Together By Chance 1 Temporada REBOOT escrita por M F Morningstar, Shiryu de dragão


Capítulo 6
Help Me, Please!!!


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Mais um capítulo.
Espero que gostem, pois esse é um dos meus capítulos preferidos ♥

Boa Leitura!!!



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P.O.V Castiel Salvatore

Estava escorado no muro na frente da escola perto do portão, ao meu lado estava Do Contra, havíamos matado as duas últimas aulas, sendo assim, estávamos esperando o sinal tocar anunciando o fim das aulas de hoje. Ele estava esperando uma garota chamada Maria Fernanda, e eu, é claro, estava esperando a Monique sair para segui-la.

A menina passou a manhã inteira me evitando, por sei lá qual motivo – que eu ainda quero descobrir qual é –, sendo que depois daquele dia em que a Carmem aprontou com aquela foto, a Monique e eu ficamos mais ligados, ouso dizer, amigos. Já hoje, ela mal olhou para mim, o que é estranho, e, além disso, ela estava baita estranha com a Rosa que é a melhor amiga dela.

— Terra chamando Castiel! – Me chama Do Contra acenando com a mão na frente de meus olhos.

— Foi mal, cara. O jeito da Mo, hoje, me deixou grilado. – Confesso e ele ri.

— Quando é que a relação de vocês não é confusa? – Indaga e eu rio concordando.

— Mas não sou o único com relações confusas. – Rebato e ele dá um sorriso torto.

— O bom de ter o gene contrariado, é que depois que a Mônica terminou comigo, eu até fiquei triste, bolado, mas não vou encanar com isso. Não tenho porque tentar reatar, ela mesmo que disse que não quer mais. O pior que eu fiz de tudo para e por ela, mas sempre quando eu quis, pelo menos um pouco de espaço para mim, ela não entendia e achava sei lá o que, sobre o que eu estava fazendo. Ela quis dizer que eu não ligava mais para ela e tal, mas na realidade, quem parecia não estar nem aí pro outro, era ela. – Confessa e eu concordo.

— Eu pensava que todas as garotas queriam chamar a atenção para elas e contarem sobre suas próprias vidas. – Começo um tempinho depois, e continuo quando vejo a atenção de DC voltada a mim. – Mas desde que eu conheci a Monique, ela foi a única que não quis contar nada sobre ela mesma. E o pior é que ainda não conta! Quando quero descobrir algo sobre ela, entramos em uma enorme guerra mundial só para arrancar uma mínima resposta. Ô garota difícil de lidar! Juro que se ela soubesse o que sinto vontade de fazer quando ela me contraria, ela nunca iria querer fazer isso! – Digo fechando minha mão em punho fortemente.

Aquela garota me fazia sentir milhares de sentimentos, mas principalmente ódio, por nunca me falar a verdade.

— Talvez ela só queira esquecer o passado. – Dá de ombros Do Contra e eu volto ao normal.

— É, eu sei, mas mesmo assim ela sabe bastante sobre minha vida e eu não sei nada da dela! Apenas sei que a tia dela é uma prostituta e que tenta de tudo para que a loira vá para esse caminho. Sabe, as vezes dá vontade de sequestrar ela para que venha morar comigo, apenas para que ela possa sentir um pouco de conforto e amor. Além disso, o quarto dela é horrível, e o pior é que dá de sentir o cheiro dos “programas” da tia dela de longe. Realmente não sei como ela aguenta morar lá... Eu não aguento ver ela morando lá! É terrível. – Digo e logo Do Contra dá um sorriso malicioso.

— Para ela sentir um pouco de amor? Olha, eu sabia que você estava afim dela, mas não pensei que fosse romântico. – Zoa DC mudando seu sorriso para um irônico, dou-lhe um soco levemente no ombro e ele ri.

— Se você está insinuando que eu estou “amando” ela, pode esquecer! Apenas sinto que ela é meio parecida comigo e como é a única garota que eu aturo 100%, quero ver ela bem. – Digo dando de ombros e ele encerra o assunto mesmo não estando convencido do que eu falei.

— Mas voltando agora para meu estado amoroso... Eu ainda não posso acreditar que a Mônica tenta fazer ciúmes em mim com o João. Será que ela fazia a mesma coisa quando estava comigo, só que para o Cebola? – Pergunta e eu dou de ombros.

