Sim! Sejanus era puro. Seu coração não era corrompido pela glória e o poder que lhe eram oferecidos dia após dia. Seu coração feria-se dia após dia. Não conseguia comer pensando nos últimos acontecimentos, nas mortes injustas e banais, nos maltratados, nas pessoas nos Distritos lutando para não morrerem de fome. Já era conhecido por seus colegas e professores como o rebelde e filho mimado incompreendido. Não se importava com isso, se importava em manter sua sanidade mental em ordem.

Então tudo se desfez em fogo e cimento.

Explosão. Seu corpo foi arremessado no chão quando estava a poucos metros de Marcus, estavam na arena e era quase sua última chance de auferir ele como amigo.

Ah, ele teria pensado na bomba? Talvez. Mas jamais teria a implantado, sabia que os riscos de haver mais feridos, pela guerra eterna que lutavam, eram grandes.

Estilhaços haviam o ferido externamente, e Marcus o encarava ao longe, tentando, talvez, certificar-se de que ele estava bem.

Sejanus esticou seu pescoço e percebeu uma passagem. Liberdade! Olhou diretamente para seu antigo amigo do Distrito 2 e berrou:

― Corra! Vá! Vá! Vá!

Marcus ergueu as mãos no ar em despedida a ele, correu. Correu tanto que não conseguia nem respirar. Sejanus esperava apenas que suas pernas fossem rápidas o suficiente ou blindadas, já que tiros começaram a ser lançados.

Os dois Tributos do 1 e a garota do 2 tentaram fugir também. A garota do 1 caiu morta, o garoto do 1 logo em seguida, a garota do 2 conseguiu escalar o muro para pular, mas ao fazer isso acabou quebrando o pescoço na queda.

Sejanus assistia a tudo atônito e aflito, as informação vinham rápidas demais, sangrentas demais, sentia-se literalmente na arena lutando. Quase não notou que Marcus tinha sumido. Sim! Ele havia escapado!