A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 21
Capítulo 21: O desaparecimento.


Notas iniciais do capítulo

- Mais um capítulo para vocês!

— Agradeço NagixKarm por favoritar essa história! Fiquei muito feliz!!

— Comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794912/chapter/21

A menina com vestimentas de Hogwarts aponta a varinha para o céu acinzentado e com a outra mão segura um livro em seu peito, o garoto ao seu lado também vestido com as vestimentas de Hogwarts e segurando um livro imita sua pose de combate. Ambos, valentes guerreiros nunca saíram ou sairão dessa pose e sempre estarão a batalhar algo que já chegou ao fim. O monumento no pátio de entrada de Hogwarts e Harry tem muito incomum, ambos representam um símbolo de revolução, guerra, dor, conquista e homenagem aos alunos que perderam suas vidas dentro dos grandes muros de Hogwarts. A única diferença entre o monumento e Harry é que ele é humano e não uma estátua, ele tem uma vida para formar uma nova imagem ou destruir a que já tem, pode fugir para outro país e deixar sua varinha e viver uma vida que ninguém olhasse para ele com admiração ou melancolia.

No entanto, não é algo que ele queria fazer agora, por mais que ás vezes ele sinta que é a única coisa que precisa, ele ainda tem a sensação que há muito o que fazer, uma batalha para lutar, pessoas para proteger, um símbolo para ser e um dever para responder. Foi com essa sensação que o fez se tornar um auror e é com essa sensação que ele se orienta na maioria das vezes.

— Senhor Potter. – chama uma voz tímida atrás dele.

Harry se vira para ver uma garota e um garoto com mais ou menos 11 ou 12 anos vestidos com as clássicas roupas pretas com detalhes vermelhos da Grifinória.

— Você poderia nos dar um autógrafo. – pede o garoto estendendo um pergaminho. 

Harry dá um sorriso assentindo.

— Obrigada, senhor Potter! – agradece a menina com as bochechas vermelhas.

— De nada, agora voltem para aula. – Harry soa paternal.

Enquanto observa os dois alunos andaram animados cochichando entre si, um sentimento nostálgico passa por ele, um dia era ele andando por esses corredores animado com o mundo da magia e no outro andando entre a fileira de mortos se sentindo culpado.

Harry se volta para contemplar novamente o monumento “Alunos heróis de Hogwarts” que embora fosse um ato bonito e significativo para aqueles que morreram, para ele o monumento não chegava a realmente a fazer justiça a vidas que foram perdidas, nem consegue tirar o peso da culpa de seus ombros, nem as lembranças e sofrimento, também não traz paz e conforto. Ele não entende porque persiste olhar para o monumento, já que não traz o efeito desejado.

Vir à Hogwarts é uma terapia que ele faz a si mesmo desde do fim da guerra, pois olhar Hogwarts o ajuda a compreender de onde veio, para onde deve ir, o que fazer e porque fez tudo. Uma vez que, após a guerra a missão de matar o Voldemort havia chegado ao fim definidamente Harry acabou ficando perdido, visto que havia morrido e voltado a vida com uma lista de nomes de pessoas mortas em suas costas, pessoas conhecidas e pessoas que ele tinha um apreço, pessoas que deveriam estar vivas.

O barulho de vozes nos corredores o avisa que seu momento reflexão terapêutica havia chegado ao fim. As vozes de alunos, suas risadas, seus feitiços, suas brincadeiras despreocupadas são o que realmente faz ele acreditar que fez e continua a fazer o certo, a tranquilidade que agora os alunos passeiam por esses corredores sem se preocuparem se amanhã haverá um bruxo das trevas querendo invadir a escola ou exterminar suas famílias é o verdadeiro monumento para ele.

 A razão foi ele, Harry Potter, que um dia morreu para permitir que seu filho, Tiago, e outras crianças ande tranquilamente nesses corredores com suas vassoura, livros e varinhas sem a ameaça constante que há um bruxo perseguindo-os. Tiago durante sua estadia em Hogwarts só irá se preocupar com suas matérias escolares e obviamente o quadribol, ele irá crescer feliz usando sua varinha, se depender de Harry, somente para feitiços amigáveis e defensíveis nunca para ferir ou matar algum bruxo das trevas, algo que nunca esteve na lista de escolhas de Harry.

