Together By Chance 1 Temporada REBOOT escrita por M F Morningstar, Shiryu de dragão


Capítulo 29
Os Filhos De Umbra!


Notas iniciais do capítulo

Olá, capítulo novo! Desculpem a demora, mas aqui está.

Boa Leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796123/chapter/29

P.O.V Mônica Souza

— ...então é isso galera. O que vocês acham? – Pergunta Cebola.

— Muito arriscado, careca. Entretanto, diante de nossas opções, só podemos confiar no seu plano mesmo...

— Mônica?!

— Você me deixou com a parte mais complicada, né, Cê? Mas tudo bem, acho que consigo dar conta! – Afirmo ansiosa.

— É... Pessoal? Tem algo acontecendo agora.

— O que, Cas?

— Eles acabaram de se dividir bem nesse momento. – Fala Cascão que estava disfarçadamente espiando os movimentos de Porta-Voz e dos outros.

— Como é?! Droga! Eles precisam estar juntos para o plano dar certo! – Reclama Cebola.

— Calma, Cê. Com eles se dividindo acaba sendo mais vantajoso para nós, não acha? Suas forças são reduzidas e eles ficam mais vulneráveis também.

— Isso ou eles podem acabar nos atacando de uma forma que eu não previ... – Cebola se levanta do chão levando suas mãos ao rosto.

— Olha, não sei se isso ajuda, mas o Porta-Voz e o Absinto foram para um lado enquanto a Sangria e o Perna-de-Pau foram para o lado oposto. – Afirma Cascão.

— Hum... – Após alguns segundos de silêncio, Cê toma a dianteira. – Teremos que nos separar também!

— Cê, você tem certeza?

— Não tem outro jeito, Mô! De certa forma ao nos separarmos também estaremos explorando mais o bairro em busca da Magali ou outros amigos nossos, então podemos matar dois coelhos em uma cajadada só.

— Então, se formos seguir com o planejado...

— Cascão e eu iremos atrás da Sangria e do Perna-de-Pau. Você irá confrontar o Porta-Voz e o Absinto.

Solto um suspiro e logo falo:

— Está bem. Não vão se machucar, meninos.

