Together By Chance 1 Temporada REBOOT escrita por M F Morningstar, Shiryu de dragão


Capítulo 15
Arrependimentos…


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Mais um capítulo.
Espero que gostem.

Boa Leitura!!!



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P.O.V Selene Schlüter

Aquele dia aparece na minha mente a todo momento, é como se eu tivesse voltando no tempo, mas eu sei que não estou. Aquele dia foi o dia em que eu perdi novamente alguém que eu amei, eu sei que nesse caso, ele não me amava, mas doí mesmo assim.

Eu o vi querer morrer, os olhos implorando, se ele sabia que eu estava lá? É obvio que não, ele raramente me percebia. Eu estava lá vendo ele ser feliz com aquela vadia, tá ela não é vadia, mas me dá ódio, eu estou atrás daquele homem desde que eu o transformei, daí chega uma garota fraca se jogando para cima dele, falando que vai salvá-lo e ele vai lá e acredita. Acho que não nasci para ter coisas boas na minha vida, tanto na vida vampírica quanto na mundana. Me tiraram meu filho, mataram meu primeiro amor e agora meu outro amor.

Eu vi Dimitry implorar para morrer pela adaga Dagger Of Life And Death, observei até seu último suspiro, observei sua alma sair, e então o seu reencontro com Mary..., ele finalmente conseguiu o que queria.

