Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 10
Apenas segredos




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Tatsuo respirou fundo e mordeu o lábio inferior, pois não queria atender aquele telefonema, temia ser descoberta. Lao, por sua vez insistiu para que ela atendesse e ela o fez.

— Alô!

—Katana – falou Sonya – pensei que ainda estava dormindo.

— Eu costumo acordar cedo fim de semana.

— Já imaginei. A Jacqui te deu o recado?

— Sim, ela me encontrou e falou sobre o horário da partida que foi alterado.

— Que ótimo! É que ela não me deu retorno que tinha falado com você.

A japonesa percebeu naquele momento que Jacqui Briggs sabia bem guardar segredos, pois não havia retornado para a general. Depois de uma pausa, Sonya se despediu em seguida disse:

— Perdoe-me por interromper o seu descanso.

— Não se preocupe, general. Até segunda.

— Até.

Tatsuo desligou a ligação, guardou o celular e fez uma expressão de alívio sentando-se em uma poltrona frente ao leito de Lao. Este riu ao ver a expressão da amiga e disse:

— Vi só? Deu certo e ela não descobriu nada. Ela não é uma stalker, fique tranquila.

Tatsuo se sentia um pouco culpada por pensar dessa maneira da general. Andar muito com o morcego fazia com que ela desconfiasse facilmente de qualquer pessoa. Mas não apenas isso, tudo o que aconteceu em sua vida proporcionou para que ela sempre andasse desconfiada de tudo e todos e sabia que muitos poderiam se prejudicar por causa desse seu comportamento que estava tornando sua vida maçante. Já pensou várias vezes em iniciar uma terapia, mas sempre aparecia algo importante para fazer como uma missão ou outro tipo de trabalho, o que não tornava a terapia possível.

Lao, por sua vez, ao conhecê-la sentiu que teria que ajuda-la não apenas em ensinar técnicas para bloquear a mente de telepatas, mas confiar um pouco mais nas pessoas.

De repente a porta se abriu depois de duas batidas, tirando Tatsuo do torpor. Era uma enfermeira um pouco baixa e magra com uma prancheta nas mãos com um olhar desconfiado. Ela olhou para Tatsuo e perguntou:

— Interrompo algo?

Katana se levantou um pouco desajeitada e negou fazendo um sinal negativo com a cabeça.

— É que Joshua irá fazer alguns exames agora de manhã e...

— Eu já estava de saída – atalhou Tatsuo que foi até Lao apertou-lhe as mãos um pouco trêmulas e fracas.

— Vai dar tudo certo em sua missão. – disse Lao lançando lhe um sorriso franco.

Tatsuo apenas sorriu e saiu do quarto ignorando a enfermeira que, por sinal, não tinha lhe agradado muito. Foi em direção ao ponto de taxi pensando no segredo que ainda tinha que guardar em não contar a ninguém que Kung Lao estava vivo. E não apenas isso, os desentendimentos que tivera com Kenshi durante a semana lhe deixava um pouco inquieta. Não sabia quanto tempo ficaria em missão com o espadachim e se comprometeu que faria de tudo para que tivessem uma relação agradável na missão.

(...)

Kenshi não conseguia esquecer Katana. Quase todo o tempo a japonesa invadia os seus pensamentos e as vezes o deixava desconcertado, fazendo desconcentrar-se em alguns exercícios. Ele já havia conhecido algumas mulheres depois de Suchin, mas nenhuma delas mexeu tanto com o seu coração como a senhorita Yamashiro. O que o deixava mais atraído por ela era a sua teimosia e perspicácia. O que receava era de acabar demonstrando isso a ela durante a missão e ele teria que manter-se inerte a isso. Contudo Takeda já havia sondado a mente do pai e havia descoberto o objeto de sigilo.

Enquanto tomava seu café da manhã, Kenshi prestava atenção no murmúrio e buzinas de carro da avenida onde seu pequeno apartamento estava localizado. Takeda cumprimentou o pai e em seguida sentou a sua frente com um sanduiche natural e um suco de laranja.

— Está ansioso para a missão, filho?

— Estou, mas você deve estar mais ansioso ainda. – Takeda respondeu e em seguida deu um sorriso matreiro.

— Não vou negar que estou, pois finalmente sinto que vingaremos a morte de sua mãe.

— Mas não é só por isso que está ávido para essa missão.

— E por que outra coisa seria?

Takeda mordeu um pedaço do sanduíche e falou com a boca cheia:

— Advinha.

Kenshi leu a mente do filho e não se espantou em saber que o filho havia descoberto seu segredo. Nisso o espadachim deu um sorriso sem graça depois tomar um gole do suco.

— Tatsuo Yamashiro mexeu muito com você.

— Não tem como eu negar isso não é?

— Ah papai – Takeda segurou uma das mãos de Kenshi – você precisa de alguém...

— Acho que estou velho demais para isso.

— Nunca é tarde para essas coisas. E por falar nela eu nunca consegui ler sua mente.

— Eu também não. Com certeza Tatsuo aprendeu alguma técnica para bloqueio.

— Descobriremos isso durante a missão.


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