Skyrim: Crônicas do Dragonborn. Vol.I escrita por Deino Contador


Capítulo 19
O Kajiit Doidão de Skooma


Notas iniciais do capítulo

Fredou, meu GATUNOS DAS FANFICS! Hoje eu lanço um capítulo que eu pessoalmente estava esperando para alcançar, e que completa o time. Senhoras e senhores, sem mais delongas: INIGO, O BRAVO!!



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O trio agora se encontrava escorado no muro da frente do Forte Mistveil, junto do equipamento sobressalente que sobrou, esperando Derkeethus voltar. Era pôr do sol, e nada além das sombras das construções podia ser visto.

 

— Não esperava que você soubesse tanto, Nur. - comentou Barbas, cochicharem para que as pessoas da cidade não o ouvissem.

— Heim? Sssobre o que?

— Sobre energia harmônica.

— Há! aquilo. Nem sssei o que era. Eu sssó essstava chutando asss coisasss que eu dizia.

 

Imediatamente ao ouvir aquilo, expressão do cão desceu para a decepção.

 

— Ah! claro! Porque eu deveria esperar qualquer coisa incrível de vocês mortais, não é mesmo?

 

Com o assunto rapidamente encerrado, Derkeethus aparece, vindo da direção do cemitério, e diz.

Desssculpe a demora, galera. Eu tinha esssquesscido que eu havia empressstado meu cavalo para uma amiga, masss já resolvi isssso e o lanssce do artesão com uma sssó tacada. Agora podemosss partir.

 

— Okay, masss não agora, Derky - respondeu o irmão - Vosscê sssabe onde fica a prisão da sscidade?

— Er... aí do lado - ele aponta em direção ao Forte Mistveil.

— No cassstelo da Jarl?!

— Não, do lado da porta. Tem um pequeno corredor com uma porta no fundo que leva até a prisão.

— Entendi. Obrigado. Agora vamosss nessssa.

— Pera aí, masss porque na prisão?!

 

O argoniano mais escuro não respondeu, apenas subiu as escadas depois do muro que levavam até o forte, foi até o corredor e abriu a porta.

Ao entrar, ele se encontrava em outro corredor, ainda mais ingrime, e que começava em uma escada, que se dobrava para a esquerda e continuava. Ao descer as escadas, eles foram parados por um guarda, que guardava a passagem sentado em uma cadeira.

 

— Auto lá! Precisa de autorização para se passar.

— eu tenho autorizassção da Jarl. - disse o argoniano.

— Vo(ss)cê tem - Disse o outro argoniano e o guarda, em uníssono.

— Tecnicamente sssim, tecnicamente não. É que a Jarl sssabe que eu sssou o Dragonborn.

— Ah é mesmo? Então prove!

 

O Dovahkiin então puxou um pouco de ar para seus pulmões, e então os soltou em um Thu'um.

 

— FUS!!!(FORÇA!!!)

 

Com o grito, o nórdico foi jogado de sua cadeira e bateu na paredez escorregando nela até o chão. Ele então subitamente se levanta e grita para o outro lado da porta.

 

— OH JERON!! ABRE ISSO DAÍ!!

— PODE DEIXAR, PETRU! OUVI TUDO! - Gritou o outro guarda lá dentro.

 

Com isso, a porta dupla a frente deles se abriu, revelando um corredor um pouco maior, com acesso a algumas salas laterais, e mais a frente uma sala maior, que se extendia para baixo, e com celas por todos os lados.

 

— O que o senhor deseja, Sr. Dragonborn? - questiona o guarda, que devia se chamar Jeron.

— Ouvi dizer que vosscêsss tem em uma de sssuasss celasss um khajiit azul. Estou Sscerto? Eu desejo falar com ele.

— Oh, sim! Ele se encontra na primeira cela a esquerda.

— Lhe agradessço.

 

O argoniano caminha pelo corredor, e conforme ele se aproxima da cela, ele ouve uma voz conhecida, saindo ronronante da garganta de seu dono.

 

— Então, Srr. Drragonfly, é porr isso que eu acho que trrolls são goblins sob o efeito de alguma magia que lhes faz aumentar de tamanho e forrça quando fica com MUITA rraiva.

