma das lajotas borrifadoras de fogo, fazendo um sinal para ela ajoelhar o inimigo lá, que é o que ela faz prontamente. Quando o rosto dele estava a menos de um metro de um dos borrifadores, Nur pisou no ladrilho, fazendo com que instantaneamente labaredas se levantasse do buraco, atingindo a cabeça do líder. O grito do Mão de Prata só não era maior que o som das chamas saltando para fora.

— Eu vou perguntar uma última vezzz: ONDE. ESSSTÁ. O AMULETO???

 

O homem então ri um pouco e responde.

 

— Não adianta, rapaz. Vocês NUNCA vão descobrir onde seu equipamento antigo está. Você vai, pra sempre, desejar ter matado a sua amiga quando teve oportunidade.

 

O dragonborn olhou o líder de cima para baixo, e então respondeu.

 

— Não. Não vou não. - ele então volta sua atenção para a licantropa e diz - ele é todo ssseu, Lydia. Sssó não joga ele no fogo e nem dessstrua a armadura. Eu não vou sssair dessssa de mãosss vaziasss. vou ficar com a armadura dele.

 

A mulher loba assentiu, aceitando a ordem. Ela então tira o capacete do homem que segurava, revelando uma careca reluzente. Ela então o vira, para que a visse no olho. A boca enorme aberta, babando e cheia de dentes. Ela rapidamente abocanhou a cabeça dele, a puxando com força, e finalmente a arrancando, a engolindo sem muita dificuldade. A besta então começa a comer o interior do pescoço pela saída da armadura.

Ao final, a lobisomem se levantou e começou a voltar a sua forma normal.

 

— Já acabou? 

— Já. Acabamos por aqui. Senhor Nur, eu tenho que admitir: eu fiquei meio assustada lá atrás.

— “Assssussstada”? Vosscê realmente achou que eu te trocaria por um medalhão velho?

— Bem…Tinha aquele lance de que era o amuleto da sua mãe e…

— Lydia, por favor! É óbvio que não. Eu nunca te trocaria por nenhuma arma ou equipamento de qualquer natureza. Vosscê é muito essspecial pra mim.

 

Ouvir aquilo pegou a housecarl de surpresa, a deixando corada e nervosa, apesar disso não poder ser visível pelo capacete que ela usava.

 

— Oh! Nossa. O-obrigada, senhor…

 

Ao perceber a conotação estranha que sua frase soou, o thane rapidamente tentou se corrigir, meio sem jeito. 

 

— Q-q-quer dizer! Como uma amiga! E-e-eu…

— Não! Q-quer dizer, sim, claro…

— E-eu quizzz dizer q-que vosscê é-é essspesscial como uma, uma, uma, uma amiga!

— Sim, sim! Foi… Foi o que eu entendi.

— Ótimo! Então… Eu… Vou vessstir asss pessçasss da armadura do tal do Inguir que eu quero.

— Ah! Sim ! Claro…Se não houver problema. Eu gostaria de poder ficar com as manoplas e as botas. Já que você já tem as suas de ossos de dragão, não é.

— Claro! Sssem problema.

 

O argoniano então vai até os restos do corpo do inimigo que haviam enfrentado, enquanto a nórdica ficava de costas, esperando ele concluir. Enquanto se vestia com o equipamento, ele perguntou.

 

— Ei, Lydia. Posssso te pedir uma coisa?

— Claro, senhor Nur. O que você ordenar.

— É o ssseguinte: não conta pro Derky sssobre o amuleto, tá bem? Quando eu fugi da casa da nossssa avó, eu peguei o amuleto sssem ele e osss meusss outrosss irmãosss verem. E ele paressce não sssaber que fui eu que peguei. Então não conta pra ele, tá?

 

Ela ficou em silêncio por um tempo, suspirou, e respondeu.

 

— Tudo bem, senhor. Seu segredo está seguro comigo.

— Otimo. Obrigado.

 

Nur então termina de se vestir, entregando as botas e manoplas já removidas para Lydia.

 

Vamosss voltar. Eu tinha visssto um muro de palavrasssatrásss. Provavelmente há uma palavra de poder nova por lá. E eu também quero aquele arco diferenssciado daquele tal de Sheisei.

 

***

 

A porta é aberta, revelando a última câmera de Ustengrav.

 

— É isssso, pessssoal. - afirma Nur, com orgulho - Finalmente chegamosss no nosssso objetivo: O Chifre de Jurgen Windcaller. Nossssa jornada essstá quase no fim.

 

A frente deles, a sala descia por uma escada até uma plataforma acima de poças d’água, com estátuas em forma de águia nas poças enfeitando. E lá na frente, no centro da câmara, aquilo que guardava o que queriam: o túmulo de Jurgen Windcaller, e acima dele o suporte onde supostamente ficaria seu chifre.

Eles então descem as escadas, se aproximando cada vez mais do sarcófago, com o dragonborn na frente, liderando. Porém quanto mais próximos eles ficavam, mais o líder percebia que havia algo de estranho no suporte. E a cinco metros dele, o argoniano finalmente percebeu.

 

— Er… Onde que essstá o tal chifre?

— Espera, o que?

 

A Caravana do Dragão então se aproxima mais do túmulo, e de fato, não havia nada no suporte, além de um pedaço de papel.

Aquilo revoltou a todos.

 

— Isso é algum tipo de brrincadeirra???!!

Sssacanagem!! Me sssinto traído de novo!! - afirmou Derkeethus.

