Velhos Amigos escrita por PepitaPocket


Capítulo 12
Entre Beijos e Lágrimas




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Depois de dias de muita ansiedade, Iruka e Shizune continuaram vivendo dias de ansiedade. Redundante? Nem um pouco. Pois, os motivos eram diferentes.

Antes, havia o medo debilitante da rejeição. Agora este tornara-se realização, e ambos estavam em êxtase à espera do devir. Por isso, ambos passaram a noite insones.

Imaginando como seria o primeiro encontro. Se combinaram, para um jantar no Ichiraku Ramen, por exigência de Tsunade. Por nada no mundo, a sannin deixaria sua querida discipula a sós com um “reles” pretendentes, mesmo que a moça tivesse certeza que esse era o dono de seu coração.

Pretendia que as coisas continuassem assim, por muito tempo.

Iruka, por sua vez, acordara aquele dia de muito bom humor. Nem as traquinagens de Konohamaru o tiraram do sério. Ficou ainda mais animado quando recebeu uma carta de Naruto, queria logo lhe contar as novidades.

Mas, teria de ter cuidado para não bancar o exagerado.

Pois, eles corria o risco de antecipar as coisas, e já se ver casado com a bonitinha de seus sonhos.

Na verdade, naquele dia seus alunos até desconfiaram que seu sensei estava flutuando ao invés de andando.

O mesmo poderia se dizer de Shizune que teve de lidar com o humor infernal de Tsunade naquele dia.

“Você está feliz, mas eu continuo a mesma infeliz de sempre”. – Tsunade disse com os olhos molhados, em indicativo de que as coisas com Sakura não foram nada bem no dia anterior.

Tanto que apenas, Ino apareceu para treinar. Para maior decepção de Tsunade, que com muito custo foi convencida por Shizune a ir supervisar o treinamento das meninas como sempre... Mas, para decepção da ambas, Sakura não foi ao treinamento.

Shizune queria muito ajudar sua sensei, mas não sabia como. Quem sabe procurar Sakura e lhe puxar as orelhas? Mas, duvidava que ela tivesse coragem de fazer isso com a sua “irmãzinha do coração”.

— Concentre-se em sua vida. – Tsunade aconselhou Shizune, já adivinhando a preocupação de sua fiel escudeira.

— Juro que se você for feliz, meus dias se tornam um pouco mais doces. – A Senju disse estendendo a mão para a sua primeira aprendiz, que aceitou o raro gesto de carinho.

O combinado era Iruka busca-la as 20h. Tsunade lhe aconselhou não deixar que o encontro passasse da meia-noite. Mas, Shizune, pela primeira vez na vida, não sabia se conseguiria obedecer a sua shishou.

Sabe como são os namorados, não é mesmo?

Ino estava na dúvida entre ir com a mesma roupa que tinha ido trabalhar, ou usar o mesmo quimono cerimonial da posse de Tsunade como Godaime. Também tinha um quimono de luto, mas nenhuma das roupas pareciam adequadas.

E Shizune não tinha muito além disso. Sempre foi minimalista e não gostava de ter o armário cheio ao contrário da maioria das mulheres. Na verdade, ela acostumou-se com essa realidade. Ficou órfã muito cedo. Foi acolhida pela Tsunade, que faliu por diversas vezes na vida e também a levou a falência.

Ainda assim, sinceramente? Aqueles tempos a faziam ter vontade de rir. Mesmo que ela se visse em um dilema, que ela sempre considerou clichê de romances açucarados que ela lia na adolescência (escondido da Tsunade-sama que só queria que ela lesse livros técnicos de medicina).

Felizmente, Ino como se adivinhasse seu dilema... Apareceu com uma bolsa cheia de roupas. Não parecia tão alegre e saltitante como de costume e estava com um galo na cabeça, Shizune ficou com um arrepio ao imaginar o que teria acontecido. Ou melhor, quem teria feito aquilo.

Shizune já pensa em deixar de lado o encontro com Iruka e procurar Sakura para conversar. A garota deveria estar confusa, e é quando ela ficava desse jeito que costumava enfiar mais os pés pelas mãos... Mas, Ino tratou de tranquilizá-la.

— Está tudo bem com aquela testa de marquise, ela até mandou um recadinho para você. – Ino disse com um meio sorriso, deslizando as mãos pela cabeça e fazendo uma careta de dor, não tinha tempo de curar aquilo.

Havia tido um desentendimento com Shikamaru, e como de costume ia lhe bater, mas aquela troglodita da Temari estava por perto, e defendeu aquele preguiçoso argumentando que só ela podia bater naquela cabeça brilhante, mas lenta. Certamente, Shizune estava achando que foi Sakura...

Shizune-nee-san, aproveite esse encontro por nós duas. Você e o Iruka-sensei, são os melhores. Merecem tudo de bom que tem no mundo. Estou indo visitar vovó Haruno que vive em outra vila, desculpe não estar com você nesse momento. Mas, prometo que serei a primeira da fila em seu casamento. Com carinho. Sakura.

