Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 1
One - Anfitrião


Notas iniciais do capítulo

Originalmente essa fanfic foi postada no Spirit em 20/01/2018;

essa fic eu já tinha há um tempo nos meus arquivos, mas decidi reescrever enquanto postava, pode conter alguns furos de roteiro, mas prometo que vou manter da mesma forma da primeira postagem para não ser injusta com quem já leu.

Espero que gostem do enredo, eu estou um pouco insegura com essa volta, mas deixaremos de enrolar XD

Boa leitura!



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Os olhos, pequenos e escuros, observavam a mansão estranhamente mórbida e abandonada. A brisa sacudia a camisola que usava; e o jovem e feições doces e corpo magro se praguejou por não ter recuperado suas roupas casuais.

Estava caminhando o dia todo, e os pés descalços estavam cheios de feridas. Ali seria um bom abrigo, e ninguém o encontraria ali. Tirou os fios negros da frente do rosto, grudados á pele por causa do suor.

Fugia do Manicômio do qual fora enclausurado contra a vontade. Já havia conseguido se afastar o suficiente do lugar, e se sentia mais seguro, mesmo estando no meio da noite, sozinho.

Caminhou segurando a camisola, para que não enganchasse nos espinhos das plantas que cercava a entrada, logo alcançou a escadaria. Subiu pulando os dois degraus para chegar até a porta aparentemente de madeira de carvalho, entalhada delicadamente com um tema floral, e que se abrira apenas com o fato de encostar a palma da mão.

Entrou na casa, estranhando o fato de todos os móveis estarem impecavelmente limpos e organizados, havia algumas velas acessas dando uma frágil visão de onde ele poderia caminhar. Continuou procurando por algum morador da casa, que poderia dar-lhe um abrigo.

O silêncio somente era interrompido por seus passos contra o assoalho. Encontrou uma escadaria, que levaria para o andar superior. Apenas observou os adornos do corrimão amadeirado, entalhado com pequenos girassóis.

As cortinas balançavam com a corrente de ar que vinha de alguma janela aberta; E isso chamou a atenção do jovem que ao virar o rosto se deparou com um homem de olhos castanhos mel, e feições robustas emolduradas por longos fios negros, de pele branca como a lepra, um pouco mais alto que o visitante. Ele estava vestido como um lorde, e as roupas escuras estavam adornadas por abotoaduras douradas e bordados da mesma cor. Os olhos escuros do outro se dilataram, e ele recuou alguns passos.

— À que devo a honra de uma visita tão bela em minha humilde mansão? – disse num tom de voz arrastado, fazendo com que o outro perdesse o rumo dos pensamentos.

— E...eu... Perdoe-me, eu pensei que se tratasse uma casa abandonada... – disse assustado, ao notar que o moreno se aproximava a passos lentos, as botas faziam o chão amadeirado ranger, e isso causava arrepios no jovem, que sentia o coração disparar.

— A imagem exterior da casa somente tem um propósito, afastar visitantes indesejados. – disse mais próximo do outro, a ponto dele sentir o perfume forte do moreno. – Mas, parece-me que és uma boa companhia. – disse o medindo dos pés à cabeça; O visitante sentiu o rosto aquecendo, e a pele alva logo adquirira uma tonalidade avermelhada. - Poderia me dizer seu nome?  - disse elevando a mão ao rosto do visitante, que se arrepiou ao senti a temperatura fria do outro.

— Y...Yuu... – disse trêmulo.

— Yuu. Tens um belo nome. – sorriu, exibindo os caninos, mais pontiagudos que o natural. – Ah, claro, não me apresentei... Sou Kouyou.

—Desculpe-me, milord. – disse se afastando discretamente do moreno. – Já irei retirar-me de sua propriedade, perdoe-me por minha intromissão.

— Não estou expulsando-lhe. – disse se reaproximando novamente, e aspirando o cheiro de Yuu. – Dar-lhe-ei abrigo, sei que precisas, não sairias vestido dessa forma se não estivesse fugindo de algo.

— Dar-me-ia abrigo? – perguntou, com a esperança se renovando, achara que o homem lhe expulsaria da casa, ou lhe entregaria para as autoridades. – Farei todo o serviço doméstico milord, não quero ser apenas um peso para o senhor.

— Não necessito de seus serviços domésticos, apenas sua companhia me bastará. – disse encostando os lábios na testa de Yuu que estremeceu. – Siga-me. – disse afastando-se e seguindo para a escadaria, onde os sons dos passos ficavam ainda mais altos. O visitante lhe seguiu, em silêncio, observando todos os detalhes da casa.

O anfitrião entrou em um dos cômodos, e Yuu temeroso o seguiu, observando a espaçosa cama, coberta por lençóis impecavelmente alvos, e com almofadas vermelhas bordadas em dourado com um brasão. Os móveis bem dispostos deixavam o quarto espaçoso e confortável.

— Sente-se, Yuu, encontrarei algo confortável para que possa usar para dormir. – disse seguindo para o armário também talhado como a porta, tomou em mãos as peças de roupa necessárias para que o outro se vestisse e algo para que se secasse. – Prepararei seu banho.

Aproximou-se de Yuu que prendeu a respiração, e sentiu as mãos gélidas deslizando pelo seu pescoço, alcançando as amarras das costas, e as desatando. 

 - Milord... Eu posso fazer isso sozinho. – disse já mais exaltado. O mais alto sorriu de lado, semicerrando os olhos.

