Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 2
Elã




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Bateu à porta da sede do novo jornal de Iris e entrou sem esperar por resposta. Gostava de passar ali e ficar um pouco com a mulher, afinal nenhum deles dispunha de tempo de qualidade para se dedicarem um ao outro. Não de verdade, ao menos. Havia o Flash e seu trabalho como perito e o trabalho de Iris, que dobrara após o Central City Citizen, pois muitas funções agora dependiam dela, não somente as reportagens.

Então, havia Nora, a qual demandava toda a atenção de um bebê do alto de seus cinco meses, e eles queriam aproveitar tudo dela, conhecendo o que conheciam. Estavam decididos a não deixar que nada fosse capaz de levá-los ao fatídico apagamento da existência de sua filha. Uma só vez fora dolorosa e traumatizante o suficiente para uma vida inteira.  

— Ei, Lucy!

Cumprimentou a assistente que Iris contratara recentemente. A garota de incríveis e muito armados cabelos cacheados parecia ter saído da escola há poucos meses e era completamente fissurada em cultura nerd em geral. Sabia que, além de auxiliar sua mulher, era responsável pela parte de mídias e publicidade do jornal. Era tudo que Iris podia pagar no momento, mas Lucy era esforçada o suficiente para compensar a falta de experiência e, no fim, as duas partes saíam ganhando. 

— Como vai, Sr. Allen? 

— Bem! Iris está muito ocupada hoje?

Parou à mesa dela lançando um olhar à sua mulher, que lhe sorrira rapidamente, mas logo revirara os olhos para o teto passando a andar de um lado a outro, claramente mais concentrada na discussão ao telefone. 

— Sim, Srta. Fortress, eu sei que o seu patrão não quer dar uma declaração sobre a suspeita de roubo dos diamantes, mas tente entender que uma entrevista pode tornar a imagem dele um pouco mais… Leve. - Percebeu que Iris tivera de escolher muito bem a palavra que usaria para se referir ao homem que queria entrevistar. Constantemente, era função dela lidar com pessoas intragáveis por natureza. 

— Ela está tentando conseguir uma entrevista com Harold Irving há semanas. - Explicou Lucy tirando os olhos verdes rapidamente do celular, onde seus dedos passeavam de forma frenética. - E ele será julgado no próximo dia 21, então o tempo está acabando. Iris acha que pode conseguir uma exclusiva, mas todos os jornais de Central City estão tentando, então… 

A garota não precisou terminar e Barry voltou os olhos a Iris, que desligava o celular após concordar em seguir uma série de restrições feitas pelo homem e em aguardar o retorno da secretaria nos próximos dias para confirmar se ele estava, realmente, disposto a falar sobre o assunto. Com um urro irritado, a observou bater o celular com força contra a mesa e suspirar, fechando os olhos rapidamente antes de voltar a abri-los para encará-los. 

            - Ei, baby. Teve um tempo de folga? 

            Como em um estalo, o tom dela já não era o insistente e teimoso com que falava com a tal Srta. Fortress, mas um mais suave e, por isso, aproximou-se calmamente. 

— Sim, a delegacia estava calma e não recebi nenhum outro alarme. - Inclinou-se para beijá-la calmamente, enquanto Iris o abraçava pela cintura, aspirando seu cheiro. 

— Argh, meu dia está uma loucura, nem parece quarta-feira. - Ela afastou-se. - Quer ir tomar café? 

— Claro. 

— Estamos cobrindo um furo relacionado à fraude em planos de saúde, mas parece que a coisa é mais funda do que pensávamos. - Ela pegou a bolsa, o casaco e o celular, rapidamente checando se havia algo ali. – E envolve políticos e figurões ricos de Washington.

— Talvez lidar com políticos e gente rica corrupta pudesse quebrar um pouco minha rotina. - Ela sorriu em concordância, mas a notou estacar franzindo o cenho assim que começaram a se encaminhar à saída. 

