Legados escrita por Sasusaku27


Capítulo 1
Capítulo 1 - Votos


Notas iniciais do capítulo

Ola, Há muito tempo que eu não escrevia, estou enferrujada, porém havia guardado essa historia com muito carinho e achei que deveria compartilhar com vocês.
Espero que gostem.



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Presente, 

Alvo sentia o ar mais gelado a medida que se aproximava do bar ao final da rua, agarrava a varinha que se encontrava em seu bolso deixando claro sua postura ereta e o estado de alerta que sua mente estava. “É só entrar, falar e sair” repetia a si mesmo, duvidando da própria coragem e de todos os feitiços que apreendera na vida.

Se aproximou do pequeno prédio de tijolos, o único de comercio numa rua de casas aparentemente desertas. Havia escutado a história que aquele bairro era conhecido por ter habitado algumas famílias de meio sangues, mas que foram dizimadas na última guerra, balançou levemente a cabeça, queria afastar a ideia que magia negra pairava sobre o lugar. Olhou novamente para a estrutura do prédio, seus tijolos velhos mal tinham cor mesmo diante das duas lâmpadas que se encontram ao lado da porta de madeira também antiquadas, haviam duas janelas possuindo grades desgastadas e seu vidro embaçado não permitia visualizar seu interior, porém uma chama tremula se ressaltava. Alvo, respirou fundo, lembrando mais uma vez do seu plano e a motivação para estar ali, precisava seguir em frente.

Após este respiro de coragem e ao tilintar do sino, adentrou no local. O espaço tinha uma tonalidade vermelha, o dono possivelmente achou que deixar todo o ambiente com o mesmo tom avermelhado seria convidativo ou acolhedor, porém, parecia um complemento da trama que ocorrerá lá fora, um mar de sangue estampado em tons de vermelho desgastados.  

Na sua frente, no canto do cômodo um pequeno balcão se estendia, viu algumas garrafas que considerou serem de bebidas trouxas, alinhadas na prateleira de forma preguiçosas e mal limpas.  Ao seu lado um enorme corredor se perdia na escuridão. Ficou alguns instantes parado, ouvindo pequenos ruídos ao fundo do corredor, não atreveria a se enfiar naquela escuridão, resolveu então se sentar numa mesa redonda ao lado da pequena lareira responsável pelo calor do local e pela chama na janela, observou o outro conjunto de mesa e das quadro velhas cadeiras próximas ao bar e do corredor, diferente da que escolheu essas estavam mais bem conservadas, o tom de madeira ainda estava vivo e se destacava dos demais. Mais a proximidade com o corredor a deixava menos convidativa. Aguardou alguns minutos, em silencio, ousava apenas bater as pontas dos dedos na madeira, sendo um alivio para sua ansiedade.

— Ora o que temos aqui? – Disse uma voz feminina calmante enquanto sua aparecia era revelada pelas luzes do bar – Um Potter.

Alvo, se inclinou diante da voz, a espera de uma aparecia que o causasse arrepios, mas ao contrário da sua imaginação e dos relatos do profeta diário, a mulher a sua frente tinha uma estatura baixa, pele negra e seu rosto oval eram contornados por cabelos cacheados que se estendiam até a altura do seu ombro, vestia um vestido amarelado, sem detalhes, porém um pequeno cinto contornava a sua cintura.

— Esperava alguém mais velha? Talvez medonha? – Perguntou a mulher num tom levemente irônico acompanhado com um meio sorriso. Aproveitando o silencio do jovem a sua frente, ela diminuiu a distância que restava com o Potter e se sentou na cadeira.

— Eles te retratam dessa maneira. – Respondeu Alvo, com uma voz firme, o próprio se surpreendeu por não ter gaguejado nas primeiras palavras.

— Eles demonizam o que não conhece Potter, é mais fácil e cômodo dizer que os outros são o bicho papão. Quando eles não tem os mesmos ideais que você – Compartilhou a moça calmamente e aproveitado para se inclinar, apoiando os braços na mesa.

— Não quero saber dos seus ideais – Disse Alvo, se arrependendo no mesmo momento por ter soado ríspido, porém uma pequena risada escapou dos lábios da figura em sua frente, aliviando a tensão do mesmo.