— Não sei, mano. Não sou um bom observador quando se trata de outras garotas que eu não me interesso. – Respondo e ele parece pensar. – Sabe, ainda não entendi porque se “apaixonou” por ela. A garota curte tudo que é música, menos rock e os estilos puxados para o rock. É capaz de se você perguntar para ela, se ela curte Nirvana, ela vai responder que é marca de roupa. – Digo rindo e Do Contra me acompanha.

— Nem eu sei. Talvez seja porque no amor nada importa. Eu odiava isso nela, pois ela nem se esforçava para ouvir uma música se quer de BMTH para ver se curtia. – Diz ele ainda rindo.

— Você pode achar que no amor não tem esses trecos de não ligar para o gênero musical, mas é mentira! Você pode até ser atraído por uma determinada garota, mas dependendo do gênero dela, você nunca vai querer algo com ela. – Falo erguendo as sobrancelhas assim que escuto o sinal tocar.

— É agora! Até mais, cara. Falamos outra hora. – Diz ele pegando sua mochila e eu aceno com a cabeça.

Logo que DC entra na escola para procurar a Maria, eu pego minha mochila e espero a Monique sair. Alguns minutos depois aí está ela. Sigo ele e até a chamo, mas nada da mesma olhar para mim. A loira havia tomado um caminho diferente do qual era de costume, quando ia para a sua casa.

— Monique! – Grito e ela vira uma esquina rapidamente. Tanto ela, quanto eu, estávamos correndo. – Espera! – Paro assim que viro a mesma esquina. – Cadê?! – Exclamo assim que comprovo seu sumiço. Como ela sumiu tão rápido? Nem beco tem aqui. – Droga!

P.O.V Monique Lockwood

Que droga Castiel, para de me seguir, criatura.

Finalmente consegui chegar ao prédio de artistas anônimos. O que eu faço aqui? Ganhando meu dinheiro, é claro. Poucas semanas atrás, descobri este lugar. Tenho tanta sorte de desenhar bem, pois ganhei bastante dinheiro vendendo meus desenhos feitos com lápis de maneira esfumada, nunca gostei de colorir desenhos.

Castiel não conseguiu me ver entrar, então com certeza vai ir para o apartamento dele. O motivo de eu estar o evitando, não é por causa deste lugar, mas sim, porque se eu olhasse em seus olhos ou conversasse com ele, eu iria contar tudo o que eu passo.

Nossa amizade está sendo tão intensa que sinto que posso confiar tudo a ele, mas eu não quero, é impossível eu contar. E o pior é que a minha vontade de contar está incontrolável, porque meu dinheiro está acabando e a dívida está cada vez maior. Inclusive, hoje terei que quitar mais uma dívida. Eu tenho até ideias do que pode acontecer quando acabar meu dinheiro..., pode haver dois caminhos e eu não quero pensar em nenhum dos dois agora...

Começo a subir os degraus até a sala do prédio, uma espécie de ateliê. Assim que chego há sala – que tinha paredes de cor marrom claro com pinturas abstratas em lugares simétricos, chão de madeira selvagem, duas portas feitas de madeira de carvalho escuro, uma que dava para o escritório do dono do ateliê, e a outra para a espécie de galeria do ateliê, dois sofás brancos e enormes com almofadas de cores neons sendo separados por uma mesinha de centro com revistas e livros de e sobre pinturas num canto perto da janela enorme da sala, poltronas coloridas perto da mesa pequena que contém uma cafeteira, uma jarra com limonada, copos e xícaras –, recebo o sorriso de Alec, o dono do lugar e o crítico das pinturas, desenhos e outras obras que são aceitas ali.

Ele é alto com a pele bem clara, tem cabelos do mesmo comprimento do cabelo do Castiel, mas na cor castanho escuro, tem olhos de um azul bem mais claro que o meu, quase branco. Além disso, ele é muito estiloso, e bonito.

— Aqui está você, minha linda artista! – Diz ele, não como uma cantada.

Afinal, ele já é casado com um cara muito bacana que eu já cruzei, em um dos dias que vim vender meus desenhos. Desde que nos conhecemos, ele é gentil e muito educado, e também sempre ama meus desenhos. As vezes diz o que eu posso melhorar neles, mas sempre me incentiva a continuar a desenhar.

