Mais uma chance escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 20
Vinte




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Julie podia se considerar de férias até a segunda-feira, quando teria que voltar à escola para pegar seus resultados - se não bastava voltar, precisava esperar até o meio-dia! A desculpa que o coordenador dava era alguma coisa relacionada à uma revisão de conceitos coletiva, mas ninguém merecia passar por aquilo! O medo sobre ter passado ou não, a dificuldade de atenção nas aulas, as férias batendo à sua porta…. Ninguém aproveitava aquelas últimas aulas de fato, a verdade era aquela.

Mas até então, ela estava de férias! E como não tinha nada melhor para fazer, apenas foi acordar às dez da manhã, e se levantar de verdade perto das onze. 

—Julie, vou passar o dia na casa do Patrick! - Pedrinho gritou contra a porta do quarto da sua irmã, recebendo um resmungo de resposta.

Sem ter a responsabilidade do almoço, o menu do dia seria a sua especialidade: miojo de galinha caipira. Devidamente alimentada, Julie subiu para o seu quarto e se pôs a fazer o que sabia de melhor: passar tempo na internet. Já estava a um tempo considerável respondendo alguns comentários no site da banda e algumas menções no twitter quando o skype começou a tocar.

—Nicolas? Tudo bem? - Julie estranhou, já que somente haviam feito vídeo-chamadas duas vezes em todo aquele tempo de rolo/amizade (tendo sido bastante emocionantes, diga-se de passagem).

—Oi Julie…. Como você tá?

—Bem…?

—Isso foi uma pergunta ou uma afirmativa? - Ele riu. - Desculpa não ter te esperado ontem, mas é que você demorou demais.

—Foi mal…. Acabei me distraindo com Valtinho e esqueci de resolver a minha própria prova. Acabei saindo junto da professora.

—Você acha que tem chances dela não ter visto aquilo? - Ele estava esperançoso.

Julie apenas negou com a cabeça.

—Ela viu tudo, mas se serve de consolo, acho que isso pode contar pontos para você. Você se empenhou bastante em não deixar ele colar.

—Eu tava é com medo, na prova de química ele conseguiu trocar de prova comigo e eu não sabia como entregar para o professor! Se eu desse mole ele podia muito bem fazer aquilo de novo, e sinceramente, era o último dia de aula! Ir para a coordenação não estava nos meus planos.

—Mas ele não estuda?

—Até estuda, mas não o suficiente. Pensei que a Bia o estivesse ajudando com isso, mas pelo visto não.

—Nem ela me ajuda, acaba sendo cada um por si nas provas finais.

—E como vai ser na segunda? Ansiosa?

—Não muito, acabei tendo uma boa base de notas no meado do ano, então acho que não posso ser tão ruim ao ponto de ficar de recuperação. E você?

—Ah, eu não sei…. Sempre fui um bom aluno, mas de uns tempos para cá as coisas ficaram meio esquisitas, né…?

Julie acabou se entretendo e não vendo a hora passar. 15 minutos, 30 minutos, 45 minutos, 1h30 tinha se passado até que ela fosse despertada para o mundo real, com um som de violão vindo do lado de fora. O seu vizinho teria se comovido com sua banda e tinha decidido começar a praticar também? Não…. o som vinha do seu quintal. Será que Pedrinho tinha voltado mais cedo e ido tentar aprender sozinho? Mas aquilo seria impossível, o único violão da casa estava no seu quarto, na edícula apenas estavam a guitarra, o baixo e a bateria - e aquilo definitivamente era um violão.

—Julie? Tá tudo bem? - Nicolas estranhou a expressão confusa da garota para a janela do seu quarto.

—Acho que sim, mas acho que tem alguém tocando violão no meu quintal….

—No seu quintal?

—É, mas isso é estranho, porque meu irmão não está em casa e duvido muito que nosso antigo professor de física tenha pulado o muro de novo.

Julie não falava coisa com coisa, o que a tornou mais adorável para Nicolas. Querendo entrar no mesmo clima brincalhão que a garota, ele abriu a sua boca….

—Vai ver você também está sendo assombrada, mas por um fantasma que gosta de tocar. - Ele ria sozinho, mas foi o que bastou para a garota arregalar os olhos e dar um pulo olímpico para fora da sua cama, se atrapalhando para abrir as janelas.

Quais eram as chances do antigo fantasma ter voltado para a edícula? 

O coração da garota parou por alguns segundos ao focar o adolescente parado abaixo da sua janela tocando um violão desconhecido. Daniel estava de olhos fechados, ainda não tinha percebido a presença da namorada, apenas concentrado em sua própria voz.