Confesso sentir inveja dela, afinal aquele vampiro, mesmo depois da morte dela, nunca deixou de amá-la. Isso prova que o amor verdadeiro é poderoso e duradouro. Não que uma vampira egoísta e fria como eu sei bem como é amar verdadeiramente, mas enfim, as vezes você ama, mesmo que não seja para sempre. E mesmo tendo vivido inúmeros anos, há pessoas que você nunca esquece, como meu filho que eu apenas vi uma vez, meus pais que eu matei, o meu primeiro amor morto pelo meu pai, e agora, Dimitry, a pessoa que me deu divertimento nessa vida eterna.

~~~~~*~~~~~

Ainda me sinto enojada por ter me alimentado daquele gordo escroto com o sangue que mais parecia esterco, não que eu já comi alguma vez merda, mas é sério, nunca bebi o sangue de alguém tão podre quanto o daquele cara. Mas não posso reclamar, sangue é alimento, e eu preciso mesmo que seja horrível, para continuar poderosa como sou.

Se ainda aquele moleque metido a super-herói parasse de pegar no meu pé, eu não beberia porcaria. Ainda que as vezes consigo beber sangue bom, não tem graça tomar só alguns goles, o melhor é quando suga até o final, pois o gosto é divino.

— Como foi seu dia, milady? – Pergunta Gabryll me estendendo um lenço, assim que chego na minha mansão.

— Horrível. – Respondo com um suspiro, limpo minha boca sujando o lenço de sangue.

— Se quiser contar, adoraria ouvir como foi. – Diz atencioso quando sentamos no sofá da sala de estar.

— Quer mesmo saber? – Pergunto rindo e ele concorda. Depois que eu conto tudo do meu dia, ele se oferece para me dar seu sangue, eu apenas nego, o sangue dele tem um gosto bom, mas não gosto de deixá-lo fraco.

Gabryll sempre foi atencioso comigo, sempre quis cuidar de mim, me amar. Eu sei que subjugados fariam de tudo pelo seu vampiro, mas ele não faz por ser isso, ele realmente se importa, realmente me ama, e eu sinto pena dele, sim eu o amo, só que não tanto quanto ele e não do jeito dele. Quando o conheci deixei claro que não o amava, e era fato, mas com o tempo eu comecei a me apegar a ele, ou seja, me apaixonei pelo jeito que ele me trata, não sei se consideraria esse amor puro, está mais para egoísta. Gabryll não liga para isso, ele sabe como eu me sinto, ele me conhece melhor do que ninguém.

— Milady, você está bem? – Pergunta, depois de um tempo que eu o encarava.

— Você gostaria de voltar a ser humano? – Pergunto de repente e ele se surpreende, até eu me surpreendo por perguntar isso.

— Não, sendo subjugado eu posso viver mais tempo ao seu lado. – Responde dando de ombros e eu suspiro.

— Você sabe que... – Lágrimas começam a cair de meu rosto, nada falsas.

Posso parecer uma vampira sem coração e a maior parte do tempo manipuladora e cruel, mas me importo com esse cara a minha frente, e eu não aguento vê-lo assim. Ser um subjugado não é algo bom, eles raramente agem por si só, eles vivem para servir a seu amo. Ele não merece isso...

— Eu sei que não é algo bom, sei que sou praticamente um morto-vivo controlado por você, mas eu não ligo, pois estou com você. – Diz limpando minhas lágrimas gentilmente.

— Eu posso reverter isso. Sou uma vampira poderosa. Você pode achar alguém bom para você, também poderá ser feliz, e... – Ele me cala com um beijo.

— Eu sou feliz só de estar com você, e eu não irei sair do seu lado até eu morrer.

— Eu não te amo. – Digo tentando parecer sincera e ele ri.

— Você não me amava. Você já me contou tudo, e eu consigo sentir. – Dá de ombros e eu arqueio uma sobrancelha. – Coisa de subjugado, é isso que me torna um pouco dependente, pois você não está apenas me usando.

— E se... – Começo, mas realmente não sei se ele gostaria, ou se seria o certo.

— Se? – Insiste.

— Se você virasse um vampiro? – Pergunto com um sorriso, e logo uma ideia me veio, para um subjugado virar vampiro ele não precisa necessariamente ser revertido a humano, mas ele não sabe como isso funciona, pois eu nunca contei.

E se eu apenas mentir sobre a transformação? Se ele acreditar, eu o deixo humano e depois sumo, para que ele volte a ter uma vida humana, boa e feliz.

— Se eu continuar com você não é ruim, afinal, viverei para sempre. Prometo não ser ciumento. – Sorri malicioso e eu rio.

— Primeiro eu tenho que te deixar humano... – Começo e logo coloco minhas mãos em sua cabeça. – Relaxe, você só dormirá e não sentirá dor. – Quando estava prestes a fazê-lo dormir, o mesmo segura minhas mãos me olhando fixamente.

— Você tem que prometer que não irá me deixar. – Diz e eu concordo com a cabeça. – Eu sei que está mentindo. – Ele se levanta e anda até uma estante pegando uma poção.

— O quê?! – Exclamo e logo entendo que poção era... – Não beba. – Ordeno e ele ignora minha ordem.

— É sua escolha, eu morro ou você me transforma. – Ele bebe e em seguida caí no chão.

Aquela poção matava um subjugado para sempre. Não podia ser revertida, a única “cura” é se tornar um vampiro, mas só se a transição for feita no mesmo dia em que a poção foi tomada.

— Eu te odeio! – Grito furiosa, mas ao mesmo tempo, se entender se realmente era fúria.

Trato de prepará-lo para a transformação. Ele não morreria, a escolha foi dele agora, mas não quer dizer que ele precise pagar pelos erros que o coração faz. Ele não vai morrer por ser idiota ao ponto de cometer um meio suicido de amor por alguém como eu.

~~~~~*~~~~~

Faz quatro dias e nada dele acordar. Eu sei que depende do transformado, que uns podem demorar mais que os outros, mas eu estou muito ansiosa e com medo, não quero me sentir culpa por ter obrigado ele a fazer isso, fui eu que sugeri, se eu não tivesse sugerido...

— Que droga, Selene! Você deve ser a pior vampira do mundo, tenta ser má, mas não é o tempo todo. – Como eu preferiria ser só boa ou só má, não ter esse misto de sentimentos e de ações.

Do nada começo a escutar uma tosse de garganta seca vindo do quarto onde Gabryll estava. Subo correndo com minha velocidade vampírica e atravesso o corredor até o quarto.

Lá estava ele..., totalmente mais pálido que o normal, mas não tinha mais aquela face morta de um subjugado. Sei que não há vampiros feios, pois a aparência melhora, só que aquele cara... continua o mesmo, só que tão... estranhamente vivo, e não do jeito de se mexer, algo nele pareceu tão caloroso..., como se fosse humano, ele estava igual quando o conheci.

— Você está vivo! – Corro e o abraço.

