Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Voltei galera, estava com problemas no notebook, mas hoje estou voltando com um capítulo! Boa leitura!



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Demorou alguns minutos para que chegássemos na casa do Sérgio, amigo de Roger que havia dado a festa que ele desapareceu. Estava ansiosa torcendo para que ele tivesse alguma notícia dele, afinal, se ele era o dono do lugar onde a festa aconteceu, ele devia saber algo.

Estacionamos o carro, descemos e caminhei até a porta, tocando a campainha. Demorou alguns segundos e a porta abriu.

— Oi Marina. - sorriu ele, me abraçando.

— Oi Sérgio, tudo bem? - respondi sorrindo fraco. - Esses são meus amigos, Artur, João e Miriam.

— Muito prazer pessoal! - sorriu ele.

— Prazer é nosso. - respondeu Artur, o cumprimentando.

Depois que todos se cumprimentaram, ele nos convidou para entrar e sentamos no sofá enquanto ele sentou na poltrona à nossa frente.

— Tem notícias do Roger? - perguntei.

— Como assim? - ele me olhou, confuso.

— Ele nunca mais apareceu desde a resenha que teve aqui na sua casa.

— Quando foi isso?

— Semana passada.

— Eu não dei resenha aqui semana passada. A última vez foi à um mês.

Arregalei meus olhos e olhei todos. Como assim não teve resenha?

— Mas... o Roger disse que viria pra uma resenha que você tinha dado e convidou ele. - insisti.

— E depois ele acabou desaparecendo, não voltou para casa desde então. - completou Artur.

— Gente... Eu estou preocupado agora. Tenho certeza que não dei resenha nenhuma, eu na verdade fui pra casa da minha tia, que mora no bairro vizinho. - explicou ele.

— Espera aí, se o Roger falou que viria para uma resenha na sua casa sendo que você não marcou resenha nenhuma... - começou João.

— ... e depois o Roger desapareceu do mapa sem mais nem menos... - disse Artur.

— ... alguém armou pra ele. - concluiu Miriam.

— Armou? Tipo aquelas armadilhas para sequestrar alguém? - indaguei, assustada.

— Exatamente. - assentiu Miriam.

— Faz sentido. Ao menos, essa é a única explicação para isso. - concordou Sérgio.

— Será que foi sequestro então?

— Se tivesse sido sequestro já teriam ligado para pedir resgate. - disse Artur.

— Vai ver ainda estão negociando.

— Ou sequestraram ele com outro propósito. Dinheiro não é a única coisa que incentiva uma pessoa a sequestrar alguém. - disse Sérgio.

— Ah é? E o que mais pode incentivar um sequestro? - indaguei olhando ele.

— Sei lá, vingança, ciúme, atrapalhar planos... qualquer coisa.

— Difícil pensar em alguém que faria isso, o Roger parecia um cara cheio de amigos. - disse João.

— E era mesmo. - concluí.

— Já foram perguntar pra polícia? - perguntou Sérgio.

— Claro que já, até os pais dele já foram e também desapareceram! 

— Ô polícia lenta essa do Brasil hein? 

— Pois é. 

Sérgio suspirou, parecia estar se lamentando por não poder ajudar Roger a ser encontrado seja lá onde estivesse. Depois, voltou a nos olhar.

— Bem, eu posso dar para vocês o telefone de alguns dos nossos amigos, eles podem saber de alguma coisa. - ele disse, se levantando.

— Claro, adoraríamos. - assenti.

Ele então pegou o celular e anotou em um pedaço de papel alguns números, no máximo três, para que pudéssemos ligar.

— Aqui, esses são os amigos mais próximos que Roger e eu temos em comum, o resto é só conhecido. 

Peguei o papel da mão dele e juntos, nós quatro conferimos os números. 

— Tá bom Sérgio, muito obrigada, a gente vai ligando no caminho. - eu disse.

— Qualquer coisa a gente volta aqui e te avisa. - falou João, se levantando.

— Pode deixar. - sorriu ele, nos levando pra porta.

Quando saímos e voltamos ao carro, rapidamente peguei meu celular e comecei a discar o primeiro número, era de um tal de Bruno. Miriam, que estava ao meu lado no banco de trás, me ajudava.

— E aí? Conseguiu? - perguntou ela.

— Caixa postal. - suspirei.

— Não faz mal, tenta o outro. 

Tentei o segundo e deu como ocupado. O terceiro, a mesma coisa. Mas, não era motivo pra desanimar, afinal, eu poderia dar um tempo, esperar um pouco e depois tentar ligar de novo.

— Os dois deram ocupado, depois eu tento de novo. - falei.

— Isso mesmo, vamos fazer alguma coisa enquanto esperamos. - sugeriu Miriam.