Como dói perceber que o fim

Chegou tão depressa e eu

Nem tive tempo de provar pra você

Naquele momento Daniel tomou coragem e abriu os olhos, deparando-se com Julie sentada na beira da janela, o encarando. Ele tinha conseguido a sua atenção - o que era uma boa coisa- mas agora precisa expor todo o seu sentimento para não deixá-la ir embora.

Que eu poderia ser o seu

Maior segredo é o que eu mais desejo

Será que se eu fechar os olhos

Você vai aparecer aqui

A expressão de Julie não demonstrava muita coisa, o deixando perdido em toda aquela situação. Mas ele era brasileiro e não desistia nunca!

Dias passam enquanto eu penso

Em uma forma de mudar

A quem estou querendo enganar

Ele deu um solo com o violão naquele momento, entregando tudo e mais um pouco. Ele esperava de coração que ela sentisse e percebesse que ele tentava mudar desesperadamente a situação - e por mais que a letra falasse exclusivamente de toda a confusão que gerou o quase término, ainda sim era uma explicação.

Quem sou eu pra mudar

O que o mundo escolheu

O que o mundo escolheu para mim

Tenho que aceitar

Que é melhor assim

Quem sou eu pra mudar

O que o destino escolheu

O que o destino escolheu pra nós dois

Julie estava ficando inteiramente tocada com tudo aquilo. Ele tinha escrito uma música para ela? Ele estava mesmo fazendo uma serenata para se reconciliar com ela? E como ele tinha entrado no seu quintal?

Se eu partir prometo não

Te procurar depois

Quanto mais chego perto

Mais não posso suportar

O fato de não poder te tocar

Foi naquele momento que Julie percebeu que não era uma música de reconciliação. Ela queria uma explicação sobre a assombração com Nicolas, e já que ele não conseguia dizer com palavras, ele dizia com a música. Com os olhos cheios d’água ela finalmente entendeu tudo. Pelo jeito que os versos se encaixavam, aquela não devia ser uma das letras escritas durante aquela semana. Aquele era o fantasma de Daniel cantando para ela. Ela sabia que se tivesse o rejeitado ainda na morte ele provavelmente faria o cantava: não a procuraria mais.

Mas Daniel era tão vivo quanto ela, e talvez as suas promessas feitas na morte não valessem de mais nada, já que ele estava parado abaixo da sua janela logo após de partir correndo da sua casa uma semana antes.

Sem dizer uma palavra ou expressar qualquer reação, Julie abandonou a janela, tropeçando no meio da escada.

—Julie? Julie? Você ainda tá aí? - Nicolas tinha conseguido ouvir de leve a música no qual Julie tinha se referido, e pelo tom de voz que ele escutou após muito esforço - e quase estourar sua caixa de som - só podia ser daquele tocador de cavaquinho idiota.

Como aquilo era possível? O panaca tinha abandonado Julie sozinha durante aquela semana estressante, e justo agora que estava livre vinha perturbá-la?! Como ele ficava naquela história? Não era justo! Ele tinha feito companhia a ela durante todo aquele tempo, estavam conversando a mais de uma hora, mas era só ele chegar tocando qualquer coisa que ela o deixava falando sozinho?

Ele não era um brinquedo.

Profundamente magoado, Nicolas desligou a chamada.

Enquanto isso, Daniel terminava os últimos acordes com os olhos cheios d’água. Tinha visto Juliana sair correndo da janela, o que só podia significar que ele não era mais bem vindo naquela casa. Suspirando fracamente, ele terminou de tocar e jogou o violão para as costas, preparado para ir embora. Ele se dirigia até a porta da cozinha quando a viu abrir em um rompante, com uma Julie ofegante parada bem no meio dela.

Eles não falaram nada, apenas se olharam por bons segundos antes que Julie o surpreendesse colando suas bocas, iniciando um beijo afoito. Ele deveria separá-la? Conversarem? Se explicar? Provavelmente sim, mas a única coisa que ele conseguiu fazer foi segurar o rosto da namorada com as duas mãos, impedindo que se afastasse. Suas bocas trabalhavam fervorosamente, esgotando todo traço de oxigênio que precisassem. Eles diziam e expressavam tudo o que sentiam e que tinham passado naquele exame de laringoscopia mútua. Saudade, arrependimento, desculpas, amor e devoção.

Apenas se separaram quando foi estritamente necessário, com Daniel precisando se apoiar no corpo de Julie para não desmaiar de sufocamento. O que Martin diria se soubesse daquilo? Ter ficado tonto e quase ter desmaiado por um beijo?

“Deve ter sido muito bom então”

E tinha sido.

—Julie….

—Daniel…

Os dois falaram ao mesmo tempo, arrancando sorrisos cúmplices um do outro.

—Me desculpe por tudo, eu não devia ter….