Acho que não comentei, mas há chances de que quem toma aquela poção extrema não possa voltar a vida, mesmo que comecem a transição no segundo depois da poção ter sido bebida. É praticamente uma poção suicida para subjugados.

— Não achei que você fosse... – Sua voz falha entre o abraço. Rapidamente sinto vontade de bater nele.

— Seu idiota, você achou que eu ia te deixar morrer. – Saio do abraço e o empurro fazendo cair na cama. – Eu odeio você... – Sussurro com ódio e me deito em cima dele.

— Não está parecendo. – Diz com um sorriso malicioso e eu concordo com a cabeça.

— É mesmo? – O ameaço e logo lhe dou um beijo. Sinto que as pressas dele perfuram minha boca o fazendo se afastar de mim.

— Desculpa. – Diz olhando para o lado todo envergonhado.

— Bobo, você só está com fome. Vem, você precisa matar alguém. – Pego em sua mão o puxando até o porão dá casa.

— Desde quando ela está ali? – Pergunta assim que paramos em frente a uma garota de vinte e três anos, ruiva, com olhos verdes e pele pálida.

— Há três dias. Ela iria se matar com uma faca, então não acho que vai ser errado você a matar, ela quer isso. – Dou de ombros e ele suspira, ele tinha que sugar alguém até a morte, pois fazia parte da transformação.

— Tudo bem. – Diz indo até a menina e olhando nos olhos dela para a hipnotizar. – Você quer mesmo morrer? – Pergunta com uma voz oscilante.

Não o julgo, é a primeira vez que ele faz algo tão errado, como ter que matar alguém inocente. As mortes sempre vão te acompanhar, não importa o quão desumano você se torna, a única coisa que acontece é que você começa a se acostumar.

— Sim. Eu quero ir para um lugar de paz, onde se machucar não é algo diário. – Diz ela e ele suspira.

— Você não sentirá dor. Feche os olhos e imagine seu paraíso. – Ela o obedece.

Gabryll morde o pescoço dela sugando todo aquele sangue doce. Confesso que aquilo era tremendamente sexy e tentador, minha vontade era de me juntar, mas não posso, ele precisa terminar a transformação. Mesmo que a fome e o desejo sejam fortes.

Quando o sangue da garota foi totalmente drenado, Gabryll a solta e vira na minha direção. Eu me vi nele, aquele cara a minha frente está sentindo tudo o que eu senti quando me tornei vampira.

— Vá para meu quarto, só vou cuidar do corpo e já subo. – Ele concorda e some do porão.

