— Verei você em breve — disse Renée.

Ela me abraçou forte e beijou meus cabelos. 

A lembrança veio devastando meu peito. Uma chuva forte castigava a pequena cidade de Forks e minhas lágrimas acompanharam o dilúvio. 

Fazia pouco menos de duas semanas que minha mãe havia falecido e desde então fui obrigada a morar com meu pai Charlie em sua cidade natal. A mudança repentina trouxe certo desconforto. Estávamos no meio do semestre e devido a isso acabei chamando atenção por ser a novata. Havia uma vantagem em tudo isso. O silêncio. Charlie não tinha o costume de fazer muitas perguntas e poucas vezes ele tentou dizer palavras para reprimir o meu luto.

Devido a chuva meu sono veio sem qualquer esforço e eu acabei chegando atrasada no colégio. O segundo dia tinha sido mais relaxante. Jéssica — uma garota falante e entusiasmada — se disponibilizou a mostrar o colégio e continuou ao meu lado nas duas primeiras aulas antes do intervalo para o almoço. A quantidade de alunos nesta escola fazia com que você tivesse várias aulas com a mesma pessoa durante o dia. De certo modo era agradável para quem gosta de ficar perto dos amigos. Por outro lado — sendo novata — eu era obrigada a lidar com certo inconvenientes. 

Quando entrei na aula de biologia entreguei ao professor o cartão de presença para ele assinar e depois de uma rápida conversa o senhor Banner indicou o único lugar disponível na turma. 

Com passos lentos segui em direção ao lugar vago e sentei ao lado de um garoto ao qual não tinha visto antes. Suas feições eram muito bonitas. A pele pálida. Lábios rosados e um cabelo extremamente alinhado. 

Ele não disse uma palavra sequer e por um momento cogitei comprimenta-lo. No entanto, fiquei nervosa demais para falar algo e seu olhar indiscreto para dizer — Não fale comigo! 

Sempre tive dificuldade de falar com qualquer garoto e ainda mais alguém tão lindo quanto ele. Em nenhum universo ele falaria comigo. Uma garota estranha e que ainda por cima estava deprimida. 

Ao final da aula o garoto de cabelo bronze saiu voando antes que qualquer aluno tivesse cogitado levantar e eu fiquei estática acreditando que tivesse assustado o pobre garoto. 

— Você beliscou o Edward por acaso? — Jéssica questionou chocada. 

Não tinha notado sua presença até ouvir sua voz irritante e pisquei algumas vezes antes de falar. 

— Esse é o nome dele?

— Mesmo que esteja interessada eu digo para não perder o seu tempo — Jéssica declarou — Ele nunca se interessou por ninguém nessa escola. Seu único foco é a faculdade. 

Recolhi todo o meu material e segui ao de Jéssica em direção ao estacionamento. Para o meu alívio Charlie havia comprado uma picape e ainda receosa em dirigir tive que aceitar, pois seria a única forma de transitar pela cidade. 

— Como assim faculdade? Ainda estamos no 2 ano — anunciei.

— Edward está se preparando para entrar na Julliard — Jéssica fala em um tom irônico. 

Estava ciente que certas universidades exigiam um desempenho maior. No entanto, parecia pouco provável que ele tivesse algum problema com isso. Na aula de hoje ele foi o primeiro a finalizar a atividade que o professor passou. 

Fui para casa pensando no garoto e naquela noite eu sonhei com Edward.