A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 36
Capítulo 36: Rebeliões em Azkaban e no Largo Grimmauld.


Notas iniciais do capítulo

- Olá, mais um capítulo para vocês!

— Quero agradecer Lexie Marques por favoritar e Brebre por estar acompanhando essa história. Muito Obrigado!!

— Comentem!



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— Não se preocupe. – disse o guarda brincando com sua própria varinha para Harry. – Ele não vai conseguir fugir. A Azkaban está fortificada com vários feitiços para evitar fuga. Ninguém consegue sair daqui ao não ser pela porta que entrou como sujeito livre.

Harry que estava andando de um lado para o outro e atento a qualquer movimento dentro da sala de visitação virou para o guarda.

— Os feitiços não são tão eficazes se aconteceu uma fuga no ano passado. – rebateu Harry.

— E outras quatros. – completou Rony. – Falando nisso, como aconteceu a fuga?

O bruxo bocejou preguiçosamente.

— Eu não trabalhava aqui ainda, só sei que aconteceu uma rebelião e vários aurores ficaram feridos. – relatou o bruxo guarda. – E com os aurores feridos não tinha ninguém para impedir os prisioneiros de fugirem.

Harry não se atentou ao que o bruxo falava. Ele já havia ouvido o relato da fuga no primeiro dia como chefe.

O auror guarda soltou risada antes de prosseguir.

— Achei engraçado que um monte de bruxos desarmados e fracos conseguiram imobilizar vários aurores treinados e armados. – o auror guarda checou o seu relógio de bolso.

— Como eles imobilizaram os aurores? – perguntou Rony se interessando pelo o que o auror tem a dizer.

— Com varinhas. – respondeu o auror. – O Gray disse que um prisioneiro roubou a varinha dele e com a varinha esse prisioneiro imobilizou outros aurores e abriu a celas. O tempo deles acabou.

Harry assentiu.

Harry nega pensando e refletindo todas as hipóteses e não chegando a lugar nenhum. Ainda não faz sentindo.

Azkaban é um lugar que Harry mais odeia. Ir por escolha própria lá, foi unicamente por achar um tanto desrespeitoso que um grupo de velhos bruxos da Suprema corte tenha tirado toda autoridade dele com uma pena.

“Deixe-a visitar o marido, Potter. Você não vai querer enfrentar bruxos velhos e raivosos da Suprema Corte quando eles descobrirem que você não acatou os desejos deles. Digo isso, por experiência própria.”

Harry ficou tentado a negar a visitação, só para ver o que os bruxos da Suprema Corte poderia fazer contra ele. Mas refletiu e achou melhor aceitar, não querendo adicionar reuniões com a Suprema corte a sua agenda lotada.

Visitar Azkaban o fez se recordar de Sirius. Ele pensou no padrinho preso naquele lugar inocentemente por doze anos pelo Ministério não se dar ao trabalho de investigar profundamente, de não ter dado a chance a Sirius de se defender, não ter encontrado inconsistência no caso de Sirius.

As palavras do auror ficaram cravadas na mente dele. A partir disso, ele está investigando cada detalhe pequeno da fuga para ver se encontra algo além do que lhe disseram.

— Entre. – permite Harry colocando o seu cigarro no cinzeiro e agarrando um pergaminho.

Rony adentra fechando a porta.

— Os curandeiros do St. Mungus da senhora Malfoy disseram que ela teve um sangramento que poderia ter gerado um aborto, por isso, ela ficará em observação e permanecerá em repouso até o dia do nascimento. – informa ele.

— Ela devia ter me ouvido quando disse que era arriscado ir lá. – fala Harry sem tirar os olhos do pergaminho em sua mão.

— O que disseram sobre o dementador?

— Disseram que alguns dementadores acabam indo para lá já que conhecem o lugar. – Harry estende o pergaminho para Rony. – Olhe isso.

Rony se senta na cadeira acenando com a mão afastando a fumaça antes de pegá-lo.

— O que eu tenho que ver aqui? – ergue ele olhar interrogativamente.

— O nome do depoente.

— Gray. – lê Rony.

— O auror guarda citou ele naquele dia. – recorda Harry. – Gray em seu depoimento disse que estava levando um bruxo para uma visita quando foi empurrado nas escadas por esse prisioneiro. Ele acordou sem a varinha e já estava acontecendo a rebelião.