— Barry, você não lembrou de pegar Nora na casa do papai na hora do almoço? - Então, sentiu a sala desacelerar, como se estivesse correndo, mas era apenas seu cérebro repassando todo seu dia, desde o combinado com Cecile naquela manhã até a hora do almoço, onde esteve distraído relendo novidades científicas relacionadas à perícia. Aspirou, levando uma das mãos à testa. Realmente esquecera que deveria pegar Nora para levá-la à sua casa, onde a babá ficaria com ela, pois no período da tarde tanto Cecile quanto Joe iriam trabalhar. Encarou o semblante de Iris mudar completamente em apenas alguns segundos ao perceber sua falha. - Você realmente esqueceu. Barry! 

— Desculpe, eu me distraí na delegacia. Não vi Joe o dia todo, ele sequer foi ao laboratório. Se houvesse visto… 

— Oh meu Deus, não posso nem contar com você nos últimos tempos! - Ela soltou a bolsa, obviamente desistindo de ir ao Café. - Meu pai, provavelmente, não foi ao laboratório para te poupar, porque Cecile ligou oito vezes e depois mandou uma mensagem avisando que teria de levar Nora para o trabalho porque não tinha o número da nossa babá. 

— Eu sei, Iris, eu sei. - Controlou-se para não levantar muito a voz, afinal ainda era um prédio comercial e ainda não queria continuar discutindo com sua esposa em um local público. - Vacilei, vou buscar Nora agora mesmo na promotoria e vou ficar com ela o resto da tarde. 

— Essa não é a questão, você vem vacilando há um bom tempo. - Fechou os olhos, cansado, ao ouvi-la declarar.

— É nisso que quer chegar? Mesmo? - Iris cruzou os braços, encarando-o firmemente e, pelo canto dos olhos, percebeu que Lucy levantava-se muito silenciosamente e saía pela porta. 

— Barry, como posso me concentrar para fazer o meu trabalho quando não sei se posso confiar no que combinamos? Eu disse a você que minha manhã estaria cheia… 

— Tenho certeza de que Cecile, provavelmente, não está encarando a situação como você. Ela sabe muito bem que temos vidas complicadas. - Passou as mãos pelos cabelos, tentando não se concentrar em seu tom ríspido. 

— E, além disso, sabe que somos responsáveis por Nora. Nós dois, não qualquer outra pessoa que esteja disposta a ajudar um pouquinho! - E, não pela primeira vez na semana, estava tão irritado que conseguiria passar vários dias sem vê-la com bastante facilidade. - Cecile e meu pai ajudam. Caitlin, Cisco e Ralph ajudam, mas nós somos os pais dela e você acabou de esquecê-la…

— Porque sabia que estava bem! - Dispensou com uma das mãos.

— E nem venha me dizer que é a primeira vez que algo do tipo acontece. - Iris levantou um dedo, completamente ofegante pela raiva, os olhos brilhantes por lágrimas, que sabia serem de frustração - Porque todas as outras vezes estávamos apenas sendo compreensivos com você. Porquê após tudo aquilo você… Não é você. Eu nem o reconheço mais, Barry! 

— Bem, então talvez devêssemos dar um tempo! 

Aquilo pegou a ambos de surpresa, embora não pudesse negar que a possibilidade passara por sua mente em algumas das vezes que chegavam àquele ponto. No entanto, devia encarar que esse era o constante atual estado deles, uma vez que, aparentemente, não estavam conseguindo fazê-los funcionar como um casal após o nascimento de Nora.

Respirou fundo e deu as costas a ela, seguindo em direção à janela. Fechou os olhos por um instante enquanto tentava clarear a mente e o silêncio parecia zumbir pela sala. Mesmo Iris não conseguira encontrar palavras por muitos momentos. Tantos, na verdade, que chegara a duvidar que houvesse realmente dito algo do tipo. 

— Está vendo? É isso que quero dizer quando digo que não o reconheço mais. - O tom rouco e decepcionado dela dilacerava cada célula de seu corpo. - Você não me deixa ajudá-lo.  

— Você não pode me ajudar.