Pego o corpo da garota e levo até o jardim da mansão. Depois de a enterrar coloco a flor da morte branca, para que de algum modo a ajude a ir para um caminho bom e conseguir na morte sua felicidade.

 ~~~~~*~~~~~

Assim que entro no meu quarto vejo Gabryll bisbilhotando meu álbum de fotos. Chego sorrateiramente atrás dele e o abraço. Ele se vira e me beija, é estranho beijar ele e não sentir aquela ligação de subjugado, mas é um estranho bom.

— Vamos sair daqui? – Pergunta me olhando profundamente e eu rio.

— Não gosta do meu quarto? – Brinco e ele ri divertido.

— Digo..., dessa cidade. Não há nada que te prende mais aqui. Vamos viajar pelo mundo! Você sempre quis ir para Paris de novo, não é? – Sugere e faço uma cara pensativa.

— Não é uma ideia ruim. – Falo me fazendo de indiferente, ele me olha com raiva.

Gabryll me empurra até a cama para ficar em cima de mim e começar a me beijar. Seus carinhos sempre foram os melhores, acho que deve ser pelo fato dele me amar. Uma vez vi em algum lugar que os carinhos de quem te ama são muito melhores do que daquele que só te deseja.

— Vem comigo? – Pergunta sussurrando no meu ouvido logo me dando beijos e chupões pelo meu pescoço. Tiro sua camisa e ele rasga minha blusa, mudando os beijos do pescoço para meus seios ainda cobertos pelo sutiã. – Vamos ir para longe, você pode me usar para qualquer coisa. – Sussurra voltando seus beijos para meu pescoço e suas mãos até minha calça.

— Não quero te usar, quero que me ame e me faça feliz. – Sussurro o fazendo parar com tudo que estava fazendo e me encarar, ele tinha o sorriso mais feliz que eu já vi em anos.

— É o que eu mais quero fazer.

Eu apenas quero te amar... Suas palavras entram em minha mente me fazendo arrepiar, ele ainda estava interligado comigo de alguma forma, e eu não me importo, pois isso é incrível.

P.O.V Mônica Souza

— Caso emergencial!!! Caso emergencial!!! – Os gritos dos médicos entoavam por todo o hospital, levando o corpo do Xaveco numa maca.

Após o Marco ter fugido, Cebola ligou para o hospital e depois para a polícia. Acabou que o Toni foi encaminhado para o conselho tutelar, e minutos depois, o corpo de Marco Frederico foi encontrado depois da procura.

A Denise ficou extremamente abalada sem conseguir fazer nada, Cebola ficou com ela e eu acompanhei o Xaveco até a sala de cirurgia, mas antes de tudo, eu precisava ver uma pessoa nesse hospital.

— Cebola, eu vou lá. Não me impeça.

— Não irei te deter, Mô. Mas, tente não fazer nada cruel.

Sinalizo a cabeça com um sim, mas não sei o que iria acontecer comigo ao vê-la cara a cara. Ao chegar no quarto vinte e três, vejo que a porta se encontrava quase fechada, e escuto uma conversa. Sem fazer algum ruído, já percebo que a Cascuda soube que teve seus amigos presos. Ligo o gravador do meu celular para registrar a conversa que estava rolando no quarto.

— Você acha que o Toni irá nos incriminar?

— Talvez sim, talvez não. Agora que o tio dele faleceu, ele não tem como conseguir ajuda, mas acho capaz dele não nos acusar para cobrar algo mais tarde.

— Se descobrirem que eu forjei exames médicos por dinheiro sujo, é o fim de minha carreira.

— É bom estarmos atentos, pois provavelmente agora, estamos nas mãos dele.

— Saibam que isso não irá acontecer, pois todos vão para a cadeia. – Digo empurrando forte a porta ao ponto de quase fazê-la rachar a parede.

Os dois se encontram perplexos comigo. Não consigo me conter e parto para cima da Cascuda, bato nela com vários tapas e socos. Apesar do médico tentar me parar, dou um chute no estômago dele que o faz voar e se chocar com a parede do outro lado do quarto. Ninguém veio separar a briga, deve ser por causa que o quarto é um pouco isolado dos demais.

— Você é maluca, garota??? Sua idiota!!!! – Grito com ódio supremo.

Dou mais um tapa naquela cara de nojenta com duas vezes mais força. Dessa vez foi tão forte que saiu sangue de seu rosto.

— Por sua causa, o Xaveco pode morrer!!! – Continuo gritando com ódio de tudo o que ela fez. A garota vira seu rosto para me encarar agora com uma expressão séria.

— Espera aí. O que você disse? – Pergunta ela, confusa. Respiro fundo e saio de cima dela.

— O Marco Frederico tentou atirar em um de nós e acertou o Xaveco! Agora você entende o que seu plano estúpido causou? – Digo ainda furiosa, mas dessa vez, minha voz estava menos elevada. A garota a minha frente, continuava em silencio. – Além disso, ainda se aliou a um criminoso e prejudicou uma amiga!!!

— Você só diz isso, pois não é com você! Eu amo o Cascão desde quando éramos crianças, aí essa vadia do nada rouba meu namorado!!! Você sabe o quanto sofri?! – Diz ela com fúria nos olhos.

— Você por acaso viu o Quim ou o Do Contra chegar a esse absurdo por terem terminado seus namoros? – Acuso e ela parece parar para pensar, sua expressão parecia de culpa, mas...

— Eu até sinto pelo Xaveco, mas para separar aqueles dois eu faria qualquer coisa! E não me arrependo de ter me unido a um bandido.

— Cascuda... – Digo cerrando os dentes e as mãos. Como ela poderia dizer algo dessas? Eu nunca pensei que ela fosse assim.

— Eu faria tudo de novo se fosse preciso!!! E não irei dar sossego a eles após sair daqui.

Minha vontade era de dar uma surra nela a ponto de fazê-la engolir os trinta e dois dentes, mas não vale a pena. Já tinha tudo necessário para mostrar a verdade para o Cascão e a Magali.

— Sinto pena de você. Largar todos seus amigos e ser capaz de se tornar uma criminosa para separar um casal. Você não consegue olhar para frente e ver adiante? Agora, esqueça amizades dentro da nossa turma. Quero ver como vai ser viver sem ninguém. Aliás, quero muito ver a cara de seus pais quando descobrirem tudo o que você fez. – Me viro para o médico. – E você seu médico de quinta, espere a polícia bater na sua casa! Só digo isso.

Saio do quarto fechando a porta com tudo. Mesmo sabendo e tendo acontecido tudo isso, fiquei muito triste pelo que aconteceu e como iria contar isso para o resto da galera. A Cascuda era uma boa amiga de infância. Uma pena ela ter mudado dessa maneira.

P.O.V João Santos

Já era dez e meia da noite. A cirurgia durou cerca de nove horas e já tiraram a bala presente no coração dele, porém, Xaveco respirava por balão de oxigênio e seu coração ainda estava pulsando muito fraco.

Tempos antes, fui visitá-lo, e ouvi o médico responsável por ele dizer que o futuro do Xaveco é incerto, a qualquer momento numa reação brusca, poderia vir a falecer.

Sai do hospital e fiquei lá fora, esperando que todos os médicos saíssem do quarto de meu amigo, para poder me teletransportar para dentro, encontrando-o num estado se quase morte.

— Será que posso salvar... o meu amigo?

Fecho os olhos e me concentro fortemente.

— Deus, eu ainda não sei da extensão dos meus poderes, mas que sejam suficientes para salvá-lo.

Uma energia brilhante sai da minha mão direita, rapidamente fazendo sua ferida se regenerar. Com isso, sua respiração volta ao normal e seu coração no aparelho volta a bater forte.

É incrível!!! Eu consegui salvar meu amigo de uma morte certa!

— Esses meus poderes são incríveis!!!

Não pude conter a emoção, então comecei a pular de alegria no quarto. Agora eu tenho noção das minhas forças, mas algo me diz que não me restrinjo apenas a isso. Sinto que consigo fazer muito mais do que eu já fiz até agora. Será mesmo???