AQUELES VELHOS CADUCOS NO TOPO DAQUELA MONTANHA ACHAM QUE PODEM ENGANAR O CÃO DE CLAVICUS VILLE????

Pessssoal, vamosss nosss acalmar. Paressce ter uma nota aqui.

 

O Dragonborn então pega a nota, a abre, e começa a ler.

 

— E então, Senhor?

— É uma carta. Paressce que alguém pegou o chifre e quer me encontrar na… - ao ler o nome do lugar, ele bufou - Essstalagem Gigante Adormesscido, em Riverwood.

— Isso é obviamente uma armadilha. Estivemos enfrentando Mãos de Prata nessa tumba até agora. É óbvio que isso é uma armadilha deles caso os vencessemos aqui.

— É uma boa hipótese, Lydia. Masssdoisss problemasss nela. Primeiro: a carta fala apenasss que eu tenho que ir lá. Ela não essspesscifica que tenho que levar vosscê. Na teoria eu poderia ir lá sssem vosscê que não haveria problema para o remetente, sendo que vosscê é o único problema dosss Mãosss de Prata comigo, e tenho sscerteza que elesss fariam quessstão que eu te levasssse. Sssegundo: pelo que a carta dizzz, a pessssoa quer nosss encontrar em Riverwood, que é um lugar repleto de pessssoasss. É uma vila pequena, massspessssoasss lá. Ssse fosssem osss Mãosss de Prata, eu duvido que elesss iriam querer nosss atacar em um lugar com tanta gente.

Masss então o que vosscê acha que é, Nur?

— Eu acho que outra pessssoa pegou o chifre e deixou essssa carta. Uma pessssoa que não essstá ligada, pelo menosss não diretamente, com osss Mãosss de Prata. Ela pode ter vindo aqui antesss delesss, ou messsmo depoisss, e ssse infiltrou bem debaixo do narizzz delesss. De qualquer forma, sssó há um jeito de dessscobrir.

Sim: ir para Riverwood encontrar essa pessoa depois de pegar o machado do Clavicus.

 

Nesse momento todos se voltam para Barbas, estranhando o que ele disse.

 

O que foi?

— Eu tava pensssando na gente sssó ir para Riverwood messsmo.

O QUE? Mas a gente está relativamente mais perto do meu machado do que de Riverwood!

— E como rraios você sabe disso?

Ora, eu sou um Daedra! Eu sou tão velho quanto todos vocês juntos! Eu tenho um mapa mental de toda Tamriel excelente na minha cabeça.

— Bem, pode guardar ssseu mapa mental por enquanto, porque isssso é maisss importante. - o Dovahkiin diz apontando para a carta. - A gente vai pegar o machado depoisss de entregar o chifre, beleza?

 

O cão revirou os olhos, com raiva, mas respondeu.

 

Tudo bem. Pode ser, por enquanto.

 

Dito isso, o grupo foi até uma outra porta, localizada atrás do túmulo, e que devia ser por onde passou a pessoa misteriosa que levou o chifre. E por lá eles seguiram caminho, rumo a saida de Ustengrav, agora com Riverwood como novo objetivo.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu gostária de usar esse espaço pra desabafar um pouco: esse capitulo é um tanto especial. Ele não é o maior que já escrevi, nem o com a melhor arte (pessoalmente creio que a melhor foi do capitulo 22), mas ocorreu algo especial durante a produção desse capitulo. Na semana seguinte á que eu postei o capitulo anterior, eu simplesmente não estava conseguindo colocar nada "no papel". Por algum motivo eu estava empacado e não conseguia escrever. Em decorrencia disso eu estava passando mais tempo JOGANDO Skyrim ao invés de ESCREVER sobre Skyrim. Passei uma semana nessa (esse é inclusive outro motivo pelo qual o capitulo atrasou). Então eu estava achando que já tinha chegado a hora de eu parar com essa fanfic. Eu ainda iria escrever esse capitulo e postá-lo, da mesma forma que ele se encontra agora (ou pelo menos de forma parecida), mas ele seria o ultimo, e então eu pararia de vez. Eu estava desmotivado com a estória e sem "fogo" como eu tive no começo. Porém algo aconteceu. Em uma bela noite enquanto eu jogava, eu coloquei umas musicas de um certo YouTuber que eu gosto que faz covers de anime. Eu apenas deixei a playlist tocando enquanto eu jogava. É engraçado: eu sempre ouvi essas musicas quando escrevia essa estória. Mas dessa vez, talvez por fazer muito tempo que não as ouço, elas me atingiram de um jeito que me bateu profundamente. E então eu lembrei da promessa que fiz a mim mesmo de levar essa estória até o final. Então eu digo: desistir é o meu mamilo do meio! Eu vou continuar com sapoha! E eu queria dedicar esse capitulo ao Patrux, que é esse youtuber autor desses covers, e um exemplo de dedicação para mim, pois ele tá sempre tentando projetos novos, mesmo quando eles não parecem dar os frutos esperados. E aqui estou eu fazendo a mesma coisa, só que em menor escala: escrevendo uma fanfic que deve estar sendo lida por no maximo 3 pessoas, apenas para realização pessoal.
Bem, é isso. Eu só queria desabafar sobre isso e deixar aqui a minha dedicatória ao Patrux. Obrigado por terem lido esse capitulo (e até esse desabafo se não tiverem pulado até aqui), e até dia 31 (ou antes, se eu mudar de ideia)...



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