— Olá Alec! Tenho uns novos desenhos incríveis, de lugares que tive em meus sonhos. Acho que vai amar! – Digo entusiasmada e ele abre o maior sorriso do mundo.

— É claro que vou, minha pequena garotinha do misticismo. – Confessa não contendo seu entusiasmado.

Desde que ele viu meus desenhos de criaturas de asas como anjos ou demônios, e outras criaturas de diversos tipos, seu entusiasmo cresce cada vez mais. Ele, assim como eu, ama esse mundo sobrenatural.

— Olhe. – Digo puxando minha pasta, Alec começa a folhar vendo todos os desenhos calmamente, fico nervosa, pois todos os outros eram sobre criaturas diversas e nunca vistas em outras pinturas, já estes são de lugares. Depois que ele termina de ver, fecha a pasta e me olha sério. – O que foi? – Pergunto nervosa e ele me olha pasmo.

— Você é incrível com as linhas. Achei que só criaturas fossem seu forte, mas vendo isto! – Diz apontando para a pasta. – Percebo que não há nada que você não possa desenhar. Você tem um futuro brilhante!

— Obrigada. – Digo tímida e ele senta num dos sofás me chamando para sentar também.

— Sabe quando olhei as suas criaturas, imaginei vários mundos diversos para cada gênero especifico, e agora que vejo estes desenhos... – Diz apontando para os desenhos e fazendo uma pausa. – Percebo que cada criatura tem seu mundo. Estes lugares são seus habitats. E estes lugares são como os... – Para de falar olhando fixamente para o nada.

— Os? – Indago o incentivando para continuar a falar e aí recebo seu olhar brilhante para mim.

— Os Doze Reinos Demoníacos. – Diz ele e algo em mim se acende.

P.O.V Castiel Salvatore

Eu não acredito que ela me enganou! Como escapou? Que ódio.

Estava deitado na minha cama olhando para o teto do meu quarto fazia um tempo. Meu quarto é um típico quarto bagunçado, com paredes de cor preta, chão de madeira escura, uma janela com cortinas pretas, uma cama de casal não arrumada com roupa de cama na cor preta e um criado-mudo escuro do lado da cama em que não estava na parede, em cima do criado-mudo havia um abajur de bolhas borbulhantes na cor vermelho sangue, um guarda-roupa de madeira escuro num canto do quarto perto da porta do banheiro, minha guitarra do lado da escrivaninha que fica próximo a porta que dá para o corredor do apartamento, um laptop em cima da escrivaninha e na frente da escrivaninha uma cadeira, e por último, duas poltronas no meio do quarto perto da parede da janela.

— Como ela pode ter fugido, garoto? – Pergunto para Dragon que estava deitado do meu lado, ele acaba por levantar a cabeça sem dizer ou latir algo de volta.

Acabo por fim, indo até a cozinha que é interligada a sala de estar e a de jantar. Começo a preparar uma espécie de calzone. Não sou o maior mestre cuca, mas sei uns segredos para cozinhar algo bom. Afinal, moro sozinho bem dizer, então tive que me virar e aprender a cozinhar.

Depois de estar pronto um único calzone, pois não estou com tanta fome, o devoro. Escuto os passos de Dragon e logo o vejo cruzando o corredor para, por fim, deitar na cama dele que fica próximo a porta de vidro que dá para a sacada.

— Garoto, eu sei que já é umas dez horas da noite, mas não precisa ir dormir agora. Você nem fez nada de manhã além de dormir. – Digo e ele me ignora totalmente fechando os olhos. – Okay. – Sussurro e limpo a pequena bagunça que fiz, para depois voltar ao meu quarto.

Assim que chego lá, vou até o meu guarda-roupa para pegar uma roupa para ir tomar um banho e depois ir dormir, ou apenas deitar e escutar música, ainda não decidi. Meu celular começa a tocar depois que abro a porta do guarda-roupa, claro que corro para pegar o irritante aparelho barulhento que estava no criado-mudo para poder ver quem estava me ligando. Olho para o visor e o atendo logo em seguida, quando vejo quem estava me ligando.