—Eu entendo, Daniel… Bia e Félix me ajudaram a compreender a situação principalmente Félix. E depois dessa música…. Acho que não tenho mais motivos ou direitos de ficar chateada com você. Você interferiu na minha escolha, mas era o seu jeito de tentar ser notado.

—Eu queria ter te feito entender isso naquele dia, mas fui incapaz. Fiquei tão nervoso que só vi a alternativa de fugir antes que tomasse uma decisão precipitada.

—Eu fiquei bem irritada com isso, mas acho que foi o melhor. Poderíamos ter nos ofendido muito se tivesse ficado.

—Mas…. Agora que esclarecemos parcialmente a situação, como ficamos?

—Achei que esse beijo tivesse dito tudo. Eu acho que te amo, não quero me separar de v….

Daniel não aguentou de felicidade, levantando a namorada do chão e a rodopiando, finalizando com mais um beijo de tirar o fôlego. Ela achava que o amava!

—Eu nunca mais vou te magoar, Julie. Eu prometo!

Com um sorriso de orelha a orelha, ela o abraçou com força, permanecendo naquele lugar acolhedor por bons minutos. 

***

—Posso saber como você entrou no meu quintal? - Julie perguntou no meio das escadas, indo em direção ao seu quarto.

Eles não viam problema em se alojarem no quarto dela - já que a maior parte do seu convívio tinha sido naquele cômodo. Não viam problema porque até então os maiores contatos que tiveram haviam sido após o show e minutos antes. Era muito cedo para avançar para a terceira base, tanto que nenhum dos dois sequer havia cogitado aquela hipótese. Estavam bastante felizes apenas com os amassos trocados.

—Eu vivi aqui por mais de seis meses, lembra?

—Mas não te dei uma chave, você não precisava. E duvido muito que tenha pulado o muro que nem meu antigo professor de física, ao menos não com esse violão. De onde é, aliás?

—Não, eu usei a que seu pai deixa debaixo do vaso de planta na entrada. Achei que você me ouviria melhor debaixo da sua janela, fora que não queria que seus vizinhos soubessem dos nossos problemas.

—Acho que eles já sabem. Félix me contou que brigamos na frente do microfone.

—Acontece. - Ele apenas deu de ombros. - O violão é da loja, meu chefe por incrível que pareça me emprestou para tocar para você.

—E por que ele faria isso?

—Ele é bem fã da banda e de nós dois como casal. Ficou muito triste quando soube que estávamos por um fio de terminarmos e quis tentar ajudar a colocar para fora o que eu sentia. Lembra que ele tinha dado permissão para algumas apresentações promocionais?

Daniel tinha colocado o violão cuidadosamente na mesa do quarto da namorada, a puxando para bem próximo do seu corpo, a envolvendo em um abraço íntimo.

—Lembro, você chegou a fazer algum?

—Fiz, e como eu não estava apto de cantar alguma coisa feliz e as letras que estava trabalhando eram muito… depreciativas….

—Félix deu a entender o nível delas, mas não soube dizer como eram….

—Eu decidi cantar essa música. Eu escrevi quando ainda estava morto e achando que a anta do Nicolas ia conseguir ficar com você. Foi um pouco antes de tomar a decisão de tentar, por isso ela é tão triste.

—Não achei triste, achei muito bonita.

—Bem, Lucas achou ela bonita, mas disse que não transmitia os meus sentimentos. Ao menos não os vivos.

—E mais alguém ouviu a música?

—Não, só meu chefe e Lucas. Foi na segunda-feira, aquela chuva não deixou ninguém ir até a loja. Então além de cantar, eles gravaram para colocar na página da loja.

—Não acha perigoso? Você está sem a máscara….

—Acha que vão conseguir me identificar só pela minha voz que quase nunca uso e raramente usarei na loja? Está tudo sob controle, Julie. Os únicos que sabem sobre nossa identidade são Klaus, meu chefe, Lucas e…. O panaca. - Daniel não rolou os olhos, apenas deu um sorrisinho.

—Agora você ri, não é? - Julie se aninhou mais em seus braços, abraçando seu pescoço.

Daniel respondeu com um breve beijo em seus lábios, encerrando o assunto por ali.

Preciso devolver o violão ainda hoje, então não vou poder ficar até muito tarde. Tudo bem?

—Não querendo te expulsar daqui, mas meu pai não sabe sobre nossos ensaios no meio da semana, nem que você é meu namorado. Te encontrar sozinho aqui acho que não seria um bom final de sexta. A propósito, você não tinha que estar na loja?

—Troquei de dia para vir aqui hoje. Fui ontem por não querer te encher logo depois das provas, mas também não queria esperar muito para nos resolvermos.

—E pelo seu chefe ser fã do casal não viu problemas nisso?

