Kiba ouviu quando o registro do chuveiro foi fechado. Deu uma última conferida no quarto. Estava ansioso. A super produção realizada na suíte enquanto o marido tomava banho, ficou incrível! Ele diria, uma obra de arte sem precedentes.  

O peito inflou, as mãos foram parar na cintura e o sorrisão triplicou.

­­−Sou muito foda! – Tapou a boca. A voz saiu mais alta que pretendia ­­− Ufa! ­­− sussurrou dessa vez.

Ora bolas! 

Estava orgulhoso de seu feito e não havia ninguém com quem  se gabar. 

Que injusto!

Tendo a arrumação do quarto como pano de fundo, tirou uma selfie, fazendo um V de vitória. Precisava de uma prova documental. Posteriormente mostraria o feito a Naruto, só para causar inveja. O loiro duvidou de sua capacidade de surpreender Shino. O Uzumaki só não contava com sua astúcia. Mas com o amigo se entenderia depois, a movimentação no banheiro era o mais importante agora. Desligou o telefone, colocando-o sobre a mesinha de cabeceira. Logo seu ‘princeso entraria no espaço e daria de cara com velas aromáticas, lençóis de algodão, champanhe importado e uma belíssima cesta repleta de iguarias afrodisíacas. Uma decoração discreta e sensual, como o Aburame gostava. Digna de nobres, como seu homem merecia. 

−Inuzuka Kiba, agora é só relaxar e aproveitar − disse bem baixinho.

Os passos ficaram mais próximos da porta. Viu as mãos (que inicialmente estavam firmes na cintura) tremerem na  percepção do giro na maçaneta. Antes que a porta  abrisse totalmente, pescou o controle do som sobre a poltrona e apertou o play. Em seguida jogou-se na cama. Caprichando na posição e no carão sexy.

− Uau! − Shino engoliu em seco

Kiba vestia um hobby negro de cetim, com detalhes em renda. A abertura no peitoral demonstrava a pele bronzeada, ao que, a fenda (estrategicamente posicionada) deixava a coxa direita à mostra, revelando parte de um caleçon rendado vermelho. O rapaz estava de braços abertos, recostado na cabeceira estofada da cama box. As pernas cruzadas numa pose provocativa. Um convite irresistível à luxúria. Contudo, o que fez Shino salivar, foram os saltos rubros.

− Gostou, maridinho?

−O que acha?

Kiba passou o polegar no lábio inferior. Sorriu devasso. Dava para ver na face de Shino que havia acertado na escolha das vestes. Havia acertado em tudo, pela primeira vez!

− Vai continuar parado aí? − desafiou. 

A pergunta fez Shino sair do estupor. Tentou buscar na memória alguma data especial que justificasse tamanho empenho de Kiba, no entanto, não recordou nenhuma.

− O que estamos comemorando? − perguntou subindo no colchão, ao mesmo tempo que iniciava uma trilha de selinhos nos pés, pernas e coxas do esposo. 

Kiba por sua vez ofegou, e Shino mal chegara em sua virilha. O rapaz olhou para baixo e exigiu:

− Me beija agora, Marido! 

−Seu desejo é uma ordem − Shino puxou-o pelas pernas, sentando-o sobre seu colo e  tomando seus lábios com urgência.

Um beijo intenso, do jeitinho que Kiba gostava, todavia, assim que a colônia de Shino invadiu suas narinas, a coisa ficou preta e ele não pensou duas vezes antes de empurrá-lo para longe e correr para o banheiro. A noite inesquecível estava completamente  arruinada. 

Uma horas depois: 

−Desculpa, não era para a nossa noite incrível terminar dessa maneira − choramingou. A cabeça praticamente dentro do vaso sanitário enquanto a canhota de Shino acariciava suas costas. A aparência destruída em nada lembrava o ômega que exalava sensualidade há poucos minutos −Tudo estava tão perfeito −  lamuriou-se encarando a caixinha de presente que dera ao marido, aberta ao lado da pia. 

− Obrigado, Kiba − Shino falou emocionado.

 O Inuzuka ergueu o canto dos lábios ao ver o sorriso de orelha a orelha que o Aburame lhe dirigiu. Em oito anos de casamento, raras vezes o viu sorrir assim. 

− Por nada − respondeu, agora mais calmo.

− Essa é a noite mais feliz de toda minha vida.

O alpha deixou um beijinho na cabeça do ômega enquanto admirava o conteúdo da caixinha. Um teste de gravidez de farmácia que sinalizava através dos risquinhos que o casal estava gravidíssimo. Não mentiu. Aquela era uma das noites mais felizes de toda a sua vida, mesmo tendo ficado literalmente na mão e de pau duro.