— Alô? – Digo e escuto um soluçar como se fosse de alguém chorando.

Castiel, me ajuda, por favor.— Diz a garota no outro lado da linha.

Sinto seu nervosismo, mas não só pelo fato de estar chorando, algo havia acontecido. Algo nada bom.

P.O.V Monique Lockwood

— Onde está me levando? – Pergunto com ódio para o homem que estava dirigindo o carro.

Havia acabado de pagar a mais nova dívida do meu irmão e agora era para eu estar voltando para a minha “casa”, só que o que acontece, é que o caminho é completamente diferente. Além disso, esse cara é um novo capanga para mim, nunca o tinha visto antes.

— Cala a boca. – Diz o capanga friamente, algo na voz dele me fez sacar que algo de ruim ia acontecer.

— Por que está me levando para outro lugar? Já paguei a dívida. – Digo com mais ódio e o capanga ri.

— Eu sei, e não ligo. O que vou fazer com você não tem nada com ordens. – Sinto as palavras ficarem perversas e percebo o que irá me acontecer se eu não tentar me salvar.

— Me deixa sair. – Digo nervosa assim que comprovo as portas trancadas e o carro saindo da cidade.

— Já disse para calar esta sua boca! – Grita ele e eu me calo, senão tivesse divisória dos bancos de trás para os da frente, iria tentar fazer algo para o cara parar, mas aqui atrás..., não há nada a se fazer. – Pronto. Chegamos a um lugar onde não seremos interrompidos. – Diz assim que paramos ao final de uma estrada que aparentava não ser frequentada por ninguém, há muito tempo.

— O que você quer? – Pergunto com nojo, já tendo certa ideia do que ele queria, mas ainda assim, queria ter certeza.

— Acho que você sabe muito bem o que eu quero. – Diz ríspido e sai do carro abrindo a minha porta, me tirando de dentro do carro a força.

Ele era muito mais forte do que eu, sendo assim, não conseguiria escapar, e mesmo se escapasse, sei que ele iria conseguir me capturar de volta. Olho ao redor e tudo o mais, em busca de um plano, até que meus olhos brilham ao encontrar um.

— Não irei te machucar se me obedecer, mas caso não me obedeça..., garanto que vai ser muito doloroso. – Diz ele começando a passar as mãos em mim.

— Se eu fizer tudo o que você quer, você irá me deixar viva? – Pergunto docemente e ele continua a passar as mãos pelo meu corpo, mas agora também começa a beijá-lo. Aquilo era nojento e a minha pergunta com certeza foi para enganá-lo, só espero que ele morda a isca.

— Claro. Afinal vou querer repetir muitas vezes. Sabia que tem um corpo muito gostoso? – Seus toques param e suas mãos se voltam a rasgar minhas roupas, me deixando seminua, as únicas coisas que impediam daquele nojento ver minhas partes intimas, era a minha lingerie.

— Eu sei. – Sussurro e o beijo apenas para poder pegar a faca do seu cinto discretamente, logo que havia conseguido pegar, passo a lâmina em sua garganta sem hesitar. – E você nunca poderá tê-lo. – Digo com um sorriso maníaco assim que o vejo cair engasgando com o seu sangue.

Eu estava com gotículas de sangue na minha roupa rasgada e com as ideias abaladas. Lágrimas começam a escorrer pelos meus olhos, mas não por ele ter morrido, e sim, por eu ter matado alguém. Não me sinto mal..., mas ao mesmo tempo me sinto....

Eu tenho que sair daqui, mas não tenho força alguma. Pego meu celular que estava dentro do carro e disco para a única pessoa que eu precisaria para me acalmar. No segundo toque, ele atende.

Alô? — Diz a voz de quem eu mais queria ouvir.

— Castiel, me ajuda, por favor. – Digo e sinto meus joelhos falharem, me fazendo cair no chão.

Eu não devia ter ligado para ele... Ele não pode ver o que eu fiz... O que ele vai pensar? Não adianta..., agora não tenho alternativas... Eu já liguei para ele... e ele percebeu como eu estou, preciso contar...

O que aconteceu? Você está bem? — Pergunta ele preocupado e eu fico calada. – Monique, porra! Me diz algo. — Grita do outro lado da linha, com raiva.

