Skyrim: Crônicas do Dragonborn. Vol.I escrita por Deino Contador


Capítulo 27
No Antro da Vigarice.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Hoje é Sexta feira no nosso calendário e Fredas no calendário Tamrielico, o que significa mais um capitulo para essa estória.
Primeiramente (Ironic Mode: on) eu gostaria muito de agradecer ao feedback de vocês sobre aquela minha ideia que havia perguntado no capitulo anterior. Sério mesmo. Foi ótimo saber a opinião de vocês. (Ironic Mode: off). Bem, de qualquer forma as ideia para aquela proposta meio que estão dormentes agora no meu cérebro. Não foram apagadas, mas estão deixadas um pouco de lado. É até melhor mesmo. Vou me concentrar só nessa estória aqui por enquanto e que se dane.
Bem, é basicamente só isso. Próximo capitulo sai dia 23. Espero vocês lá.



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Ainda era de noite, e o frio no deserto do feudo atacava o grupo. Não tanto para Lydia e Inigo. Lydia já era, não só da província, como também do feudo, e já era acostumada com o deserto de Whiterun. Inigo por sua vez, por mais que não fosse nativo, já era acostumado com o frio das noites do deserto de sua terra natal, que inclusive eram mais cruéis que as daquele lugar. Apesar disso, nenhum deles parecia se recurvar à condição complicada, e caminhavam em silêncio. Até que o khajiit tenta puxar assunto chamando a nórdica.

 

— Lydia, o que você terria mais medo de enfrrentarr: Um grrupo de 50 galinhas ou de 50 coelhos?

 

Ao ouvirem aquela pergunta, vinda totalmente do nada, o grupo estranhou. A mulher, meio incomodada, respondeu.

 

— Não sei… Esse não é exatamente o tipo de pergunta com uma resposta fácil.

— Tem rrazão. Ambos são malignos e terrriveis de suas prroprrias forrmas.

 

Com aquela resposta ainda mais inusitada que a pergunta, Nur, Derkeethus e Barbas acharam engraçado, mas seguraram suas risadas para não envergonhá-lo.

 

— Não foi bem isso o que eu quis dizer. - ela respondeu. Achando graça do amigo.

Acrredite. Se você tivesse visto o que eu vi, saberria o que eu estou falando.

 

Assim que ele disse aquilo, os quatro não conseguiram segurar e riram. Não de forma alta como se tivessem ouvido a coisa mais engraçada do mundo; Mas sim de forma mais contida, mas ainda mostrando que acharam graça do que o companheiro disse.

Ao ver eles rindo, o felino respondeu.

 

— Um dia vocês vão entender do que estou falando.

 

E então, em dado momento, Nur, que estava na frente do grupo, parou. Ele então puxa novamente seu mapa.

 

— Muito bem, pelo que paressce, aqui é o Antro do Vigarisssta.

 

Ao se aproximarem do lado do dragonborn, eles viram o lugar, que parecia apenas uma caverna qualquer, com paredes de rochas se elevando do chão, o que sugeria que o interior dela seria quase inteiramente abaixo do solo. Havia também um pilar de madeira erguido com uma bandeira, o que sugeria a presença humana. Mas mais do que isso, o que mais sugeria a presença humana era o que se encontrava na entrada da caverna: um orc com roupas de pele. Provavelmente um guarda dos bandidos que lá viviam, e que sacou seu machado de guerra de ferro, se preparando para o combate.

A caravana, em resposta, sacou suas armas. Quando o salteador correu contra eles, o argoniano mais escuro gritou.

 

Fusss RO!!! (Força EQUILÍBRIO!!!)

 

Com o grito, o homem se desequilibrou, sendo empurrado para trás. Logo em seguida, o guerreiro o golpeou no peito com a katana, o que dessa vez o fez cair de costas pro chão. Sem dar chance do orcimer se levantar, o saxhleel de penas pisou no peito dele, onde havia a ferida recém aberta no peito dele, ergueu sua katana e a desceu em um movimento circular rápido, cortando-lhe a garganta.

