Noite milagrosa escrita por Dyryet


Capítulo 1
Cap unico




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/797194/chapter/1

As coisas estavam complicadas...

O amor. Um sentimento tão forte que normalmente era descrito como fonte de grande união entre as pessoas, estava sendo o grande motivo de suas brigas frequentes.

Chat Noir não escondia o que sentia por ela e nem pretendia começar a fazer isso algum dia; o dono do manto negro era direto e sincero sobre suas emoções e no que almejava desta relação. Entretanto o que ele esperava estava muito além do que ela era capas de o entregar.

A verdade é que a heroína manchada sentia seu coração pesar e sofrer por outro. O angelical dono do sorriso e olhar mais puro que ela já viu em sua vida. Ela ate tentou o superar e namorar Luka um rapaz mais velho, extremamente bonito, gentil e muito atencioso, mas não tinha jeito. Seu coração tinha dono e esse era Adrien Agreste.

Mas as coisas pioram quando: Depois dele tentar seguir em frente e a esquecer... se percebeu em uma trama arquitetada por seus pais, que muito bem armada os forçava a ficarem juntos; e desta forma terminou o namoro com Kyoko, que continuou sendo para ele uma boa amiga. Mas com isso as atitudes do garoto mudaram...

Não que ele a culpasse por não ama-lo de volta, mas sua sinceridade profunda a incomodava e a esse ponto já estava a ferido. Chat Noir a não mais a olhava e quando o fazia trazia um peso no olhar, aquele sorriso sempre tão galante em seus lábios vinha desaparecendo e em seu lugar estavam suspiros entristecidos; ele claramente se sentia mal próximo dela e começava o próximo estagio; a evitar por completo.

Não mais fazia a patrulha junto dela pelos telhados; ele sempre preferia seguir pela rua oposta, falava com ela apenas o essencial e logo partia antes mesmo que seu miraculos alerta-se desta necessidade. E ela sentia falta do amigo, do companheiro que sempre esteve a seu lado desde o primeiro momento, mas era evidente que ele não queria sua amizade, que apenas isso não era suficiente, e preferiu romper essa relação tão forte ao aceita-la como amiga. 

Pensar isso a fazia apertar os dentes com raiva.

Não queria aceitar tal ideia que a invadia, mas uma bela noite não aguentou mais. Gritou a plenos pulmões tudo o que pensava sobre ele, tudo o que estava imaginando; coisas que jamais deveria ter dito.               E percebeu isso assim que esse se virou e a olhou nos olhos.

― Então... é isso... que você realmente pensa? ― A voz dele saiu em profunda dor.

Ele sentiu como se seu pondo de paz tivesse ruído, olhava para ela como se visse um anjo perder as azas.

Horrorizado.

― Chat eu...

― Não. ― Impõe ao dar um passo para traz mantendo a distancia entre eles. ― Você esta certa em uma coisa. "Isso"... "nós", não daria certo. ― Completa ao se virar e sair desaparecendo em meio a penumbra da noite.

Marinette não tinha como se sentir menor; um lixo completo. Como pode dizer aquelas coisas a ele? O julgar tão mal uma vez que já teve tantas provas do oposto, que seus sentimentos eram reais e puros.

 

 

 

 

Chegou a sua sacada desmanchando seu mando da mesma forma que se desmanchando em lagrimas. Nem mesmo sabia por que estava a chorar. Só conseguia chorar, não queria chorar, mas não conseguia parar.

― O que ouve princesa? ― A voz dele a atinge como um raio na nuca.

A quanto tempo não conversava com ele dessa forma? Haviam se tornado amigos, mas o Herói do manto negro era ocupado de mais para a visitar todos os dias, semanas ou mês...

― T-terminei o namoro. ― Mente não podendo revelar que era por ele que ela chorava, e esse apenas sobe sobre a grade de sua sacara se sentando ali como se fosse o lugar mais cômodo do mundo, e ela sorri ao ver o equilíbrio notável dele. ― Faz tempo que não te vejo. O que faz aqui? ― Enxuga as lagrimas caminhando ate ele.

― Eu nem sei... ― Murmura ao olhar o luar tão forte que parecia capaz de iluminar a tudo, ate mesmo seus pensamentos mais profundos. ― Eu só... não queria ir para casa. Queria alguém para conversar e acabei vindo pra cá.