~~~~~*~~~~~

Voltei – pela porta da frente, para não desconfiarem – ao Hospital, encontrando na sala ainda Mônica e Denise, além de dois adultos que desconfio que sejam os pais do Xaveco. Denise ainda estava mal emocionalmente, e Mônica estava sentada ao lado dela, a consolando. Ao me ver, Mônica vem em minha direção.

— João, o que faz aqui? Tá muito tarde e seus pais podem se preocupar.

— Eu não poderia ver essa situação sem fazer nada, então agi, minha princesa.

— Pera aí, não me diga que...

Um médico vem em nossa direção sorridente, e todos se levantam. As palavras são serenas e alegres.

— Aconteceu um milagre! As feridas se curaram e ele está como se nada tivesse acontecido. Agora ele está apenas dormindo. Provavelmente receberá alta amanhã.

Os pais do Xaveco se abraçam e a Denise cai no chão chorando de alivio e felicidade. Foi uma cena tão emocionante que me segurei para não chorar como eles. A Mônica me olha com uma cara tão doce e apaixonada que acabo corando. Ela era a única pessoa que sabia dos meus poderes. A garota dentucinha me chama e vamos para fora do hospital. Ela olha dentro dos meus olhos profundamente.

— Obrigada, mesmo. Eu não sei como lhe agradecer.

— É como disse, eu não poderia ficar sem fazer nada sabendo do que posso fazer. Aliás, eu quero saber porque você não me chamou para ajudar contra o Marco. Poderia evitar toda a situação. – Digo e ela suspira.

— Eu pensei que poderíamos resolver tudo sozinhos, afinal, minha força sempre foi suficiente para detonar bandidos e vilões desde criança.

— Da próxima vez não se esqueça de me chamar. – Coloco a mão entre seus cabelos e aliso sua bochecha com carinho.

— Vem cá!

Ela me abraça e logo me dá um beijo surpresa.