Rony fica em silêncio.

— Se ele tivesse sido jogado nas escadas o outro auror teria visto o Gray cair pela escada e ficaria em alerta. – explica Harry. – Eu era a vigilância de Astória e estávamos lá no momento que Malfoy agrediu o guarda.

— Talvez o outro auror tenha sido atingindo pela varinha de surpresa. – supõe Rony interrompendo Harry. – Se Malfoy tivesse pegado a varinha, ele poderia ter te enfeitiçado. Nisso, ele poderia sair tranquilamente se eu não estivesse lá. 

—  Sim, foi isso o que eu pensei. – afirma Harry. – Então, eu li o depoimento do auror que estava como acompanhante da visita.

Harry entrega um outro pergaminho para Rony.

— Leia o nome do depoente.

— Savage.

— Savage está morto agora. – revela Harry já entregando mais um pergaminho para Rony. – Então, continuei a ler. Li o depoimento do auror que estava de guarda no primeiro andar.

Harry indica o pergaminho com um aceno para Rony.

— Proudfoot. – lê ele o nome.

— Proudfoot está morto agora. – revela Harry. – Os dois estavam trabalhando naquele dia e foram encontrados mortos após a fuga. E sabe também o que mais eles têm em comum?

Rony espera em silêncio em expectativa.

— Ambos foram tidas como vítimas do assassino da marca negra.

Rony não reagiu da mesma forma que Harry quando ligou as duas coisas. Ao contrário de Harry que quase derrubou tudo o que tinha em sua mesa ao se levantar depressa, Rony só ficou olhando para ele.

— Então, você está querendo dizer que os alvos do assassino da marca negra são aurores que trabalhavam em Azkaban? – questiona Rony incerto. – Mas já não tínhamos deduzido isso? Por isso, todos acham que é algum fugitivo de Azkaban. Por causa da marca negra.

Sim, foi a primeira dedução que fizeram. Todas as vítimas foram aurores que estavam relacionados a prisão dos comensais da morte. Proudfoot, Savage como guardas de Azkaban. Dawlish e Gladstone que eram responsáveis pelas prisões.

Mas Harry entrou numa linha de questionamentos ao se aprofundar na fuga de Azkaban.

 Azkaban se tornou muito mais rigorosa com a vigilância e segurança depois de várias fugas. Os presos ficam em celas individuais que são reforçadas com diversos feitiços, um deles é de reconhecimento do prisioneiro, assim não há como alguém trocar de lugar com o prisioneiro. Também, as celas tem um isolamento para magia, os bruxos podem fazer magia, porém não tem uma força suficiente para estourar paredes ou romper portas. As portas de ferro das celas só são abertas por uma senha que é trocada a cada dia.

Os prisioneiros não tem contato entre si, suas rotinas são organizadas e solitárias. Os prisioneiros fazem suas refeições e higiene pessoal tudo dentro de sua própria cela, afim de evitar algum planejamento de fuga. Só é permitido a saída dos prisioneiros de suas celas em ocasiões de visitação ou de liberdade, duas coisas difíceis de se conseguir.

No entanto, não foi sobre o reforço de segurança falha que Harry fez duvidar. Foi quando ligou o assassino da marca negra a fuga. Se o assassino da marca negra é um fugitivo de Azkaban que quer vingança dos aurores, por que a morte dos aurores não aconteceu no dia da fuga? Já que os aurores estavam em desvantagem por terem perdidos suas varinhas. Também, não haveria como apontar o culpado pelo assassinato.

A rebelião que aconteceu naquele dia era um cenário perfeito para matar os aurores.

— Talvez o assassino quer por medo nos outros aurores. – supõe Rony após Harry dizer sua dúvida. – Sabe, se ele tivesse matado em Azkaban os aurores, seria por consequência da rebelião e não ficaria exposto que é uma vingança.

— Eu só sei...

— Espere! – Corta Rony. – Esse auror não morreu? Gray.

— O quê? – Harry agarra um dos pergaminhos. Ele não se recorda de ter ouvido sobre esse bruxo estar morto.

Calvin Gray?

— Foi depois das festas de final de ano que foi anunciado a morte dele. – recorda Rony. -  Morreu ele e o Savage na mesma época, os dois foram ditos como possíveis vítimas do assassino da marca negra.

