Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 39
Sálvame


Notas iniciais do capítulo

Wiii, RBD de novo. A outra opção era When You're Gone, mas achei essa melhor. Até porque chega um pouco de Avril numa fic só, né? :B
Esse capítulo vai pra Vaah (Valéria) que está conseguindo acompanhar a fic õ/ (e me dando trabalho pra responder todos os reviews, não terminei ainda :B)
É, tá acabando. Mas ainda não é o último. E nesse eu explico a história da Maddie, a irmã da Jacque. Lembram que eu falei pra não fuzilarem a coitada?
Avisinho importante nas notas finais.
Enjoy (:



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Sentir sua falta e minha necessidade

Vivo sem esperança

Desde que você nao volta mais

Sobrevivo por pura ansiedade

Com um nó na garganta

É que nao deixo de pensar em voc

Pouco a pouco o coraçao

Vai perdendo a fé

Perdendo a voz

Sálvame - RBD

*-*-*-*-*

 

     - Você pode sim! Senão eu vou alterar a História de outro jeito... chego de volta à minha casa e nos mato!

     - F-faria isso...?

     - Do jeito que eu estou louca, se você não me garantir que vai fazer o que eu tô pedindo, não duvide. Você deve saber o que vai ser a minha vida a partir de agora.

     - Tá... Eu vou falar com ele. Eu vou TENTAR falar com ele. Você sabe que eles...

     - Sei muito bem que eles são pessoas públicas, mundialmente aclamadas e o diabo a quatro! Mas você precisa falar com ele!

     - Mas eu não posso garantir que vá conseguir alguma coisa!

     - Peça, implore, suplique, chore, grite, berre, esperneie, bata, invada, entre escondida, mate; faça o que estiver ao seu alcance e o que for impossível, mas fale com ele!

     - Farei! Eu sei que o que eu tô fazendo agora é o que vai dar sentido à sua existência daqui em diante... Então eu farei.

     Ao ouvir isso, sumi. E reapareci sobre a minha cama, com um nó na garganta só de pensar o que estava serão os próximos onze anos da minha vida, e acabei cochilando.

     Custei a recapitular o que estava acontecendo quando acordei... E o que me deu forças para levantar e procurar pra comer foi lembrar da conversa que tive comigo mesma; e a certeza de que um dia eu voltaria a vê-lo.

     POV BILL

     Já faz mais de vinte e quatro horas que a Mari foi embora e eu ainda custo a acreditar... Ela sumiu na minha frente. Disse que eu nunca mais a veria. E eu ainda custo a acreditar!

     Eram mais ou menos quatro da tarde quando a campainha tocou. Fui atender a porta. Era a D. Silvíe. As circunstâncias não estão ajudando.

     - Olá, Bill. – ela disse – Seu irmão está?

     - Está, mas... me desculpe perguntar, por que o Tom? – perguntei fazendo sinal para que entrasse.

     - Antes de ir embora, Maria deixou dois envelopes. Um com o meu nome e outro é este, com o nome do Tom. É uma carta.

     - Ah. Só um instante, vou chamá-lo.

     Fui bater na porta do Tom.

     - Tom – chamei -, chega aí. Visita pra você.

     - Visita? Quem é?

     - Vamos lá na sala, animal.

     - D. Silvíe?! – ele exclamou ao chegar na sala.

     - Oi, Tom. Olhe. Maria deixou isso pra você.

     - Obrigado... er... A nossa mãe não tá.

     - Oh, não tem problema. Só vim mesmo pra te entregar isto. Já vou indo...

     - Ok. Te acompanho até a porta... Obrigado de novo.

     Esperei até que ele sentasse no sofá pra perguntar:

     - Por que uma carta pra você?

     - Vou saber! Vamos ler – ele disse tirando o papel do envelope.

     - Anda.