 

Paressce que não ssseremosss osss unicosss aqui.

— Óbvio! - Respondeu o irmão - Não lembra o que o cara da prisão te disssse? Elesss pagaram osss criminososss daqui para lhesss proteger.

— Verdade, eu não lembrava. Acho que o frio desssse deserto congelou meu sscérebro. - Ele então se volta para o corpo abaixo de si, o vira e pega um saco de moedas que encontrou na cintura do morto, com mais ou menos 20 moedas, e as coloca em seu próprio saco de moedas - Bem, tanto fazzz. Vamosss entrar.

— Será uma boa oportunidade de testar a minha nova armadura.

 

O grupo então adentra a caverna, e logo que entraram, se viram em uma enorme escuridão. A entrada da caverna parecia um corredor reto que levava a um outro muito íngreme e que aparentava ser iluminado por algumas tochas.

 

— Por Hissst. Que essscuro.

Mal dá para enxergar qualquer coisa. — complementou o daedra.

— E é nesses momentos que agrradeço aos deuses que sou khajiit. - o arqueiro então fecha os olhos, força as palpebras um pouco, e ao abri-lo, eles estavam brilhando, se destacando de todo o resto de seu corpo - Visão Noturrna, uma habilidade de minha rraça.

— Exibido - responderam ao mesmo saxhleel de chifres, a nórdica e o cão.

— Bem, ssse é assssim, vá na frente e lidere. Nosss guie e avise quando ver algo.

 

O felino azul assentiu e tomou a liderança, caminhando pela escuridão como se estivesse enxergando na luz normal. No final do corredor mais estreito, ele ergueu o braço e disse cochichando.

 

— Cuidado, Bandidos.

 

Nur se aproxima do lado de Inigo, a fim de enxergá-los melhor. Os dois bandidos estavam conversando.

 

— Cara, eu não sei se confio nesses guerreiros Alik’r escondidos aqui. Eles me parecem problemas

— Bem, então guarde isso pra você. - respondeu o outro criminoso, de forma grosseira - Eles não estão nos pagando para conversar. E depois, eles só permanecerão aqui até acharem a pessoa que procuram. E nos darão todo o ouro da recompensa!

 

Aquela fala chamou a atenção do argoniano, que começou a fantasiar a pilhagem dos corpos dos tais guerreiros e achando milhares de Septins de cada um.

 

— Mas ainda assim. Temo pelo nosso destino. E se alguém vier atrás deles da mesma forma?

— Bem, se você se preocupa tanto assim, vá até eles e tente expulsá-los. Tenho certeza que você vai se sair muito bem contra eles.

 

Com a fala do companheiro, o primeiro salteador se calou. Com isso, o saxhleel de penas chamou a atenção do amigo ao lado e cochichou.

 

— Ei, Vosscê consssegue atirar rápido o sssuficiente nosss doisss?

— Posso tentarr.

 

O khajiit então sacou seu arco de ébano e o estendeu a frente do corpo, tirando uma flecha da aljava nas costas e a depositando no encaixe do arco, a puxando para seu rosto. Tudo feito de forma bastante rápida, mas precisa. E então, sua mão que segurava a flecha a larga e busca outra em suas costas, fazendo a primeira voar no ar em direção ao primeiro criminoso. Assim que ela o acertou na testa, a mão do arqueiro já estava com os dedos na segunda. Quando o corpo caiu no chão, a próxima flecha já estava encaixada. Inigo só puxou o projétil para próximo de seu rosto quando o outro bandido percebeu, e no momento em que ele se virou para onde dava o corredor, ele foi atingido pela outra flecha.

 

— Boa, Inigo!

 

Nur então se aproxima e começa a revirar as vestimentas dos corpos, à procura de moedas. Ao achar os sacos, ele se levantou e novamente colocou as moedas em seu próprio.

 

— Senhor Nur, você não pretende fazer isso toda hora, correto?