― {Desculpa gatinho. De verdade, me perdoa.} Aconteceu alguma coisa? ― Diz tentando ao máximo não se dedurar, mas mesmo que escorregasse em sua atuação ele não perceberia o que não procurava ver.

― Na verdade não. ― Diz sincero ao manter os olhos presos a lua como se pudesse cantar para ela. ― Tudo esta como sempre.

― Então... por que parece tão melancólico? {Eu te magoei muito dessa vez...} ― Questiona ao se debruçar no beiral a seu lado e ele a olha brevemente voltando a fitar a lua encantado por seu brilho.

― Sabe... "Ela" não é perfeita, eu também não sou. Eu... sei que por baixo do manto de joaninha tem uma garota cheira de seus próprios problemas pessoais assim como eu tenho os meus. ― Murmura pensativo balançando os pés no ar, a respondendo pulando algumas etapas da conversa. ― Ela não sabe quem eu sou... então não consegue entender por que eu... Unff. Eu "tenho" que conseguir esquecer ela. Eu preciso.

Ela não sabia o que o responder.

Tudo que ele dizia sobre ela era sempre tão bonito.

― Já... tentou... sair com outra pessoa? ― Diz ao lembrar de sua tentativa de namorar Luka, coisa que serviu apenas para criar um atrito entre ela e a irmã do rapaz: Juleica que sempre foi uma boa amiga.

Nem podia culpar a mais alta. Havia sido uma péssima namorada, sempre pensando em outro quando estava junto dele.

― Já mas... é complicado. Não deu certo. Só faço de conta que continuamos juntos por que isso mantem as outras garotas longe. E ela continua sendo uma boa amiga. ― Ele responde pensativo, tentando dar o mínimo de informações possível. ― Eu... gosto de ser o Chat Noir. Na verdade eu adoro. É meu momento mais... Que eu sinto que posso ser eu mesmo! ― Diz sorridente, logo voltando ao tom tristonho. ― Mas... ela nunca vai entender isso. E esta tudo bem.

―  Desistiu dela de vez? ― Pergunta com um nó apertando sua garganta. Não o queria romanticamente como ele desejava, mas nunca quis que tudo terminasse dessa forma. Nunca quis o magoar, apenas não sabia como resolver isso. Seria tão fácil se ele fosse mesmo apenas um "galinha", mas não. Chat tinha um coração romântico.

― Faz tempo... ― Suspira entristecido. ― Mas... eu... Tomei outra decisão. Eu... trabalho a um bom tempo, tenho minha própria conta e fonte de renda. Assim que fizer dezoito anos vou entregar meu miraculos a ela e ir embora de paris para sempre. ― Revela com um tom satisfeito. ― É isso. Decidi. ― Confirma sorrindo. ― Eu amo ser o Chat Noir, mas não posso ficar aqui só por conta disso. Não tem mais nada pra mim aqui. ― Diz se levantando do beiral e ficando ao lado dela. ― Obrigado por me ouvir. E... sinto muito pelo termino. Mas você é uma garota incrível vai achar o cara certo acredito nisso. ― Completa ao abraça-la como uma criança fofa e ela sorri com o gesto meigo mesmo ainda estando perplexa com o que tinha acabado de ouvir.

― Você tem certeza? Disso? Eu...

― Eu não sei. Mas essa ideia me faz feliz e... não me sinto feliz assim a anos. ― Acaba por revelar ficando meio sem graça. ― É que... minha mãe morreu e... as coisas em casa estão ruins. ― Completa o mínimo falando coisas que poderiam caber na vida de qualquer pessoa.

― Nossa eu não fazia a menor ideia! ― Ela se exalta viajando em milhares de ideias. Já imaginou que ele teria um pai alcoólatra que o bate, ou que ele passa o dia fora trabalhando e mal pode estudar. Foi para milhares de historias tristes e ruins que já viu na T.V. ou em novelas.

― Re! Esta tudo bem princesa. Nem era pra saber mesmo. Escapou. ― Sorri pondo as mãos sobre seu ombro dando um beijinho em sua testa. ― Pensa que legal. Vou poder trocar e-mail com você. Não é só por que eu vou embora que tenho que abandonar meus amigos. ― Sorri sem graça pensando como seria legal poder contar a sua melhor amiga todos os seus segredos.