Uau! Que coisa não? Fiquei sem reação inicialmente, mas retribuí o beijo da minha maneira. Só não sei se fiz certo, pois ainda não tinha beijado para valer ninguém, porém, parece que ela gostou. Após terminarmos o beijo, ela me lança um sorriso, enquanto ainda tento acreditar no que acabara de acontecer.

— Você simplesmente merece, meu lindo. Mas agora tenho que voltar para lá, tá? – Ela vira as costas e parte para dentro do hospital.

— Mônica.

— Oi? – Para ela me dando um sorriso.

— D-depois queria sabe... – Gaguejo um pouco nervoso.

— O quê? – Insiste me incentivando a continuar minha fala.

— Depois quer ter uma luta contigo...?

Pode parecer besta, mas quero saber mais da força dela.

— Quando você quiser, mas saiba que não vou me conter, tá? - Diz ela rindo entrando no Hospital, depois de dar uma piscadinha para mim.

Quem sabe no futuro mais distante..., nós não começamos a namorar? Nunca se sabe, né.

P.O.V Xaveco Lorota

Incrível eu ter me recuperado tão rápido. Sinto como se nada tivesse acontecido. Até pensei que tudo tinha passado de um sonho, mas ao ver que estava deitado numa cama de Hospital, notei que tudo que tinha passado era real.

Definitivamente achei que naquele momento iria morrer, mas graças a Deus eu sobrevivi. Agora é só esperar a alta do médico e voltar para a minha vida normal.

Denise... Como será que vai ser nosso relacionamento daqui para frente? Será que ela irá me ignorar? Me tratar bem? Fazer eu virar o melhor amigo dela? Acho que nesse momento ela deve estar ficando com algum cara ou fuçando na vida de alguém... Enfim, quero que ela seja feliz, afinal, quem ama gosta de ver a outra pessoa bem, não é mesmo?

— Oie, posso entrar? – Diz a ruiva que havia acabado de estar em meus pensamentos, entrando pela porta do quarto do Hospital.

— Denise? Você aqui?! – Estava surpreso.

— A Lady Gaga é que não é, apesar de eu ser bem mais lady que ela, diga-se de passagem. – Brinca ela balançando suas marias-chiquinhas. Esse jeito dela é tão divertido. Por isso que me apaixonei.

— Mas enfim, eu andei pensando bastante ultimamente enquanto você estava entre a vida e a morte... Pensei em como erramos nas escolhas que fazemos, o quanto isso prejudica a nós mesmos e as pessoas na nossa volta... O que me fez me arrepender de muitas coisas que eu acabei fazendo... Não todas, mas muitas, sabe... Então justamente por isso..., eu gostaria de te fazer um pequeno pedido. – O sorriso dela era leve e até um pouco tímido. O que ela está tramando para estar desse jeito?

— Qual? – Pergunto e vejo Denise se ajoelhar perante mim, me mostrando um buquê de flores e uma caixa de bombons em formato de coração. Sou pego de surpreso, mas como se tudo aquilo não bastasse...

— Xaveco Lorota Diniz, quer namorar comigo?

Confesso que tive que me segurar para não cair para trás. Eu estou sendo pedido em namoro pela menina mais descolada do bairro! Contudo...

— Denise, eu... – Suspiro, ela parece me olhar com um ponto de interrogação escancarado em seu rosto. – Não quero que fique comigo por pena. Eu fiz o que fiz, pois te amo de verdade. Eu entendo que você possa não sentir o mesmo por mim.

— Idiota! – Diz ela com raiva e levemente triste.

— Quê?! – Fico confuso com sua atitude.

— Eu não estou fazendo isso por pena, e sim, porque eu sinto a mesma coisa que você sente por mim, o problema é que eu sempre fui muito boba para admitir.

Um suspiro longo paira pelo ar.

— Admito que desde que viemos crescendo juntos, sempre tive uma pequena quedinha por você, mas apesar de nos conhecermos praticamente a vida inteira, só vim descobrir quem era tu após aquele acontecimento, e que você era muito mais homem e maduro do que os moleques que eu vinha ficando até hoje. Eu me apaixonei por ti. – Fiquei realmente sem palavras perante tal depoimento.