Retrucou quase inconformado. Aparentemente, todos pensavam que estavam lidando com seu lado mais mimado, mas a Força de Aceleração e todas aquelas lembranças pareciam esmagá-lo cada dia mais, apesar da aparentemente paz externa. 

— Eu sou sua esposa…

— Isso não faz diferença alguma. - Murmurou quase que para si mesmo, passando as mãos pelo rosto como se assim pudesse clarear a mente, vendo, por tabela, o reflexo da pesada aliança contra o vidro da janela. Seu coração pesou e voltou-se à mulher que, agora, tinha os olhos negros mais brilhantes e ainda mais marejados, segurando-se para não chorar na frente dele. - Está em minha mente, Iris. Em tudo que vi. Todos esses futuros alternativos e terras infinitas e… Mortes e destruição. Eu não queria ter visto tanto. 

Ela parecia atordoada. Continuara a manter o contato visual por mais alguns instantes e, então, os desviou pigarreando para tentar ganhar tempo e retomar ao controle de suas emoções. A conhecia muito bem para saber que despencar no meio de uma situação como aquela seria como a morte para ela. 

— Bem, então… - Iris respirou fundo, tentando encontrar as palavras. 

— Eu vou buscar Nora. - Percorreu os olhos por toda ela, gravando o conjunto bonito de calça e terno na cor verde esmeralda, além dos cabelos em cachos espessos e iluminados, que se espalhavam por suas costas. Com o cenho franzido, sentiu o coração na boca e encaminhou-se à saída, pois não era capaz de continuar a encará-la. - Nos falamos mais tarde. 

Ouviu algo de vidro se quebrando do lado de dentro assim que fechara a porta atrás de si, mas forçou-se a não voltar. Voltar significaria alimentar aquele círculo vicioso, onde fingiam que tudo estava bem, que era apenas uma fase e que todas as brigas eram uma exceção. Exceto que não eram mais. Estavam sempre discutindo por alguma razão desde que conseguiram superar a Crise, desde que Nora chegara, desde que a mente de Barry começara a ser atormentada por imagens pouco familiares. Bastou que fechasse os olhos, então, para que um novo lapso em forma de imagem o atingisse em cheio.

— Barry, precisamos da ajuda de Oliver. – Respirou fundo ao ouvir a sugestão, ciente de que ela estava certa, como era de costume e conhecimento geral, mas, ao mesmo tempo, recusando-se a ceder. – Sei que não estão em bons termos nos últimos tempos, mas têm de admitir que ajuda extra faria bem nesse caso.

— Ajuda extra. – Concordou, desligando o chuveiro e pegando uma toalha. – Não Oliver. Podemos chamar Kara, ela vai adorar ver as crianças.

— Oliver e Felicity também. – A ouviu rebater no mesmo instante, sentada em uma das poltronas do closet enquanto passava o creme para o corpo com aquele perfume que adorava e inundava todo o ambiente. Exatamente como naquele instante. Não pôde evitar forçar um sorriso a ela pela sugestão e passou a procurar suas próprias roupas. – Ele pode ser complicado e mesquinho, eu sei...

— Poucas pessoas sabem tão bem quanto eu. – Resmungou colocando uma calça de moletom escura.

— Mas um de vocês dois terá que ceder. – A voz dela tornou-se mais suave e o perfume mais próximo até que sentiu os braços dela rodeando-o, as mãos juntas contra seu abdômen e os lábios em sua omoplata pouco antes de sentir a respiração contra seu pescoço. – Oliver está te deixando tão distraído que sequer percebeu minha lingerie nova.

As unhas arranharam aquele ponto logo abaixo de seu umbigo, provocando-o, enquanto sorria pelo murmúrio voltando-se à mulher para beijá-la, percorrendo com as mãos a linha conhecida da cintura coberta pela camisola negra, que não cobria exatamente muita coisa. 

—  Está enganada. – Desceu os lábios ao pescoço dela. – O problema com Oliver me distrai para muitas coisas, mas você não é uma delas.

