Seven escrita por Baby Blackburn


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

OiOi!
Hoje eu vim trazer essa song fic que eu tanto amei escrever e que faz parte do INCRÍVEL projeto Setembro Wolfstar!
Ela foi inspirada em Seven da Taylor Swift: https://www.youtube.com/watch?v=pEY-GPsru_E

Espero que gostem!



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Please picture me in the trees
I hit my peak at seven
Feet in the swing over the creek
I was too scared to jump in
But I, I was high in the sky
With Pennsylvania under me
Are there still beautiful things?

1839

Durante as crises em que seus pulmões pareciam se recusar a trabalhar e suas mãos não eram capazes de segurar nada, sua cabeça pesava e os olhos expeliam mais lágrimas do que ele achava possível, Sirius Black tentava se agarrar na suave voz de Remus Lupin.

—Me imagine no meio nas árvores.—Ele sempre dizia sorrindo. Os cabelos escuros e a pele negra brilhavam sobre o toque tímido dos raios de sol que entravam por meio das árvores.

A Floresta Proibida, como Orion Black gostava de chamar, havia virado o ponto de encontro entre Black e Lupin desde os primeiros dias da amizade. Aos sete anos, o pequeno Sirius se embrenhou no meio das árvores ao fugir de mais uma briga em sua família, coisa que ele veio a agradecer anos depois, já que naquele mesmo dia encontrou Remus Lupin pela primeira vez. Os cabelos bagunçados e suéter grande, pés descalços e boca suja de chocolate, contrastando com a aparência sempre impecável e limpa do outro.

O garotinho, que nunca havia visto o outro durante suas aventuras pela floresta, se impulsionava lentamente em um balanço precário, e novo para o Black, perto do riacho. Sirius o observou por alguns minutos em silêncio, achando ter passado despercebido, até que Remus se virasse com um leve sorriso para ele.

—Estou com medo de pular, sabe. –Disse alto e empolgado com sua voz infantil e alegre. –Meu pai o montou ontem e me garantiu ser seguro. –Suspirou antes de confidenciar para o outro. –Mas me parece meio alto para pular daqui.

—Não é. –Respondeu Sirius dando de ombros, indiferente.

—Não deveria confiar em que não conheço. –O pequeno Remus franziu a testa olhando para Sirius por cima do ombro. –O que está fazendo na minha clareira?

—Sua? –Sirius indagou coçando a nuca nervoso, não estava acostumado a ser questionado por ninguém. –Não estou vendo seu nome em lugar algum.

Lupin fez uma careta pelo nariz empinado do outro e desceu devagar do pedaço de madeira que compunha o balanço. Caminhou desengonçado até o grande tronco da árvore que sustentava a corda de seu novo balanço e apontou para um R torto esculpido em sua casca.

—Minha árvore, -enumerou com os pequenos dedinhos –meu balanço, minha clareira.

—A clareira fica dentro da floresta e a floresta fica na propriedade da minha família. –Sirius devolveu com petulância.

—A floresta fica no jardim da minha casa, então a sua casa também é minha. –Concluiu sua lógica infantil com um sorriso banguela direcionado a Black.

Sirius abaixou a cabeça irritado pronto para dar as costas e ir embora quando uma mão suja de chocolate (ou seria terra?) segurou seu pulso pálido.

—Mas se você quiser podemos dividir a árvore, o balanço e a clareira.

Os dois se olharam e sorriram, conversando e pulando sobre as pedras do riacho durante toda a tarde. Ao longe, depois de horas, Sirius pode ouvir a voz de sua mãe gritando por seu nome.

—Sou Remus. –Se apressou em dizer, antes que o outro fosse em direção ao chamado.

—Sirius. –Respondeu brevemente, se voltando para a direção dos gritos altos. Estava na hora de ir.

—Até amanhã. –Remus disse alto, fazendo com que Black olhasse por cima dos ombros para o garoto correndo atrapalhado para a direção contraria a sua.

Enquanto voltava para a casa que o fazia fugir, desejou ver o garoto dos pés descalços e suéter largo uma vez mais.

Sweet tea in the summer
Cross your heart, won't tell no other
And though I can’t recall your face
I still got love for you
Your braids like a pattern
Love you to the Moon and to Saturn
Passed down like folk songs
The love lasts so long

—Fico feliz que aprecie tanto o meu balanço, -Remus falou alto enquanto observava o namorado se balançar cada vez mais alto no velho e amado balanço à beira do riacho –mas se você não vier logo vou beber todo esse chá.

