Love is a bitch escrita por Annabel Evers


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys.
Se, por acaso, você acompanha outra história minha: a ideia veio enquanto eu estava escrevendo um capítulo e, assim, precisava colocar para fora.

E se você chegou até aqui, é porque algo naqueles dois te faz imaginar "E se". Vamos lá ler uma das minhas versões deles rs



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Eles não se consideravam amantes — algo tão mediocremente comum quanto seus casamentos desmoronando. Eles eram o exemplo da história mais velha do mundo: casais apaixonados, cheios de sonhos e altivez de que, com eles, seria para sempre. Que eles fariam o amor durar. Ah, o amor. Essa vadia. 

Então não, Harry e Hermione não suportariam serem novamente um clichê, dessa vez os melhores amigos que transam no horário de almoço. Eles não mais cairiam na teia amorosa e sentimental das carências de seus seres. Onde aquilo os tinha levado, em primeiro lugar?

Aquilo, seja lá o que for entre eles, começou de forma descompromissada e com uma dose de culpa, até. Hermione tinha perdido o filho, Gina tinha saído de casa e levado o filho do casal. Durante aquele ano, Ronald praticamente mudara-se para o quarto de hóspedes e Harry se tornou um viciado em trabalho. Eles estavam traindo alguém? Não em suas perspectivas; não tinha sobrado ninguém para ser traído. 

Sem culpas e falsos pudores, o sexo entre eles intenso e egoísta, cada um movido por suas frustrações e o desejo de fuga de uma vida repleta de mesmices. Hermione não nasceu para atender aos propósitos de esposa e mãe atenciosa, Harry já não era um vitorioso herói, feliz de suas conquistas. Hermione o via para além dos estereótipos, ao passo que ele entendia como ninguém sua impaciência ao interpretar papéis. 

E quando ela aceitou o marido de volta em seu quarto (e sua vida), ela pensou que seria o fim de suas escapadas com o melhor amigo. Gina estava voltando para casa e todos eles superariam o período de crise. 

É, vai nessa. 

Eles voltaram eventualmente. E ainda não havia culpa ou pressões. Aquilo não era amor (nenhum deles se iludiria mais com isso) — era necessidade e tesão, somado à confiança mútua de que aquilo morreria entre eles dois. 

E a foda era boa demais para ela recusar. 

Por isso, quando ele entrou no seu escritório naquele dia, ela não o expulsou, mesmo com uma pilha de processos para ler. Harry mexeu em seu armário com a naturalidade de quem sempre o faz e encontrou a bebida que procurava. Ela negou quando ele a ofereceu. Voltou sua atenção para os papéis na mesa. 

Na maior parte do tempo, Harry conseguia ver a Mione, sua melhor amiga, esposa do melhor amigo e madrinha de seu filho. Eles sabiam conviver muito bem entre aquela relação de quase-irmãos e algo a mais. Ele tinha prática em observá-la lendo com seus óculos de leitura e ignorar os momentos que a viu do mesmo jeito, mas usando apenas sua blusa; bloqueava como ninguém as memórias dela mordendo os lábios enquanto gozava. Mas existiam alguns dias que isso era mais difícil. Quando Harry olhou para a blusa de botões escura, começou a divagar sobre a cor da peça que ela deveria estar usando por baixo. 

— Qual o problema, Harry? — perguntou, sorrindo de leve para o homem. 

— Eu tenho uma chefe filha da mãe, sabe. — resmungou ele, mexendo o gelo e o líquido âmbar no copo. — Ela me colocou em uma missão de um mês. 

— Ah, foi? E por que você não apresentou, não sei, uma queixa para ela?

— Porque ela é uma cretina — disse ele, erguendo uma sobrancelha. 

Hermione realmente riu dessa vez. 

— Eu não tenho poder sobre as escalações do Quartel dos Aurores, sabe disso. 

— É, mas eu preciso culpar alguém. 

Hermione ficou atenta aos sinais. Um, ele trancou a porta assim que entrou na sua sala. Dois, foi para a janela atrás dela e fechou discretamente a cortina. Três, afrouxou a gravata e tirou a capa. Ela sabia muito bem o que aquilo significava. Hermione deixou os óculos de leitura sobre a mesa e retirou o copo da mão dele, bebendo o resto do whisky. 