Sssim, pretendo. Negligenssciamosss asss pequenasss pilhagensss, pegamosss apenasss o que nosss interessssava, e como consssequensscia não temosss grana sssufissciente. Dessssa vezzz vamosss dessspenar completamente esssse lugar e conssseguir o que falta para comprar-mosss Breezehome. Sssó não pego asss armadurasss de couro poisss podemosss deixar isssso pra depoisss que acabarmosss aqui.

— Breezehome? - questionou o irmão.

— É o nome da tal casa disssponivel para compra.

 

Após ele sair de cima dos cadáveres, Inigo se aproxima de um deles e se agacha.

 

E você?— Questionou Barbas - Tá fazendo o que?

— Tentando arrrancarr a minha flecha desse carra. Tem que serr com cuidado parra não quebrrarr a ponta. Não se pode desperrdiçarr uma flecha de ébano.

 

Enquanto ele tirava a flecha, Derkeethus, Barbas e Lydia olhavam para aquilo esperando, enquanto Nur se aproximou de um baú do outro lado do lugar. Derkeethus, meio incomodado, decidiu comentar.

 

— Galera, eu essstava pensssando… Não é meio essstranho a forma como tratamosss essssesss carasss? Tipo, nóss ssimplesssmente matamosss elesss e pilhamosss o que podemosss doss sseusss corposss sssem um minimo de ressspeito. Quer dizer, sssão pessssoasss como nósss. Osss animaisss resscebem maisss ressspeito dosss bosssmersss do que essssesss bandidosss da gente. Qual a diferenssça entre fazer isssso com essssesss carasss e fazer isssso com pessssoasss comunsss de cidadesss?

 

Com aquela pergunta, todos ficaram incomodados, pois era uma pergunta de fato pertinente. O único que não demonstrava desconforto a aquilo era o daedra.

 

Eu nunca vi diferença nisso na verdade. A única diferença é que esses caras estão no caminho entre eu e o Machado do Arrependimento. Se no meio do caminho um civil também estiver, não terei pena. Mas pelo que sei sobre vocês mortais, imagino que a mente de vocês deve estar uma bagunça agora.

 

Inigo, por sua vez suspirou fundo, largando a flecha que ainda se encontrava alojada na testa de um dos sujeitos e diz.

 

— Sabe, Derrky? Às vezes eu já me peguei pensando nisso. Ainda mais porrque eu Felix, que Azurrah o tenha, saímos de um grrupo de saqueadorres como esses. Então eu tenho um pouco de “simpatia” porr esses carras. Porrém, o meu caso e o de Felix forram uma exceção muito rrarra. A verrdade, é que essas pessoas não são nem de longe selvagens, mas não irrão voltarr parra a civilização tão cedo. Elas já se rrenderram a esse estilo de vida completamente rrecluso das cidades e sobrrevivendo apenas à base de atacarr pessoas inocentes e indefesas, saindo em bando de suas tocas como essa em que estamos apenas quando sentem que estão forrtes o suficientes parra atacarr uma vila ou uma cidade. Eu infelizmente não acho que esses carras tem salvação. Somos nós ou eles.

 

Ao ouvir aquilo, o ladino passou os dedos da mão direita no queixo por um instante, racionalizando a resposta do arqueiro, e respondeu.

 

— Acho que entendo, colega. Isssso já me dá um mínimo de conforto.

 

Dito isso, khajiit então voltou a tentar remover as flechas.

 

***

 

Depois de um tempo seguindo pela caverna, eles param na porta de outra câmara, maior do que as anteriores. Havia uma enorme mesa longa no centro do lugar, com uns seis bandidos se alimentando. Havia também, no andar mais elevado da câmara ao sul dela, um outro bandido próximo de algumas caixas lendo um livro, além de uma outra bandida, com uma armadura de aço, dessa vez sentada em uma cadeira em frente a uma mesa menor no canto sudestes do mesmo andar que a mesa grande.

 

— Pessoal, acho que dessa vez, eu não conseguirrei atirrarr em todos de uma vez. Devemos apenas atacarr?

 

Nur olhou para uma passagem para um corredor estreito, tal como o que eles estavam, que começava na parede norte da câmara e parecia dar na parede oeste, no andar mais elevado. O argoniano então respondeu.

