Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura
Notas iniciais do capítulo
Por enquanto não falhei em postar todos os dias kkkkkkkkkk
Espero que gostem ♥
Yuu continuou pensativo por longos minutos, antes que criasse coragem e pegasse a pequena pilha de roupas que o mais velho lhe trouxera.
Sem analisá-las por muito tempo, as pegou levantando da cama, e fechando a porta que o mais velho havia deixado aberta. Ao fazê-lo retornou a cama, tirando a camisa que usava desde o dia anterior, notando-a manchadas onde ficavam suas feridas mais recentes, relevando o fato, vestiu-se com a nova camisa, que o anfitrião havia lhe presenteado.
E como o outro dissera, servia perfeitamente em si.
Pegou a outra peça, notando ser uma bermuda, e sem muito esperar, vestiu-se com ele, vendo que ia até seus joelhos, deixando as pernas marcadas por antigas cicatrizes expostas. Envergonhado, vestiu-se com o casaco que havia vindo junto com os outros itens, e seguiu para fora do quarto, ainda descalço.
O corredor parecia mais iluminado do que anteriormente, e isso lhe deixou mais confortável. Antes que alcançasse o primeiro quarto do corredor, encontrou-se com seu anfitrião.
— Oh, as roupas serviram-lhe perfeitamente! – disse em um tom animado, fazendo com o menor se encolhesse. – Não lhe trouxe sapatos, já que estás com os pés feridos, achei melhor não força-los. – continuou, segurando as mãos dele, não dando-lhe tempo para responder.
O levou para o andar inferior, que estava totalmente iluminado, ao contrário de quando chegara. Seguiram para a sala de jantar, igualmente iluminada, com a mesa posta, com um verdadeiro banquete.
Yuu manteve os olhos baixos, mas pode ver claramente o visitante, um rapaz de cabelos castanhos curtos, ouriçados de forma chamativa, que estava lhe olhando de maneira fixa assim como Kouyou.
— Apresento-lhe, Akira, um velho amigo. – Kouyou soltou a mão do mais novo, esperando que ele cumprimentasse o novo convidado. – Akira, este é Yuu, meu convidado
O outro se levantou, fazendo uma reverencia breve, com um sorriso leve no rosto, fazendo com que finalmente Yuu lhe olhasse nos olhos, notando o brilho avermelhado ao redor de suas íris castanhas.
—Um prazer conhece-lo, Yuu... Espero que meu amigo Kouyou esteja sendo gentil com você. – riu de forma irônica, voltando a sentar-se á mesa.
Kouyou riu brevemente, voltando a puxar Yuu para sentar-se próximo a si.
— Bom, não me disse o que lhe trouxe de volta á cidade, Akira – Kouyou começou a servir o prato para Yuu, que continuava calado, os observando intrigado.
— Estava cansado de só viver como um viajante, e como sei que nunca saiu da cidade, resolvi fazer-lhe companhia, mas vejo que já a tem, não é? – Akira sorriu, começando a servir-se com o que havia mais próximo a si.
— Yuu chegou a um dia. Uma boa companhia diria. Mas não me incomodaria se você continuasse aqui conosco. – respondeu;
— Pensarei em teu convite, Kouyou. – Akira começou a se alimentar, enquanto Yuu ainda o observava, num misto de curiosidade e medo pela aura que ele trazia, que parecia mais pesada que a de Kouyou.
Uma aura diferente das que já havia pressentido, como se algo interno lhe mandasse ir embora enquanto tivesse tempo.
Ainda incomodado, com o susto anterior, Yuu começou a se alimentar com o que fora servido, enquanto seus olhos desviaram-se em direção ao piso, com a sensação de que iria ouvir novamente aqueles ‘socos’.
Distraiu-se o suficiente para que Kouyou notasse e chamasse sua atenção. Havia passado alguns minutos, e ele nem ao menos tocara na comida.
— Yuu, não gostou da refeição? – disse em tom baixo, segurando sua mão. Os olhos escuros do mais novo voltaram-se em sua direção, e ele sorriu brevemente, sem graça.
— Ah, gostei, milord... só estava pensando. – sussurrou.
— Ainda com medo dos barulhos no chão? Já lhe disse são animais da floresta. – Kouyou riu. - Está se preocupando a toa.
— Devia ser livrar desses animais, vai assustar o convidado toda vez. – Akira comentou em tom alto, quase satírico, fazendo com que Yuu o olhasse mais uma vez.
— Akira... não irei mata-los. Deixe de historinhas... Yuu só está assustado com toda sua nova situação, logo ele se acostumará . – Kouyou sorriu.
O mais novo assentiu, e voltou a se alimentar, sentindo o olhar dos mais velhos sobre si. A refeição seguira em um silencio incomodo, mas ele não iria, nem tinha o que argumentar para desmantelar o incomodo;
Kouyou levantou-se ao terminar sua refeição, e ao notar que os outros já haviam terminado também.
— Deixe-me recolher os pratos, milord... – Yuu tomou a frente, fazendo o mais velho sorrir.
— Já que deseja ajudar-me. – disse recolhendo os itens e colocando nas mãos do menor.
O outro visitante, levantou-se e ajudou a recolher os outros itens, e ajuda-los a levar a suntuosa cozinha, local onde Yuu não estivera antes.
— Cuidarei das louças milord.... – Yuu mais uma vez tomou a frente, sendo observado por Kouyou que sorriu mais uma vez, de forma mais sutil.
— Estaremos no salão de descanso, em frente a lareira... no segundo corredor do hall. – se aproximou e beijou a testa do menor, saindo do recinto sendo seguido pelo novo visitante.