Ambos me dão um sinal positivo antes de correrem na direção que dois dos quatro fantasmas tinham ido. Eu em contrapartida vou na direção oposta, me preparando psicologicamente para o perigo que iria enfrentar.

~~~~~*~~~~~

Já faz alguns minutos que estou procurando os Filhos de Umbra, mas nada deles. Além disso, eu também tenho que me preocupar com alguns demônios que poderiam aparecer do nada e fazer com que eu baixasse a guarda para o meu real objetivo.

Será que eles fugiram?

Esse foi meu último pensamento até ver uma parede de fogo intenso subir do solo interrompendo a minha trajetória. Num piscar de olhos as chamas desaparecem e ouço uma voz atrás de mim me chamando.

— Nos procurando, Mônica?

Olho para trás e vejo Porta-Voz e Absinto flutuando a poucos metros do solo, eles estavam a uma pequena distância de onde eu me encontrava. Sem hesitar, invoco o Sansão e seguro ele com firmeza.

— Vejo que se separou de seus amigos. Onde é que eles estão agora? Fale!

Ignoro a pergunta do fantasma, permanecendo calada.

— Já que é assim, vejo que terei de forçar a resposta!

Porta-Voz vem a toda velocidade em minha direção com a intenção de possuir meu corpo, mas o que ele não esperava era que uma força ricocheteasse ele para longe no primeiro contato que o mesmo teve com meu corpo, tendo no fim se chocado levemente com Absinto.

— Maldição! Você cobriu seu corpo com sal, não foi?! – Resmungava o fantasma.

Cebola com o auxílio de seu Tablet fez vários pacotes de sal aparecerem. Nós três nos cobrimos com sal para que especificamente o Porta-Voz não tentasse nos possuir de alguma forma.

— Pelo jeito te machucar vai ser a única forma de te fazer falar. Absinto!

Vejo o pequeno fantasma com cabeça de meteorito balançar as mãos de um jeito estranho, logo várias pedras em chama surgem ao redor de seu corpo. As pedras vêm como balas de revólver disparadas em minha direção. Sem oscilar, giro meu Sansão rápido o suficiente para fazer com que todos esses pedaços de meteoros sejam rebatidos a diferentes direções.

— Agora entendo o motivo do grande Sairaorg querer vocês mortos... A maneira que resistem e se rebelam é de uma forma excepcional. – Diz Porta-Voz. A frase me chama a atenção então resolvo quebrar o gelo.

— Me diga..., qual o objetivo de Sairaorg?

— Ele tem o poder supremo! Apenas quem possui a força e a autoridade devem reinar sobre todos. Sairaorg tem o objetivo de dominar a Terra e fazer dela e de todo esse universo o seu Reino. Alguns de vocês humanos podem até viver se jurarem lealdade e serem escravos dele pelo restante de suas patéticas vidas.

— Não diga bobagens, você também é um ser humano e está do lado desse monstro!!!

— A minha capacidade de possuir corpos e adquirir formas fantasmagóricas me ajudam a ter superioridade nessa batalha do que vocês chamam de "bem" e "mal". Contudo, chega desse bate-papo. Absinto, leve isso a sério meu amigo.

Vejo Absinto estender as mãos para cima e um fenômeno diferente acontece. Várias nuvens de cores carmesim começam a nos cobrir nessa noite escura. Algo inimaginável acontece: um redemoinho de fogo desce dos céus em minha direção. Desesperada, corro a toda velocidade escapando do alcance do ataque que atingiu três pequenas casas em fileira. Após o ataque cessar, vejo que todas as três casas estavam completamente destruídas, praticamente restava apenas cinzas.

— Se esse ataque tivesse me pego, eu estaria em más condições agora. Entretanto, se eu continuar fugindo, não vai demorar até esses miseráveis destruírem o bairro todo.

Me viro na direção dos fantasmas, vejo Absinto, a sua vontade, novamente invocar nuvens e fazer com que fogo desça dos céus.

— Eu não tenho escolha, tenho que fazer isso! – Levanto meu braço direito para cima e começo a girar o Sansão com força na direção do redemoinho, tendo como consequência a parada da trajetória do fogo destruidor.

— Como assim?! – Ouço Porta-Voz reagir.

Vamos, Mônica! Você consegue!!!

Giro o Sansão ainda mais rápido que antes fazendo com que um mini tornado surja e entre em colisão com o redemoinho de fogo que tentara me atingir. Vejo o meu ataque sobrepujar o golpe de Absinto o desfazendo totalmente, mas continuando até atingir os Filhos de Umbra que rapidamente desaparecem ao serem atingidos.

— Mas o que?!

Minha dúvida se refere ao fato deles terem desaparecidos repentinamente. Apesar de terem sido atingidos pelo tornado que criei, foi como se eles tivessem se teletransportado para algum lugar.

— Nunca imaginei que você fosse capaz de tanto assim, Mônica. Realmente você não é uma humana comum...

Olho para a esquerda de onde a voz havia soado. Avisto novamente o lobisomem grande e monstruoso se levantar com uma pequena diferença: em seu rosto horrendo havia a máscara do Filho de Umbra. Marca que ele deixa quando está em posse do corpo de uma pessoa.

— ..., mas ainda assim, o seu destino será a morte!

— Você deu azar, Porta-Voz! Esse lobisomem eu derrotei a alguns minutos atrás. Se você acha mesmo que me derrotará com ele, está muito enganado!

Giro meu Sansão jogando na direção do Filho de Umbra, contudo, ele desvia com um tapa de sua mão esquerda.

— Como é?!

O Lobisomem possuído vem correndo a uma velocidade tremenda e antes que possa reagir ele me acerta com um potente soco frontal na minha testa, fazendo com que meu corpo voe a metros de distância, quando caio, acabo rolando um pouco pelo chão.

— Como é possível isso? – Gemo de dor colocando minha mão direita na testa que sangra sem parar.

