The Vision and the Scarlet Witch Show escrita por Vanilla Sky


Capítulo 1
Ato I – Parte 1 – Wanda


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! ♥
Depois de alguns acontecimentos meio pessoais, eu voltei!
Minha escrita é muito ligada com meu emocional, portanto, em momentos mais difíceis, não consigo escrever tão bem. Espero que vocês estejam bem ♥
So, WANDAVISION! Esse sai não sai dessa série está me deixando maluca. Infelizmente, não tivemos nada no Halloween, então seguimos torcendo para um lançamento em dezembro. Essa fanfic irá abordar poucas teorias e NENHUM SPOILER. Mesmo que a série saia, toda essa versão que eu criei está fixa na minha mente, e pronta para ser escrita!
Espero que gostem! Agradecimentos ao final ♥



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Dos lábios congelados de uma moça parada na esquina escapava uma discreta fumaça. Ar condensado devido ao frio intenso do inverno europeu. Era bastante típico daquele período, então a figura somente esfregou as mãos cobertas por luvas uma na outra e levou ao rosto gélido, buscando se esquentar um pouco mais.

A expressão dela mudou completamente quando avistou um homem alto do outro lado da rua, um sorriso mecânico escapando de seus lábios enquanto acenava para ela. Percebeu alguns fios de cabelo dourado escapando por baixo do gorro verde escuro o qual vestia, e os olhos obstinados em chegar até ela.

Mas havia algo errado.

A respiração da mulher parada foi ficando mais e mais pesada, o ar quase em falta no seu peito quando o viu correr em sua direção. Ele corria sem olhar para os lados. Sem perceber o trânsito intenso ao lado dele.

Foi então que ela escutou uma batida. Um estouro. Um estalo extremamente alto. E um ônibus passando por cima da pessoa que ela tanto aguardava. Por sua vez, os olhos da moça arregalaram e ela abriu a boca em desespero, numa tentativa nula de chamar por seu nome:

— Visão!

E os olhos de Wanda se abriram para mostrar que ela estava em uma cama que não era dela, ensopada de suor após os repetidos sonhos os quais não a deixavam ter uma noite de sono pacífica. Tirou as cobertas de cima do corpo, vestindo somente uma blusa preta e shorts de pijama, pensando para si enquanto riscava mais um dia do calendário na mesa ao seu lado:

“Cinquenta e dois dias e contando.”

~.~

— Pietro, coloca isso no chão, sua mãe não vai gostar de ver você com algo perigoso nas mãos.

Um menino de cabelos castanho-escuros brincava distraído com uma tesoura de costura, a qual provavelmente Laura havia esquecido sobre a mesa. Wanda apenas esperava a oportunidade de guardá-la para não causar problemas para ninguém.

— Tia Wanda, tia Wanda! – Ele colocou o objeto cortante no chão e puxou a jaqueta da moça com suas pequenas mãos. – Faz aquilo de novo, por favor?

Um sorriso discreto escapou de seus lábios. Como podia negar?

Respirou fundo e concentrou-se no utensílio a alguns passos de distância, uma névoa escarlate escapando de seus dedos e logo envolvendo a tesoura com seus poderes. Lembrou-se das palavras de Natasha em seus últimos treinamentos: “observe o ambiente, veja para onde mover o item e depois o faça. Sempre com cuidado. Sempre com atenção.” Viu sobre a mesa de centro uma pequena caixa de costura aberta, onde supôs ser o lugar correto para guardá-lo; e devagar moveu a mão, o objeto dançando no ar no mesmo ritmo.

Os olhos amendoados de Nathaniel Pietro estavam fixos na cena, boquiaberto mesmo já tendo Wanda fazê-lo diversas vezes desde que se mudara para a casa deles. Ele tinha um jeitinho especial de pedir que Wanda mostrasse seus poderes, fazendo com que o coração da moça derretesse como manteiga em uma panela quente. Ele exclamou em êxtase quando viu as lâminas da tesoura sobre a mesa, quase acima da cesta de costura de sua mãe.

— Foco, Wanda. Foco. – Ela murmurou para si, evitando mover um músculo a mais que o necessário.