 Harry lutou por isso e continuará lutando para manter.

— Eu sabia que você estaria aqui. – a voz de Rony ressoa atrás dele.

Harry se vira em sua direção.  Não é comum ver Rony vestido com o uniforme completo de auror, apesar de ser um código de vestimenta, Rony não se sente confortável sair andando com a capa e só se permite a usar o distintivo como identificação. O que ele não fez hoje, a sua capa avermelhada e seus cabelos ruivos se destacam no clima acinzentado pré – chuva.

— Não é meio cedo para o almoço? – brinca Harry ao ver um saco pardo na mão do amigo.

— Você acha mesmo que eu perderia a oportunidade de comer novamente a comida de Hogwarts. – Rony fala se aproximando dele balançando o saco pardo. - Tortinhas de abóbora de Hogwarts são as melhores.

Harry não tem como ser opor, a comida de Hogwarts é uma das melhores comidas que já comeu e se ele não estivesse sem fome já teria passado na cozinha para conseguir algumas tortinhas para si também.

— Mas não foi só por isso que eu vim aqui, tenho duas notícias uma ruim e outra boa. Por qual você quer que eu comece?

Harry franze a testa.

— Comece pela boa. – escolhe Harry incerto.

Harry sabe que a ruim será um problema para ele resolver, por esse motivo, quer poupar sua mente começando com a notícia boa para que a sua mente tenha mais concentração atrás de uma solução da notícia ruim.

— Gui me respondeu, ele disse que os bancos que aceitam fortunas de estrangeiros sem fiscalização ou taxas é o banco da Suíça. – conta Rony levantando a mão quando Harry abre a boca para falar. – Essa nem é a melhor parte, Gui disse que havia ouvido após a guerra um rumor que o dinheiro que foi usado para pagar a multa para os trouxas e para a reconstrução de Hogwarts, entre outras coisas, era o dinheiro apreendido dos apoiadores e ex- comensais da morte e não seria a primeira vez que o Ministério tinha feito isso, dado que, fizeram isso no fim da primeira guerra. Então...

— Faria sentindo a família Black guardar alguns bens em um banco estrangeiro, assim, o Ministério não poderia tocar.  – Completa Harry. – Logo, outras famílias de sangue puro devem ter feito isso, logo, Malfoy poderia saber do dinheiro dos Black já que a família dele deve ter feito isso.

Rony concorda com a cabeça na mesma linha de raciocínio de Harry.

— E Hermione pesquisou sobre a política de lei de sucessão que esse banco segue. Pela lei que eles seguem, uma lei antiga dos sangue puros, o próximo herdeiro seria o próximo homem que compartilha o sangue da família. – declara Rony. – Ou seja, Malfoy.

Harry já estava sentindo o calor do entusiasmo em seu estômago quando se recorda da notícia ruim.

— A notícia ruim? –pergunta ele.

Rony encolhe os ombros olhando para o chão.

— Malfoy desapareceu. – revela Rony.

— O que?!

— Os dois aurores que vigiava a mansão Malfoy não encontraram ele e nem a Greengrass quando foram entregar a intimação para interrogatório. – continua Rony. – Então, eu pedi que Hermione nos ajudasse a entrar na mansão já que ela tinha a elfa doméstica trabalhando para o Malfoy, só que a elfa havia sido dispensada e não sabe onde eles estão.

— Você está me dizendo que o Malfoy fugiu? – Harry questiona um pouco desacreditado e exasperado. - Como isso aconteceu?! A mansão estava sendo vigiada o tempo todo desde que ele voltou?!

— Os aurores que estavam vigiando não se lembram do que aconteceu e acham que foram enfeitiçados. – explica Rony um pouco aborrecido.

Harry leva a mão ao nariz apertando - o para não gritar.

— Se Malfoy realmente fugiu ele se auto declarou culpado do assassinato e suicídio do St. Mungus. – fala seriamente Harry cerrando os punhos. – Entre em contato com o senhor e senhora Malfoy e também com a família Greengrass.