Denise..., eu também não conhecia esse seu lado sentimental de ser e confesso que isso só me faz te amar mais ainda.

— Por isso vou repetir o meu pedido... Xaveco Lorota, quer namorar comigo?

— Você ainda pergunta? É óbvio que sim!!!

Denise se levanta e me dá um forte abraço ainda tendo em mãos as flores e os bombons. Ela também me dá um suave beijo ao qual me derreto todo. Seus lábios tinham um gosto de mel, o mel mais doce e puro do mundo. Depois de uns dois minutos nos beijando, ainda fico com uma pequena dúvida.

— Desculpa perguntar..., mas geralmente não é o homem que tem que dar flores e bombons para a mulher? – Arqueio uma sobrancelha e ela dá uma risadinha.

— Eu sou moderna, baby! Não tenho essas coisas conservadoras não. – Soltamos leves risadas.

Ela tinha razão. Denise nunca se prendeu a qualquer estereótipo ou restrição que a sociedade impõe. Ela sempre foi bem liberal mesmo. Sempre foi “ela mesma”.

— Mas e aí, tem novidades? – Pergunto e vejo ver seus olhos brilharem.

— Sempre né, monamour?!

Denise é sempre cheia de assuntos e fofocas. E com toda certeza, ela sempre será assim, pois... essa é a Denise.

P.O.V Cascão Araújo

Eu não sei se agora sinto ódio ou tristeza da Cascuda. Acho que é uma mistura dos dois. Apesar de que minha vontade é de terminar o que a Mônica não fez quando foi a visitar no hospital, outra parte de mim sentia pena dela, por ter que agora viver isolada dos amigos, sem ter com quem contar ou conversar. Mas isso não importa agora. Foi a escolha dela.

Magali está aqui do meu lado chorando com medo, pois apesar do Toni estar preso e do Marco Frederico ter morrido sabe-se lá como, a Cascuda prometeu voltar sua ira contra nós algum dia. Pelo menos, foi isso que a Mônica nos contou.

— Não se preocupe, Maga. – Tento a tranquilizar a dando um abraço apertado e carinhoso. – Eu estou aqui do seu lado para o que der e vier.

— Cas, por favor..., promete nunca me largar? Me sinto tão desprotegida sem você a meu lado... – Sussurra ela com seus olhos lindos brilhando por conta do choro, mas mesmo seus olhos levemente vermelhos das lágrimas, não diminuíam sua beleza.

— Eu prometo sim, meu amor. Vou estar com você para sempre. – Juro a ela dando um beijo em sua testa, ainda a abraçando.

O relato da Mônica não sai da minha cabeça, ela e o Cebola haviam vido falar comigo e com a Maga, explicar como descobriram e tudo o que aconteceu. Além da raiva da enganação para fazer com que a Maga e eu nos sentíssemos culpado, o Xaveco quase morreu! Se não fosse aquele milagre, ele poderia ter morrido por conta da loucura da Cascuda. Por conta da merda da possessividade e obsessão daquela garota! Eu nunca vou perdoá-la por isso e nunca sequer vou voltar para ela. Já chega que namorei com esse ser humano horrível e desprezível, eu não quero vê-la nunca mais na minha frente.

E se ela pensa que vai conseguir me separar da mulher da minha vida, ela está muito errada! Pois eu juro, que se ela tentar qualquer coisa contra a Magali, ela vai estar muito ferrada! Eu não admito que ela machuque quem eu me importo, quem eu amo. A Cascuda não me ama e nunca me amou, amar não é isso o que ela fez, isso não são provas do que ela sente, isso são provas de que ela não passe de uma doente, louca e um tremendo nada.

Magali me amou em pouco tempo muito mais do que anos naquele relacionamento abusivo e tóxico. A garota aqui, que está nos meus braços me ensinou o significado de amor, de companheirismo, o que representa um casal. Me deu carinho, amor, se demonstrou paciente e preocupada comigo, me apoiou quando eu precisei, e não, não foi só do lado dela, pois eu retribuo tudo e muito mais. A única que merece minha dedicação e todo o amor que eu tenho, é a Maga e dela, eu nunca vou me separar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Até o próximo!



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