     - Tá. Olha. “Tom; pois é, chegou a minha hora... Quem sabe onde eu já estarei quando você for ler esta carta. Só a estou escrevendo porque tenho um rosário de agradecimentos pra você. Mas se eu for desfiar todas as razões, haja papel. Então eu vou resumir: OBRIGADA POR TUDO! Você e o Bill significam simplesmente tudo pra mim. Repita isso a ele, por favor. E obrigada MESMO por conseguir guardar o meu segredo durante todo esse tempo, sei como deve ter sido difícil pra você... Saiba que, apesar do fato de que eu vou sentir ABSURDAMENTE a falta de vocês, eu vou ficar bem. A melhor parte da minha vida, com certeza, foram esses dois últimos anos; com você, com Bill, Gustav e Georg, e o povo todo. De acordo com a carta que escrevi há pouco para D. Silvíe, e com a sua ajuda, meu sumiço não vai causar muito alvoroço. Agradeço de coração tudo o que você fez por mim. Obrigada, Tom. Por tudo. Beijos. Maria.”

     - Que bom... quase não fui mencionado. Ok, sobrei, já estou dando o fora...

     - Espera, Bill. Não acabou. Escuta. “PS: Bill, tentei escrever uma carta pra ti também; mas é tanta coisa pra dizer que eu não sei como... Depois de inúmeras folhas de papel amassadas, acabei desistindo. Me desculpe por isso. É que eu simplesmente não tenho mais o que dizer pra você.” Toma, Bill, continua você.

     Tom me entregou a carta. Passei os olhos pelo papel para achar onde ele tinha parado e prossegui:

     - “Eu te amo, por favor não duvide disso. Mas, te peço de novo, não se prenda a mim. Vocês têm o mundo pela frente e eu não posso permitir que tu se impeça de tê-lo por minha causa. Não estou pedindo para que me esqueça, apenas que não me coloque no seu caminho. Obrigada por tudo, por tudo, por tudo; e mais ainda pelo seu amor.”

     Lhe devolvi o papel.

     - Dá licença, Tom.

     Queria ficar sozinho. Fui pro meu quarto e não pus mais a cara pra fora da porta até o dia seguinte.

     Não pensei que fosse tão difícil lidar com a ida da Mari embora.

     Na segunda-feira à tarde, mamãe me ligou perguntando se eu não queria dar uma passada lá no consultório pra conversar um pouco. Eu concordei, talvez faça bem. Tom perguntou se eu queria que ele fosse junto, eu disse que não e que seria mais difícil me assediarem se eu fosse visto sozinho, até porque nós não somos muito bons com disfarces. Então apenas pus uma jaqueta mais larga, arrumei o cabelo de um jeito diferente e peguei uns óculos escuros e saí.

     Umas cinco pessoas me pararam na rua; pediram autógrafo, perguntaram de Tom, Gustav e Georg, disseram que nos amam e que eu sou lindo e que não veem a hora do CD sair nas lojas. Atendi a todos simpaticamente e continuei andando.

     Cheguei no prédio e fui até a recepção falar com Anna, pra pegar uma “alma” e poder subir.

     - Oi, Anna. Tudo bem?

     - Oi, Bill. Tudo. Vai subir à sala da sua mãe?

     - Aham.

     - Hey. Eu vi o clipe de vocês na tevê. Ficou muito bom. Parabéns.

     - Obrigado. Até mais, Anna.

     Me lembro de ter feito amizade com a Anna desde que ela veio trabalhar na recepção deste prédio, há quase três anos. Ela tem 25 anos, a minha altura e foi a primeira a achar que a Mari era minha namorada, na primeira vez que eu a trouxe aqui (na verdade, ela nos achou tão parecidos que, se não soubesse que o meu irmão gêmeo é o Tom, teria dito que era a Mari).

     Bom. Saltei do elevador no 5º andar e, logo ao entrar no conjunto 52, vi uma figura desconhecida na recepção. Decerto uma substituta para Margareth, a secretária da minha mãe, que está grávida e deve ter pego licença.

     - Oi – chamei a garota. Sim, garota, ela não aparentava ter mais de 19 anos.

     - Oi... ah! Quando a Dra. Kaulitz disse que os filhos dela eram mesmo os gêmeos do Tokio Hotel, eu quase não acreditei!... Tudo bem, Bill?

     Ia dizer que sim, mas ela mal deixou que eu abrisse a boca:

     - Ah, como sou indelicada, me desculpe... Meu nome é Madeline Feuer, estou substituindo a Sra. Fischer, que saiu de licença maternidade. Todo mundo me chama de Maddie.

     - Muito prazer. Ah, logo vi que estava no lugar de Margareth.