— O que você está fazendo? – pergunta Rony quando ele começa a mexer freneticamente nos outros pergaminhos em sua mesa.

Harry encontra não só as fichas dos aurores, mas também encontra as anotações que encontrou em seu escritório no primeiro dia como chefe.

Por que Debbie não anotou o nome de Gray? Se tanto ele como Savage foram colocadas como vítimas do assassino da marca negra?

— Accio arquivo do auror Calvin Gray. – convoca Harry esperando o arquivo flutuar até ele.

Harry passe o olho rapidamente sobre informações de contratação de Calvin Gray. Calvin ainda era novo na carreira de auror, foi direcionado para Azkaban a pedido próprio. Após a fuga, Calvin pediu demissão do cargo de auror e se mudou para o sul da Inglaterra.

Em nota final, Harry lê que Gray foi assassinado por um bruxo aleatório num bar que cometeu suicídio logo depois.

Igual ao Gladstone.

— Gray morreu da mesma forma que Gladstone. – comunica ele. 

Os olhos de Harry vai de um nome para o outro e um novo questionamento surge.

— Por que não ocorreu mais mortes de aurores desde da última morte? – ele se volta para Rony que muda sua feição para uma reflexiva. – Por que só esses? Há milhares de aurores que ainda estão vivos?

— Uma boa pergunta. – responde Rony.

Se o motivo é vingança. O que o assassino da marca negra está se vingando?

Para saber o motivo ele teria que saber quem é o assassino da marca ou descobrir o que foi feito que levou a necessidade de vingança, e isso só poderia ser descoberto falando com os aurores mortos.

 Harry joga os arquivos na mesa frustrado vendo que suas perguntas só levam para mais perguntas. Ele coça os olhos e ao tirar a mão se atenta ao uma pergaminho dobrado que está no chão. Ele se agacha para pegar e vê que é a carta de A.

Com o Malfoy assumindo que não havia matado Gladstone a carta de A foi totalmente descartada e esquecida por ele.

Ele deve voltar a investigar sobre a quem pertence essa carta.

Ainda há muito do que descobrir.

 

 

 

Então, Harry vê. Diversos dementadores deslizando acima de Sirius. O frio penetra a pele de Harry.

Ele leva a mão ao bolso a procura da varinha e só encontra o vazio.

— Não... não... – ofega Harry.

A névoa começa a cegar ele. Os dementadores devem ter notado sua presença. Talvez ele consiga fazer a magia sem varinha. Só precisa pensar numa coisa feliz.

 Ele fecha os olhos. Pensa em seus amigos, pensa em Gina, pensa em seu filho rindo....

O corpo todo de Harry paralisa. Ele não consegue se mexer e nem falar, somente abrir os olhos para se deparar com o dementador planando acima de si. O dementador ergue as mãos e abaixa o capuz para trás.

Não!

Não há uma pele sarnenta e cinza, esticada por cima das órbitas vazias. A pele é pálida e esquelética e os olhos são vermelhos idênticos a uma serpente.

 - Harry Potter...- sussurra a voz fria.

— Não!!!

Harry pula em sua cadeira arfando, trêmulo, encharcado de suor frio e com os óculos tortos. Foi um pesadelo, só um pesadelo.

Recuperando a respiração, ele ainda meio desorientado se atenda ao que estava dormindo em cima, pergaminhos e fotos. O relógio do escritório aponta para as três horas da manhã.

Ele se espreguiça na cadeira sentindo suas costas protestarem pela posição.

Após sua “reunião” com Rony, Harry resolveu voltar para casa. Ele retornou a reler diversas vezes os depoimentos à procura de mais alguma coisa que deixou passar e recorda-se de ter fechados os olhos só por uns segundos que se tornou horas.

Após ouvir cada estralo de seus ossos, Harry ouve algo cair no chão de madeira produzindo um pequeno barulho que ecoa pela casa toda. O som é seguido por um rolamento na madeira e parece se aproximar de onde ele está.

Harry espera o barulho parar e se levanta da cadeira para ir checar e vê que foi uma maçã que pousou na entrada da porta aberta do seu escritório. Bocejando, ele vai até a fruta. Ele está ciente que Monstro pode ter deixado cair a fruta, já que ultimamente tem pego Monstro na cozinha durante a madrugada.