Grunhiu irritado, pois, como em um sonho, era desconfortável acordar e não conseguir lembrar os detalhes que gostaria. Além disso, não aguentava mais lidar com a culpa que o assolava por “sonhar” ou se “lembrar” de momentos com uma mulher que sabia não ser Iris, enquanto estava com ela. Perguntou-se quanto disso interferira em sua abrupta decisão de pedir por um tempo, mas essa era uma questão que não queria encarar naquele momento. Por fim, seguiu para buscar Nora, como deveria ter feito desde o início. 

*

— Como vai, Pinguim? 

Nora agitou-se e sorriu assim que o viu adentrar a sala de Cecile, onde ela se encontrava no momento. Supôs que não fosse exatamente normal que houvesse um bebê no tapete, mas a Promotora estava sentada à mesa concentradíssima em seus processos enquanto a pequena se mostrava mais concentrada nos biscoitos espalhados à sua frente. 

— Olá, Barry.  - Cumprimentou Cecile em um tom incisivo, no que ele respirou fundo preparando-se para o embate. - Havíamos combinado que buscasse Nora durante o almoço.

— Sinto muito por todo o incômodo, Cecile. - Pegou Nora, ainda agitada por atenção e encarou a mulher novamente, que o olhava de maneira contrariada. 

— Não me importo em ficar com Nora, é claro que não, mas… - Ela suspirou, deixando a caneta de lado e entrelaçando as mãos sobre a mesa. - Tenho compromissos que envolvem outras pessoas o tempo todo. Quer dizer, que não apenas… Nosso time. 

— Sim, eu sei. Eu apenas… - Juntou todas as coisas de Nora apressadamente, pensando no que mais poderia dizer que não envolvesse sua própria irresponsabilidade ou a briga com Iris. - Não se preocupe, não vai acontecer novamente, eu prometo. 

— Você está bem? - Ela franziu o cenho, encarando seus movimentos apressados e incertos, no que Barry apenas pigarreou para garantir que sim. - Barry, olhe para mim. 

Imediatamente fez o que a mulher mandou, percebendo que até mesmo Nora chupando os próprios dedos pequeninos em seus braços passou a fita-la com atenção devido ao tom firme. Cecile o analisou de cima abaixo, fazendo uso do olhar estreito que costumeiramente usava com as pessoas acusadas no banco dos réus. Assim, suspirou cansadamente e molhou os lábios, perguntando-se se realmente gostaria de adentrar qualquer assunto que o levasse a problemas naquele instante.

— Devo preparar Joe para algo? - A Promotora insistiu, lentamente. 

— Não. - Ela não respondeu. - Talvez, mas… Mas não agora. 

— O que está havendo?

Nora gorgolejou em seu colo, quebrando um pouco da tensão no ambiente. Nos últimos tempos, todos os lugares que frequentava pareciam não trazer nada além disso. Sentia como se cada um tivesse um motivo para exigir algo que não podia dar no momento, embora não soubesse o quê ou por quê. 

— Há muito acontecendo ao mesmo tempo. - Conseguiu dizer coçando a cabeça. - Acho que não devo falar sobre isso agora. 

Terminou em um tom de desculpas. Não estaria sendo honesto com Iris, se contasse à família deles o que havia acontecido. Como casais normais, deveriam tentar resolver suas pendências entre si, pois adicionar mais pessoas à essa equação sempre trazia problemas. E podia apostar muito dinheiro que teriam pessoas tentando se intrometer a todo custo, se soubessem a bagunça que estavam - especialmente pois isso também levava a um Barry mais próximo do caos mental do que nunca. 

— Okay, tente… Tente retomar essa atenção, okay? 

Dessa forma, despediu-se ainda sob o olhar desconfiado de Cecile e saiu pelo Tribunal com Nora em um dos braços e sua mochila amarela na outra. Cumprimentou alguns policiais e desceu pelas escadas ainda pensando o que fariam, já que tinha a tarde livre e não queria, realmente não queria, ir para casa e simplesmente esperar Iris e tudo que viria com ela.