Se o Malfoy fugiu, ele soube que estava sendo enquadrado como suspeito e só havia uma pessoa que sabia disso e podia ter contado para ele, Pansy Parkinson. Se ele já não estivesse mais com raiva de Parkinson, o que não é o caso, isso mudou rapidamente ao pensar que entregou facilmente o jogo para ela e que não estava errado em supor que ela e Malfoy estavam escondendo algo e que Pansy está o encobrindo novamente.

Rony deve ter entendido que a conversa havia terminado pela a maneira que Harry se voltou para o monumento em silêncio com os lábios curvados em linha reta e a testa franzida. Ele já havia visto essa feição no rosto do amigo, a raiva e determinação misturado em um só semblante, mas há algo diferente dessa vez, a forma como seus olhos verdes fixaram em algum ponto específico do monumento demonstram algo entre frustração e decepção. Há algo a mais que Rony não consegue ver, seria a raiva de possivelmente ter perdido a oportunidade de colocar Malfoy em uma cela de Azkaban, no entanto, Rony reconheceria isso já que em relação ao Malfoy, ele e Harry compartilha o mesmo sentimento. Optando por ir fazer o que Harry o pediu, Rony parte em retira deixando o amigo sozinho.

Harry pelo canto do olho acompanha Rony caminhando para longe dele antes de voltar o olhar para o monumento. Fechando os olhos e soltando uma respiração profunda ele sente seu corpo tenso e ansioso protestar, duas coisas combinadas que gera raiva em nele, a raiva que faz com que ele perca a paciência rapidamente para qualquer um.

A parte burocrática de ser chefe está exigindo muito esforço mental de Harry que acaba o deixando cansado demais para pensar e estudar com mais cuidado os assassinatos, o que como consequência a sua falta de tempo o faz querer qualquer tipo de resultado ou resolução o mais rapidamente, o exemplo disso, foi como quando surgiu a suspeita de Malfoy como o culpado do ocorrido no St. Mungus, isso fez ele querer provas o suficientes e apressadamente para poder colocar Malfoy em Azkaban e riscar de sua lista o caso de Gladstone e Nott.  Entretanto, isso só gerou ações precipitadas que ocasionou a discussão desnecessária e estúpida com a Parkinson e no fim ele não conseguiu o que precisava e perdeu o seu banco de informações.

Harry se sente um completo burro e um incompetente, por não ter pensando com cuidado a estratégia que usaria com a Parkinson e por não ter visto que toda fuga dela em citar o nome dele não era rancor, mas uma forma de evitar reflorescer o sentimento de paixão que ela ainda sente por ele. A forma que ela defendeu Malfoy rapidamente e o jeito que ela desviou o assunto e admitido orgulhosamente ter ajudado ele na missão do Lorde das trevas e que faria tudo de novo levou Harry a pensar somente nisso.

Harry trava a mandíbula ao pensar que talvez foi uma peça do jogo de ciúmes de Parkinson para o Malfoy, essa seria a resposta mais lógica para ela passar de odiar Harry para ir para cama com Harry.

— Os dois se merecem! - Rosna Harry para si mesmo.

Se Parkinson pensa que irá sair livre das consequências das suas ações, igualmente em Hogwarts, ela está muito enganada. Se ela está protegendo e encobrindo ele por algo, igualmente ela pagará junto com ele. Malfoy pode ter tido a feliz sorte de conseguir escapar das punições sobre suas ações, o que não irá se repetir se depender de Harry. O mesmo serve para Parkinson.

Harry até sente o quanto ameaçador ele parece ser agora, mas quanto a isso, ele não se importa. Ele quer parecer ameaçador, tanto para Malfoy e Parkinson ou qualquer bruxo, seja das trevas ou não, que pretenda destruir o que ele lutou para conseguir.  

 

 

Apartamento de Parkinson.

— Parkinson! – chama Harry batendo na porta.

Harry seria muito ingênuo se esperasse que ela abrisse na primeira chamada, depois da discussão que tiveram.