     - A Dra. Simone está atendendo agora...

     - Sem problemas, eu espero – disse me sentando numa poltrona. – Hey, escuta. É... Madeline Feuer, né? Seu sobrenome me é familiar.

     - Você conhece a minha irmã, não é? Jacqueline Feuer.

     - Ah, é mesmo, ela era amiga da Mari, e eu a conheci na festa. – peguei uma revista e abri. Folheei duas páginas e tive um tique: - Espera aí. Irmã da Jacqueline?!

     - É... Sou tão famosa assim?

     Levantei-me da poltrona e me debrucei no balcão.

     - Então foi você que deu aquele treco pra Maria? – perguntei sério.

     - Foi. – ela respondeu automaticamente. – Mas me desculpe. Nem eu sabia o que era aquilo. Sério. Pra mim era um calmante... Porque os meus pais falavam que eu era muito agitada e aquilo me fazia bem. Ai... por que eu tô falando isso?... – ela abaixou a cabeça.

     - Continua. Agora que você falou, eu preciso saber por que você deu aquela droga pra ela.

     - Ok... Quando viemos morar em Magdeburg, e todos os meus amigos da vida inteira ficaram em Berlin, eu entrei em depressão. Mas não foi isso que os meus pais me disseram. O que eles me disseram foi que eu estava agitada; me levaram num médico e um tempo depois apareceram com aquilo dizendo que era um calmante e que era pra eu tomar sempre que eu me sentisse nervosa, pois era indicação do médico. Nem eles sabiam que era droga. Eu fui descobrir tudo sozinha, um tempão depois. Meus pais tentaram negar; mas eu fui atrás; pesquisei na internet, perguntei pra outras pessoas, pedi pra minha irmã perguntar pros professores dela e todos confirmaram a mesma coisa: o meu quadro era depressão e eu estava tomando LSD. Conseguimos convencer os meus pais, e eles processaram o tal médico. O processo tá rolando. Enquanto isso, uma professora da Jacque deu o contato de uma psicóloga prima dela, com quem eu fiz terapia e que agora me indicou pra sua mãe... E eu estou aqui...

     - Entendi... e por achar que era um calmante inofensivo você deu uma cartela pra Mari, não foi? Quando mais ou menos foi isso?

     - Tem quase um ano, acho. Meados de setembro do ano passado. Quando ela foi lá em casa uma vez, estava super nervosa, falando com a Jacque... Uma história de que ela estava encrencada porque uma outra garota tinha descoberto alguma coisa dela e que estava ameaçando contar para uns tais gêmeos... e que tinha recebido uma mensagem que dizia que já tinha contado, alguma coisa assim. Não prestei muita atenção na conversa.

     Assimilei os personagens daquela história rapidamente: os gêmeos éramos Tom e eu e a “outra garota”, supus que fosse Sabine.

     - Ok... Obrigado por me falar isso... Maddie.

     Saquei o celular do bolso e liguei pra casa. Tom logo atendeu.

     - Alô?

     - Tom! É o Bill.

     - Que foi?

     - Me responde uma coisa... Tom, por acaso a Sabine sabia de alguma coisa... da Mari?

     - Er... ela... ouviu uma conversa nossa e descobriu.

     - Ela ameaçava a Mari de alguma forma? – eu falava baixo, pra não deixar escapar nada da conversa.

     - Começou a ameaçar contar tudo pra você quase instantaneamente. Com aqueles bilhetinhos, mandando mensagem no celular dela... Aí, foi por isso que a Maria deu um chega-pra-lá na gente na época, porq...

     - ENTÃO FOI POR ISSO?! – me arrependi do quase-berro que eu dei.

     - É. Porque ela achava que seria mais seguro se afastar e fingir que não tava nem aí do que grudar e dar a impressão de que tava super preocupada, sacas?

     - Isso é sério?!

     - É. Mas por que tá me perguntando isso a essa altura do campeonato?

     - Depois eu falo... Era só isso. Tchau.

     Desliguei o telefone e apoiei o cotovelo no braço da poltrona. O mistério em torno daquele episódio, do qual a Mari nunca quis falar, estava resolvido. Mas isso não diminui a falta que eu sinto dela.