Por isso, seguiu para o parque mais próximo e lá se sentou na grama conversando com Nora sobre tudo que estava em volta. Ela adorava parques e qualquer lugar onde pudesse ver gente, outras crianças e animais, mas, principalmente, onde houvesse um balanço. Nora forçou outra tentativa de palavra e ele sorriu para os olhos verdes, que o encaravam de volta em expectativa.  

— Você será uma bela falante. - Ela tentou novamente, rindo. - Que tal balanço até se cansar e dormir como um anjo essa noite, hum? 

A viu se agitar, como se houvesse entendido sua sugestão e, então, a levou até o brinquedo, sentando-a na cadeira especial para bebês e empurrando contidamente, o que foi suficiente para fazer a alegria da menina, que ria descontroladamente. Ela nunca sentira medo de balanços, o que não parecia normal para Barry. Eram rápidos e deveriam ser longe demais do chão, do ponto de vista de um bebê.

No entanto, Nora os amara desde o início, o que fizera Joe providenciar um no quintal dos fundos de sua casa, já que Barry e Iris moravam num apartamento. Desde então, ir à casa do avô sempre a deixava feliz, pois ela sabia que estavam indo ao lugar onde havia o balanço. Era fácil ler Nora, mesmo tão nova.  

Quando a pequena bebê apresentou sinais de cansaço, alguns minutos depois, a tirou do balanço para alimentá-la. Enquanto com uma colher colocava a pera amassada na boca dela, analisava todos os traços do rosto pequeno e redondo. Sempre que a olhava, não podia deixar-se de inundar pela certeza de que era tão perfeita, desde à boca pequena, aos olhos verdes brilhantes e expressivos demais, bem como o nariz empinado exatamente como o de Iris, em sua pele morena, ainda que não chegasse ao tom da mãe. Tudo parecia ter sido desenhado para que os conjugasse do melhor jeito, ainda que, sinceramente falando, não visse muito de si naquelas feições, como todos diziam. Ela gorgolejou novamente, pedindo por mais pera e Barry percebeu que havia se distraído.

— Oh meu deus, vamos comprar um estoque de peras para você! - Nora animou-se. - Sim, nós realmente vamos. 

Percebeu que o sol já começava a se abaixar e o parque não demoraria a ficar escuro, já que havia muitas árvores entorno. Olhou no relógio, constatando que, àquela hora, Iris provavelmente estava se preparando para ir para casa e logo teriam de enfrentar-se novamente. Balançou a cabeça, condenando-se por sequer pensar no termo “enfrentar”, afinal ela era sua esposa, não sua inimiga. 

— Acho que não sairemos ilesos da sua mamãe essa noite, Pinguim. 

Contou a ela de forma resignada, considerando os desdobramentos do que viria após ter dito o que não deveria. Tinha certeza de que Iris havia revirado aquilo em sua mente por todo o resto da tarde, assim como ele. Porque diria algo do tipo, se sabia que era só uma fase? Porque diria, se tinha certeza de que a amava, assim como fizera desde sempre?

Revirou os olhos para as próprias questões, pois Iris iria querer um motivo e Barry não tinha nada concreto para dizer, exceto que… Freou seu pensamento nesse instante porque não gostava da direção em que estava indo. Não gostava de muitos aspectos do que estava se tornando nos últimos tempos, apesar de Nora suavizar todo o peso que sentia esmagá-lo, desde que nasceu. 

Suspirou e olhou o relógio novamente, lembrando-se subitamente que Caitlin estaria em sua palestra nesse instante. Precisava de algo do tipo, onde pudesse colocar seus esforços e se concentrar de verdade. Um estudo novo de que gostava, como fazia antes de ser o Flash; um novo hobbie que lhe chamasse a atenção e não fosse estúpido; um projeto no S.T.A.R. Labs com Cisco, talvez. Não tinha nenhuma ideia, mas talvez precisasse de um novo objetivo e, por isso, passara toda a hora do almoço focado em novidades que pudessem tirá-lo de sua zona de desmotivação. Assim, subitamente encarou a bebê e levantou-se, juntando os pertences jogados sobre a manta. 

— Ei, Nora, que tal uma viagem com o papai?


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