― Isso seria muito legal mesmo. ― Sorri meio entristecida o vendo se afastar e partir imaginando que logo essa partida seria eterna.

E com isso acabou por ficar ali na sacada pensando no que havia causado. Se essa decisão dele seria por culpa dela, do que disse a ele ou se ele já pensava nisso a dias e por isso estava tão distante.

 

 

 

Enquanto isso ele chega em casa com a mente mais limpa.

Estava muito feliz com a ideia de simplesmente jogar tudo para o alto. Sumir e dizer adeus a todos.

Olhou no calendário vendo quantos meses faltaria para seu aniversario de dezoito anos, já programando um e-mail para os únicos que se importava em contar seu plano. Nele ele revela sobre sua identidade como o herói do manto negro da destruição e também tudo o que sofria em casa e os motivos de partir dessa forma. Mas na hora de selecionar as pessoas ficou a refletir mais do que o esperado, marcou seu pai e seu mordomo sem pestanejar, igualmente Nathalie pessoa que considerava do fundo do coração. Mas de resto ficou confuso.

Marcou sua amiga de infância a loura que fez de seus dias menos solitários Chloe, Kyoko sua ex que o entendia mais do que precisava e ficou a olhar sua lista de contatos estranhando ter tantos amigos. Como não conseguiu evitar um sorriso ao ler o nome de Nino ali acabou por o marcar, o moreno era mesmo um raio de alegria assim como a namorada, que sempre acabavam o fazendo sorrir por algo bobo e trivial, e apesar do distanciamento atual marcou Marinette a primeira amiga que fez fora de seu cárcere. 

Terminou de redigir o texto que seria disparado apenas depois de seu aniversario e desligou o computador voltando a olhar aquela lua tão encantadora. Não era atoa que gostava tanto de ser o Chat Noir.





E neste momento o mundo começa a escurecer lentamente, os dois se surpreendem com o fato pois aquela lua tão radiante e grandiosa estava a desaparecer, sendo coberta por uma penumbra como se um mal pressagio estivesse sobre eles.

Tikki e Plagg correm para a janela não achando aquilo nada normal.

Eclipses sejam eles lunares como este ou solares, sempre foram entrelaçados a magia, e os dois seres milenares sentiam que havia algo de muito anormal neste ocorrido. 

Mas eles mal tem tempo de analisar, pois o efeito de seja lá o que estivesse acontecendo afeta seus humanos que caem apagados no chão.

oOoOoOoOoOoOoOo

Ambos despertam minutos depois com os Kwamis desesperados gritando em seus ouvidos.

Plagg agitado como sempre voava e dava tapinhas no rosto do louro, enquanto a delicada Tikki apertava a bochecha da nipo - francesa como se pudesse a despertar com massagens.

― C-calma eu estou bem. ― Diz ao se levantar do chão com seu corpo meio dolorido por ter caído com tudo.

E com isso ambos percebem que algo estava muito errado. Dando um grito tamanho que faz com que seus familiares venham ver se estava tudo bem.

Sem entender direito, ambos fingem que sim e inventam desculpas rapidamente pelo costume de ter de mentir constantemente por conta de suas identidade.

Marinette se levanta olha em volta reconhecendo facilmente que estava no quarto de Adrien, sem conseguir entender o que fazia ali. Olha para suas mãos não as reconhecendo. Puxa a blusa percebendo facilmente não ter mais seus seios ali. Respira fundo e se senta na cama.

― {Isso é um sonho. Um muito estranho!} ― Pensa olhando para Plagg que falava sem parar, mas o pânico era tanto que não conseguia o ouvir.

― Adrien! ― O pequeno Kwami da destruição grita e ela começa a conseguir o ouvir. ― O que ouve? O que você tem? Não me preocupa assim!

― E-eu não sou o Adrien! ― Ela grita para o pequeno ser que arregala os olhos.

― Larybug? ― O pequeno grita voando em círculos. ― Não, não, não! O que ouve? por que? O que tá acontecendo aqui?

― Eu que te pergunto! Você é o ser magico!

