Eu estava a uma hora sentada de frente para aquele senhor de meia idade, o via fazendo malabarismo com a caneca, me perguntava porque tinha que estar ali, porque eu? Na verdade eu sabia mas não queria estar ali, foi um golpe muito sujo do meu supervisor pedir pra que viesse até aqui falar com um completo desconhecido sobre meus problemas.

— Sra Sidle ficar aqui sem falar nada não é contado como sessão.
— Eu sei ‐ balbucia em tom que ele pudesse ouvir
— Então porque não começa me falando porque o Senhor Grissom te mandou para cá? ‐ com os olhos fitados nela.
— Porque ele não sabe lidar com os subordinados dele e você é seu único que pode aguentar essa barra, porque é pago ‐ em um tom irônico.
— Sidle ‐ chama atenção pela forma que respondeu sua anterior pergunta.
— Você está com minha ficha deve saber que recentemente tive um acidente de trabalho ‐ respirou fundo ao lembrar do terrível dia em que Natalie Davis fez aquela atrocidade toda.

*Flashback*

— Sara! ‐ disse a voz por de trás dela.
— Você. ‐ se surpreendeu com a menina mas nem deu tempo de se defender, algo entrou em seu corpo fazendo cair sobre o chão.
Algumas horas depois se viu dentro de um porta malas, suas forças ainda não tinham voltado por completo mas era o suficiente para sair dali, ela lembra apenas de cair do carro ao abrir a trava de segurança e ser trazida para o mesmo minutos mais tarde.
— Porque está fazendo isso? ‐ tentou tirar a atenção dela. — me responde Natalie! ‐ em um ato desesperado vôo em cima dela fazendo com que o carro saísse um pouco do caminho.

*Flashback off*

Ela foi novamente tirada de seus pensamentos pelo velho doutor, parecia que seu coração parava e voltava toda vez que falavam daquele assunto.
— Sidle se não se abrir comigo com quem irá se abrir? ‐ o doutor cutucou ela.
— Olha ‐ então encarou a parede a sua esquerda — se me ouvir te fará parar de me encarar assim ok.
— Não quero que fale para que eu pare de te cutucar mas sim porque se sente a vontade.
— Então isso nunca vai acontecer.
— Porque é tão arredia?
— Não sei, é a mesma coisa que perguntar para você porque é tão intrometido.
— Não desconverse srta Sidle.
— Olha eu tô aqui por que fui obrigada, não porque quero então por favor pode colocar ok nessa ficha e me deixe ir.
Ele apenas deixou para lá, insistir parecia burrice tanto da parte do Dr. como dela.
— Te vejo na próxima sessão.
— Graças a Deus última sessão. - respondeu ironicamente.
— Sidle - a chamou.
— O que? ‐ virou -se para ele.
— Se cuida.
Ela apenas saiu de lá sem deixar nenhuma resposta, parecia que Grissom estava dando a sentença de morte, falar com psicológo não só por conta do seu acidente mas também de seu passado pois não era primeira vez e também não seria a última.

* Flashback On *
— Ah Gil por que isso, sabe do meu trauma de falar com pessoas assim. - disse enquanto ia até ele.
— Honey sabe que isso é coisa do laboratório, sabe que não sou eu e sim o Ecklie.
— Sempre ele pra estragar tudo ou deixa pior o que já não está bom. ‐ fez uma carreta.
— Serão só 10 sessões.
— 10? - surpresa com o número.
— Vai passar que nem vai perceber.
— Assim espero Gil ‐ olhou para os lados e não viu nenhum movimento, então em um ato rápido e sem pressa depositou um beijo nos lábios de Grissom que apesar de surpreso não recuou mas não deixou se alongar demais, pois apesar de todos saberem deles ainda era o local de serviços teriam que ser profissionais.
— Prometa que vai tentar pelo menos? - disse após terminar o beijo ficando ainda perto demais dela.
— Vou tentar mas não prometo nada.
— Já é alguma coisa.
— Te vejo mais tarde? - saindo de seu lado e indo em direção a porta.
— Sim - sorriu ao ve-la sorrir e ultrapassar a porta.