 

— Não. Essspere um pouco. Quero tessstar uma coisa.

 

Ele então respirou fundo, e liberou tudo em um sussurro profundo recitado em língua de dragão.

 

Laasss… (Vida…)

 

Com o sussurro, a imagem do que Nur via foi alterada. Ele agora via figuras cintilantes no lugar do que seriam os bandidos, incluindo sinais de figuras brilhantes através das paredes.

 

— Senhor Nur, o que você fez? - questionou a housecarl, não vendo efeito nenhum do “grito”.

— Não me perguntem como eu sssei, eu apenass ssei. Masss essssa palavra, que aprendi no Cume Northwind, tem um efeito parecido com o feitissço “Detectar Vida”.

— Então vosscê essstá enxergando a energia vital delesss?

— Exato, e nesssse momento, além dessssesss em nosssso campo de visão, essstou vendo maisss duasss figurasss alí. - ele então aponta para o meio da parade do outro lado.

Então há mais dois deles?

Maisss trêsss. Quer dizer, doisss. Quer dizer… Argh. Paressce que há realmente uma sssala a maisss lá, como eu sssussspeitava. E elesss essstão andando por ela e por isssso essstão sssaindo do meu alcanssçe.

 

E então, assim como aquelas figuras brilhantes surgiram, elas desapareceram, e a visão do dragonborn voltou ao normal.

 

— Muito bem, pessssoal, o plano é o ssseguinte: Lydia, vosscê e eu usamosss armadurasss pesadasss. Aguentamosss maisss golpesss, então iremosss ficar aqui no primeiro andar. Derky, Inigo, não sssei quantosss dessssesss carasss essstão na outra sssala, masss sscertamente não sssão muitosss como aqui. Vosscêsss vão até elesss. Barbasss, vosscê fará todo o caminho até o andar de sscima. Aquele cara é ssseu.

 

Todos então assentiram, concordando com o plano.

 

— Muito bem então. Ao meu sssinal, pessssoal.

 

Eles então puseram suas armas à mão, e se prepararam para se levantarem e correrem contra os inimigos. E então, ele gritou.

 

Fusss RO!!! (Força EQUILÍBRIO!!!)

 

Com o grito, uma energia azulada saiu em forma de aro da boca do guerreiro, levantando um pouco da terra no caminho e empurrando dois bandidos que estavam sentados na mesa, os pegando de surpresa e os fazendo baterem as caras na mesa, os desorientando.

Todos ali se surpreenderam, ainda mais com o surgimento da housecarl e do thane, ambos saindo das sombras, e rapidamente atravessando suas armas no meio do corpo dos desorientados e os fazendo caírem de costas ao serem puxados juntos das armas.

— VÃO! AGORA!

 

Com isso dito, os outros três também saíram das sombras e foram para a outra passagem, que levaria para a outra câmara.

Ao chegarem na outra câmara, o khajiit atira com seu arco contra um dos bandidos, lhe acertando no pescoço e o fazendo cair morto. Ainda havia três deles, mas com a morte inicial, Barbas conseguiu avançar até o outro corredor, chegando até o outro andar da sala maior.

No andar mais baixo, com cinco bandidos contra o argoniano mais escuro e a nórdica, a dupla escoraram suas costas uma na outra e se protegem com os escudos, aguardando os criminosos darem a volta pela mesa. Dois bandidos usavam clavas, um possuía uma espada, enquanto outro tinha um machado de guerra e um escudo, enquanto a bandida com armadura de aço, por sua vez, estava armada de uma claymore.

Os dois com a clava se aproximaram um de cada lado e tentaram lhes golpear. O da esquerda tentou acertar Nur, mas foi bloqueado e devidamente respondido com golpe de katana em seu braço direito. O que atacava Lydia, por outro lado, conseguiu evitar o bloqueio dela e a acertou no ombro direito, afundando uma cova na ombreira de sua armadura. Ao ver aquilo, o criminoso sorriu, de forma maliciosa. Ela, por outro lado, apesar de não ser visível através do capacete, ficou preocupada. 