— Quando eu possuo um corpo eu também tenho a capacidade de explorar os limites de força que ele pode atingir. Lembra que quando possuí a Magali daquela vez eu adquiri habilidades de prever o futuro, sendo que era algo que nem ela possuía antes?

As lembranças da batalha contra a Jumenta haviam retornado na minha memória enquanto me levantava. De fato, ele havia nos avisado que um de nós iria morrer ali (Cê morreu, mas reviveu momentos após) e sua profecia se cumpriu.

Retorno meus pensamentos a realidade quando vejo vários pequenos meteoritos lançados por Absinto me atingirem nas pernas, tronco e no meu braço esquerdo me fazendo gemer de dor. Várias queimaduras pequenas, porém, doloridas agora atingem meu corpo e eu começo a me sentir cansada aos poucos.

— Agora você está lidando com dois fantasmas de uma vez. Desista logo e quem sabe Astaroth e Sairaorg tenham clemência de sua inútil existência.

— Desistir não é uma palavra existente no meu vocabulário!!! – Grito em fúria. – Eu prometi para meus amigos que iria vencer e vou vencer!!!

Parto para cima do lobisomem e ele vem em minha direção. Tento o atingir com meu punho direito em seu rosto, mas com uma grande agilidade ele se defende com seu antebraço esquerdo.

Sem perder tempo, me afasto alguns centímetros e pulo em sua direção dando início a uma severa troca de socos onde nossos punhos se encontravam um com o outro numa batalha que parecia não haver fim. De repente, sinto uma pedra em chamas atingir meu ombro esquerdo acabando por baixar minha guarda, recebo um potente soco no lado esquerdo da minha cara, seguido de uma cotovelada na minha cabeça. Por fim, sinto seu pé atingindo meu queixo fazendo com que novamente meu corpo saia voando pelos ares esbarrando em muro qualquer da rua.

— Absinto. – Essa foi a última palavra que ouvi antes de abrir os olhos e ver um grande círculo de fogo me rodear me impedindo de correr para qualquer canto.

— Droga... – Resmungo.

Logo sinto um tremor na terra, fogo começa a surgir do solo entrando em contato com meu corpo e me queimando por completa.

— Finalmente acabou. Com Mônica fora do nosso caminho, agora os outros dois são mais fáceis de se lidar. Vamos, Absinto.

— Espere!

Com o fogo aos poucos cessando, vejo Absinto e Porta-Voz olhando em minha direção. Com certo esforço, estou em pé segurando fortemente meu Sansão em minha mão direita. Com boa parte da minha saia e sapatos queimados, além da minha camisa regata totalmente chamuscada, caminho para fora do círculo de fogo tendo em mim um sentimento que jamais senti antes. Agora nada mais importa a não ser a derrota deles aqui!

— Não pode ser!!! Seria você indestrutível, Mônica? – Pergunta Porta-Voz visivelmente assustado e impressionado.

— Uma rara oportunidade... – Inicio tirando a parte superior de minha roupa que era inútil agora, sem me importar se meu sutiã vermelho carmesim estava a mostra.

— Como?

— Eu jamais fui uma garota violenta. Nunca gostei de brigar, mas quando recorria à força, me esforçava ao máximo para não machucar ninguém, mesmo que as vítimas não fossem meus amigos ou estivessem a fazer mal para mim, eu me segurava todo o momento para ficar em paz. Todos vivem dizendo aí que sou brava, brigona..., mas mal sabem o meu esforço para não machucar, conter essa força animal que possuo em meu corpo. E hoje, essa é a oportunidade mais que perfeita para que eu possa ver até onde eu posso chegar.

Giro meu Sansão com tanta força e firmeza que sinto meus pés saírem levemente do chão, arremesso na direção do Porta-Voz que é duramente atingido no peito sendo arrastado vários metros para trás, porém, ele mantém-se firme no chão, tentando minimizar o impacto. Percebo que Porta-Voz sentiu o golpe quando ele fica se apoiando com um joelho dobrando no chão cuspindo um pouco de sangue.

— Droga. Isso não vai ficar assim! Absinto, ataque-a agora!!! – Comanda Porta-Voz. Vejo o meteorito/cabeça de Absinto vir em minha direção mais rápido que antes.

Agora é fazer aquilo que o Cebola mandou, e torcer para funcionar.

O meteorito atinge fortemente a parte superior de meu corpo me arrastando para trás, mas antes do meteoro voltar ao seu lugar de origem, agarro-o com força ignorando as chamas que estavam entrando em contato com minha pele.

— É agora!!! – Grito.

Com toda a força que possuo nos braços, abraço o meteoro com tanta firmeza e determinação que sinto ele começar a rachar até se quebrar em totalidade caindo em cacos pelo chão. Logo, o corpo sem cabeça de Absinto também cai no solo, desaparecendo juntos com os pedaços de sua "cabeça" em poucos segundos.

— Não!!! Absinto! – Ouço Porta-Voz gritar. – Maldita seja!!! Quem você pensa que é?!

Vejo novamente ele vindo em minha direção tentando atingir meu rosto com um soco de sua mão direita, mas acabo por segurar tal ataque com a palma de minha mão esquerda.

— Porta-Voz, você sabe muito bem quem eu sou.

Com minha mão esquerda, acerto um potente murro na boca de seu estômago fazendo com que ele se contorça de dor. Sem hesitar pego seu braço direito e o arremesso contra uma parede de uma casa destruída.

— Eu sou Mônica...

Invoco meu Sansão e giro com toda a força possível que tenho. Sinto novamente meu corpo sair do chão, flutuando e provavelmente pegando uns seis a sete metros do chão.

— A dona da rua!!! – Elevo minha voz.

Jogo em sua direção o meu coelho que cai em forma diagonal em sua direção atingindo-o causando um pequeno tremor de terra levantando poeira onde ele estava, tudo isso enquanto caio em pleno ar aterrissando com leveza no chão, flexionando minhas pernas para amenizar o impacto.