— Mas tudo é referente a ideais, garoto – Respondeu-lhe, lentamente, se deliciando na medida em que pronunciava as palavras, agora, o seu rosto completamente exposto pela luz do recinto, demostrava um sorriso escárnio que se alinhavam aos olhares castanhos e vorazes. – Afinal, porque você veria aqui salvar o seu amigo, se não fosse os seus ideais?  

— O que eu preciso fazer? – Perguntou Potter hesitante, não conseguiu segurar dessa vez as incertezas sobre sua decisão, deixando as transparecer na sua voz tremula.

— Seja leal a mim – Pronunciou ela pausadamente – Preciso de alguém como você do meu lado.

— Você acha que um adolescente de 16 anos é capaz de ajudar no seu plano histérico?  - Questionou Alvo, sem conter o reviro no estomago ao ouvir o pedido da moça.

— Plano histérico? – Respondeu a figura, rindo amargamente – Potter, eu vejo os meus, sendo massacrados por supremacistas que acreditam que nós mestiços e nascidos trouxas, somos uma escoria. Sabe quantos de nós morremos todos os dias? O suficiente para encher o ministério. E sabe o que fazem? Glorificam seu pai por derrotar o chefe enquanto eles ocultamente deixam os peões fazerem o que quiserem.

— Mas, Maggie – Potter tentou argumentar, mais foi interrompido bruscamente quando Maggie se levantou e se inclinou a sua direção.

— Não me chame por esse nome, Potter. Lembre-se não me custa nada matar mais um sangue-puro. – Ameaçou Maggie.

Potter se calou imediatamente, lembrou da histórias que contavam sobre ela nos corredores de Hogwarts, do seu pai o alertando, das acusações que recaiam sobre a mulher a sua frente. Precisava então ficar na linha, não gostaria de entrar num duelo com ela, pois sabia dos métodos nadas convencionais que a mesma utilizava para acabar com suas vítimas e é claro a crueldade em que seus corpos eram encontrados na porta do ministério

— Pois bem, Quer seu amigo vivo? Ouça as minhas regras; - Disse Maggie sem desviar o olhar dele. 

Alvo suspirou fundo temendo o pior, sabia que estava a mercê das imposições dela, mas precisava salvar Scorpius. Diante desses pensamentos, acenou para que ela prosseguisse.

Maggie sorriu presunçosa, enquanto sentia aquele sentimento de vitória dominar seus pensamentos, voltou a se sentar, enquanto esboçava palminhas de alegria.

— Creevey – Chamou Maggie. Neste momento, surgiu uma figura conhecida do Potter. Marie Creevey, filha de Denis e sobrinha de Colin Creevey, este nascido trouxa falecido na guerra de Hogwarts. Ele a conhecia não somente por sua fisionomia que atraia olhares pelos corredores do castelo, devido ao seu longos cabelos castanhos, pele alva e olhos pretos, mais por ser um dos motivos da desistência da mesma em continuar os estudos em Hogwarts.

 – Creio que devo dispensar as apresentações. Marie, eu e Potter temos um trato a fazer.

— Creio que seja uma péssima ideia, Alba. Potters não são confiáveis, veja o que aconteceu comigo e com o meu tio – Respondeu Marie, se aproximado da mesa, após sair do longo corredor escuro.

Potter engoliu seco, o rosto de Marie antes liso, macio que causava inveja nas meninas continha uma grande queimadura que tomava sua face direita e atravessava até desaparecer entre seus seios. Está pele parecia retorcida e avelhada, como se ainda estivesse queimando. Alvo, desviou olhar, era demais para ele.

— Deixe de conversas de adolescente, pegue sua varinha.

Dessa forma, Maggie se levantou, seguido por Alvo que contornou a mesa ficando de frente da mulher.

— Que engraçado Potter. Parece que a história por traz do seu sobrenome se repete, Severo e Dumbledore ambos fizeram votos também. – Pronunciou Maggie estendendo a mão para ele, enquanto sorria ainda saboreando o gosto da vitória.

— Sim e ambos estão mortos – Respondeu amargamente Alvo, enquanto juntava a mão com a Maggie e anéis dourados selavam o destino dele. 

 


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Notas finais do capítulo

Escolhi iniciar esta historia, com um evento importantíssimo do presente, mas para os próximos capítulos voltarei ao passado trazendo o caminho trilhado pelo Alvo e Scorpius.
Caso tenham gostado, por favor deixem comentários.

Beijos e até mais

Obs. Estarei postando novamente na segunda feira 19/10/2020.



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