— Estás com medo de mim? – disse

— Nã... Não milord... Sou um mero plebeu, e não estou acostumado a receber ajuda.

— Estarei ao lado, preparando seu banho...  – disse afastando-se, e saindo do quarto.

Yuu se despiu, já que estava somente com a camisola, revelando o corpo cheio de marcas. Enrolou-se no tecido que usaria para se secar, e saiu caminhando, encontrando a próxima porta entreaberta, e ao encostar o rosto na porta avistou o outro observando pela janela, e uma tina de água, as únicas coisas no cômodo.

— Entre... Yuu, não preocupe-se, não irei olhar-te. – disse sem nem ao menos se voltar para trás. O outro assentiu, e se aproximou colocando a mão livre na água, sentindo que estava quente. Se perguntando internamente, se o mais alto havia o visto se aproximando e já preparara tudo, ou se apenas fora coincidência e já havia água quente.

Deixou o tecido, entrando na água, e assim que o fez Kouyou sorriu ao ouvi-lo.

— De onde fugiste? – disse, ainda sem se virar.

— De um Manicômio, milord – respondeu, brincando com a espuma e espalhando em seu braço. – Espero que o fato não incomode.

— Não, não importo-me... Já convivi com pessoas vindas de lugares piores. O que o afliges?

— Dizem... Que não tenho controle sobre mim, que não tenho o juízo perfeito... Mas eu juro... Juro que vi... Aquele homem tomando o sangue da moça... Mas ninguém acreditou em minhas palavras, disseram que eu fizera aquilo enquanto estava possuído pelo mal.

O mais alto sorriu mais uma vez.

— Não és louco. Eu saberia se fosse. – disse seguindo lentamente até onde o outro estava, e ao notá-lo, Yuu se encolheu.

— Como tens tanta certeza? – disse, sentindo-se intimidado pelos olhos castanhos claros lhe encarando daquela forma.

— Apenas sei... – sorriu de forma dócil. – Vou deixar você banhar-se em paz. Estarei na sala de jantar. – saiu rápido.

Yuu ainda estava confuso com a hospitalidade do moreno, e apenas terminou o banho, saindo enroscando-se no tecido, e sentindo o corpo tremer ao pisar no chão mais frio. Correu para o outro quarto, tentando evitar que o chão do longo corredor sombrio se encharcasse por sua culpa.

Secou-se melhor, e vestiu a camisa, visivelmente mais larga e maior que ele, indo até suas coxas. Colocou a peça intima que o moreno lhe dera, e ficou envergonhado por não ter mais nada para cobrir-lhe, e mesmo que tivesse, saberia que não lhe serviria.

Saiu do quarto, perguntado onde seria a sala de jantar. Desceu a escadaria alcançando o hall, que agora não tinha iluminação alguma. E seguiu encostado na parede até sentir algo lhe segurando pelo ombro, mas antes que gritasse, sentiu a mão segurar sua boca.

— Não grite. Sou eu... Estava indo buscar-te, para comer algo. – disse afastando a mão do rosto dele.

— Perdoe-me, milord. – disse, sentindo o anfitrião lhe puxando para onde uma fraca vela iluminava.

A mesa, requintada, estava apenas com uma jarra de vinho, suas taças, e pães. O rapaz faminto sentou-se, servindo-se de um dos pães.

Kouyou os serviu com vinho, e deixou uma das taças próxima ao visitante, que nem ao menos tocou nela.

— Não experimentará o vinho?

— Ainda não tenho idade para isso, milord. – disse para a surpresa de Kouyou.

— Não aparenta ser uma criança, Yuu. – sorriu.

As feições de Yuu lhe faziam ter no máximo seus dezoito anos, algo que intrigou o anfitrião,

 - Já disseram isso para mim, mas completei quatorze anos á poucos dias, Milord. – sorriu. – Obrigado pelo alimento. – disse se encolhendo, e pensando em porque o outro era tão gentil consigo.

— Estás cansado... Volte ao quarto, fique à vontade. – sorriu o mais velho.

— Sim, milord. – disse levantando-se, mas antes que se afastasse, Kouyou o segurou, fazendo sinal para que se aproximasse mais, e ainda temeroso Yuu se aproximou, mas sentiu os lábios do outro, mais uma vez em sua testa.

Ao notá-lo se afastando, continuou o caminho, e subiu a escadaria, tentando não tropeçar nos degraus, devido à escuridão. Alcançou o quarto, e sentou-se na beira da cama.

Observou tudo, agradecendo por ali estar mais claro.  Sentiu uma sonolência súbita, e antes que tivesse algum pensamento sobre o porquê isso estaria acontecendo, praticamente desmaiou na cama.

Após alguns minutos, deitado de forma não muito usual, seu corpo fora ajeitado na cama, por Kouyou, que parecia menos pálido que anteriormente.

Ficou observando-o, analisando os traços nada infantis que o intrigara.

— Parece-me que voltaste do meu passado. – disse erguendo a mão e tocando o rosto de Yuu. Sentou-se mais confortavelmente, e continuou com a mão deslizando pelo rosto dele.

[...]


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao final do primeiro capítulo
Espero que tenham gostado, as atualizações serão diárias, já que ela está pronta.
Novos leitores, espero que gostem.
Antigos leitores, espero que se estiverem relendo, gostem novamente ♥
Obrigada ♥



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