Vejo a poeira se espalhando, o corpo do lobisomem estava nocauteado no chão. Como a máscara do Porta-Voz ainda aparecia no rosto dele, provavelmente sua consciência também estava "desativada", por assim dizer. Pego o pacote de sal que estava guardado na parte esquerda do meu sutiã e espalho em forma de círculo ao redor do corpo do lobisomem desmaiado.

— Se o Cebola estiver certo, logo ele sairá do corpo desse monstro e sua existência irá desaparecer. – Sussurro para mim mesma.

Aos poucos, as consequências da batalha apareciam. Meu corpo estava cansado por usar tamanha força e o imenso contato com o fogo havia deixado meu corpo com diversas queimaduras. Nada grave, mas incomodava o bastante para não caminhar com facilidade. Caio no chão sentada afim de respirar melhor. Essa com toda certeza foi a aventura mais difícil que tive até então.

P.O.V Cebola Menezes

A barraquinha de doces do Seu Juca – infelizmente agora destruída por conta de demônios –, estava sendo um ótimo esconderijo para que os Filhos de Umbra não nos vissem. Sim, estávamos atrás deles, mas não queríamos os enfrentar assim de cara. Eu precisava os ter em vista, assim posso preparar meu ataque e por meu plano em ação.

Cascão e eu observávamos o local em busca de qualquer outra coisa além dos Filhos de Umbra. Nada pode falhar ou sair do que planejei. Qualquer surpresa inesperada pode fazer com que tudo que planejei caia pelo ralo. Eu espero que a Mônica esteja bem também...

— Careca, só estou realmente vendo eles nessa parte da rua. Creio que também não tenha nenhuma pessoa normal andando por essas bandas aqui. – Alega Cascão seriamente. – Acho que é bom irmos pro tudo ou nada agora.

— Sim. As nossas armas aqui já estão completas. Então vamos pessoal! – Ordeno a Cascão e a todos os outros para me seguir.

Mesmo estando em várias pessoas, conseguimos nos aproximar silenciosamente dos fantasmas que estavam a poucos quarteirões de distância. Era possível enxergamos claramente a eles pois mesmo estando um céu escuro (tempo nublado), o tamanho do Perna-de-Pau que parecia ter uns quatro metros de altura e as roupas de Sangria não passariam despercebidas nem numa balada de mil pessoas.

— Número 01, vai!

O 01 corre em direção aos Filhos de Umbra e peço para todos os outros se espalharem em direções diferentes. Em minha companhia próxima só fica o verdadeiro Cascão:

— Careca, até agora não entendo como você fez aquela máquina de clones aparecer do nada. – Questiona Cascão.

— Cara, não foi do nada. Eu usei o tablet mágico que a Monique me concedeu para materializar aquilo. Esqueceu que com isso aqui eu posso fazer aparecer qualquer coisa que exista num raio de duzentos quilômetros?

— Disso eu sei, mas como você sabia que uma coisa dessas existia por perto?

— Num dia desses, Franja me levou ao laboratório dele para mostrar alguns experimentos científicos e novas invenções que ele havia criado. – Falo observando o Clone 01 se aproximando cautelosamente dos Filhos de Umbra. – Essa tal máquina de clones foi uma das invenções mais curiosas que vi ele fazer. Então usei o tablet para recriar a máquina.

— E desde quando você gosta dessas coisas? Ciência nunca foi seu forte!

— Se um dia eu quiser dominar o mundo, é claro que terei que ter gênios próximos a mim, né, mano? – Falo piscando para o meu melhor amigo que balança a cabeça rindo levemente.

— Será que nem nesse caos todo você esquece por um tempo dessa mania de ser soberano no planeta? Eu, hein.

— Fica quieto, Cascão. Não podemos nos revelar. – Observo o clone do Cascão se aproximar dos Filhos de Umbra, finalmente chamando atenção deles. – Parece que o 01 finalmente chamou a atenção deles!

O 01 estava parado diante de Perna-de-Pau que num movimento com sua mão direita tenta o agarrar, contudo, o clone rapidamente dando três mortais para trás consegue escapar do alcance do fantasma gigante. Perna-de-Pau tenta acertá-lo repetidas vezes, mas o clone consegue desviar das investidas. É possível ver ele se movimentando e correndo acima dos muros numa velocidade extrema. Digno de um clone do Cascão!

— Agora entendo o motivo de você ter pegado um pouco do meu sangue e ter colocado na máquina.

Para que me meu plano desse certo, eu teria que fazer os fantasmas ficarem distraídos, nada melhor do que clones do meu amigo parkureiro. Sendo assim, fiz exatos três clones do Cascão, uma quantidade a mais do que os fantasmas. Mesmo que eu poderia facilmente criar clones meus, era melhor clones do Cascão, pelo simples fato de que eles conseguiriam fazer parkour, tomando um tempo precioso de distração para que possamos agir de outras formas.

As lembranças da ação da máquina de clones foram interrompidas no momento em que Sangria entra em ação e uma mini tempestade de sangue cai em cima do Cascão clonado, o mesmo cai de cócoras de cima do telhado de uma casa.

— Droga, careca! Eles nesse ritmo vão pegá-lo!!!

Aproveitando a parada da hiperativa trajetória do 01, vejo Sangria mover sua mão direita e repentinamente um líquido branco sair da perna do clone, entretanto isso não o impediu ainda de sair correndo novamente e fazer basicamente um parkour em círculos.

— Como assim, esse cara não sente dor? E que líquido branco é aquele? – Pergunta Cascão confuso e surpreso.