— Um mês sem mim, como você vai sobreviver?

— Você é tão egocêntrico, Potter — brincou ela. — Vou finalmente poder escolher onde almoçar. 

Porque ele eles eram amigos e constantemente almoçavam juntos. 

Às vezes transavam, às vezes não. 

Era difícil que ele a buscasse no meio do expediente no Ministério, mas ela não negaria a oportunidade, pois provavelmente sentiria a sua falta. 

— Viaja quando?

— Hoje de noite. 

— E você veio aqui para..?

— Me despedir de você. 

Harry puxou Hermione para ficar de pé, frente a frente com ele. O auror demonstrou toda sua impaciência quando puxou o zíper da saia da mulher, as mãos apertando sua bunda quando o tecido desceu pelas pernas macias. Ela beijou-o lenta e calorosamente, se divertindo em insistir em um ritmo contrário ao dele. Ele adoraria fazer uma cena e derrubar tudo da sua mesa para deitá-la ali, mas aquela não era, de longe, a primeira vez deles na sala da mulher, e ele não cometeria o erro de irritá-la. Em vez disso, carregou-a, com as pernas ao redor de seu quadril, e pressionou suas costas na parede. 

Hermione adorava quando ele a beijava assim, tão ávido e excitado. Ela gemeu quando ele encostou sua língua no céu de sua boca, aumentando o som quando o quadril dele ondulou contra o seu. Suas penas se apertaram ainda mais contra ele quando sentiu uma mão se fechar ao redor do seio. A forma que ela gemia e movia o quadril não deixava dúvidas do que queria. 

Mas Harry queria levá-la até seu limite, mesmo que não tivessem tanto tempo disponível. Ele repetia os movimentos de foda que ela fazia, mas ainda estava completamente vestido — enquanto ela ia perdendo cada vez mais peças: a blusa, o sutiã…

O que Harry conseguia fazer com seu corpo tão rapidamente deveria ser crime. Hermione só conseguia gemer e pressionar braços e pernas ao redor dele. Ela murmurava o quanto ele era gostoso e o homem apenas ria, chupando seus mamilos alternadamente e a fodendo com os dedos. Se eles tivessem tempo, ainda teria aproveitado mais naquela posição, mas não era o caso — e sua calça estava fodidamente apertada. 

Harry a carregou até a poltrona e sentou-se confortável, deixando Hermione em pé na sua frente. Ela era a própria encarnação do pecado: ofegante, usando apenas uma calcinha pequena e saltos. Ele amava aquela visão. Deslizou o nariz levemente pela coxa, sentindo o cheiro de sua pele, mas ela o empurrou. Hermione sentou-se no seu colo, beijando fogosamente sua boca e abrindo os botões da sua blusa. O atrito dos mamilos duros dela contra seu peito era gostoso e tão, tão erótico… ele agradeceu mentalmente quando Hermione abriu sua calça, liberando-o, e suas mãos deslizaram da bunda dela para seu sexo, afastando a calcinha para o lado e penetrando-a com força. 

Ela arfou com a invasão, porque era sempre assim, mas logo estava movendo-se no mesmo ritmo frenético dele. Ela tentava a todo custo não deixar nenhuma marca nele, mas era quase impossível quando Harry movia-se daquele jeito. E ela não queria gozar logo. Tirou as mãos dele de seu quadril e, lentamente, subiu até o pau dele estar completamente fora dela. Ele ia reclamar, mas Hermione mordeu seu lábio, mandando-o ficar calado. Ela saiu do seu colo para tirar a calcinha, mas não tirou os saltos — sabia o quanto ele gostava. 

— Vamos ficar sem transar por um mês… eu quero chupar você.

Ele gemeu quando ela o ajudou a retirar o resto das roupas. Ela colocou uma perna dele no braço da poltrona, ajoelhando-se no espaço entre as pernas dele. Hermione adorava fazer oral nele, adorava sua entrega: ele a xingava, gemia e pedia por mais. O que ela prontamente fazia — lábios e língua prontos para levá-lo a loucura. 