— Boa ideia, podemos ir no shopping, dar uma volta na praia... - concordou João.

— O que acha Artur? - perguntei, o olhando.

Ele ficou alguns segundos calado, mas depois parou o carro no sinal.

— Eu acho que não devíamos confiar em ninguém e agir por conta própria já que a polícia não quer resolver. - ele disse, seco e sem tirar os olhos da estrada.

— Por quê você diz isso? - quis saber João.

— Ora, quem garante que o Sérgio pode estar envolvido nessa história? Vai que ele sabe o que aconteceu com o Roger e não quer nos dizer? Está acobertando tudo isso?

— Que isso Artur, o Sérgio nunca faria uma coisa dessas! - protestei.

— Conhece ele o suficiente pra ter certeza disso?

— Não, mas ele era muito amigo do Roger, ele não teria motivo para isso.

— Você não sabe. - Artur deu de ombros.

— Calma gente, eu já entendi. - João se intrometeu. - Artur, eu sei o que está pensando, realmente a gente não deve confiar muito em todo mundo porque o mundo tá perigoso. Mas cara, tem vezes que a melhor saída para encontrar as respostas é fingindo que mordeu a isca. Devíamos fazer isso sim.

— O João tá certo Artur, nós precisamos ir seguindo as pistas que encontrarmos, mesmo que sejam falsas. - disse Miriam.

— Então aonde vamos esperar passar o tempo para ligarmos novamente? - perguntou ele.

— Não sei, vocês escolham. - suspirei.

João e Miriam estavam indecisos, dava para ver isso neles, que se olhavam e não se decidiam. Quando dei por mim, já estávamos na esquina da entrada principal do shopping e então decidimos ir nele mesmo. Chegando lá, entramos e nos sentamos em um banco onde ficava a zona de interação, que era um pátio onde haviam vários bancos, algumas mesas e até tomadas para colocar o celular para carregar, era ali onde as pessoas costumavam se encontrar após fazerem o que queriam ou ainda iriam fazer, como esperar a sessão do cinema iniciar, por exemplo.

Então, depois de uns cinco minutos, peguei o celular novamente e voltei a ligar para os outros números torcendo para eles me atenderem.

                                                ***

Eu reconheço que fui um pouco ríspido no carro, mas desde que Marina me trocou pelo Roger, ela traiu minha confiança e assim, eu acabei preferindo discordar dela, mesmo que nem em todas as coisas. Sim, eu sei que aparentemente eu estava bem com relação à tudo que aconteceu, mas de vez em quando dava uma recaída, normal isso, eu não tinha como controlar.

Depois que decidimos dar um rolê no shopping pra esperar um tempo até ligarmos para os amigos do Roger e tentar descobrir pistas sobre o paradeiro deles, fomos até o pátio onde as pessoas ficavam batendo papo, brincando ou até namorando, com limites, claro. E quando Marina começou a tentar ligar novamente, João e Miriam conversavam sobre as hipóteses do que havia acontecido quando do nada, vi um rosto conhecido saindo de uma loja e indo na direção do pátio onde estávamos, rumo à fila pra comprar um sorvete. Era Maria Alice, sorridente, usando uma blusa marrom bem escura e jeans. Levantei e fui até ela.

— Oi. - eu disse.

— Oi Artur. - ela sorriu ao me ver.

— Surpresa te ver por aqui.

— Eu venho muito nesse shopping.

— Ah, então sou eu quem tenho vindo pouco. - ri fraco.

— Deve ser. - ela riu também.

— O que faz por aqui? - perguntei curioso.

— Vim comprar umas coisas para o trabalho, minhas canetas estavam sem tinta e então aproveitei e comprei um marca-texto também. - ela disse, mostrando as canetas azul, vermelha e preta.

— Ah legal... Muita dedicação.

— Sim. E você?

— Longa história... 

— Tudo bem, não tenho pressa.

Então comecei a contar pra ela tudo o que havia acontecido desde o momento em que fiquei sabendo do sumiço do Roger, ela ficou um pouco chocada, mas tentou permanecer firme.

— Eita, que mistério. - disse ela.

— Sim, a gente até chamou a polícia mas nem eles tão dando conta do recado. - suspirei.

— Mas vai dar tudo certo.

— Espero que sim.

Sorrimos e então deixei ela comprar o sorvete dela, olhei para Marina e ela estava conversando no telefone, o que provavelmente significava que ela havia conseguido ligar pra eles, era só esperar e torcer para que eles tivessem alguma pista do Roger. Eu não gostava dele, mas se a Marina precisava vê-lo pra ficar feliz, então era melhor ajudar.

 


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Notas finais do capítulo

É isso, até mais!