Songfics escrita por Doctor Alice Kingsley


Capítulo 3
De todos os loucos do mundo (Clarice Falcão) – Blásio x Luna


Notas iniciais do capítulo

Como amo Blásio e Luna e adoro as músicas da Clarice Falcão tive que escolher essa música para ser o norte do segundo capítulo. Espero que gostem e vejo vocês lá embaixo!



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Acordo com um sobressalto e me encaminho para a cozinha, desde que perdi meu pai em um acidente de carro, venho dormindo mal todas as noites. Nós éramos muito próximos, perdi minha mãe quando era criança.

            Ela trabalhava com alquimia e ao colocar dois ingredientes na medida errada explodiu o quarto em que estava trabalhando, infelizmente eu vi tudo e isso era algo do qual eu nunca iria esquecer.

            Meu pai me criou e era dono de uma das maiores revistas do bairro, “O Pasquim” era o nome dela, por causa do acidente de minha mãe e da proximidade de meu pai acabei assumindo suas loucuras para mim também.

            Coloco a água para ferver e ouço um barulho na porta, deve ser só mais um garotinho que veio atirar pedras na porta de casa, eles adoram fazer isso. Me direciono pronta para conversar com a criança quando meus olhos encontram certo moreno parado na porta de casa.

            — Luna, posso entrar? – Blásio diz entrando e se sentando na mesa da cozinha.

            — Já entrou, né? – digo enquanto fecho a porta de casa e me encaminho de volta para a cozinha.

            — O que acha dessa gravata com esse terno? – mostra um terno preto e uma gravata de bolinhas laranjas. — É última moda na China, viajei para lá mês passado com meus pais. – sorri enquanto fala e eu reviro os olhos.

            — Depende da ocasião na qual vai vestir a peça, se for um evento de extrema formalidade aconselho que use outra gravata, uma azul-marinho talvez, porém se for um evento mais à vontade, então pode usá-la. – gesticulo com as mãos desenhando as cenas hipotéticas.

            — Em inglês, Lovegood, em inglês. – suplica o moço.

            — Vou tentar, azul – marinho se for muito formal, essa se for algo mais à vontade. – simplifico minha explicação anterior.

            — Acho melhor trocar então, vai ser o casamento de Draco. – começa a falar. — Gostaria de ir co.…- o interrompo.

            — Espere um pouco, quero ouvir o que os zonzóbulos estão dizendo. – e ele para e espera que eu indique que pode falar, aceno com a cabeça como quem pergunta o que ele queria dizer.

            — Como ia dizendo, quer ir comigo ao casamento de Draco?

            Qualquer garota normal teria negado o convite dizendo que não tem uma roupa adequada para a ocasião e que não daria tempo de comprar uma, diria também que não teria tempo o suficiente para marcar hora no salão para fazer a unha, maquiagem e o cabelo. Mas como eu não sou uma garota “normal”, aceitei o convite.

            Ele vai passar aqui as 19:00 em ponto, tenho três horas e meia para me arrumar. Subo para meu quarto e separo minha roupa, vou usar um vestido amarelo que tem as mangas bufantes e vou fazer uma trança no cabelo deixando alguns fios soltos. Tomo banho, seco e prendo o cabelo. Decido fazer uma maquiagem leve e coloco o vestido. Fico pronta em duas horas e tenho mais uma hora e meia livre.

            Começo a pensar no dia que conheci Blásio Zabini, o garoto irritante e arrogante que viria a se tornar meu melhor amigo. Era o primeiro dia de aula e o menino caçoava das minhas roupas, eu não via nada de errado com elas.

            Quando veio para perto de mim com seus amiguinhos para mostrar e caçoar das minhas vestes, eu retruquei na mesma moeda e disse que “alguém que usa suspensório nessa idade, não pode falar muito sobre o modo que me visto”, claro que não com essas palavras, já que era pequena e mal sabia formular uma frase direito.