Harry sente uma câimbra na perna quando inicia o movimento de agachamento para pegar a fruta, um arrepio passa atrás de seu pescoço como alerta de perigo quando pela sua visão periférica vê de relance algo prateado vindo em sua direção. Instintivamente, ele levanta o braço para se proteger e sente algo rasgar a pele de seu antebraço.

O assassino da marca negra veio finalmente atrás dele?! Ele é o próximo?!

Prontamente e como reflexo, Harry se levanta e se joga contra seu atacante o empurrando contra a parede com força e prendendo as mãos. O seu agressor produz um silvo agudo de dor e ele reconhece.

— Parkinson? – identifica Harry confuso.

Há um pequeno estralo e dez facas estão levitadas e apontadas diretamente para Harry, em prontidão para serem lançadas. A pequena figura de Monstro treme, mas pelo seu olhar decidido ele não hesitaria em atacar.

— Mestre? – Monstro abaixa a mão desorientado.

— Está tudo bem, Monstro. – suspira Pansy ainda sendo pressionada por Harry contra parede. – Ele está bem.

— O quê? – Harry entreolha entre os dois. – Como assim, ele está bem?

— Dá para você me soltar, Potter. – Pansy se remexe fazendo- o soltar seus pulsos.

Monstro estrala novamente os dedos levando consigo as facas.

— O que foi isso? – Harry aponta perplexo para a faca na mão de Pansy.

— Você gritou, Potter. – Pansy coloca a mão no peito soltando uma profunda respiração. – Como se alguém tivesse te matando.

— Sim. – diz Harry alto. – Eu quase fui morto quando você quase deu uma facada em mim.

Pansy se atenta para o corte no antebraço dele.

— Eu pensei que alguém tinha invadido a casa e te atacado. – Ela explica parecendo se recuperar do susto. – Eu teria usado a varinha, mas alguém chamado Potter tirou de mim.

— Então, você veio me salvar? – sugere Harry incerto. – E chamou o Monstro para ajudar?

 Harry apostaria com toda firmeza que os dois nunca se voluntaria para tentar salvar a vida dele. Principalmente, quando há um risco de vida para eles próprios.

 - Não se vanglorie por isso, Potter. – Pansy passa a mão pela cabelo com desinteresse. – Se algo acontecer com você enquanto estou hospedada na sua casa, eu vou ser mandada para Azkaban no minuto seguinte. Ou pior, talvez o Ministério aprove a pena do beijo do dementador novamente só para mim.

Mesmo com as palavras dela, Harry está desacreditado que ela tentou vir atrás dele mesmo que tinha a possibilidade de fugir com a ajuda de Monstro. Enfim, ele deveria parar de tentar prever as ações dela.

— É melhor limpar isso. – indica ela o braço dele. – Vai sujar o carpete com sangue.

Harry coloca a mão sobre o ferimento e estranha ela indo em direção a sala de jantar em vez de subir as escadas para ir ao quarto.  Ele a segue para encontrar Monstro em pé em uma cadeira em frente à mesa lendo um livro e manipulando com magia potes e então nota que tanto Monstro e Parkinson estão vestindo um avental.

—O que vocês estão fazendo? – pergunta ele recebendo a atenção de Monstro.

Harry verifica a mesa novamente que está cheia de potes de ingredientes como farinha, ovos e leite.

— Estão cozinhando? – estranha ele.

Monstro abaixa o livro pronto para se explicar.

— Monstro ouviu a senhorita mexendo nas coisas da cozinha. – conta ele. – Então, Monstro foi ajudar ela, já que Monstro tem levado a semana toda comida para ela no meio da noite.

Harry ignora o fato que Monstro chamou Parkinson de senhorita, ele sabe que Monstro assimila Pansy com a antiga amante, mãe de Sirius.

— Como assim você não tem a essência de Ditamno ou poção limpa-ferida, Potter?! – Harry ouve Pansy dizer incrédula na dispensa onde geralmente ele guarda as poções. – Por Merlin, Potter! Você é um bruxo! E ainda auror!

Ela saí da dispensa segurando frascos vazios de poção.

— Eu até podia preparar, mas aqui também não tem os ingredientes necessários.

Harry não se recorda de ter abastecido a dispensa de poções. Geralmente, Monstro o informa sobre o que falta para casa.

Sentindo as gotas de sangue pingar no chão, ele procura um pano para conter o sangramento.