—Preciso sentir o vento gelado em meu rosto para que seja confirmado que ainda tenho vida no meu corpo miserável. –Respondeu a voz alta e longínqua de Sirius. –Preciso sentir que ainda há motivos para viver.

—Devo ficar ofendido por não ser um dos motivos que te mantem vivo neste mundo horrível? –franziu o cenho quando Black se juntou ao seu lado na grande e gasta toalha de piquenique que havia sido furtada da Sra. Lupin.

—Nunca se deve usar pessoas como motivos para se viver. –Respondeu sério, enquanto mordiscava uma das tortas que o namorado lhe ofereceu. –Imagine a angustia da pessoa ao saber que mesmo sendo um dos motivos que te mantem vivo, não foi o suficiente.

—Uau, -Remus exclamou com as espessas sobrancelhas castanhas levantadas –sua tristeza subitamente transformou esse chá em um funeral.

—Desculpa. –Sirius riu envergonhado enquanto pescava um bolinho da cesta que o namorado trouxe. –As coisas estão difíceis na minha casa.

—Seu pai? –O namorado perguntou baixinho, conectando seus longos e finos dedos com os do namorado.

—E a minha mãe. –Suspirou mas ao notar o olhar preocupado do Lupin, encheu a boca com o bolinho de chocolate. –Humm, delicioso.

—Você não tem que esconder o que sente de mim, Six. 

—Não precisa se preocupar com toda essa merda na minha casa. –Ele falou se afastando. –Já tinha dito que não quero que se meta em toda essa confusão.

—Eu sei exatamente onde estou me metendo, -segurou o roto pálido do namorado entre as mãos firmes e quentes –e nada que venha daquela casa amaldiçoada vai me fazer te amar menos.

Sirius sorriu e se aproximou captando os lábios carnudos e macios de Remus, jurando fazer de tudo para perdurar seu amor. Ambos terminam o beijo som sorrisos bobos e mãos entrelaçadas e assim permaneceram por um longo minuto até que Lupin pescasse uma faca de dentro de sua cesta e levanta com um sorriso no rosto.

—O que está fazendo? –Black perguntou enquanto colocava um morango na boca.

—Marcando a nossa árvore. –Respondeu de costas para o namorado. Sirius riu incrédulo enquanto levantava e se postava atrás de Remus. A árvore que antes tinha um R marcado, agora trazia um R&S 1939. —Eu te amo infinitamente, Sirius Black.

E Sirius o amava mais do que o outro imaginava.

And I've been meaning to tell you
I think your house is haunted
Your dad is always mad and that must be why
And I think you should come live with me
And we can be pirates
Then you won't have to cry
Or hide in the closet
And just like a folk song
Our love will be passed on

Remus lia um livro sob a luz tremelicante de sua vela quando ouviu o suave som de pedrinhas baterem contra a sua janela. Aquele era um chamado criado pelos dois aos sete anos para quando quisessem se encontrar em sua floresta, mas estava tarde demais para ser algo bom. Ele levantou apressado em direção à janela, no escuro ele pode ver a sombra de Sirius correndo para a floresta. Pé ante pé ele desceu as escadas de sua casa o mais rápido possível. Seu coração batia forte pela velocidade em que corria e pela dor que sentia por saber que algo estava errado.

Sirius estava sentado desleixado no balanço, com pés descalços e cabelos descabelados. Sua coluna doía pelo tempo passado no pequeno armário da cozinha e sua cabeça latejava pelas lágrimas derramadas.

—Sirius. –Remus se ajoelhou depressa na frente do namorado, seu pé escorregando na lama e indo direto para a água gelada do riacho. –Sirius, o que aconteceu?

—Eles querem que eu me case. –Respondeu em um sussurro quase inaudível.

—Como é?

—Querem que eu me case. –Levantou o tom de voz, deixando visível seu choro preso. –Querem que eu me case com a filha dos McKinnon.

—Sirius...-Sua voz quebrou. Pigarreou e respirou fundo antes de voltar a falar. –Eles não podem...