— Eu... eu matei alguém. – Sussurro e percebo sua surpresa.

O que? Mas por quê? Monique, onde você está?— Pergunta desesperado e nervoso.

— Eu não sei... É uma estrada abandonada fora da cidade. Não sei ao certo onde. – Digo sinceramente e ele suspira.

Fica aí! Vou te buscar.— Diz e antes que eu possa responder algo, ele desliga.

— Merda! – Grito e soco a porta do carro.

Tento me levantar mais acabo caindo novamente. Lágrimas voltam, ainda mais fortes do que antes. Abraço meus joelhos e espero o tempo passar.

Não sei quanto tempo se passou, só sei que quando dei por mim, já estava escutando o barulho de uma moto. Levanto ligeiro, tropeçando em meus próprios pés. Olho para a moto que agora para próximo daqui, mas não tanto. O motoqueiro desmonta da moto, tirando o capacete, logo colocando no banco da moto. Senão fosse pela luz do farol da moto, não veria quem era.

— Castiel... – Sussurro e vejo o olhar dele para o corpo que estava ao meu lado, um pouco longe.

— Que droga. – Diz ele e logo acelera o passo para me abraçar, retribuo e tento parar de chorar, mas parece que agora estou me sentindo pior que antes, apenas pelo fato que o Castiel estar vendo o que eu fiz.

— Por que está aqui? – Pergunto assim que nos afastamos um pouco, minhas lagrimas não paravam.

Eu não podia acreditar que ele realmente estava aqui. Sim, eu liguei para ele, mas não pensei que ele realmente viria...

— Porque... porque você é a única que eu me importo. – Diz dando um beijo da minha testa, o olho surpresa e ele acaricia meu rosto. – E eu nunca iria te deixar passar por algo assim ou qualquer outra coisa, sozinha.

— Mas... Castiel, eu matei alguém. – Digo e ele revira os olhos como se aquilo fosse algo completamente normal.

— Foda-se! Eu sei que se você fez isso, é porque teve um motivo. Olha o estado das suas roupas! Está na cara que ele tentou algo. – Diz sério e protetor, me encarando fixamente. – Eu não ligo, e se ele tivesse feito algo, eu mesmo o mataria. – Sussurra e percebo que realmente aquilo não foi dito da boca para fora.

— Não quero cortar o nosso clima, mas eu não quero ficar mais aqui. – Digo olhando para baixo, ele ri divertido.

— Toma. – Diz ele tirando seu casaco e me entregando. Se fosse numa situação normal, eu não aceitaria, mas convenhamos, estou seminua. – Agora vamos. – Fala puxando minha mão, eu o paro.

— Mas e ele? – Indico para o cadáver.

— Deixe-o apodrecer. – Dá de ombros.

Acho que talvez Castiel e eu pensemos igual, pois eu quero deixar o morto ali. Não ligo... Minha vida já é demais de estragada, isto não é nada.

— Desde quando tem uma moto e dirige? – Pergunto assim que subimos na moto.

— Você vai se surpreender com tantas coisas que você não sabe sobre mim. – Fala rindo e eu o abraço apertadamente assim que ele dá partida na moto.

Fazemos o caminho inteiro em silencio, minha cabeça em suas costas. Castiel entra na garagem subterrânea de um prédio, que era lindo por sinal, e com toda certeza era o prédio onde ele morava. Desmontamos e eu entrego o meu capacete a ele.

— Vem. Por hoje você vai dormir na minha casa. – Diz pegando na minha mão e me levando até o elevador. Fiquei constrangida por ele pegar em minha mão, mas aquilo me trouxe tranquilidade.

Subimos até um andar que eu nem me importei em perceber qual era, saímos dele nos dirigindo até a porta de um apartamento.

Apartamento número dezoito.

Castiel abre a porta e me puxa para dentro me empurrando para o sofá para eu me sentar.

— Só fica! – Diz ele e logo o vejo correr para a cozinha.

— Virei cachorro? – Pergunto e mal termino de pronunciar as palavras quando um cachorro enorme pula em cima de mim.

— Dragon! – Grita Castiel surpreso por ver o seu cachorro em cima de mim, me lambendo que nem um doido.