Após sua conversa com Rony, ele foi atrás de Parkinson na Comissão de poções só que o informaram que ela não havia ido trabalhar. Harry que não queria e não tinha tempo a perder, no fim de seu expediente rumou até o apartamento dela.

— Vamos, Parkinson. – Bate novamente mais forte. – Não irei embora até você abrir.

Sem resposta.

— Parkinson, pela lei você é obrigada abrir para um oficial do Ministério. – Harry escolhe as palavras com cuidado ao se lembrar que está num prédio trouxa.

Ainda sem retorno.

— Merda. – bufa Harry após perder paciência tirando sua varinha do coldre com cuidado. – Alohomorra.

Por incrível que pareça a porta se destranca facilmente. E Harry adentra com cuidado por esperar alguma maldição sendo lançada contra si na escuridão do apartamento que está completamente silencioso.

Harry lança Lumos e analisa o apartamento que está igual da última vez que ele esteve ali, sem luxuria e simples, bem diferente da mansão que ela é herdeira. As paredes claras e móveis simples é um grande contraste com a grande e luxuosa mansão, as revistas jogadas em cima da mesa de centro e xícaras sujas que em comparação a ótima aparência alinhada que Parkinson apresenta dá a impressão que o apartamento pertencesse a qualquer outra pessoal, menos a ela.

Pensando por um lado, Harry não sabe que tipo de apartamento seria o estilo dela, ele nem sabe mais se realmente aquela Parkinson que ele começou a conhecer é real ou só uma personagem que ela criou para manipulá-lo.

— Parkinson! – chama Harry mexendo nas revista em cima da mesa de centro.

Sem retorno.

Aproveitando que ela aparenta não estar em casa, Harry começa andar calmamente pelo apartamento o analisando a procura de algo incomum que pudesse ser útil para investigação em relação ao Malfoy. Ele se desloca para a sala de jantar, que é ao lado da sala de estar, rodeia a mesa de jantar e examina o pergaminho que está em cima dela, um pergaminho com uma receita de uma poção para mudança de cabelos escrita com letra de Parkinson, e uma carta não terminada que só contém o nome dela. Na pequena cozinha nada além de xícaras e colheres sujas na pia e um bolo de chocolate meio comido.

 Com os dedos raspando a parede do corredor Harry dirige-se até o quarto que estivera uma vez. Discrepante com o resto do apartamento, o quarto dela é uma tentativa de recriação do antigo quarto de infância da mansão, as paredes são pintadas com uma cor verde jade de seu antigo quarto e somente na parede onde a cama está encostada há um quadro de flores rosa claro que agora ele sabe que se trata da flor Pansy, a flor favorita de sua mãe, o que ela havia contato para ele num dos momentos de bebida deles.

Harry para abruptamente na porta do quarto ao se deparar com a cena pela luz da varinha, o lugar está uma bagunça, como alguém tivesse remexido, as portas do guarda roupa estão todas abertas com algumas roupas reviradas, a cama está desarrumada com o cobertor e lençóis no lado reverso e o quadro de flores Pansy está torto. Harry bate a mão no interruptor para clarear melhor o quarto e ao colocar o pé ouve estralo de vidro, olhando para baixo, sob seus pés há cacos de vidros espalhados do chão da porta até a penteadeira que se encontra com o espelho quebrado e com os acessórios derrubados na madeira rosa da penteadeira, porém, não é a bagunça que o faz puxar o seu distintivo do bolso, mas as gotas que aparenta ser sangue em alguns cacos de vidro.

Com a bile subindo em sua garganta, Harry aperta o distintivo enquanto caminha pelo quarto com cuidado e pegando o porta retrato caído no chão, a foto emoldurada parece tirar sarro de Harry, a Pansy da foto vestida com uma blusa branca de bolinhas vermelhas oscila no movimento entre uma Pansy sorridente fazendo careta e uma Pansy sensual olhando por cima do ombro, todas diretamente olhando para câmera, ou melhor, para Harry.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- O que vocês acham que aconteceu?

— Vocês acham que o Malfoy é culpado?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A maldição da Sucessão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.