O sonho que tivera na noite anterior, porém, parecia querer atrapalhar a sua concentração.

“Visão!”

Subitamente, seu grito agudo foi substituído por um chiado preenchendo os ouvidos de Wanda, e ela soltou o item que flutuava no ar, o qual bateu na superfície de madeira com um estrondo, esbarrando num copo de vidro e levando ambos ao chão. Com as mãos trêmulas, ela arregalou os olhos verdes e pôs as palmas sobre os ouvidos, evitando de escutar mais barulhos que ocasionassem aqueles traumas a voltarem tão vívidos para sua mente.

“Está tudo bem.”

Wanda já havia lidado com situações daquele jeito antes, e inspirava e exalava o ar de seus pulmões em um ritmo frenético, desejando em seu íntimo que a escuridão em que se encontrava cedesse, os barulhos cessassem e o sussurro desesperado constante em seus ouvidos.

“Está tudo bem.”

A última vontade em seu coração era a de assustar o menino ao seu lado, haja vista estarem somente os dois no cômodo. Contudo, ela logo se agachou no chão, vendo a única lágrima de Visão a quase um palmo de distância. Era a exta sensação de estar vivendo tudo novamente.

Ela jura que tentou aliviar sua dor. Utilizou seus poderes na potência máxima para minimizar o sofrimento. Ele parecia sereno, ao mesmo tempo que estava em dores; para ela, era incapacitante ver seu único amor morrendo na sua frente sem ela poder fazer nada, sendo que ele fizera tanto por ela.

Sem nem poder se despedir.

Sem pedir desculpas.

“Eu amo você.”

— ...da! Wanda!

A voz de Clint Barton ecoou na mente conturbada de Wanda, trazendo-a de volta para a sala de estar respirando fundo como uma pessoa praticamente afogada retornando à superfície do mar. Laura Barton estava ao seu lado, com um Nathaniel Pietro choroso em seu colo. Quando a moça olhou para os lados, viu a confusão que causara: a tesoura no chão, o copo estilhaçado, o líquido derramado sobre o carpete. Ela respirou, mais calma, e observou a pessoa agachada no chão.

— Você está bem, garota?

— Estou. Estou sim. Me... Me desculpe. – Sua voz estava mais serena, porém, ainda ofegante em alguns momentos. – Por favor, me permitam limpar essa bagunça.

— Querida, não se preocupe. – Laura se intrometeu, colocando o filho no chão e se abaixando para juntar os cacos de vidro. As outras crianças da casa estavam na porta da sala, observando a situação. – Eu irei limpar isso logo, logo. Vá descansar.

Nathaniel se aproximou de Wanda e abraçou-a.

— Desculpe, tia Wanda.

— Você não tem culpa nenhuma, Pietro. – Ela retribuiu o carinho, acariciando seus cabelos. – Desculpe por te assustar.

Ele negou com a cabeça, indicando que estava tudo bem.

Seu amigo de longa data, o Gavião Arqueiro, ainda ajoelhado ao seu lado, carinhosamente acariciou suas costas numa tentativa de deixá-la mais calma. Wanda não podia negar que a sensação de solidão diminuía com o gesto, sem, contudo, deixar de se sentir deslocada após uma crise daquelas.

— Nate, vai se arrumar para o Jardim de Infância. Seus irmãos já estão prontos.

O menino balançou a cabeça, soltando-se de Wanda e observando-a por um momento antes de dizer:

— Tia Wanda, por que você me chama de Pietro?

Ela arqueou as sobrancelhas.

— É errado eu chamar você de Pietro?

— Não, é o meu nome. Só que todos me chamam de Nate. Ou a professora na chamada que me chama de Nathaniel Pietro. E a mamãe quando está braba. – Laura, do outro lado da sala, soltou uma risada discreta. – Mas você sempre me chama de Pietro.

— É o nome de uma das pessoas mais corajosas que eu conheci. – A voz de Wanda ficou embargada ao lembrar de seu irmão. – Mas, se você quiser, eu posso parar.

Nathaniel balançou a cabeça em negação e novamente abraçou Wanda.

— Eu gosto. – E soltou-se para sair correndo se vestir antes que se atrasasse para o Jardim de Infância.