Os motivos que os levavam ao sexo podiam ser egoístas, mas eles nunca eram durante o ato, por isso Harry a puxou, querendo devolver o mesmo prazer que sentiu. Não se enrolaram naquela posição — não era a primeira vez que Hermione equilibrava-se em saltos, meio ajoelhada e com a perna direita apoiada no braço da poltrona enquanto Harry empurrava seu quadril para a boca dele. Era como ir ao inferno, se aproximar das chamas e voltar, a cada movimento intenso da língua dele em seu sexo. Ela segurava seu cabelo com força, a cabeça pendendo para trás, e ele sabia que ela não duraria muito mais. Moveu a boca do jeito que ela gostava, fazendo a barba rala roçar nas coxas dela daquele jeito que a fazia se arrepiar e retirou-se no último instante. Ela ia gozar quando ele estivesse dentro dela. 

Era mais ou menos aí que eles perdiam completamente o controle. Hermione estava de olhos fechados, agarrada nos cabelos deles e em seus ombros, unicamente interessada em sentar na velocidade que a fizesse chegar ao ápice. O ritmo dele também era exclusivamente pensando no seu próprio orgasmo — agarrar a bunda dela era apenas uma questão de ditar como ele queria. Era egoísta, mas era quente e delicioso, e eles gostavam assim. O fato que eles gozavam quase sempre em sincronia era mera coincidência. 

E se abraçarem enquanto recuperavam o fôlego era apenas um reflexo. 

A experiência os dizia que dessa vez poderiam ter demorado mais que o aconselhado. Por isso, e apenas por isso, eles se ajudaram a se vestirem — Hermione colocando sua gravata enquanto ele abotoava os botões da blusa dela. Não se beijaram como despedida, não era do feitio deles — beijos para eles eram prenúncio de uma foda, não cumprimentos e despedidas de casal. 

Mas ele aspirou profundamente o aroma pós-sexo em seu pescoço antes de se afastar, exatamente no mesmo momento em que ela o abraçava, as unhas contra suas costas. 

— Até próximo mês, Mione. 

— Ei — chamou ela, lembrando de um detalhe. — O que você falou para a secretária? 

Ele sempre dizia por alto o motivo de ver a amiga em sua sala, para justificar o tempo que permanecia lá, e ela repetia a mesma desculpa, mas soltando em tom de conversa. Ninguém suspeitava do que realmente rolava quando ficavam cerca de meia hora na sua sala a prova de sons. 

— Queria conversar alguns detalhes sobre a missão com você. E eu estava bem irritado. 

— Sua chefe cretina?

Ele abriu um grande sorriso. — Exatamente. 

Revirando os olhos, ela abriu a porta e o colocou para fora. Escutou a risada dele quando bateu a porta. Essa era a visão para o mundo: dois melhores amigos que trabalhavam juntos e, embora brigassem, sempre acabava tudo normal entre eles.  

Nenhum deles pensou no fato do homem ter procurado ela, sua ironicamente não-amante, para despedir-se antes de uma missão perigosa. Era só sexo. Talvez o mais completo e excitante no momento, mas não passaria disso. Eles não eram mais jovens ludibriados com o futuro, não seriam estúpidos para voltarem aos velhos hábitos. 

Eles não buscavam amor, nem um caso motivado por uma paixão tola. Movidos pela lascividade e monotonia de uma vida conjugal, que seja: era melhor que se iludirem com fantasias amorosas. Porque Hermione sabia — a decepção amorosa era clara como o sol nascer a leste e a porra do amor… ah, esse era uma vadia.    


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Notas finais do capítulo

Nem sempre o sol nasce ao leste, e nem sempre tudo acabará em decepção amorosa.
Eu acho que você, leitor que chegou até o final, pode perceber as rachaduras nesse acordo descomplicado entre eles. Misturei alguns elementos (traição, casamentos defasados) e não vou apontar nada como certo e errado. Essa versão deles é tão problemática que amei escrever sobre.
Espero que tenham gostado!



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