—Não. Precisamos providenciar um lugar na primeira fila no próximo show, que se você não for contra, poderia ser antes do final do ano?

—Depende de como vou me sair nas provas finais…

—Pensei que toda aquela cola tivesse te dado uma base para não se preocupar tanto agora.

—E deu, mas eu não contava ter uma briga monstruosa com meu namorado nas últimas provas, sabe? Eu dei o meu melhor, mas não tenho ideia de como fui. Só vou saber na segunda-feira.

—Segunda fica complicado para eu te buscar no colégio… Se importaria se Martin fosse buscar vocês? Assim vocês podem ir adiantando a reunião no Klaus e não ficamos tão atrasados.

—Acho que não vai ser nenhum esforço para ele. Na verdade, acho que vai ignorar  a gente e puxar o saco da Shizuko. Ele ainda fala dela?

—Porque ele falaria dela?

—Então você não soube? - Julie se desvencilhou com força, chocada.

—Soube do que? - Daniel estava mais do que confuso, não entendia nada.

—Eles ficaram na festa do Valtinho!

Primeiro Daniel arregalou os olhos, depois deixou sua boca cair para enfim amarrar a sua cara.

—AQUELE CRETINO! ME REPREENDEU POR TENTAR FICAR COM VOCÊ E ELE MESMO BEIJOU UMA VIVA?! - Inconformado, Daniel se sentou com força na cama de Julie, sem saber como reagir.

—Repreendeu como?

—Me questionou várias vezes se eu tinha certeza daquilo, e sempre fazia uma careta quando eu afirmava, mas…. Como ele conseguiu isso e eu não?

—Na verdade…. Shizuko não tem ideia de como ele é. Ele a convenceu a tirar o óculos pela máscara….

Daniel olhou rápido para Julie, até que começou a rir.

—Aquele…. Eu nem me surpreendo mais nas artimanhas dele para ficar com alguém.

Ignorando a expressão artimanhas, Julie se sentou ao lado dele, reparando brevemente em como repetiam a mesma cena de meses antes: a folga de Daniel o tinha feito se deitar, batendo ao seu lado indicando que queria que ela fizesse o mesmo.

—Eu fico me perguntando como teria sido beijar um fantasma, mas perguntar a Shizuko não seria nada legal. - Julie jogou no ar se acomodando melhor ao seu lado.

—Você poderia ter descoberto por si mesma, mas não me deu bola…

—Quem disse que não dei?! Você quem não soube interpretar os meus sinais!

—Juliana Spinelli, não me diga que você me deu sinais! Você só falava do Nicolas pra lá e pra cá!

—Pelo o que eu bem me lembro da última vez que nos vimos antes de vocês desaparecerem você testou as minhas reações, exatamente como estamos agora.

—E você não expressou nada…. - Ele se lembrava de como esperou por um sinal, mas não recebeu nada.

—Daniel, o que eu mais queria era que você tivesse me beijado! Você estava tão perto…. Mas não tive coragem de tomar o primeiro passo, e acabei caindo no sono...

Daniel não precisou de mais nada. Imediatamente puxou a namorada para um beijo cheio de ternura e paixão, acariciando seu rosto como naquele mesmo dia. Seus toques agora eram tão diferentes, tão calorosos e físicos… Ele também se perguntava como teria sido beijá-la ainda enquanto um fantasma, mas tinha absoluta certeza que era muito melhor agora. Empolgados, não perceberam como e quando os beijos foram se intensificando, deixando mais quente o ambiente. Ele apenas existiam um para o outro, expressando todo o sentimento em suas bocas. Quando precisaram de ar, repararam que Daniel tinha metade do seu corpo em cima do de Julie - um avanço considerável para o relacionamento dos dois. Envergonhados, voltaram a ficar lado a lado, apenas jogando conversa fora e beijos ocasionais pelo restante da tarde.

***

Eram quase sete da noite quando Daniel passou esbaforido pela porta da loja de instrumentos, procurando pelo seu chefe.

—Onde é o incêndio, Daniel? - O homem perguntou ao ver o estado do seu funcionário.

—Pensei…. que tivesse perdido… a hora…. - Ele se apoiava no balcão, respirando com dificuldades.

—Seu expediente é só na segunda, rapaz… - O chefe tirava uma com a cara do mais novo.

—Mas eu precisava devolver o violão, seria tentação demais ficar com ele durante a semana.

—A julgar por essa sua boca inchada ele foi de boa utilidade, não é?

Daniel sorriu de orelha a orelha acenando a cabeça como um cachorrinho.

—Nós voltamos, e ela adorou a música.

—Fico muito feliz em ouvir isso! Já posso esperar uma música mais animada para o próximo pocket show?

—Com toda certeza.


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