― E eu lá tenho cara que sabe alguma coisa e mesmo que soubesse ia saber explicar? ― O gato negro diz ainda a voar aleatoriamente pelo quarto. ― Tenho que perguntar para a docinho; ela deve saber!

― Docinho? ― Ela não consegue evitar pegar o detalhe na frase do kwami gato, que não da a mínima para a garota indo voar janela a fora. ― Espera eu vou com você!

― Por que? Fica ai!

― Por que ele esta no "meu corpo"! ― Ela grita com o rosto todo corado não sabendo como reagir; sua mente rodava.

― Idai? ― Mas o pequeno nem entende o problemas que os humanos viam, sua mente milenar estava em lugares que os dois nem ao menos poderiam imaginar.


Enquanto isso Adrien tinha o mesmo surto ao despertar na varanda da amiga.

Se sentou no chão mesmo, não se preocupando em sujar as roupas, passando as mãos nos cabelos e os percebendo bem mais longos; puxou a camisa percebendo ser a mesma que viu a amiga usando na escola, olhava as mãos relativamente menores e bem delicadas incrédulo, ficando muito preocupado de onde estava seu anel. Só podia ser um pesadelo. Um estranho e muito maluco.

 

― Não se mecha! ― O tom de voz usado veio como em uma batida policial.

A voz estranha o desperta de seus pensamentos e ele vira o rosto se deparando com ele mesmo. Sua mente ate trava não conseguindo compreender o que estava acontecendo.

Como ele poderia estar ali usando seu manto? Seria outra sósia?

E com isso se levantou feros, pronto para o combate, pensando estar em algum tipo de armadilha; já partindo para cima dela que segura seus pulsos com certa facilidade.

― Deus! Se acalma. Quase me arranca um olho fora. Ou melhor... o seu olho! ― Diz ao desfazer o manto e o pequeno kwami gato voa ate seu mestre trocado. ― Não percebeu? Trocamos...

― Marinette? Como? ― A pergunta fragmentada e incompleta era perfeita. Era exatamente o que ela pensava.

Nada daquilo parecia real.

Eles não podiam ter simplesmente trocado de corpo. E mesmo que sim... Por que seria justamente com ele?                Adrien seu grande e inalcançável amor.

Mas ele por sua vez, nem ao menos entendia o que estava acontecendo ali. Apenas se espantou com o ocorrido, mas teimava em não aceitar a verdade; muito menos percebera quem ela realmente era, apenas achava que havia sido descoberto pela melhor amiga.

― Calma Marinette eu... posso explicar! Eu acho... ― Murmura ao coçar a cabeça.

― Já disse! Não se meche! ― Ela impõe corada temendo que ele sequer esbarrasse em seus seios ou tocasse sua cintura ou sentisse qualquer parte de seu corpo.

― C-calma Marinette. ― Ele corresponde meio desconfortável com o panico da amiga. ― Eu... não vou fazer nada. Somos amigos lembra? Não sou um tarado aproveitador. ― Explica tentando parecer calmo como sempre fazia. ― Isso deve ser obra de algum inimigo. Me desculpa te envolver nisso. Eu não sei por que foi logo com você; você não podia ter descoberto a minha identidade assim... ― Murmura preocupado e pensativo. ― Mas eu tenho certeza que posso resolver isso fácil com a ajuda da Mylade. Então pode ficar tranquila. Me devolve o meu miraculos que eu vou procurar por ela. 

 A confiança e calma dele em lidar com tudo a pegou desprevenida. Ele claramente não havia entendido que ela era ela, mas estava agindo corretamente.

De fato Chat Noir era lerdo, mas era muito responsável.

 

 

Mas de forma alguma ela tem a mesma capacidade em manter a calma neste momento.

― Aaaaarrrrrrrrggg!

Simplesmente da um berro e fica a caminhar em círculos puxando seus cabelos de forma eufórica.

― {Se acalma Marinette! Ele é o Adrien, o Adrien, o Adrieeeen. Meu deus, meu deus, meu deus! Isso quer dizer que "ele" gosta de mim? NÃO! Ele nem sabe que eu sou eu. Ele me vê apenas como amiga AMIGA! }

― Marinete, calma por favor. Vai dar tudo certo. ― Ele diz calmo ao por as mãos sobre os ombros dela, percebendo seu pânico, sem ter como saber a real motivação dele. ― É bem provável ate que você se esqueça disso. ― Sorri meio esperançoso mesmo que não acreditasse no que dizia. ― E tudo vai voltar ao normal. Como sempre foi.

