Ninguém sabe como é fingir o tempo todo, principalmente para quem se ama, que você é um cara mal, sem coração, sem consciência, sem qualquer resquício de um bom sentimento.

   Mas, por trás desses meus olhos azuis inertes, também há sonhos, há esperanças, há bondade, há amor.

   Ah! Sim, há muito amor! E esse sentimento que eu escondo compelido no fundo do meu coração é totalmente dirigido a uma pessoa...

   Porém, ela nunca irá saber; nem no ultimo dos meus dias nem no meu ultimo suspiro, tão pouca antes que ela morra em lagrimas por perder todos que amam – eu irei matar todos que ela ama! Não porque eu quero, mas porque preciso...  São eles, ou eu. E o Lord não é muito compreensível.

   Por trás desses olhos azuis há um brilho secreto que sempre deseja emancipar-se ao vê-la, mas ele sempre acaba repreendido pela minha mera razão.

   Mas, por trás desses olhos azuis, eu a suplico; imploro por descobrir cada resquício de seu corpo voluptuoso, mesmo sabendo que minhas mãos nunca chegaram perto o bastante para se quer tocá-lo.

   Por trás desses meus olhos azuis, por mais que ela retruque, há uma parte boa, bonita, e essa parte está tão estupidamente apaixonada por ela que já está pronta para disser-lhe sem rodeios um sorridente “Eu te amo!”, mesmo que ela nunca acredite na sinceridade de minha confissão; e mesmo que ela nunca pare para escutar, o meu ‘eu’ estúpido gostaria de sentar-se ao lado dela, debaixo das estrelas, conversando sobre qualquer assunto banal só para meus ouvidos deliciarem-se com o tom suave de sua voz...

   E eu costumava andar e lutar por trás dessa linha, nossa doce linha inimiga, enquanto meus olhos azuis analisavam a severidade com que seus lábios retraiam-se ao ver. Hoje, eu me pego desejando atravessar essa linha e descobrir como é a vida do outro lado dela, e meus olhos azuis veriam de seus lábios brotarem um sorriso. Felizes nós estaríamos, juntos, sem linhas inimigas.

   Você acreditaria se eu te dissesse que este é meu maior sonho? Não. Acho que você de mim riria, o dia inteiro, sem nunca acreditar que por trás desses olhos azuis eu seria capaz de sentir tão puro sentimento.

   Por trás desses olhos azuis, ninguém sabe como é sentir isso como eu sinto! E garota, minha solene razão, eu te culpo!