Mesmo sem ser uma pessoa emotiva, Shizune ficou tocada pela gentileza de Sakura em lhe escrever uma carta. Desconfiava que essa visita a sua avó seria só uma desculpa para fugir de Tsunade-sama.

“É agora que Konoha fica sem Hokage de novo”.

Shizune pensou com amargura, mas logo foi distraída por um furacão loiro que parecia alheia a todo o drama família que estava acontecendo, bem debaixo de seu nariz.

Ino levou um vestido amarelo pálido com mangas que caiam levemente nos ombros, ajustava-se no corpo e ia caindo a partir da cintura, até metade da perna.

Era um modelo de seda, romântico e delicado. Shizune ficou surpresa com o caimento, e Ino ficou toda orgulhosa por ter acertado em seu palpite imaginário de que tudo ficara bem.

A sandália escolhida é um modelo de salto alto, mas não exagerado. O salto é quadrado e o modelo de duas tiras é bem confortável e Shizune se sente segura ao caminhar. Ino insiste para que a moça pinte as unhas, faça maquiagem, arrume o cabelo... Era como ter um dia de princesa.

E o resultado?

Iruka que apenas tinha chegado do trabalho, tomado um banho e colocado sua melhor roupa: um conjunto de calça social, camisa polo e as sandália ninjas. Soltara os cabelos e os prendera em uma bandana, tornando-se quase irreconhecível para Shizune que ficou desconfiada quando aquele rapaz se aproximou dela, com um vaso de violetas.

As flores não foram uma escolha feliz aos olhos de Ino, até Shizune esperaria umas flores mais exuberantes, mas não queria ser muito exigente... Era as primeiras flores que ela recebia na vida, e elas sendo um presente de Irukinha a deixava ainda mais feliz.

Pois, bastara ele sorrir e a olhar nos olhos para ela se convencer do quanto ele estava bonito. Já Iruka, estava até com medo de babar porque Shizune estava encantadora toda arrumada daquele jeito... Ele ficava até inseguro, não se achando merecedor de uma moça tão bonita e boazinha.

Foram lado a lado, até a barraquinha. Sem pressa para chegar. Conversaram amenidades do dia-a-dia, até o clima seco da estação e o aumento dos casos de alergias respiratórias no hospital tornou-se uma pauta muito debatida. Até porque Iruka tinha cinco ou seis alunos, que tinham renite... Como seriam bons ninjas? Um tantinho de pó, já poderia facilmente derrota-los...

Os dois riram, muito dessa piada interna entre eles. Que descobriram várias afinidades. Ambos não bebiam nada de álcool. Gostam de Haikai. Tem os mesmos poetas desse estilo como preferidos. Acompanharam a mesma novela no semanário de domingo, mas tinham opiniões diferentes sobre com quem a mocinha deveria ter ficado.

Ele nunca havia saído de Konoha e ela tinha visitado o mundo todo, mas nunca teve tempo de aproveitar a paisagem, porque tinha de se esconder dos cobradores ou trabalhar pela hospedagem. Iruka passou um tempo prolongado falando em Naruto, no quanto o amava. Shizune demonstrava o mesmo carinho por Sakura e também por Ino, embora os dois concordassem que os três fossem deveras barulhentos.

— Espero que o dia que tiver um filho, ele seja mais tranquilo. – Então, Iruka fez esse comentário e Shizune quase se afogou com o pedaço de sushi.

Iruka solicitamente lhe ofereceu um copo de água, mas nervoso deixou que esse escapasse, fazendo com que ele caísse no colo de Shizune que por um momento ficou alarmada... Já que o vestido que usava era da prima da cunhada da mãe de Ino.

Apesar de se sentir levemente desesperada, por estragar uma roupa alheia, Shizune era uma mulher comedida e sorriu perante o nervosismo de Iruka, conseguindo tranquilizá-lo no processo.

— Não se preocupe, Irukinha... – Shizune teve vontade de morder a própria língua quando se deu por conta do modo que estava se referindo ao Iruka.

Que por sua vez, ficou chocado em escutar o apelido carinhoso que somente sua mãe usava.

Seus olhos se marejaram. Embora, ele soubesse que não era muito adequado, um homem chorar no primeiro encontro. Todavia, esse detalhe enterneceu o coração de Shizune, que por sua vez ficou com receio de ter dito algo errado.

Então, ele disse com a voz embargada:

— Ouvi-la chamar-me exatamente como minha mãe chamava, reforça o sentimento de que és a mulher da minha vida.

Ele disse embevecido pela emoção, sendo que até a timidez acabou ficando de lado.

Shizune mesmo sem ser uma pessoa emotiva, acabou se contagiando pela emoção deles.

E assim entre lágrimas, aconteceu: o primeiro beijo.

Seus rostos aproximaram-se sem que eles tivessem tempo de saber quem havia dado o primeiro passo... Mas, isso se quer importava, ambos desejaram aquilo com a mesma intensidade.

E continuaram desejando, tanto que voltaram a se beijar, uma, duas, três... Até que um Anbu a mando da Godaime apareceu trazendo um aviso surpreendente.   


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