— Os clones não são seres vivos. Eles não sentem dor, nem se cansam, e muito menos possuem emoções. Apesar de serem uma cópia idêntica sua em aparência e habilidades físicas, não sofrem de nenhum mal. Aquele líquido que você viu sair da perna dele é uma substância que permite a máquina fazer os clones exatos a partir do DNA que você injetar. Ela pode até controlar os líquidos, mas não pode fazer com que os clones sejam afetados internamente por eles.

Logo vejo o Clone 01 sacar a arma guarda-chuva, também clonada da original dada ao Cascão pela Monique, porém, mais fraca por não possuir os poderes mágicos da original. O clone foi rápido ao sacar a arma em sua trajetória do parkour.

Mesmo em “ar livre”, o clone consegue atirar na direção de Perna-de-Pau, ao mesmo tempo que continua a correr e desviar de tudo o que podia tentar o parar. O fantasma, por conta de sua habilidade, não sente os tiros, entretanto, haviam sido ricocheteados a Sangria que se movimentava com dificuldade, era como se os tiros estivessem sidos disparados diretamente em direção a ela. Exatamente como eu planejei!

— Como é?! Como assim? Não era pro Clone ter sentido as dores dele quando o atacou? – Questiona Cascão com os olhos arregalados.

— Eu concluí que o Perna-de-Pau não poderia transferir as dores para alguém que não seja vivo. Como no caso, ele não pode transferir o dano recebido para o clone por não ser alguém com vida. A Sangria foi a pessoa mais próxima a receber os danos, mesmo que não fosse o desejo do grandão ali.

Meus olhos percorrem pelo “campo de batalha”, a Sangria ainda levando os "tiros transferidos", não percebe o Clone 02 do Cascão chegar de mansinho por trás, ele havia se escondido e subido em cima de uma casa de dois andares para a atacar enquanto estava desprevenida. Rapidamente o segundo, joga um pote de sal nela, o corpo de Sangria explode em vermelho escarlate e assim a mesma cai no chão.

Antes que Sangria pudesse se recuperar, vejo o terceiro clone do Cascão surgir das sombras, correndo e pulando feito um doído em círculos ao redor dela, enquanto a mesma ainda parecia receber os danos dos tiros que Perna-de-Pau tomava do Clone 01.

Mesmo estando longe, era possível ver que Sangria estava imponente, pois não podia se mover e nem fugir para lugar algum. A fantasma parecia estar convulsionando como se estivesse tomando uma carga de energia, um choque, por conta do sal que estava em sua “pele”, além disso, o dano tomado pelos tiros a atingia ao mesmo tempo impedindo qualquer defesa.

— Parece que ele conseguiu fazer o que você mandou, careca.

— Sim. – Observo o Clone 03 que acabara de espalhar o sal ao redor de Sangria que ainda estava caída no chão. – Ele está espalhando o sal. Definitivamente, agora é impossível ela escapar ou tentar atacar alguns dos clones.

— Parece que chegou a minha vez de entrar!

— Só não esquece isso, cabeção! – Falo entregando exatos cinco dardos adulterados ao meu amigo.

— Opa! Quase que eu ia esquecendo! – Afirma Cascão num tom humorístico pegando os objetos de minha mão e correndo na direção do Perna-de-Pau.

Nesse meio tempo, Perna-de-Pau continuava a receber os tiros, mas além disso, eram arremessados contra ele vários pacotes de sal que em contato com seu corpo, explodiam, porém, só isso não iria derrotá-lo. Tentar o prender cobrindo-o com sal também seria difícil em virtude de seu tamanho. Por isso mesmo bolei uma forma diferente de o derrotar.

No meio dessa distração, feita pelos clones, Cascão corre ficando de frente com o Perna-de-Pau para então disparar com uma arma de dardos tranquilizantes, aqueles dardos que criei com o meu tablet adulterando-os para que fizessem efeito contra o fantasma. Assim que dois dardos perfuram os braços do fantasma, há uma explosão por conta da composição, entretanto, mesmo que o fantasma tenha perdido seus braços por conta dos dardos, ele vai em direção ao Cascão que corre e desliza por baixo das pernas de Absinto ao mesmo tempo que atira outros dois dardos, um em cada perna. A reação não podia ser outra, as pernas explodem fazendo o tronco do fantasma cair na direção oposta de meu amigo.

Todos os Clones param de atacar, sendo assim corro até onde todos se encontram. Cascão prepara o último dardo mirando na “cabeça” do Perna-de-Pau, assim que o dardo atinge seu alvo, ocorre uma explosão que leva toda a “cabeça” e o resto do corpo a cinzas.

— Cascão! Você conseguiu!!! – Digo animadamente. Meu amigo parecia ainda estar tremendo de ansiedade por conta da batalha. – Finalmente derrotamos eles!

— Finalmente um plano seu deu certo hein, careca? – Zoa ele dando um leve soco no meu braço. – Mas afinal, o que tinha naquelas seringas?

— Quando estávamos na barraquinha do Seu Juca, eu rapidamente peguei um dos potes de sal e misturei com água, sendo assim, “batizei” os dardos. Pensei que como o fantasma grandão poderia não ser derrotado por explosões internas, a melhor maneira de derrotá-lo seria injetar a fraqueza dele em seu organismo. E felizmente, deu certo!

Observo agora, o corpo de Sangria se dissolvendo aos poucos até desaparecer. Como eu suspeitei, o contato contínuo com sua fraqueza fazia com que eles desaparecessem. Logo, vejo os clones se unirem a nós, todos com um sorriso de satisfação nos rostos.

— Mandaram bem, caras bonitões!!! – Grita Cascão abraçando todos os clones animado. – Agora, só achei estranho eles serem tão quietos assim.

— Os programei para serem mudos. Assim não corria o risco de quatro Cascões entregarem todo o plano, né? Conheço a boca larga do meu amigo. – Falo em um tom de humor.

— Você é um baita chato viu, careca? – Fala Cascão em meio a eles.

— De qualquer forma, não se apague muito. Logo todos virarão água pastosa e...