— Calma, garoto! Calma! – Digo rindo e ele senta do meu lado me encarando. – Sério? Primeiro a moto e agora um Pastor-de-Beauce? – Pergunto e ele parece divertido.

— Não pensei que saberia qual raça é, e muito menos, que ele ia gostar de você assim. – Dá de ombros e eu lhe encaro com ódio.

— É claro que sei a raça, meu... – Começo, mas logo paro. Meu irmão tinha um cachorro assim..., e pensar em meu irmão, já me faz voltar a ficar mau.

— Não precisa continuar, e quero que se esqueça de tudo. – Diz ele na minha frente, me oferecendo um prato que continha um brownie com uma bola de sorvete de creme e calda de chocolate por cima.

— Não!!! – Exclamo com a boca aberta e ele me olha nervoso.

— Não gosta? – Pergunta arqueando uma sobrancelha, eu nem o respondo, apenas pego o prato e a colher da sua mão, logo começando a comer. Está tão gostoso... e crocante....

— É claro que eu gosto. – Falo de boca cheia e ele ri.

— Princesa, que educação é essa. – Fala galante e eu lhe mostro meu dedo do meio. – Ei! Que feio. – Diz negando com a cabeça e eu rio.

— Estava tão bom. – Digo assim que termino de comer.

— Eu sei! Fui eu que fiz. – Fala convencido e eu reviro os olhos. Castiel tira meu prato e coloca na mesinha de centro, depois olha para mim e se abaixa para ficar da minha altura, pois eu estava sentada. – Está sujo. – Diz e logo limpa minha boca.

— Obrigada. – Sussurro e começamos a nos aproximar, mas quando estávamos quase colados, eu levanto e pego o prato da mesinha de centro o levando para a cozinha.

— Você gosta de cortar nossos climas. Só pode! – Diz ele fingindo estar irritado e eu rio.

— Não sei do que está falando. – Me faço de desentendida voltando para perto do sofá, ele desvia os olhos dos meus.

— Vem. Vou te emprestar uma camisa para dormir e uma toalha para se secar depois do seu banho. – Fala e eu o sigo até o seu quarto.

— Está bem. – Concordo pegando a toalha e a camisa que ele me alcança.

— Não precisa de ajuda? – Pergunta maliciosamente e eu me viro indignada.

— Não! Eu sempre me lavei muito bem sozinha, muito obrigada. – Digo fingindo estar irritada e ele ri.

Entro no banheiro logo fechando a porta e a trancando. Retiro minhas roupas por completo e entro no box para logo ligar o chuveiro. Depois de me lavar, começo a pensar em tudo o que passei, e o quanto eu já passei. Não aguento mais guardar isso tudo para mim, eu preciso contar para alguém..., e eu vou!

— Cast? – Chamo assim que estou arrumada e no quarto. – Preciso te contar tudo o que aconteceu e tudo o que eu passo. – Falo e percebo sua expressão ficar séria com uma pitada de curiosidade.

— Achei que nunca iria contar.

P.O.V Carmem Frufru

— Carmem, migah! Pense bem no que irá fazer, você pode achar alguém melhor que ele. – Diz Denise e eu nem ligo.

— Eu já disse, eu o quero mais que tudo! Somos feitos um para o outro. Ele é perfeito. Eu sou perfeita! – Digo e volto a minha atenção a coisa que estou fazendo no momento. – Olha! Ficamos tão bem juntos. – Digo assim que encerro minha montagem sobre Castiel e eu juntos. Sem duvidas somos o melhor casal que existe!

— Eu não vou falar mais nada! A vida é sua. Depois não venha dizer que eu não te avisei. – Fala Denise e eu dou de ombros.

— Amiga, o amor machuca, mas quem disse que eu não gosto da dor que ele me traz? – Confesso e solto uma risadinha.

— Você que sabe. – Dá de ombros e eu volto a fazer mais uma montagem.

Eu ainda vou ter o Castiel na palma da minha mão. Ou eu não me chamo Carmem Frufru.

P.O.V Monique Lockwood

— Agora você sabe o motivo de eu não ter te contado antes... – Confesso e o Castiel que antes estava sem expressão, agora me encara como se tivesse uma incrível ideia.

