Blame escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
Capítulo Único




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“Ela é tão bonita que eu não consigo parar de olhá-la”.

Neji pensara nisso a primeira vez, logo após uma sessão de treinamento, quando eles estavam descansando em um dos muitos jardins, da mansão Hyuuga.

— Hã, porque me olha assim? Neji-nii-san! – Hinata murmurara e olhara para baixo enquanto empurrava uma mecha de seu cabelo negro azulado para trás da orelha.

— Gomensai... – Ele desculpou-se sentindo-se culpado por sua falha “imperdoável”. – Não quis ser indelicado. – Ele complementou, apenas para dissipar o próprio constrangimento.

Hinata por sua vez não conseguira dizer nada, perante a intensidade de seu olhar.

— Vamos recomeçar, Neji-nii-san. – A jovem pediu colocando-se em pé, e ajeitando-se na posição de luta de seu clã.

Neji a observou alguns instantes, e levantou-se achando que era o momento de encerrar as atividades por aquele dia.

— Hinata-sama, eu acho que... – Mas, para sua surpresa ela movera o punho com agilidade na sua direção, e Neji desviara para a esquerda em uma fração de tempo muito pequena, mas que ainda havia dado tempo de Hinata conseguir acertá-lo com seu chakra de vento, e com isso fazê-lo desequilibrar-se momentaneamente.

Assustada com isso, Hinata correra na direção de Neji.

— Oh, céus, perdoe-me, Neji-nii-sama, eu não queria... – Ela disse curvando os lábios de um modo tão bonito e o inebriando com seu cheiro suave.

— Hinata-sama, é um treinamento ninja... Essas coisas acontecem. – Ele disse dando uma risada baixa, lamentando sua prima ser tão gentil e delicada, apesar de eles viverem em um mundo cruel e sanguinário.

Sua fala fizera com que ela se retesasse um pouco, e de novo vagasse seus olhos perolados em direção ao chão.

— Mesmo assim, eu não queria machucá-lo. – Ela disse de novo fazendo aquele contorno sensual com os lábios, ao mesmo tempo que sua voz se tornava ainda mais suave e melodiosa, quase como um canto sereno.

“Céus, o que está havendo comigo?” – Neji ralha mentalmente consigo enquanto afasta um passo para trás, ao mesmo tempo que Hinata inocentemente segura ainda mais forte suas mãos.

—  Você não vai me machucar, Hinata-sama, não se preocupe. – Ele disse com a voz errante, absolutamente desconcertado pelo olhar dela cravado em sua tez.

— Quem seria eu para machucá-lo? – Ela disse deixando-se levar pela sua insegurança. E, aquilo deixou Neji levemente irritado consigo mesmo, porque sem querer ele falara algo que soou arrogante, para sua doce menina.

Então, sem pensar duas vezes, ele puxara a delicada mão de sua prima, que corou furiosamente, com aquele inesperado contato. Mas, ao mesmo tempo, ela não se afastou.

Ficara ali a espera, do que ele poderia estar pensando em fazer.

E, para sua surpresa, ele puxara sua mão para seu peito, fazendo o rosto da primogênita de Hiashi aquecer-se ainda mais.

— Eu não me importo de me machucar por você, Hinata-sama. – Ele disse com certa cautela, para não a assustar.

Hinata deu um passo para trás, com os joelhos frouxos, e o encarou de boquiaberta, aparentemente sem acreditar no que ele estava dizendo.

Neji, sabia que não podia culpa-la.

O errada naquela história era ele, por estar se deixando levar por sentimentos proibidos.

Hinata era sua prima, e estava muito além do que ele poderia alcançar. Sendo uma pessoa racional, ele deveria aceitar isso, de uma vez, ao invés de ficar se iludindo com algo que não era para ter.

Mas, para sua surpresa, Hinata volta a se aproximar, e ele mais uma vez ficava se embevecido, pelo charme angelical que somente ela tinha.

— Neji-nii-san. – Ela murmurou bem baixinho.

— Hinata-sama, não precisa... – Ele ficou envergonhado, por estar criando uma situação constrangedora para a garota com quem ele vinha sonhando, quer estivesse dormindo ou acordado.

Mas, Hinata levara seus dedos trêmulos, até seus lábios... E, ele fechara os olhos por reflexo, deliciando-se com aquele contato.

Sentir sua pele levemente castigada, pelos treinamentos, mas ainda com aquela formosura e delicadeza, que somente as mãos dela poderiam ter.

— Arigatou, por tudo Neji-nii-san. – Ela disse enfim, depois de fazê-lo criar mil e uma expectativas.

Mesmo assim, novamente, a culpa era dele, em ficar intencionando coisas que não poderia ter.

Patético assim. Por isso, fez força para manter o  sorriso em seus lábios, apesar da decepção.

— Sempre estarei aqui por você, Hinata-sama. – Ele disse demonstrando com essas palavras toda sua lealdade e também algo mais, que ficara nítido em seu olhar.

Mesmo que essa não fosse a sua intenção.

Tem coisas que são mais fortes do que qualquer autocontrole.

 — Porque me olha assim? – Então veio a pergunta mais inesperada de todas.

Acompanhada por um olhar suave, e levemente curiosos.

E, o mais impressionante é que Hinata praticamente não gaguejava.

Pensando bem, sempre que ela estava perto dele, ela quase não gaguejava.

Isso significaria alguma coisa? Certamente, não. Mas, ele gostava de pensar que sim. E, de novo a culpa o castigava, por ter um pensamento tão egoísta com relação a sua prima.

— Neji? – Enfim aquele sufixo que tanto o deixava ainda amis desconfortável com seus sentimentos, fora deixado de lado.

E, ele simplesmente adorara, o modo como seu nome era acariciado por sua língua, antes de ser falado por ela.

Seus olhar ela límpido e inocente, e ele preferia se perder no mais absoluto silencio. Mas, vontade e realidade são duas coisas distintas, e ele sabia que sua doce Hinata esperava por uma resposta:

— Desculpe, mas eu não entendo sua pergunta, Hinata. – Ele tentou ser esquivo, mas ela encurtou a distância entre eles, fitando-o nos olhos, de um jeito que fez seu coração quase sair pela boca.

— Será que o jeito que você me olhar, é o mesmo com que eu te olho? – Ela o pegou totalmente desprevenido com aquela pergunta.

E, seu atordoamento ainda foi maior, quando sem aviso ela ficou na ponta do pé, e levou seus lábios a sua bochecha, depositando ali um singelo beijinho estalado.

Então, com um sorriso sutil nos lábios, ela se afastou, mas não sem antes lhe dirigir um sorriso cheio de significados.

Enquanto Neji, ficara ali parado sem entender absolutamente nada.

Mas, de novo aqueles olhar caiu sobre ele, trazendo-lhe um pouco mais de esperança, junto a um sentimento profundo de culpa.

— Hinata-sama, eu te amo. – No entanto ele amava sua doce princesa, e sempre o faria.

Ele concluíra levando a mão a seu peito, e se permitindo sorrir e acreditar que aquele amor era possível, nem que fosse em sonhos.


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