Antes que pudesse completar minha frase, vejo que Cascão e todos seus clones desapareciam aos poucos, entretanto, não era só isso, o bairro todo sumia em partículas minúsculas até que tudo fique um completo breu.

— Cascão? Cascão! – Grito chamando meu amigo.

Entretanto, minha voz ecoava num vazio profundo como se mais nada existisse a minha volta, como se tudo tivesse realmente desaparecido. Aos poucos, sinto meu corpo ficar sonolento, minha visão ficar turva, embaçada.

— O que está acontecendo comigo? – Me pergunto percebendo que ao mesmo tempo que estava “grogue”, parecia algo pior, algo desconhecido.

Não havia mais tempo para me perguntar e nem agir, pois logo me vejo caindo de bruços no chão completamente sem energia, exausto, enquanto minha consciência se esvai aos poucos, me apagando por completo.

P.O.V Castiel Salvatore

— Que porra é essa?! – Exclamo assim que chegamos ao local da luz brilhante. A luz amarelada em forma de círculo estava flutuando perto de um prédio enorme cheio de vidros. Ela flutuava perto do décimo quinto andar aproximadamente, mas o portal era da altura de dois andares.

— É um portal, os demônios estão passando por ele. Preciso fechá-lo! – Monique já em sua forma de Andarilha me joga uma besta de magia para que eu atirasse flechas de magia fluriatica nos demônios.

A magia fluriatica era uma espécie de luz na cor do arco-íris, pois ela intercalava as cores, essa magia era forte, queimava como ácido e fervia como lava. Uma das magias que só pertencia a ela, uma das mais fortes que Monique possuía, pelo o que eu sabia.

— Te darei cobertura. – Digo já mirando e atirando nos demônios. O bom dessas armas mágicas, é que tem munição infinita e não precisa recarregar.

Vejo minha amada sobrevoando e desviando dos demônios em que eu atirava. Me impressiono com minha agilidade e rapidez para mirar e atirar nos demônios evitando que eles a acertassem com qualquer que seja os poderes dos mesmos.

— Falta pouco! – Grita ela voando mais rápido até chegar ao portal que estava muito alto.

Quando ela chega perto do portal consigo escutar sua voz sussurrando palavras de uma língua desconhecida que eu não compreendia, ela estava muito alto para poder ouvir os sussurros, mas sua voz não estava no ar, estava na minha mente, eu conseguia ouvi-la perfeitamente, a qualquer distância. Assim que ela termina de recitar a sua frase, suas mãos brilham na cor turquesa cintilante, Monique vai com toda sua velocidade para atingir com suas mãos o portal que quebra como vidro e ao atingir o chão desaparece. O portal havia sido fechado.

— Castiel! – Grita ela assim que volta sua atenção para mim. Olho para o meu lado e vejo um monstro enorme feito de gosma cinza.

— Game Over. – Diz o monstro com sua voz de alguém se afogando na água.

— Merda! – Quando tento correr por ver o monstro virar uma bola de gosma enorme, uma barreira na cor dourada amarelada me preenche, era uma magia de proteção. O demônio pula e quando atinge a barreira explode causando uma chuva cinza de gosma nojenta.

— Eca. – Se aproxima, minha loira.

— Vem cá. – Sorrio malicioso estendendo os braços para ela, eu estava coberto de gosma líquida.

— Você precisa de um banho. – Diz ela rindo.

— Se você vir comigo... – Rebato.

Antes que ela pudesse falar algo, escuto um grito do céu.

— Mas que... – Monique olha para cima e logo conjura um feitiço.

Ela cria uma superfície macia transparente com apenas alguns brilhos que faziam ser a superfície perceptível. Olho para cima, mas só via dois pontinhos bem longe. Será que ela consegue ver o que é?

— Três..., dois..., um... – Sussurra ela e estrala os dedos trazendo os dois pontinhos mais perto, eles caem na superfície e logo a superfície some deixando os dois no chão.

— Lysandre! Rosalya! – Exclamo não entendendo como eles estariam ali.

— Como é que vocês escaparam? – Pergunta Monique furiosa olhando para os dois.

— Ângelo não conseguiu achar o Leigh, depois que o anjo que foi buscá-lo simplesmente sumiu. Não foi difícil escapar daquele anjo da guarda. – Rosa faz uma careta ao lembrar do Ângelo.

— Só não pensamos que o portal nos levaria ao céu. – Diz Lysandre.

— É claro que levaria, eles são anjos, odeiam andar como humanos. – Rebate Monique com raiva e ironia.

— Você arriscaria que nem nós se fosse o Castiel, e você no nosso lugar. – Diz Rosa e pela primeira vez a vejo furiosa.

— Eu sei, só não quero que vocês se machuquem. – Monique abraça Rosa que começa a chorar.

— E se aconteceu algo com ele? – Pergunta entre soluços, Rosa.

— Calma, irei achá-lo, mas se a magia dos anjos não conseguiu encontrá-lo é porque ele está sendo encoberto por um demônio forte. – Explica a loira e logo se aproxima a Lysandre que estava do meu lado tentando parecer forte, mas eu sabia que ele estava muito preocupado com seu irmão. – Preciso do seu sangue para meu feitiço de localização, ele é mais forte que qualquer outro feitiço deste porte, e assim, vou localizá-lo seja onde ele estiver.

— Está bem. – Diz Lysandre estendendo sua mão.

Monique cria uma agulha, diz algumas palavras e logo fura o dedo do Lysandre. Quando a gota iria cair no chão, ela para flutuando. A gota de sangue se expande e depois vira um redemoinho em que rodeia a Andarilha.

Monique flutua, os olhos começam a revirar e ela sussurra palavras desconexas. Quando vejo que a mesma vai cair a seguro com meus braços trazendo-a perto de mim.

— E então? – Pergunto assim que ela volta com seus olhos normais.

— Eu sei onde ele está.