            Os anos foram passando e fomos ficando cada vez mais próximos, talvez pelo fato de no fundo termos gostos parecidos para roupas ou o fato de sermos tachados de “loucos” pelo restante da escola por não seguirmos os padrões impostos pelos alunos.

            E no final do último ano letivo eu entendi que nada seria como antes, porque eu iria para uma faculdade e ajudaria meu pai com as entrevistas e redações do “O Pasquim” e foi então que minha vida virou de cabeça para baixo, ele falecera.

            Quando contei isso a Blás ele ficou extremamente chocado e arrasado, não era para menos. Meu pai o tratava como o filho que nunca tivera e por frequentar minha casa direto, acabou desenvolvendo um laço afetivo muito forte com meu pai.

            Resolveu se mudar para a casa em frente à minha e durante os primeiros meses vinha me visitar diariamente, depois começamos a nos comunicar por papéis de caderno que levantávamos e mostrávamos na janela.

            Com o passar dos anos nos afastamos um pouco mesmo morando tão próximos, a faculdade, os estudos e minha dedicação para a revista foram alguns dos fatores para esse afastamento. Faz dois anos que meu pai faleceu e dois anos que meu melhor amigo virou meu vizinho.

            Alguém bate na porta me trazendo de volta à realidade, quando vejo Zabini parado encostado no batente da porta, minha vontade é de agarrá-lo e beijá-lo ali mesmo, mas me controlo e apenas pigarreio dando meu braço a ele.

            Chegamos ao casamento e não posso evitar de sorrir, Draco acabou virando meu amigo também, já que ele e Blásio estão sempre juntos. Fico feliz em ter me tornado amiga do loiro e mais feliz ainda por saber que está se casando com a garota com a qual sempre sonhou.

            A cerimônia acontece e então vamos todos a pista de dança, Blás conduz nossos corpos pelo salão e posso jurar que estou voando. Não me surpreendo quando ele sela nossos lábios, após ter me rodopiado e aprofundo um pouco mais o beijo.

            Alguns meses se passaram desde o casamento de Draco e eu resolvo convidar Blásio para morar comigo, ele tem passado mais tempo em casa do que na dele, então acho que estamos prontos para dar mais esse passo, caso contrário é só ele se mudar para o outro lado do jardim novamente.

            — Olha, eu sou o Napoleão. – disse rindo e escondendo a mão.

            Eu rio e peço silêncio tentando ouvir o que os zonzóbulos dentro da cabeça dele estão dizendo. E ele me entendendo para de falar e espera até que eu dê algum sinal, começo a batucar na mesa e ele me acompanha. Começamos um dueto fora do tom, porém estamos nos divertindo.

            — Loira eu sei porque eu te amo. – Blás diz me fazendo engasgar, nunca tínhamos dito essa frase antes e o olho o encorajando a continuar a frase. — Você é tão normal quanto eu. – pisca para mim.

            —  Eu também te amo moreno, porque de todos os loucos do mundo eu quis você. A sua loucura parece um pouco a minha e é por isso que nos entendemos tão bem. – digo me levantando para sentar ao seu lado.

            Encosto meus lábios nos seus e ele pede passagem com a língua, aprofundamos mais e a distância de milímetros parece de quilómetros. Ele me levanta e me coloca sentada no balcão que se encontra atrás da mesa de janta, entrelaço minhas pernas em sua cintura e puxo seu cabelo de leve. Me pega no colo e sobe as escadas comigo, vamos tropeçando em tudo durante o percurso.

            Quando chegamos no quarto ele me coloca na cama, deita sobre mim e começa a tirar minha roupa, eu tiro as dele, pergunta se eu tenho certeza, assinto que sim e então temos a melhor noite de nossas vidas, me sinto completa e sei que não poderia ter escolhido outra pessoa para me entregar desta maneira.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei de escrever. Não esqueçam de comentar e vejo vocês no próximo capítulo. Beijos com gosto de cupcakes azuis.



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