 

Depois de alguns segundos, a voz novamente fala.

 

— Eu sei que é a milésima vez que falo sobrre isso. Mas é que eu tô muito entediado esperrando... - a pessoa que dizia isso, que estava sentado em uma cadeira de costas pras grades, se interrompe e arregala os olhos surpreso ao se virar e perceber o argoniano do lado de fora - ... Ele...

 

A figura era um khajiit, de pelagem azul com detalhes escuros, quase um siamês, com uma estranha pintura natural branca em seu rosto que destoava de todo o resto do corpo. Ele se encontrava apenas com uma cueca de panos recobrindo seu quadril e conversando com uma libélula em um pote quando bateu seus olhos em Nur. Ele suspirou e disse.

 

— então você veio.

 

— é irônico que eu te ache preso depois do que me fez... Inigo.

 

Lydia, Derkeethus e Barbas olham confusos para aquela situação. A nórdica então pergunta.

 

— Vocês dois se conhecem?

— Da onde vosscêsss doisss ssse conhesscem? – o outro saxhleel complementa a pergunta.

— Isssso é uma longa hissstória.

— Bem, nós temos tempo de sobra, não?

 

O argoniano de chifres e o cão balançam a cabeça, concordando com ela. Sem escolha, Nur abre o jogo.

 

— Foi logo depoisss de eu fugir da casa da nossssa avó, Derky. Eu me vi sssem muita essspectativa de trabalho além de virar mersscenário. E foi o que fiz. Me tornei um essspecializado na trabalhosss que envolvesssem matar. Já sssujei minhasss maisss de tanto sssangue inosscente que nem vem ao caso. Nesssse meio tempo, um nome rico e influente de Sscyrodill contactou a mim. Doisss nomesss na verdade: um homem e uma mulher, ambosss irmãosss. Queriam que eu matasssse outrosss doisss irmãosss delesss que moravam em Ssskyrim.

— Eles também contactarram a mim. E disserram que erra parra nós fazerrmos essas missões juntos. E nisso nós dois seguimos viajem.

— Nesssse meio tempo, nosss tornamosss bonsss amigosss. Fazia tempo que eu não conhesscia alguém com quem eu me entendessce.

— Nossa prrimeira missão foi prróximo a Morrthal, em um forrte. Conseguimos acabarr com o irrmão e queimarr tudo depois de libertarr alguns serrvos dele.

— Depoisss tivemosss a missssão de matar o sssegundo irmão, mas o gatinho aqui essstragou tudo em Dawnssstar.

— Ououou! - interrompeu Inigo - Eu estrraguei tudo, não! Você estrragou tudo se deixando serr visto pelos guarrdas.

— Não, Inigo. Vosscê estava bêbado e viajando na ssskooma ssse deixou ssser pego. Eu que tive de me livrar dosss guardasss.

 

Ao ouvir aquilo, o felino pôs sua mão direita na própria testa, puxando seu cabelo, incrédulo e assustado com aquilo.

 

— SérrioSerrá então que não fui eu que matei o prrimeiro irrmão com minha adaga?

— Inigo, vosscê nem tem adaga! Eu que tinha uma e fizzz isssso.

 

Enquanto eles conversavam, os dois guardas que atenderam o grupo ouviam tudo e conversavam.

 

— Petru, não que eu tenha interesse de prender o Dragonborn, mas será que ele cometeu algum desses assassinatos no feudo do Rift?

— Não sei, Jeron! Vamos ouvir e torcer para que não.

 

Inigo, meio tonto, devido às informações de Nur não baterem com o que ele lembrava daquelas noites, cambaleou um pouco na cadeira, quase acertando o jarro de quem seria Sr. Dragonfly, que se escorou assustado na borda oposta do jarro torcendo para que não fosse derrubado.

 

— Vosscê tá bem?

 

Se recompondo, o rapaz peludo respondeu.

 

—Tô. Continue, que acho que minha memórria não tá legal.