Antes que ele pudesse tentar mais um golpe, ela o golpeou rapidamente em um momento em que ele arqueou o pescoço, talvez a fim de contar para os outros da fraqueza de sua armadura, o acertando com o escudo e logo em seguida acertando um golpe de espada no rosto, abrindo um corte na bochecha.

Os outros dois, com a espada e o machado, não esperaram e subiram na mesa, se aproximando dos dois. Rapidamente, Lydia arqueou seu pescoço para cima e urrou, em um grito que parecia vir de outro mundo. Um grito tão alto que assustou a todos ali. Os bandidos em cima da mesa se desequilibraram e caíram no chão. Os que estavam no chão se desaproximaram temerosos, o que deu a ambos chance de responderem cravando espadas nos troncos neles.

Com os inimigos prévios mortos, eles se aproximaram dos outros dois. Mas antes que conseguissem, foram barrados pela bandida com a claymore, que estava até aquele momento esperando a hora de atacar, e os interceptou tentando acertar um deles verticalmente, mas ao contrário, acertando o chão entre os dois companheiros ainda vivos e ainda quebrando o banco longo da mesa maior com isso. Os bandidos com a espada e o machado se levantaram, se agruparam ao lado da mais forte e se prepararam para ir para cima.

Antes que conseguissem acertar qualquer golpe, Nur gritou.

 

Fusss RO!!!(Força EQUILÍBRIO!!!)

 

Com o grito, os três à frente deles foram empurrados para trás, cambaleando. Com isso, os dois avançaram e apunhalaram os dois com armas de uma mão. Eliminando-os, faltava apenas que o argoniano e a nórdica lidassem com a salteadora.

Ela então moveu horizontalmente sua espada de duas mãos, errando o thane, mas acertando a housecarl, mais precisamente sua ombreira esquerda, a fazendo se desprender e ser jogada longe. a brutamontes então tenta mais um golpe, dessa vez na vertical de cima para baixo, mas o golpe foi bloqueado pelo escudo da guerreira.

O argoniano de penas então tentou revidar, mas acabou acertando o meio do corpo, acertando a armadura de aço e seu dano foi reduzido. A nórdica então também tentou um golpe, e conseguiu acertar um golpe no braço esquerdo, fazendo um corte profundo.

A bandida então, furiosa, ergueu sua arma para cima, a fim de desferir um golpe contra a outra mulher. Porém, naquele momento ela foi golpeada nas costas com o escudo pelo guerreiro, a fazendo errar e ficando sustentada pela claymore fincada no chão e segurada por ela. Aproveitando a oportunidade, a nórdica rapidamente atravessou sua espada no crânio da bandida e logo após a removeu, fazendo o corpo cair duro no chão.

Eles então olham em volta no lugar. Ao olharem para o andar de cima, viram Barbas em cima do corpo do bandido com um buraco no pescoço. O animal bufava com algumas manchas de pelos chamuscados, o que sugeria que o bandido era um mago ou possuía alguma arma encantada, e sua boca peluda estava suja de sangue.

 

ESSSTÃO TODOSSS BEM? - gritou Nur, a fim de ganhar uma resposta dos outros dois na outra sala.

 

Ele logo foi respondido por seu irmão, carregando um tom de medo na voz.

 

— NUR, O INIGO MORREU!!!

 

O saxhleel de penas gelou por um instante com aquela resposta.

 

— O QUE???!!! - ele gritou em resposta, não acreditando no que ouviu e esperando qualquer confirmação de que ouviu errado.

 

Logo em seguida, o que se sucedeu foi uma descontrolada risada dos outros dois indivíduos do outro lado da caverna, fazendo ambos o housecarl e o thane verem que aquilo era apenas uma brincadeira dos dois.

Então, o daedra saltou do andar mais acima, e logo Inigo e Derkeethus apareceram com poucos ferimentos superficiais.

 

— Muito bem. então essstão todosss bem, messsmo.