—Eles podem fazer o que quiserem. –Respondeu sarcástico, limpando o nariz na manga da blusa. –Estamos falidos, se eles não fecharem esse negócio em menos de uma semana, se eu não me casar até o final do mês...estaremos na miséria.

—Venha morar comigo. Meus pais não vão se importar e...

—E vocês moram do outro lado da floresta, Rem. Meus pais me achariam fácil e tornariam a vida da sua família um inferno.

—Mas eles tornam a sua um inferno. –Remus levantou exasperado, a lama fazendo com que ele escorregasse completamente para dentro do riacho. –Nós estamos vivendo no inferno!

—Não podemos fazer nada, só queria te ver antes que não possa mais.

—Como? –questionou receoso.

—Depois do casamento terei que me mudar para os Estados Unidos.

—Fuja comigo. –Lupin disparou com urgência. –Fuga comigo e nos livramos disso tudo.

—Rem...

—Diga que sim. –Pediu sorrindo largo, mascarando o seu medo crescente.

—E pra onde iriamos? –perguntou secando as lágrimas e retribuindo o sorriso do namorado.

—Ver o mundo. –Abriu os braços sorrindo. –Viver nossas vidas.

Os dois se olharam em silêncio antes de explodir em risadas nervosas pelo o que estavam prestes a combinar. Naquela noite quente de agosto, Remus Lupin e Sirius Black planejaram sua fuga.

Please picture me in the weeds
Before I learned civility
I used to scream ferociously
Any time I wanted
I, I

O dia ainda não havia raiado quando ambos partiram de mãos dadas da floresta que por muitos anos fora seu refúgio. Em direção a um futuro brilhante e promissor, longe das mãos daqueles que os machucaram por anos. Os Lupin amanheceram com uma longa e tocante carta de despedida, os corações despedaçados e um vazio na casa. Os Black só notaram o sumiço do primogénito após o meio dia, quando entraram em seus aposentos o encontrando vazio.

Para os pais, Remus deixou a promessa de que entraria em contato. Enquanto Sirius deixava um beijo de despedida nas bochechas rechonchudas do irmão mais novo, prometendo voltar para lhe buscar em um futuro próximo. Juntos partiram em busca de sua felicidade, sem saber o legado que haviam deixado para trás.

Sweet tea in the summer
Cross my heart, won’t tell no other
And though I can't recall your face
I still got love for you
Pack your dolls and a sweater
We'll move to India forever

2020

Seamus e Dean se embrenhavam na mata que separava as duas casa para um piquenique em uma bela tarde de verão londrino. As mãos unidas tranquilamente e os sorrisos fáceis dançando em suas faces. Dean havia achado um ponto no meio da floresta que tanto tinha ouvido falar e por tanto tempo procurara.

—Estamos perdidos. –Seamus sentenciou risonho.

—Não, não estamos. –Dean respondeu enquanto afastava o ganho de alguns galhos que vinham em direção ao seu rosto. –Eu sei onde estou querendo chegar.

—Nunca entramos tanto. Estamos perdidos.

—Ahá! –Dean exclamou ao encontrar o lugar que havia descoberto por acaso em uma de suas caminhadas matinais. –Eu disse que ele existia.

Era um ponto da floresta onde não havia arvores no centro e a copa das que cercavam a clareira produzia uma leve e delicada iluminação. A sua esquerda um riacho descia alegremente e desaparecia pela densidade verde. Perto das águas dançantes se encontrava uma grande e velha árvore com um balanço precário.

—Dizem que esse era o ponto de encontro que um antigo casal de namorados. –Dean contou enquanto puxava o namorado perplexo para mais perto da árvore. –Olha. -Apontou para as gravuras feitas na casaca, algumas velhas e outras recentes, mas todas abaixo da mais antiga. R&S 1839.—Dizem que foi aqui que eles se conheceram. -Continuou ao apontar para as iniciais de Remus e Sirius. –E virou um ponto de encontro para casais apaixonados. Por que foi aqui que o amor deles nasceu e perdurou por anos, como uma canção.

Sorriu para o namorado e caminhou até a ponta do riacho, colocando uma de suas mãos na água gelada.

—Diz a lenda, que os amantes que colocarem suas iniciais na arvore se amam eternamente, mesmo que já não lembrem de seus rostos.

Passed down like folk songs
Our love lasts so long


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram?
Comentem para que eu saiba o que vocês acharam!

Love always, BB.



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