— okaaay... Bem, aí teve Helgen. O irmão que fugiu tinha ido para lá, e nósss paramosss do lado de fora da sscidade e ficamosss uma sssemana inteira essstudando osss habitosss dele por lá, até que finalmente Inigo consseguiu asscertar uma flecha quando ele essstava na torre do sscentro da sscidade. Não vou mentir, nessssa uma sssemana eu me apeguei a sscidade, e gossstaria de morar lá. Masss não daquela vez. O assssassssinato chamou muita atenssção, e presscisavamosss correr. E foi aí, na fronteira com Sscyrodill, que minha nuca doeu pra caramba e eu desacordei. Devo ter sssaido rolando, poisss quando acordei, eu essstava na messsma carrossça de Ulfric Ssstormcloak indo em diressção a Helgen novamente. E foi nisssso que me encontrei na sscituassção de essscapar da dessstruição da sscidade. E a única coisa que eu queria sssaber de vosscê, Inigo, - o argoniano então pôs suas mãos nas grades e as agarrou, forçando seu rosto contra elas - era o porquê? Porque vosscê tentou me matar?

— Me diga você, Nurr. Não prretendia a mesma coisa? Me matarr e pegarr a minha parrte da rrecompensa para si?

— Primeiro que eu nunca faria isssso. Eu sssou fiel a quem eu confio, messsmo que na sssituassção essstivessssemosss dissstantesss. E messsmo que eu fosssse traíra assssim, não havia garantia que eu ganharia sssua parte - ele então parou por um instante e diz, desconfiado - Ou havia?

 

Inigo ficou surpreso ao ver que Nur não sabia, e ficou receoso.

 

— O irrmão que nos contrratou não te contou?

—"contou" o que?

 

O Kajiit suspirou profundamente, e então começou a desabafar.

 

— Bem, Nurr. Uma coisa que eu nunca te contei, é que desde que meu irrmão morrreu, eu me torrnei um viciado em Skooma.

— Eu já sssabia.

— Mesmo? Bem, mesmo assim acho que você não sabe o quão viciado eu erra. Quando eu me abstia de Skooma, eu ouvia meu antigo parrceiro, Félix, me castigando pelo que fiz a ele.

— Ah, essssa hissstóriaVosscê me contou...

— Bem, nisso o homem que nos contrratou veio até mim no sigilo e disse que se apenas um de nós chegasse vivo, o outrro ficarria com a parrte do outrro.

 

Ao ouvir aquilo, o argoniano ficou num misto de surpresa e raiva. Mas deixou o khajiit continuar.

 

—De início eu tentei ignorrarConforrme o tempo passou, comparrtilhamos histórrias e amizades juntos. Pela prrimeira vez eu sentia que podia larrgarr o Suco de Açúcarr Lunarr. Ao menos eu pensava isso. Mas conforrme a abstinência me atingia, a voz de Félix voltava. Mais silenciosa, mas incomodava ainda mais. Isso me afetou de uma forrma que você parreceu perrceber e começou a se afastarr.

— Corrigindo, vosscê comessçou a ssse afassstar e ficar maisss recluso na tenda quando acampavamosss.

— É mesmo? Puxa vida - o arqueiro parecia cada vez mais incomodado com as revelações - a Skooma afetou minha memórria mais do que eu pensava. Até mesmo sua aparrência está levemente diferrente do que eu lembrrava. Você tinha um par de chifrres pequenos na testa.

— Ah, não! Isssso eu tinha. É que enquanto andavamosss juntosss, eu osss arranquei com minha adaga antiga.

— Por favor, não fala disssso de novo - interrompeu Derkeethus pondo as mãos nos próprios chifres - me dói sssó de imaginar.

— Bom, ao menos isso eu não errrei - ele diz isso suspirando e se ajeitando na cadeira. A libélula com quem ele conversava encarava ele carregando pena no olhar. – Continuando. Do meu ponto de vista, você estava se torrnando cada vez mais distante. Ainda mais depois de falharrmos em Dawnstarr, também na minha visão, porr sua culpa. Enquanto fugíamos de Helgen eu temia que você me trraísse e pegasse minha parrte, então pensei que tinha de agirr prrimeiro.

— E nisssso vosscê fezzz o que fezzz. E então? Valeu a pena me trair? Vosscê resscebeu minha parte?

 

Ainda com certa tristeza no olhar, Inigo respondeu.