~~~~~*~~~~~

Assim que chegamos ao local, vejo apenas um ser encapuzado conjurando algo.

— Pare esse portal! – Grita Monique e logo o encapuzado para o que estava conjurando para a encarar.

— Olá. – Diz ele com um sorriso enorme, a voz era familiar. Assim que ele tira o capuz vejo Leigh.

Como assim?! Leigh é quem está abrindo os portais?

— Leigh... – Sussurra Rosa, quando ela ia correr para os braços dele, Lysandre a segura.

P.O.V Monique Lockwood

Crio uma lança de magia rapidamente e acerto o “Leigh”. Assim que a lança o atinge, o corpo vira dois, aquele do verdadeiro Leigh e aquele do ser misterioso encapuzado.

— Vão. – Digo para Lysandre e Rosa que correm para Leigh. Lanço uma magia nos três para que eles voltem em segurança para onde não deviam ter saído.

— Você é esperta, Andarilha. Admiro isso. – Diz o verdadeiro encapuzado.

— Castiel. – Digo e logo o jogo uma espada dupla de magia de fogo para ele se proteger, o encapuzado estava conjurando clones de sombra para que eu tivesse que lutar com ele sozinha enquanto Cast se ocupava com “outras coisas”.

— Finalmente lhe encontrei novamente. – Diz o ser, próximo de mim.

— Finalmente vou poder lutar dignamente com você! – Digo conjurando minha espada jasmim que com os movimentos lança magia.

— Se é dignamente, deixe que me apresento. – Ele joga o capuz longe mostrando sua aparência. Ele não era um demônio! – Eu sou o Feiticeiro da Colina de Adamas, Trevor VonSwith.

Ele tinha cabelos cinzas que lembravam enguias elétricas por realmente o cabelo dele conter energia. Olhos de gato na cor verde, era um pouco moreno e tinha um corpo definido, mas não exageradamente.

— Que comece a luta. – Diz ele e logo eu parto para cima.

A cada movimento que eu girava minha espada, raios o atingiam de raspão, mesmo que a espada não o atingisse, os raios que ela lança, o atinge. Ele tenta desviar o mais rápido possível com sua agilidade e destreza.

— Minha vez de atacar. – Ele sorri e logo começa a conjurar sua magia na cor roxa escura, bloqueei quase todas, mas era difícil bloquear uma que vinha de cima ao mesmo tempo que vinha uma de frente.

— Minha vez! – Grito e quando ia o acertar desprevenido ele conjura uma espada de mental fundigo, era um dos metais mágicos mais raros de conseguir.

Começamos uma luta de espadas que iniciou lentamente, mas foi aumentando a rapidez e agilidade com o tempo. Eu estava voando rapidamente enquanto ele praticamente teleportava com sua rapidez.

— Você perdeu. – Diz ele com sua espada perto de minha garganta, eu não podia ir para trás, pois estava encurralada numa pedra enorme e extensa, minha espada havia voado em uma das minhas defendidas.

— Você que acha. – Sorrio vitoriosa colocando minhas mãos na pedra e absorvendo toda a sua força. Começo a encher meu corpo de magia fluriatica tirada da rocha, assim que chego ao limite, deixo toda a magia explodir. O feiticeiro voa alto por conta da explosão e assim que ele cai no chão, voo até o mesmo já com minha espada a segurando enfrente a ele. – Xeque-mate.

 Ele estava com um olhar surpreso e também de admiração. Eu não entendia esse Feiticeiro, ele apareceu no acampamento, estava contra mim, mas mesmo assim me ajudou. E agora ele está novamente contra mim, mas eu não sinto que ele realmente é meu inimigo.

— Para uma não feiticeira, sua magia é bem poderosa. Confesso que você só me surpreende. – Diz ele com um sorriso malicioso. – Entretanto, eu preciso ir, está na minha hora.

Antes que eu pudesse o matar ou fazer qualquer outra coisa, o feiticeiro some. Aquele ser simplesmente desaparece como se nunca estivesse estado ali.

— Ah, cansei. – Resmunga uma voz e quando olho vejo um Castiel se jogando no chão coberto de fuligem e cinzas, o garoto tentava tirar as manchas de gosma da outra luta.

Rio com sua resposta e com sua atitude de se jogar no chão com as pernas e braços bem esticados, as duas espadas estavam cada uma de um lado de seu corpo.

— Agora é oficial. Você precisa urgentemente de um banho. – Digo rindo chegando perto dele.

Aquele garoto não era um guerreiro, ele era apenas um humano, mas estava se arriscando ao máximo para me ajudar, arriscando a própria vida para não me deixar sozinha. Ele me protegeu com sua vida, mesmo sabendo que apenas minha forma humana poderia morrer.

— Só se você me dar o banho, não tenho forças para me ensaboar. – Vejo que seus olhos estavam fechados, mas seu sorriso malicioso ainda iluminava seu rosto todo sujo.

— Você não presta... – Suspiro rindo. – Vamos? – Pergunto estendendo minha mão para ele.

Rapidamente ele abre seus olhos, pega minha mão e me puxa me fazendo cair em seu colo. Minhas pernas estavam ao redor de sua cintura e meu rosto a centímetros do dele.

— Não se faça de difícil. – Sussurra ele olhando meus lábios.

— Não é isso. É só que não tenho tempo para divertimento. – Digo olhando para uma das espadas que estava do lado dele.

— Okay, mas quando tudo isso acabar, você vai tirar férias do meu lado. – Ele suspira me soltando, me levanto e ele se senta me encarando com seu sorriso malicioso. – Isso inclui férias de usar roupas também.

— Castiel! – Grito o encarando corada e com a boca aberta.

— O que?! – Continua sorrindo e coçando sua nuca.