*Flashback off*

— "Droga Grissom" - praguejou ele pois tinha feito ela prometer que tentaria e já fazia 9 sessões que só vinha olhava para doutor durante 3 horas e saia, então decidiu voltar para sala onde estava o velho.
— Sidle? ‐ arqueou as sobrancelhas.
— Você ainda quer me ouvir?
— Sim. - deu espaço para ela.
Então após alguns minutos a coragem com que tinha entrado ali estava se esvaziando, tinha que dizer mas não sabia como ou por onde começar só sabia que precisava tentar como prometeu ao seu namorado.
— comece pelo começo ok, Quando estiver pronta. - sorriu para a jovem perita.
Sim ele parecia ter lido sua mente, ela estava ali procurando palavras que nunca saiam da garganta.
— Ok. - então respirou fundo, tentou puxar o ar e junto a ele a coragem. — meu supervisor não é tão ruim como te falei ele até tenta se aproximar da gente conversar sobre esses assuntos ‐ lembrou vagamente das vezes que viu Grissom tentar construir uma relação mais de família com seus subordinados — Mas ele não leva jeito então por isso manda para você dizendo que é melhor um profissional da mente escutar e aconselhar, sabe da primeira vez que vim para um escritório como esse foi por que tive problemas com o superior dele, me disse que era instável e que não era bom me manter perto de armas pois poderia causar estragos - permitiu rir ao lembrar do episódio em questão — e hoje estou aqui porque a 2 semanas sofri um atentado, tentaram tirar minha vida me colocando de baixo de um carro no deserto com calor enorme para morrer, se não fosse meus amigos estaria hoje debaixo da terra.
— Porque acha que a tal pessoa te levou como refém?
— Bom, eu e meu supervisor temos uma relação.
— Que tipo de relação?
— Amorosa. ‐ percebeu então um certo espanto do doutor — Então a moça em questão achava que Gil havia matado o tutor dela e disposta a tirar tudo que ele tinha no momento me levou até a morte, sorte minha foi que a equipe se empenhou em me trazer sã e salva.
— entendo. - anotava tudo com detalhes desde como ela falava até mesmo as palavras chaves.
— Doutor, eu sei que é protocolo mandar para o psicólogo mas eu estou bem, estou apenas assustada, mas nada que a compreensão do meu chefe e ajuda emocional dos meus colegas de trabalho não resolvam.
— Sim Sara até pode ser que seja só por conta do ocorrido mas saiba que apesar de pensar que eu estou aqui só porque sou pago não é bem assim estou aqui porque quero te ajudar.
— Eu sei, e agradeço até peço desculpas pelas outras vezes que fui rude e irônica com o Senhor.
— Não tem problema Sara.
— Eu não sou assim, mas ultimamente tenho me estranhado tenho ficado estressada com frequência.- colocou a mão sobre o rosto.
— Isso é normal mas vai passar ok?. - olhando o relógio a cima dele. — bom nossa sessão acabou por hoje mas te espero semana que vem para última.
—Doutor se não for pedir muito gostaria de ter algumas mais eu pago do meu bolso já que não aproveitei as 10 que me pediram eu gostaria de aproveitar agora.
— Estarei a disposição, combinamos da próxima vez que vir.
— Ok.
Então se despediu do doutor e foi em direção ao estacionamento, desde que fora levada não entrava em um assim tinha seus traumas e achava não estar pronta para enfrenta-los até naquele momento.

— Sara - a voz suave e conhecida fez seu coração se enche de alegria.
— Gil, o que faz aqui?
— estava passando e resolvi saber se queria uma carona para casa?
— Quero sim.
— Ótimo. - destrancou a porta do carro
— Aproveito e te conto como foi tudo com o Dr.
O sorriso dela de satisfação era notável, assim que ligou o carro pois a ouvir sua amada contar os detalhes da então sessão de número 9.
— Gil antes de tudo queria te confessar algo.
— o que Honey?
— bom eu não fiz as sessões corretamente.
— disso eu já sabia Até porque eu sou seu supervisor ainda, o doutor tem que me contar se houve ou não porque tenho que esta pronto para responder Ecklie quando perguntar.
— Ah ‐ encarou os carros a frente — Mas hoje eu fiz lembrei da promessa que fiz a você e ela me deu coragem que faltava das outras vezes, até propôs a ele que me desse mais uns dias sei que são 10 que recomendam então pagarei pelas exatas.
— Ok se você realmente se sente bem com isso estarei aqui pra te apoiar e segurar sua mão quando ficar difícil. - sorriu ao ver pelo retrovisor a cara de ânimo que Sara tinha.
— Obrigada isso é importante pra mim Gil.
— Aliás não só eu mas a equipe toda estará com você nesse momento.
— Grata a eles também, pois são a família que nunca tive e que me fez muita falta. - sorriu ao lembrar o quão sortuda era por ter amigos tão bons como Nick, Greg ,Warrick, Catherine, Brass, Al e Super David.
— Você nunca estará sozinha Honey, eu sempre estarei com você. - pegou em suas mãos enquanto estavam parados no sinal e a fez olhar para ele — Te amo.
— Também te amo Gil. - então selaram aquele momento com um beijo de amor, companheirismo, apoio e total parceria da qual tanto dividiam. <!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_200907_001013_039.sdoc-->