Ainda me lembro do dia em que fui pedida em casamento. Era uma tarde normal e estávamos lanchando em meu apartamento. Percebi que ele estava um pouco nervoso, mas resolvi não dizer nada. Enquanto comíamos vi o suor escorrendo de sua testa e a famosa carranca se formar em seu rosto...

“Ichigo kun? Algum problema?” perguntei preocupada.

“O que? Nada não...”

“Tem certeza?”

“Sim...” vi-o se remexer pela milionésima vez, sentado no chão. “Na verdade...”

“Que foi? Está doente?” indaguei, encostando minha testa na dele que o deixou um pouco vermelho. Ele então pegou minhas mãos, olhando direto para mim.

“Orihime... Eu... Tenho uma coisa para lhe perguntar...”

“Pois pergunte, meu amor...” ele se afastou um pouco e tirou uma caixinha do bolso da sua calça. Constrangido, colocou a mão direita atrás da nuca, como sempre fazia quando estava nervoso.

“Sabe... Eu estive pensando... Estamos juntos há um ano e... Bom...” o vi suspirar profundamente antes de continuar. “Você aceita se casar comigo?” Perguntou de uma só vez com o rosto totalmente corado. Derrubei o lanche que eu estava segurando e meus olhos se encheram de lágrimas.

“Ichigo... Você...”

“Então... O que me diz? Aceita?” Como eu poderia dizer não para o grande amor da minha vida?

“Seu bobo... Ainda me pergunta? Ainda mais com esse jeito todo fofo? É claro que eu aceito!” respondi jogando meus braços ao redor do seu pescoço.

“Ahhh de novo me chamando de fofo... Você nunca se cansa disso né?”

“É claro que não! Meu fofucho!” respondi assim só para provocá-lo.

“Orihime! Para com isso!” falou se desvencilhando dos meus braços. Pegou minha mão delicadamente e colocou uma aliança dourada toda trabalhada com um pequeno brilhante no meu dedo anelar.

“Que lindo! Amei!” minhas mãos tremiam, mas consegui falar mesmo com a voz embargada pela emoção.

“Que bom que gostou... Era da minha mãe... Eu te amo, Hime e tenho certeza de que seremos muito felizes...”

“Sim, vamos ser... E eu também te amo... Mais do que tudo nessa vida, meu herói...” e abraçados nos beijamos apaixonados...

Ainda me recordo de cada detalhe desta tarde. Muitos o chamavam na nossa adolescência de delinquente e mal-humorado, no entanto eu sempre soube que aquele garoto de cabelos laranja era, na verdade, um menino sensível e gentil... Meu Kurosaki kun, aquele que, hoje em dia é meu marido e pai do meu amado filho Kazui.