Secretamente, ela ficava feliz de lembrar seu irmão com tanta frequência, ao chamar o menino pelo nome que fora dado em homenagem ao gêmeo perdido. Ao ato de heroísmo performado por ele. Observou o garoto subir as escadas em direção ao quarto, e as outras crianças de Clint sorriram para ela, um pouco sem graça após a cena. Enquanto isso, seu antigo colega de equipe levantou-se e ofereceu a mão para ela, ajudando-a com o impulso para pôr-se de pé, ainda um pouco tonta depois do ocorrido.

Sem rumo certo, seus pés levaram-na pela sala sobre o carpete, desviando do sofá e da mesa de centro em direção à cozinha. Laura Barton servia uma xícara de chá de uma mistura com valeriana e frutas secas e punha-lo sobre a mesa de jantar, praticamente convidando Wanda a se sentar e degustar. Seu coração ainda batia forte dentro do peito e a boca estava seca, então acomodou-se na cadeira da ponta da mesa, sentindo a madeira fria sob os nós de seus dedos, e cuidadosamente pegou a xícara jumbo em suas mãos, assoprando antes de levar o líquido aos lábios.

O ar quente do chá inundou seus pulmões, e o líquido desceu por sua garganta trazendo uma estranha sensação de calma e até mesmo de sono. Os pesadelos recorrentes não a deixavam dormir com a mesma tranquilidade que uma vez tivera, e suas pálpebras abaixo dos olhos permaneciam arroxeadas por mais tempo que o normal. O afeto de Laura estava explícito no gesto de fazer um chá calmante para ela, mesmo com Wanda tendo uma crise às oito horas da manhã e assustando seus três filhos.

— Melhor? – A voz delicada de Laura ecoou pela cozinha, onde ela terminava de lavar a louça do café da manhã.

— Bastante. Obrigada. – Na maioria das vezes, Wanda preferia tomar seu café amargo, porém, o chá de Laura trazia propriedades que a ajudavam a ficar mais tranquila. – Vou pagar pelo copo quebrado, e posso tentar limpar o carpete, se quiser.

— Não se preocupe com nada disso, Wanda. – Laura aproximou-se dela com um pano de louça em mãos. – Você não precisa pagar por nada. Você é família para nós.

Um pouco sem graça, Wanda escondeu a expressão do rosto atrás da xícara jumbo, tomando um gole maior do chá.

— Peço desculpas por assustar vocês.

— Está tudo bem. E não se preocupe com o Nate, vou dar uma bronca nele, para ele não pedir novamente que você use seus poderes só pelo bem querer. Ele precisa aprender a respeitar limites.

— Não! Por favor, não. – Wanda colocou a caneca sobre a superfície da mesa, as unhas pintadas de preto tamborilando sobre a madeira, tentando disfarçar suas mãos trêmulas. – Eu preciso me acostumar novamente com eles. Os meus poderes, eu digo.

Com um cuidado absurdo, Wanda levantou da cadeira e levou a xícara para a pia da cozinha. Ela não queria, de maneira alguma, mostrar sua fraqueza para Laura. Não mais do que já mostrava de maneira praticamente diária. Não além dos surtos, dos traumas vivos em sua mente. Não além dos pesadelos, da roupa de cama suada que ela todos os dias lavava escondido para evitar de falar sobre os sonhos ruins. Não além da terapia, a qual ambos Laura e Clint insistiam constantemente para ela fazer, contudo, impossível de aceitar por não querer ser mais um estorvo.

— Mas você não precisa ter pressa. – Com carinho, a mulher acariciou o longo cabelo ruivo de Wanda. – Não fazem nem três meses ainda.

“Cinquenta e dois dias.” – Foi o pensamento de Wanda quando ela sorriu em resposta e logo subiu a escada para se arrumar para o trabalho.


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Notas finais do capítulo

Agradeço ao Areiko, Shini e Elisa, meus mosqueteiros e as pessoas que mais me colocam para cima, mesmo nos piores momentos, para que eu siga escrevendo e compartilhando teorias. WandaVision é uma série MUITO especial para mim, e eu espero que vocês gostem mesmo dessa releitura ♥



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