— Aqui. – estende Pansy um pano para ele.

— Obrigado. – Harry pressiona o pano no corte. – Está faltando comida? – pergunta ele indicando com a cabeça para o avental. - Por isso, vocês estão cozinhando?

— A senhorita está sofrendo os efeitos de gerar um bruxo em seu ventre. – responde Monstro com a atenção voltada para o livro.

— Efeitos? – franze a sobrancelha para Parkinson.

Pansy vacilante passa a mão atrás da orelha arrumando o cabelo.

— Desejos, Potter. – responde ela se afastando. – Vai me dizer que não sabe o que é isso?!

Neste instante, Harry entende a situação toda para Pansy se submeter a odiada ação de cozinhar no meio da noite, o que ele sabe que ela odeia fazer ainda mais sem varinha.

O desejo na gravidez é uma das coisas que ele havia raramente presenciado durante o tempo de gravidez de Gina, sendo ela uma atleta não se submetia a comer alimentos não saudáveis ou estranhos, sua dieta era rígida tanto por causa da sua saúde de atleta tanto para a saúde do bebê. Às vezes, Harry sente pena de Tiago quando ele é proibido por Gina de chegar perto de qualquer doce que Rony e Jorge tentam dar para ele.

—O que estão cozinhando? – pergunta Harry.

— Monstro e senhorita, juntos, fizemos o scone e pastel da Cornualha. – Monstro entra na sala de jantar novamente levitando uma bandeja com massa em formato de meia lua. O que Harry acha ser o pastel da cornualha.

— O que você está fazendo? – pergunta Harry ao ver Parkinson jogar gotas de chocolate em cima de um pastel da cornualha.

O pastel da Cornualha, é um pastel assado típico de mineradores, recheado com uma saborosa mistura de carne, batata, nabo e cebola. Ele não acha que misturar carne e batatas com chocolate seja realmente gostoso.

Harry curva os lábios em nojo para a mistura anormal dela ainda mais quando ela adiciona ao prato um scone, um típico pão doce inglês servidos com geleia, cream cheese.

— Isso é nojento.

— Potter, fique quieto. – ordena ela jogando mais gotas de chocolate. – Eu não estou oferecendo para você comer.

Subir e voltar a dormir parece ser a escolha mais certa, já que Harry tem que ir trabalhar em poucas horas e Parkinson parece mais azeda que o normal. Mas ele não quer voltar para seus pesadelos, ao Lorde das trevas e Sirius outra vez. Mesmo que Parkinson e Monstro não sejam as companhias que ele escolheria de primeira, é mais preferível do que passar mais horas de seu dia vendo a marca negra, estudando sobre Azkaban e procurando bruxos das trevas.

Ele precisa de um descanso. Além disso, a casa é dele.

— Monstro, me faz um café.

Pansy que estava passando o dedo em uma das vasilhas paralisa com o dedo nos lábios olhando para ele irônica.

— Potter, eu não quero comer vendo o seu braço pingar sangue. – diz ela apontando para o braço de Harry. – Vá, enfaixar isso.

— É só não olhar para o meu braço, Parkinson.

Harry puxa uma cadeira da mesa se assentando ainda segurando o pano.  

Pansy bufa e tira seu avental. Pela primeira vez, Harry enxerga a evidência de uma gravidez. O pijama justo azul celeste dela contorna perfeitamente a pequena curvatura de sua barriga. Um arredondamento que pode ser confundido com ganho de peso se a curva da barriga não estivesse firme e perfeita.

— Me dê sua varinha. – ordena ela.

— Está no meu escritório. – Harry acena com a cabeça duvidoso.

Ela saí da cozinha e retorna com a varinha dele.

— Tire o pano.

Harry retira o pano de seu braço hesitante.

— O que você vai fazer? – pergunta ele vendo ela fechar os olhos.

— Você quer continuar com o braço sangrando? – rebate ela apontando a varinha para o antebraço dele. – Foi o que eu pensei.

Harry fita seu antebraço temoroso esperando perder os ossos, sofrer uma hemorragia ou queimadura.

— Estanque Sangria. – pronuncia ela.

O corte imediatamente para de sangrar.

— Ferula.

Bandagens brancas rodeiam seu antebraço.