— Não, Nurr. - corrigiu Inigo com tom sarcástico - Não está vendo? Eu sou um fantasma. - ele falava aquilo curvando a coluna e movendo os dedos a frente do próprio rosto. - boOoooOooh.

 

Com a piada do khajiit, ele e o argoniano mais claro voltaram a rir. O mais escuro, por outro lado, mesmo não ficando claro em seu rosto, todos ali conseguiam ver que ele encarava os dois de forma séria.

 

— Okay, carasss. Já chega. - ele então se vira para a mulher e pergunta - Tudo bem? A sssua armadura essstá meio… Quebrada.

— Ah, é. Pelo jeito essa armadura não é tão boa.

 

O cão, prevendo o que vinha, começou a segurar um pouco o riso. O cathay e o saxhleel de chifres sentiram uma sutil pontada de incômodo, o primeiro e rebateu, tentando disfarçar.

 

— Er… não que está pegando pesado? Não acho que essa arrmadurra seja tão rruim.

— Não… - ela respondia mexendo na ombreira que ainda permanecia, ainda que com uma cova da afundada, quase tocando o ombro de fato - Ela é ruim mesmo. Na verdade, acho que é a pior armadura que já vesti.

 

Ao ouvire aquilo, o canideo segurou mais um pouco a risadas. o ladino, por outro lado, explodiu.

 

— QUAL É?! A GENTE SSSE ESSFORSSÇOU PRA CARAMBA NESSSSA ME…

 

Ao perceber que havia dedurado a si mesmo, ele pôs as mãos na boca, a tampando e se recolhendo, torcendo para ninguém ter entendido o que ele gritou. Mas não foi o caso. Mesmo não podendo ser vista através do capacete, a expressão de Lydia começou a se fechar.

 

— O que você quer dizer com isso?

 

Ao ver que já não tinham como esconder, os dois abriram o bico.

 

— TÁ BOM, ADMITIMOSSS!! NÓSSS FIZEMOSSS ESSSSA ARMADURA!!

— O que?!?! - disseram a housecarl e o thane em uníssono.

— A ÚNICA ARRMADURRA DWEMERR ERRA ENCANTADA E GENTE TAVA SEM DINHEIRRO SUFICIENTE!!!

— Então a gente desscidiu fazer por nósss messsmosss comprando osss materiaisss.

 

Ao ouvir aquilo tudo, a nórdica ficou ainda mais irritada.

 

— Quer dizer então que vocês dois me fizeram vestir sucata e chamar isso daqui de armadura?

— Ah! Não fala isssso!

— É! Não é como se as peças da armadura tivessem caído.

 

No mesmo instante, a ombreira direita se desprendeu e caiu no chão, e logo em seguida a carapaça do peito, que tinha uma emenda nas costas que se desprendeu e caiu a frente da mulher, seguido das duas peças da barriga que possuíam uma emenda em cada extremidade que também desmontaram e cairam. Sobrando apenas algumas placas presas a saia e os aros fixos às saídas dos braços e das pernas da camada de couro que revestia o interior.

Um silêncio constrangedor consumiu o lugar. A única coisa que o interrompeu foi Barbas, que não conseguiu mais segurar e caiu na gargalhada. O canídeo começou a rolar no e bater a pata incessantemente no chão.

Lydia, por outro lado, estava parada como uma estátua, com o capacete mirando o chão. E todos ali conseguiam imaginar que sua expressão estava tão fixa quanto a da carapaça dwemer que cobria sua cabeça. E então lentamente, ela levantou a cabeça na direção dos dois.

 

— Inigo. Derky…

— S-sim? - os dois responderam em uníssono, temerosos.

— EU VOU MATAR VOCÊS!!!!!

 

Ela então sacou sua espada e correu contra os dois de armadura élfica.

Assustados com a reação repentina, eles começaram a se esquivar dos ataques dela e a correrem. A guerreira começou a correr em círculos em volta da mesa longa, perseguindo o ladino e o arqueiro. Tudo isso ao som das risadas frenéticas do daedra em forma de cão falante. Em meio a tudo aquilo, Nur pôs a mão em seu rosto, desacreditado na situação em que se encontrava.