― N-normal...? C-como... sempre ... foi? ― Algo nestas palavras a incomodou profundamente.

Voltar ao normal era, voltar a esquecer que Chat Noir era Adrien Agreste. Era o mesmo que voltar a nega-lo e ao mesmo tempo busca-lo. Era insanidade! Sem falar que ele contou seu plano de ir embora...

Precisava continuar se lembrando.

Precisava digerir tal informação e conseguir lidar com ela.

Mas mal conseguia raciocinar, imagina responder e resolver isso?

 

Por sorte seu parceiro estava bem calmo; talvez por não ter percebido o mesmo que ela. Mas de todo caso era bom que estivesse calmo deste jeito e concentrado em resolver o problema; pois ela não estava em condições.

Mas como sempre Marinette sede a seu egoísmo em agir imprudentemente em razão de suas emoções em relação a ele, e os cosmos como sempre parecem trapacear em sua vantagem sem uma unica punição por suas atitudes.

― Adrien! Ou melhor... Chat... s-sou eu! ― Fala muito agoniada, e ele a olha confuso sem conseguir entender nada. ― Poxa! Mas continua um... lerdo! Não da pra você procurar por mim por que eu estou "bem aqui"! Trocamos! Eu e você! Entende? Não foi uma troca tão alheatória! ― Esbraveja frustrada com o semblante confuso dele, o vendo mudar e compreender um pouco mais do que ela dizia a cada rompante.

Seus olhos se arregalam de espanto, e sua voz trava na garganta. Como assim seu grande amor platônico misterioso era sua amiga? Como pode não perceber a nítida semelhança que agora era tão obvia e evidente?        Seria parte do encanto de seu traje?    Mesmo assim... como pode ignorar seu jeito se ser?

Tudo bem que a garota parecia o evitar de alguma forma, e agir diferente na sua presença e parecer bem nervosa quando o notava por perto; mas sempre imaginou que fosse algum vestígio da primeira briga que tiveram ou por essa almejar seguir carreira na moda e ter como ídolo seu pai, era mais logico que essa se intimidasse um pouco e por isso agia desta forma. Mas não. Talvez ela apenas se incomodasse mesmo com ele de alguma forma.

― M-ma... ri nette? ― O nome dito em uma forma tão diferente expressa mais do que qualquer discurso.

Seus olhos vão de um espanto, passando a reflexão e terminando em tristeza; e seu tom faz a mesma coisa, erradia forte como um grito, logo travando na garganta e por fim escapando fino como um miado.

 

 

Um não conseguia  compreender o que o outro sentia neste momento, já que não conseguiam lidar com o que sentiam.

― Bem... Então nós... Devemos... resolver isso. ― Ambos falam ao mesmo tempo, parando a fala e continuando em seguida, no mesmo timbre de nervoso e desconforto. Era tão estranho se sentir tão parecido em pensamentos com o outro neste momento que o desconforto era nítido.

Mas mesmo que isso fosse o certo... Nenhum dos dois queria ir resolver o problema da troca de corpos. Preferiam... Nem sabiam o que queriam; pois ao mesmo tempo que almejavam gritar e conversar, se agarrar em um beijo pecaminoso, queriam correr para o mais longe do outro e esquecer tudo isso; fingir não saber de nada ate o fim de suas vidas.

― M-Marinette. ― Mas como sempre ele é movido por sua coragem. ― I-isso esta tão estranho pra você quanto esta pra mim? ― Diz completamente sem graça, a fazendo sorrir. ― Deve... estar bem ruim pra você... saber que... era justo eu. Né? ― Confirma constrangido e magoado, deixando subi entendido todos os avanços e cantadas que já fez.

― Na nari ga ti ri tu .... piiiii... ― Ela ate tenta dizer algo mas não sai nada compreensível de sua boca e ele apenas se poe a rir, mesmo ainda estando nervoso pois a expressão dela estava impagável.