— Ficou bom. – Harry analisando seu braço. Feitiços curativos nunca foi uma especialidade dele, somente os defensivos e para ataque.

— É claro que ficou bom. – solta ela presunçosa.

Harry volta a olhar na direção dela para encontrá-la apontando a varinha diretamente para o rosto dele.

— Sou mais ameaçadora com uma varinha ou com uma faca, Potter? – há um sorriso zombeteiro em seus lábios. – O que você acha, Potter? Devo te petrificar por ter lançado um feitiço silenciador em mim? Ou deveria fazer suas pernas ficarem bambas? Ou melhor, lançar a maldição da fome insaciável por restos? Você sabe que sou ótima nesse feitiço.

 - Pare de graça, Parkinson. – Harry erguendo a mão pedindo a varinha. – Devolve minha varinha.

Ela semicerra os olhos.

— Está com medo, Potter?

— De você? – Harry nega com a cabeça. – Nunca.

— Deveria começar. – ela movimenta a varinha num início de um feitiço fazendo Harry dar um pulo da cadeira.

Pansy dá uma risada por ele ter sido enganado. Um barulho alegre e espontâneo, não algo como ironia e deboche. Harry já havia ouvido essa risada e já até tinha esquecido o som dela.

— Eu não tenho medo, disse ele. – imita ela a forma de Harry falar teatralmente. – Potter, o mentiroso.

— Me dá a varinha, Parkinson.

Harry vai com a mão para agarrar a varinha, porém, Pansy afasta a varinha quando ele está preste a agarrá-la.

— Parkinson. – Avisa Harry. – Eu não vou pedir de novo. Me dá a varinha.

— Pensei que você não iria pedir de novo. – Pansy afasta novamente a varinha da mão dele.

Harry não faz nenhum movimento por uns segundos para poder segurar o pulso dela inesperadamente. Quando o faz, percebe uma marca vermelha em seu pulso.

Ele passa a ponta do dedo na marca perfeita de cinco dedos ao redor pulso dela.

— Eu fiz isso? – pergunta ele.

Ele não tinha consciência que tinha apertado com tanta força.

— Sim, eu podia te denunciar por ter me lançado contra a parede. – Pansy puxa o pulso dos dedos dele. – Eu tenho marcas para provar a violência. 

O sorriso se desfaz no rosto dela quando ela olha para Harry. Ele está assustado, não da forma como estava quando acordou do pesadelo. Ele se encontra num estado de repulsa, medo, temor de incredulidade de si mesmo.

— Potter, eu estava brincando. – confessa ela.

Harry estende a mão hesitante para segurar o pulso dela levemente e passar a varinha sobre o pulso fazendo a marca vermelha sumir.

— Me desculpe. – Ele murmura baixo.

O silêncio constrangedor decaí sobre eles que é quebrado pela entrada de Monstro.

— Estamos quites. – fala Pansy desconfortável trazendo o seu braço para si. - Eu vou voltar a dormir.

Harry assenti balançando a cabeça.

— E Potter, por favor, não fique gritando feito um louco novamente. – Ela agarra sua estranha comida. - Porque se você realmente precisar de ajuda, eu não vou levantar da cama para te salvar.

Harry finge um engasgo de choque teatralmente, igual ao que ela faz.

— A Pansy Parkinson acabou de afirmar que tentou salvar a vida de Harry Potter.

— Ah, cale a boca, Potter! – ela reclama caminhando para fora do cômodo.

— Chame o profeta!

— Eu juro por Merlin que vou te esfaquear de verdade, Potter. – ameaça ela com os olhos brilhando em divertimento antes de sair. – E você sabe que eu faria isso.

Sim, eu sei.

— Obrigado, Monstro. – agradece Harry quando Monstro serve o café. – Pode ir dormir.

Harry se afunda na cadeira. Ele não toca no seu café ou em qualquer coisa na mesa, pois está sentindo seu estômago se revirar. Ele está enojado e envergonhado de si mesmo. 

Ela está grávida e Harry não a reconheceu nem por um segundo antes de lançar ela contra a parede com força. É claro que sua reação foi coincidente com o ataque dela com a faca, mas mesmo assim isso o deixa mal.

Sua mente sempre estado em alerta para um ataque nem por um momento receou usar a violência como primeiro método de defesa. Ele nunca havia feito algo parecido.

Talvez Gina tenha razão.


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