— É o seguinte, você vem morar comigo, e se esse tal mafioso vir atrás de você, eu vou dar um jeito dele parar com isso. Já chega de você sofrer! Eu vi onde você mora e vi com quem. Está na hora de você ter um pouco de conforto e mimo! Sua vida inteira foi um saco. – Fala e antes que eu pudesse falar alguma coisa, ele tapa minha boca com a sua mão. – Não adianta dizer que não! Vai ser pior, ou você aceita por bem, ou te sequestro. – Continua e eu rio.

— Quero ver se vai conseguir me sequestrar. – Digo e logo ele deita por cima de mim na cama, prendendo minhas mãos.

— Considere-se sequestrada. – Sussurra em meu ouvido e logo levanta de cima de mim. – Amanhã vamos pegar suas coisas. Estou indo tomar um banho. – Fala entrando no banheiro e fechando a porta.

— Idiota. – Sussurro revirando os olhos.

— Eu ouvi! – Grita e eu tento segurar meu riso.

Eu não acredito nisso! Depois de tudo que eu passei, eu... Será que ele fará tudo aquilo sumir? Fará com que eu sinta algo bom finalmente? Ou apenas destruirá o resto que sobrou? São tantas dúvidas, e eu não consigo... não consigo me afastar dele. Ele tornou tudo tão melhor a partir do momento em que nossos olhos se cruzaram.

Pensamentos e mais pensamentos me invadem, parando apenas quando vejo Castiel sair do banheiro com uma cueca boxer preta e seus cabelos pingando com a água do banho que ele havia tomado.

Porra, Castiel! Vai ser sexy assim no inferno.

— Se importa? – Ele pergunta divertido. – Gosto de dormir usando apenas isso.

— Não, não me importo. – Digo evitando olhá-lo. Ele ri e logo me puxa da cama me fazendo ficar cara a cara com ele.

— Sabe... – Começa a falar e vejo que seus olhos param em minha boca. – Cansei de ser bonzinho. – Diz com um sorriso malicioso.

— Bonzinho? – Digo irônica e rindo, mas invés dele me responder, ele apenas me cala com um beijo forte, intenso e muito excitante.

Sua boca explora a minha até quase me fazer perder os sentidos, minhas pernas estavam quase entrelaçadas, conseguia sentir o calor e todo o corpo dele contra mim.

Depois de alguns minutos, ele afasta sua boca da minha e parte para meu pescoço dando pequenos beijos e chupões. Castiel me deita na cama ficando por cima de mim. Sinto gotículas de água do seu cabelo caírem em mim me causando alguns arrepios.

— Cast... – Sussurro e ele solta um sorriso bobo.

— Se eu soubesse que para te ter..., era só preciso te salvar. Teria feito isso antes. – Diz rindo e eu me sinto constrangida. Me levanto da cama saindo de baixo dele, sem ao menos saber como, apenas saio.

— É claro! Você apenas me quer, como todos! Ótimo, Monique! Conseguiu ser trouxa outra vez! – Grito ironizando, explodindo de raiva. Quando estou prestes a sair do quarto, Castiel me puxa e me prende contra a parede do lado da porta.

— Que porra! – Diz ele com ódio. – Eu não te quero por causa disso. – Percebo a sua voz oscilar. – Eu... eu...

— Você o que? – Pergunto com raiva e ele me encara fixamente.

— Eu te amo, porra! E eu sei que não vai acreditar, e eu não ligo! Porque eu sei que te amo e sei que é real o que eu sinto, então se... – Antes dele completar o que estava dizendo, o interrompo com um beijo, mas desta vez, o beijo tinha uma mistura de amor, rebeldia e medo.

— É melhor irmos dormir... – Sussurro assim que se afastamos, ofegantes e desconcertados. Ele apenas concorda.

Deitamos na cama, um em cada lado dela, olhando um para a cara do outro. Castiel me puxa para o seu peito, e eu juro que gostaria de agradecê-lo por isso, porque eu nunca iria fazer sozinha por vergonha, mas sempre iria desejar ter feito.

— Boa noite. – Sussurra rouco quase dormindo.

— Boa noite. – Sussurro de volta, e antes de pegar no sono, falo três palavrinhas que ele gostaria de ouvir, e eu de dizer. – Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até o próximo!!!



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