     Dali a cinco minutos, a porta da sala da Doutora minha mãe se abriu. Saiu de lá uma garota que devia ter a minha idade e, logo depois, a minha mãe. A garota tão logo me viu deu um grito:

     - Aaaaahh, é o Bill Kaulitz, o que ele tá fazendo aqui?! Posso tirar uma foto, eu amo você, virei sua fã!!

     Tirei a foto com ela, que saiu pulando de alegria. Tenho que começar a me acostumar com isso.

     Mamãe me chamou. Entrei na sala.

     - Deve adivinhar por que eu perguntei se não queria vir aqui, não é, Bill?

     - Mari.

     - Pois é... Estou vendo como você anda mal depois que ela foi embora. Pensei que, passando o fim de semana, essa fossa toda ia passar, e você ia ficar todo elétrico de ser reconhecido na tevê, e tal. Mas como você continua pra baixo, fiquei preocupada. O que você tem, Bill?

     - Um vazio. Um sentimento de perda. Sabe quando a gente pega um pouco d’água com as mãos em concha, com todo cuidado, mas mesmo assim ela derrama? Bem desse jeito. Eu a amava. Quando a gente saiu do salão, eu ia contar pra ela. E ela me disse que era recíproco. Então... ela foi embora sabendo disso, mas nem eu nem ela pudemos fazer nada.

     - Mas vocês podem continuar se falando, não é? Vocês têm o telefone um do outro, e-mail... Uma ligação internacional é bem cara, mas não tem problema.

     “Como se desse pra fazer ligação interdimensional”, pensei.

     - Não, mãe. Ela me disse que não tem telefone nem internet em casa lá no Brasil.

     - Telefone público? Lan-house?

     - Falta tempo. Daqui a alguns dias vamos lançar o CD, e não vamos mais ter tempo pra falar em telefone. Fora que tem a parada do fuso horário, vai que quando um tiver tempo pra ligar for de madrugada na casa do outro? E tem mais, se a gente ficar tendo muito contato, vai ser bem mais difícil pros dois continuar a vida em frente, certo? Até porque... ela mesma me pediu para que eu não me prendesse. Eu a amo, sim, e muito; e por isso eu quero atender a esse pedido. O que mais me dói por dentro é saber que a probabilidade de a gente voltar a se ver é praticamente zero. Mas eu concordo que cada um tem toda uma vida pra viver, e ficar na fossa do passado só vai fazer com que a gente não saia do lugar.

     Breve silêncio.

     - Ouviu o que acabou de dizer, Bill?

     Fiquei em silêncio, esperando que ela continuasse.

     - Você disse que cada um tem a sua vida inteira pra viver, e que ficar na fossa do passado não vai fazê-los sair do lugar. Sabe o que isso significa?

     Pisquei.

     - Significa que você está se propondo a superar a perda, e isso já é um ótimo começo. Bill, você tá começando a ver seu sonho da vida inteira se tornar fato, e você tem que curtir isso, não importa o que aconteça! Querer superar não é fazer de tudo pra esquecer. Você não pode e nem deve esquecer de tudo o que você e a Maria passaram juntos, o que ela representou pra você e etc; mas que precisa dar a volta por cima, lá isso precisa.

     - Tem razão, mãe. Você sempre tem.

     - Então. Bola pra frente, Bill. Saia na rua vendendo resplendor, porque você é lindo e irresistível. Olha só, agora as pessoas te reconhecem e ninguém mais te xinga por você se vestir do jeito que gosta. Aproveite a fama enquanto pode andar na rua, porque do jeito que a coisa vai eu duvido que mantenham a privacidade por muito tempo.

     Comecei a rir.

     - Mãe... não exagera.

     - Exagero nada, já tô até vendo a hora em que vamos ter que trocar o telefone de novo. E fica mais lindo dando risada. Some daqui, Bill, seu problema já foi resolvido.

     Dei um abraço e um beijo na minha mãe, me despedindo, e saí.


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Notas finais do capítulo

Então...
Próximo capítulo: sexta-feira, como sempre.
O outro eu posto na segunda, tentarei de manhã, quando eu voltar da escola (prova de história ¬¬), porque na terça tem o show *O*
E ah, gente, valeu mesmo por todos os reviews... amo vcs a lot! *----*



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