O menor respirou aliviado, ao ver-se longe dos olhares penetrantes.
Olhou para os jarros de agua, dos quais usaria para lavar as louças utilizadas no jantar. Antes que inicia-se a tarefa, novamente aquele som, como um soco, fez-se presente, lhe fazendo saltar e largar os talheres que segurava.
Estava mais alto o som, mais perto de si.
Deixou a tarefa de lado, e passou a andar em círculos a fim de descobrir a direção que vinha o tal som. Voltou a sala de jantar, e observou cada canto, procurando uma origem ou uma explicação plausível para o som persistente.
Notou, próximo ao pé da mesa, uma marca, parecia como se uma das peças de madeira que cobriam o chão, não pertencia a aquele local.
Discretamente, seguiu até ela, se abaixando e batendo em cima da mesma, ouvindo o som oco.
— O que será que é isso? – sussurrou para si mesmo.
— É um alçapão, para o porão. – ouviu a voz do anfitrião, e caiu sentado com a surpresa de ser pego espiando.
— Perdoe-me, milord. – se levantou rapidamente, fazendo repetidas reverencias, envergonhado por ter sido pego em flagrante.
— Não precisa, estava só curioso com os barulhos, mas amanhã lhe mostro o porão, está muito escuro, e podemos encontrar animais perigosos que entram pelas entradas de ar. - sorriu. – Acho melhor deixar a louças para depois, venha conversar conosco. – segurou a mão do garoto, e o levou pelo extenso corredor, entrando na sala onde o outro convidado bebia algo, sentado em uma das poltronas viradas em direção ao fogo.
Yuu continuou calado, sendo levado até a outra poltrona, e quase forçado pelo outro a sentar.
— Está muito calado Yuu.... algo lhe incomoda? – questionou Kouyou, sentando-se em frente ao mais novo.
— É... é... que....sinto-me um intruso, milord.... – disse em tom baixo, ouvindo a risada de Akira.
— Não é intruso, se o convidei a ficar. – Kouyou disse de forma amena. – está só envergonhado com novas presenças, mas logo garanto que não se sentirá mais assim.
— De onde se conhecem? – questionou Akira. – Parecem que se dão muito bem.
— Yuu precisava de abrigo e cedi minha mansão para ele. É um bom garoto, confio nele. – Kouyou comentou, fazendo com que o outro ficasse com o rosto em brasas.
— Mas mal conhece-me ... – sussurrou Yuu.
— Se fosse perigoso, garanto que Kouyou saberia. – Akira completou.
Yuu assentiu, ainda incomodado com toda a situação. Mas pela forma que os outros agiam, não estavam muito preocupados com guardar segredos, ou evitar perguntas suas.
— Milord... conhece-se a muito tempo? – disse em tom médio, chamando a atenção de ambos para ele.
— Ah, Akira e eu somos quase irmãos. Vivemos por muito tempo juntos. – Kouyou se animou com a pergunta, e isso de alguma forma deixou o menor mais confortável, quase que visivelmente.
— Queria ter amigos de longa data assim... – comentou.
— Se continuar aqui, terá amigos de longa data, Akira decidiu ficar, então a mansão terá mais movimentação. – Kouyou sorriu, levando uma mecha do cabelo para trás da orelha, revelando uma pequena marca próxima á orelha, parecia uma simples mancha de nascença, mas para Yuu tinha um formato diferente.
Tentando não pensar em suas teorias de que havia algo errado com seu anfitrião, e o novo convidado, o menor tentou continuar o assunto.
— Perdoe-me por estar espiando, milord... – sussurrou
— Ah, não se preocupe com isso, já lhe disse que mostrarei o porão para você, precisa conhecer bem a casa, já que ficará conosco aqui – Kouyou sorriu, servindo-se com a bebida que estava na pequena mesa ao lado de sua poltrona.
— Vive há muito tempo aqui nessa cidadela? – questionou Yuu.
— Ah, muito tempo, até deixei de contar... – Kouyou sorriu novamente. – E você, Yuu... não é desta região, não é mesmo?
— Ah, não... nasci longe daqui, mas devido a confusão que fui envolvido, trouxeram-me á este lugar.
— Hum, parece que fez uma longa viagem. – disse Akira. - E se feriu bastante, Kouyou nem ofereceu-lhe curativos, que anfitrião ruim.
Yuu acabou rindo, pelos modos mau educados de Akira, e voltou o olhar para o anfitrião que continuava bebendo despreocupadamente.
— Yuu não precisa de curativos, os ferimentos estão se cicatrizando já, se abafarmos poderá infeccionar, e isso não será bom.
— Ah... Vendo por esse ângulo. – Akira continuou sorrindo. – Mudando o assunto.... Deveríamos passear pelo luar, aposto que Kouyou lhe deixou trancado aqui dentro sem nem ao menos ver os jardins.
— Yuu, está com os pés ainda feridos, consegue caminhar um pouco pelo jardim? – Kouyou comentou.
— Acho que aguento sim. – sorriu levemente, sentindo-se bem mais a vontade com ambos, como se por um feitiço tudo se transformasse em energias boas vindas de ambos.
Ou era por que o anfitrião iria lhe apresentar a casa, e sanar aquele mistério que envolvia os sons vindos do porão.
[...]
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Juro que no próximo capitulo esse mistério vai se resolver XD
Eu não queria que o jogo fosse entregue todo nos primeiros capítulos, e como estava escrevendo enquanto postava, ficava dificil controlar, mas eu acho que deu certo XD .
Vocês estão gostando?