A fim de parar toda aquela confusão, o dragonborn arqueou seu pescoço para cima e gritou.

 

Fusss RO!!! (Força EQUILÍBRIO!!!)

 

A onda de choque gerada pelo grito bateu no teto da câmara, o som ecoou por toda a caverna, e o lugar que estavam tremeu por alguns segundos, como se fosse cair a qualquer momento. O que para a felicidade deles não aconteceu. Com o feito, todos ali pararam, assustados. o único que não demonstrava medo era Barbas, que começou a se acalmar e a diminuir a intensidade das risadas enquanto se virava para o guerreiro. Ele, por outro lado, demonstrava em seu rosto reptiliano genuína raiva.



Ssserá que dá para pararem? Poxa vida, paresscem um bando de crianssçasss com armasss.

 

Com o cermão, Lydia guardou sua espada e começou a passar a mão no braço, meio envergonhada. Derkeethus e Inigo, por sua vez, começaram a coçar a nuca e o pescoço cada um, também constrangidos.

O argoniano de penas então bufou, se acalmando, e ordenou.

 

— Lydia, Visssta a armadura dessssa sssalteadora aqui. - ele diz isso apontando para o corpo morto da mulher que enfrentaram - Assssim que terminar, ajude Derkeethusss e Inigo na pilhagem do lugar. Peguem o que acharem que tem valor. Eu vou me resolver com esssse tal de Kematu.

— Espera, senhor Nur. Tem certeza? Você lembra o que nós ouvimos sobre esses tais Alik’r, correto?

— Que eless ssão um grupo essxtremamente perigoso? Não ssse preocupe, Lydia. Eu me viro.

 

Ele então seguiu caminho pelo corredor que levava ao segundo andar da câmara. Ao passar na sala que ficava no meio do caminho, ele viu pelo menos uns 4 corpos de bandidos mortos pelo seu irmão e pelo seu amigo. Alguns com cortes longos nos braços e no peito, enquanto outros alguns furos provenientes de flechas. Até chegar ao outro corredor e então no segundo andar. Ali, ao sul da câmara, havia mais um corredor, o qual o saxhleel de chifres adentrou e desapareceu da vista de todos.

 

***

 

Fazia uns 30 minutos desde que Nur foi enfrentar. Os quatro tinham acabado de terminar de pilhar o lugar, e se encontravam naquele momento esperando do lado de fora, ao lado do Frost.

 

— O Nur essstá demorando demaisss, não?

— Pois é! E o piorr é que enquanto ainda estávamos naquela câmarra de dois andarres, pilhando os corrpos, não ouvimos nenhum som de combate.

— Tomara que ele esssteja bem. O que acha, Lydia.

 

Lydia estava do outro lado, escorada na parede de pedra do lado da entrada da caverna, com os braços cruzados e tremendo um dos pés no ar, olhando para ele até o momento em que sua atenção foi chamada. Porém em resposta, ela bufou para eles e voltou a olhar para o próprio pé.

Com o sinal de raiva dela, os dois entenderam e encerraram a conversa.

No mesmo momento, o guerreiro saiu da caverna, carregando um par de botas na mão.

 

— Pronto, trabalho feito.

— Sssério? Não ouvimosss nada!

— Pois é. inclusive ficamos prreocupados. Tem certeza que acabou?

— Confiem. Eu falei que resolveria, não?

 

Ele então jogou o par de botas que carregava para o arqueiro, que as pegou meio sem jeito.

 

— O que é isso?

Botasss de Essscamasss. Melhoresss do que asss élficasss.

Serrio? - Ele então revira o equipamento, olhando a sola, a aba, o buraco de entrada e então diz - Me parrecem bastante simples.

Sssério, confia. Agora vamosss. Vosscê asss calssça no caminho.

 

O argoniano mais escuro então caminha à frente deles, fazendo o caminho de volta a Whiterun, sendo logo depois seguido pelos outros quatro e o cavalo.


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