― Esta tudo bem. ― Sorri, mas ela percebe ter algo errado com este sorriso. Não era o mesmo sorriso angelical de Adrien ou o galante de Chat. ― Faz todo sentido você se sentir "assim".

― {Assim? Assim como? Eu nem sei o que to sentindo! Como ele pode saber?} N-não chute... ― Murmura olhando para seus pés.

― Que? ― Mas o tom é tão baixo que ele não consegue compreender.

― Não tenta... chutar o que eu to sentido. ― Impõe seria. ― M-me diz... Como? Por que?

― Eu ate responderia mas... Desculpa não entendi a pergunta. 

― Unf! ― Respira fundo tentando organizar as ideias na mente para poder perguntar decentemente. ― Como você pode ser... tão diferente com e sem o manto?

A pergunta foi justa.

Coçou a cabeça olhou em volta, voltando a fitar tentar fitar a brilhante lua, não mais a encontrando; no susto os dois ate se esqueceram que estava havendo um eclipse total; mas seu foco não se prende neste mero detalhe logo voltando a pensar em como a responder devidamente; sem deixar tudo ficar ainda mais estranho do que já estava.

― Plagg mistura levemente sua personalidade a minha, me da mais confiança. ― Diz pensativo e logo ela percebe que Tikki a fazia sentir da mesma forma quando estava trajada com o manto pintado. ― E assim eu... consigo ser eu mesmo. Me sinto bem melhor com o manto de Chat Noir. No dia a dia eu... Sempre tenho de me comportar como meu pai quer. Como esperam que um príncipe seja. ― Essa revelação fez o mundo dela ruir.

Adrien era uma mentira? Sua real personalidade era a de Chat Noir? Ou pelo menos mais próxima disso...

E mais uma vez na mesma ela noite não sabia como se sentir.

― Marinette. ― Chama a exigindo atenção. Era estranho falar com ele mesmo, mas pior que isso era a situação que se encontrava. ― Esta tudo bem. Eu entendo. É muito desconfortável ser cantada por um amigo que você não vê assim.

― Que? Não! Eu... ― As palavras ficam presas em sua garganta. Mais uma vez não conseguia revelar seus sentimentos. Como ele conseguia tão facilmente? Será mesmo que era algo fácil para ele? Ou como agora era apenas... forte e corajoso. ― Adrien... eu... ― Respirou fundo. A troca talvez fosse algo bom. Poderia fingir que estava treinando sua declaração para um espelho, e apenas isso. ― Eu... gosto de você. Muito! Por isso não da pra eu... ficar com outro cara, e eu achei que o Chat fosse outra pessoa e... agora to muito... mas muito confusa. ― Completa tremula.

Mas ele se espanta com tal resposta. Ela gosta dele? O ele sem o manto? Então ela não gosta do ele com? O ele verdadeiro?

― Acho que eu... Unf! Que nós dois temos de nos conhecer melhor antes de... Dizer que amamos um ao outro. ― Ela completa antes mesmo de ele poder terminar seu raciocínio, e este não pode negar.

― Correta como sempre My lade. ― Sorri e ela cora podendo ver por baixo de sua própria face o rosto do amado e angelical Adrien, juntamente da pose galante de Chat Noir seu fiel parceiro.

 

Mas enquanto os humanos se resolviam os pequenos kwamis debatiam o ocorrido. E neste momento como se os cosmos estivessem satisfeitos o eclipse começa a se desfazer assim como a troca.

Ambos sentem suas descobertas irem desaparecendo aos poucos não tendo tempo de anotar nada muito elaborado. Resolvem por fim anotar apenas a resolução: ela  que deveria conhecer melhor aquele que diz amar pois ainda não sabia nada sobre ele, e ele que deveria dar mais atenção aos que de seus amigos tem e repensar sobre partir ou não.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa one foi feita para ser como os episódios; terminando sem eles se resolverem voltando a frustrante estaca 0 como na animação em CGI. Desculpa.

Mass...

Como ainda sou a mesma escritora; para saber o que rolou depois, você pode escolher ler a: "E um hamister chamado..." ou sua "versão paralela", ambas seriam deste mesmo mundo como uma continuação. Apenas a paralela tem hot a original e mais drama apesar de ter sim um lindo final fofo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Noite milagrosa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.