 

— Não. Infelizmente a irrmã do homem que nos contrratou o assassinou, e se negou a entrregar a rrecompensa. Depois disso, eu estava desanimado, bêbado de Skooma e sem esperrança, e voltei para onde eu acrreditava ser onde seu corrpo estava. Mas não achei nada, e prresumi que tivesse sobrrevivido. Andei por Skyrrim sem rrumo por um bom tempo. Consegui até mesmo me currar do vício em Skooma, algo que os de minha rraça dizem serr impossível. Até que eu ouvi os rrumorres da vinda do drragonborrn, e a descrrição dele batia com aquele que um dia foi meu amigo.

— E nisssso vosscê veio até aqui e pediu que te prendessssemsscerto?

— Pediu com dinheiro - comentou o guarda Petru, que ainda ouvia tudo com seu amigo, e logo depois os dois riram em uníssono.

— Masss porque? - o Dragonborn questionou, ignorando os dois guardas.

 

O Kajiit, ainda meio melancólico, suspirou mais uma vez, se levantou e, indo em direção à grade, disse.

 

— Parra pagarr minha dívida. Veja Nurr, eu não tenho mais nada nessa vida. Meu irmão morrreu. Meu amigo Félix morrreu por minhas mãos. Meus pais também estão morrtosTrrai meu amigo por Skooma, e apesarr de terr me currado de meu vício, já gastei todo o meu dinheirro nisso e em me prrenderr aqui. Eu querro que você me mate aqui e agora. Talvez nas Arreias Atrrás da Lua eu tenha uma vida melhorr. Talvez eu encontrre Félix, meu irrmão, e minha mãe! - Ele mais uma vez suspira, abaixa suas orelhas e se vira para trás - As chaves da minha cela estão em um cofrre não trrancado, na sala à esquerda do nosso ponto de vista aqui.

 

— EI! Como você sabe disso! - Questionou Jeron.

 

Lydia e Derkeethus ficaram com pena de Inigo ao ouvir seu relato. Barbas por outro lado se mostrava indiferente. O Dovahkiin se pôs a pensar um pouco, e então se vira para seu irmão e diz.

 

— Derky, vá pegar a chave.

— Senhor Nur. - a housecarl parecia assustada com a indiferença de seu thame.

 

O Saxhleel de chifres foi até a tal sala. Acima de uma fogueira, em uma chaminé voltada para a porta, havia o tal cofre. Ele o abriu e pegou a chave ali dentro. Então ele a leva até o irmão e a entrega em suas mãos.

O argoniano mais escuro então destranca a porta de grades e abre a cela. Agora não havia mais nada entre ele e o Kajiit. Ele então se aproxima lentamente dele, e o peludo em resposta estende seus braços e fecha os olhos, esperando pelo pior.

Porém, em resposta, ele apenas sente uma mão pousar em seu ombro. Ele então os abre e vê que o escamoso não fez nada.

 

 

— Eu não pretendo te matar - Respondeu Nur. - Fassçamosss o ssseguinte: A Jarl da sscidade pediu para que eu e meu grupo fossssemosss atrásss de um dragão. Ssse vosscê essstá livre de Ssskooma, então presumo que não me trairá novamente. Correto?

 

Todos vendo aquela situação ficaram surpresos, incluindo Inigo, que questiona.

 

— Você querr que eu vá com você?

— Ssse vosscê quiser, sssim. Venha com a gente, e ganhe a chanssce de ter uma nova vida.

— ... Ou morrrerr lutando contrra seus inimigos! - completou erroneamente o kajiit, o que rendeu uma reação de susto dos outros - Obrrigado Nurr! Muito obrrigado! - Ele então vira para a mesa e diz - Você ouviu isso, Srr. Drragonfly?

 

O inseto balançava dentro do pote, feliz com a notícia.

 

— Sssó vê onde vosscê mira essssa flecha, hehe - Brincou Derkeethus.

 

A resposta que ele recebeu foi uma encarada nada amigável de Lydia e dos dois na cela.

 

— Okay! Foi mal aí, galera!

 

Ignorando a piada de mal gosto do irmão, o argoniano mais escuro estendeu a mão para o arqueiro a sua frente, que hesitou um pouco, mas logo apertou a mão dele, e ambos selaram seu trato com o aperto de mãos.


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