Reviro meus olhos e crio um portal para voltarmos a Ilha protegida onde todos se encontravam. A Ilha flutuante com aquele castelo que os anjos estavam levando as pessoas.

~~~~~*~~~~~

— Como o Leigh está? – Pergunto ao Lys que estava sentado no sofá branco de uma sala qualquer dos vários corredores que tinham aquele castelo.

— Ele está bem. Obrigado por ter ajudado a mim e a Rosa. – Diz ele sorrindo, e eu sorrio também.

— Foi um grande susto, mas sempre que eu puder vou ajudar todos que precisam. – Digo, e ele concorda com a cabeça.

— A Rosa estava mais cansada que o próprio Leigh, ela disse que iria cuidar dele, mas com toda certeza foi ao contrário. – Ele ri, e eu rio também.

— Não duvido nada, ainda mais que ela é dorminhoca. – Digo lembrando da minha melhor amiga.

Faz tanto tempo que não tenho um dia de sossego, sem preocupações. Sinto tantas saudades de passar uma madrugada na casa dela, apenas conversando e nos divertindo como garotas normais, mesmo que eu não seja normal...

— Relaxa. Logo, logo tudo se normaliza. O que importa é que nada vai separar a amizade de vocês duas. – Diz Lys adivinhando o que se passava em minha mente, me aconselhando para que eu ficasse mais calma e menos triste.

— Eu sei, mas mesmo assim, obrigada. Às vezes é difícil colocar as ideias em ordem. – Confesso.

— De nada. – Ele sorri com seu sorriso confortante e amigável de sempre.

— Vou te deixar descansar nessa sala de hospital. – Faço uma careta pela sala ser toda branca, chegava a dar dor de cabeça de tanto branco.

Deposito um beijo na bochecha do Lys-fofo e saio da sala. Eu até poderia ir até o quarto em que Castiel estava dormindo após ter tomado aquele banho merecido, mas não queria acordá-lo, então prefiro ficar vagando pelos corredores.

~~~~~*~~~~~

— Não podemos mais lutar pelo João, ele não existe mais. Sairaorg tomou todo o controle, temos que acabar com ele logo, ele matou Jehudiel! – Grita Ângelo, não consegui ver com quem ele falava, pois logo que eu entrei na sala, a comunicação mágica já havia se encerrado.

— Você não pode matar Sairaorg! Você não pode acabar com o João. Ainda tem chance! – Digo com raiva, ele me olha surpreso por eu ter “invadido” a sala que estava destrancada. Então não invadi de verdade.

— Você está cega. – Diz ele passando por mim, indo até onde alguns da turma estavam olhando para o espelho que mostrava o Limoeiro. Os outros estavam em outros cômodos daquele lugar enorme.

— Olha quem fala! – Exclamo e começo a ironizar: – Vou seguir as ordens do meu superior independente de passar em cima de alguém que se importava comigo.

— Ainda com isso na cabeça? Você não consegue esquecer disso? – Grunhi Ângelo me olhando com raiva.

— Não esqueço de traições! – Rebato e logo o lanço uma bola de magia o fazendo voar atravessando a porta principal que levava ao céu.

Voo para fora em busca dele. Eu tinha que resolver esse assunto sobre salvar o João. E também, preciso lutar com ele, mesmo que eu esteja fraca por conta das lutas anteriores, onde eu tive de usar bastante de minha magia.

Estar cansada não me faz ficar com menos raiva. Com tudo isso que está acontecendo eu não deveria estar perdendo meu tempo com mágoas passadas, mas estou cansada de fugir disso, cansada de não o enfrentar depois de toda a dor e sofrimento que ele me causou. Ele partiu meu coração! Destruiu nossa amizade!

— Isso é infantil! – Grita Ângelo. – Não tem fundamento lutarmos.

— Larga de ser marica! – Rebato com ódio. – Está com medo de perder para uma Andarilha?

— Nem vou perder meu tempo com você. – Ele diz e quando ia dar as costas a mim, jogo uma bola de magia gelada, ele paralisa alguns segundos por conta do encantamento.

— Você não vai matar o João! – Grito, e ele me olha.

— Já disse que você não tem mais tempo para o salvar. – Rebate ele.

— Isso é o que vamos ver. – Digo e logo avanço em sua direção.

Lutava com toda a força e magia que ainda me restavam. Absorvi o poder do ar, mas ainda era pouco para uma luta que houvesse um vitorioso. Ângelo sabia que eu não estava com meu poder total, então lutava como se lutasse com um demônio inferior.

— Luta com toda a sua força! – Grito com ódio.

Ele sabia que eu precisava daquela luta por conta da minha raiva, mas me dava mais raiva por ele não querer lutar com toda a força que ele possuía, por eu estar desgastada.

— Pare de lutar! Isso não tem sentido. – Diz ele se desviando e bloqueando minhas bolas de magia que eram lentas. De vez em quando ele me lançava alguma magia com a mesma velocidade para eu poder desviar. – Você precisa se recuperar para a guerra que vem e não ficar mais fraca ainda.

— Cala a boca! – Avanço mais e quando vou para chegar perto dele, ele segura meus pulsos e me puxa bem perto dele.

— Eu não sou seu inimigo... – Sussurra olhando nos meus olhos fixamente, assim que percebo o quão perto ele me puxou, me solto ligeiro de suas mãos e me afasto.

— Você não tem o direito de matar o João. Não me importo com quem terei que enfrentar para salvá-lo, pois ele não precisa morrer só por conta de um erro que vocês fizeram de prender Sairaorg no corpo dele. – Digo e logo me retiro.

Eu precisava sair dali!

Aquela luta não teve vencedores, nem perdedores.

Crio um portal para perto de onde ficava minha Ilha de origem, afinal, eu precisava recuperar toda a minha força e poderes para estar pronta para a batalha que se aproximava contra Sairaorg.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Together By Chance 1 Temporada REBOOT" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.