Sob as Estrelas escrita por Beykatze


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura meus amores ♥



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Harry Potter, em seu terceiro ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, estava matando aula. Era a primeira vez que fazia aquilo, mas não o fazia por maldade, estava apenas com a cabeça cheia de pensamentos e precisava de alguns minutos respirando sozinho.

Deitado na colina, com o céu azul lá em cima e as nuvens brancas correndo com o vento, os minutos se transformaram em horas e o garoto nem sequer notou, até que a cor azul foi se transformando em alaranjado e as primeiras estralas começaram a despontar.

Com um suspiro, resolveu que já era hora de entrar e encarar a vida e pensou em levantar quando ouviu um murmuro surpreso.

— Potter?

A voz rouca fez com que Harry sentasse, olhando para o outro rapaz.

— Malfoy?

— O que você está fazendo aqui?

— O que você está fazendo aqui?

Draco deixou um riso suave escapar por seu nariz e levantou de onde estava, indo para o lado de Harry. Seu rosto era mal iluminado pela luz da lua, mas o menino que sobreviveu conseguia ver a vulnerabilidade transbordando dos olhos dele. Manteve seu tom de voz baixo e respondeu.

— Precisava pensar um pouco. Achei que estava sozinho.

— Eu também. Achava que estava sozinho. E precisava pensar.

— Mesmas ideias, hein? – Brincou se acomodando no mar de grama.

— Eu já estava entrando, na verdade – Deu de ombros – Está ficando frio.

— Por favor, não vá ainda – Pediu. A súplica nos olhos azuis deixou Harry imóvel – Te empresto minha capa.

Draco retirou a peça preta dos ombros e estendeu nas costas do outro, que se agarrou ao manto protegendo o corpo da brisa. A capa tinha um cheiro familiar para o grifinório... Cheiro de Draco Malfoy.

— Estava pensando em que? – Harry indagou desviando o olhar do rosto pálido e encarando as estrelas que brilhavam altas.

— Coisas confusas. E você?

— Parece que o mesmo – Assentiu.

Ouviu o loiro abrir um sorriso curto antes de pigarrear.

— Pansy Parkinson me beijou hoje de manhã.

— Oh – Sentiu o estômago dar um salto – Eh, que bom? Eu acho. Que bom.

— Na verdade... Acho que não – Sorriu tristemente – Vim pensar em uma maneira de dispensá-la sem acabar machucando seus sentimentos.

— Mas porquê? – Franziu as sobrancelhas escuras – Ela é uma garota bonita, não é?

— Esse não é o problema. Eu só não me interesso por garotas. No geral.

— Você? – A boca de Harry fez um “o” quando a compreendeu a declaração do sonserino.

— Não gosto de garotas? É. Não sabia?

Potter acenou negativamente com a cabeça.

— Achei que todos soubessem, uma vez que virei piada dentro da sonserina.

— Virou é? Porque?

Draco o olhou como se ele fosse maluco.

— A pergunta foi séria?

— Anh, sim.

— Você é bem burro, Potter – Acusou direcionando seus olhos para o céu, fugindo do verde de Harry – Eu gosto de garotos. E algumas pessoas acham isso engraçado. Outras acham horrível e condenável, mas aqui só acharam engraçado. Acho que é melhor ser piada do que uma aberração, então que bom.

— Entendo – E entendia. Sabia o que era se sentir uma aberração, afinal, seus tios o fizeram sentir assim por toda sua vida e definitivamente preferia ter sido apenas uma piada.

— Enfim, até fizeram gozações dizendo que eu gostava de você – Riu baixinho.

— Isso sim é um crime. Mas se todos ficaram sabendo, como Pansy...?

— Acho que ela gosta muito de mim e quis ignorar os fatos – Deu de ombros – Ou achou que seria a cura gay.

— A o que? – Harry explodiu em uma gargalhada.

— Você não vive com os trouxas? Devia conhecer a expressão – Tentou conter um sorriso, mas ele escapou por seus lábios.

— Desculpe, falhei como traidor do sangue – Provocou. O rosto branco do sonserino adquiriu um tom rosado de vergonha.

— Me desculpe por isso. Eu... sou um idiota.

— Definitivamente sim – Concordou com um sorriso.

— Deveria me desculpar com seus amigos – Sussurrou – E com o resto de Hogwarts também.

— Seria legal. E demoraria muito.

— Mas e você, veio pensar no que?

— Eu – Harry respirou fundo. O céu já estava completamente negro, apenas a lua e as luzes da escola iluminavam a dupla – O oposto de você. Acho que estou gostando de alguém e... Estou confuso.

— Confuso porquê?

— É diferente.

— É a Gina Weasley? – Provocou empurrando levemente o ombro dele.

— Não, não é a Gina. Ela é só minha amiga.

— Bom, mas ela gosta de você.

— Gosta?

— Uhum – Draco lembrou dos olhares da garota para Harry – Dá pra ver.

— Droga – Resmungou – Preciso que me conte como vai dispensar Pansy para eu fazer igual.

— Ei, pense você mesmo – Brincou. Um silêncio se instaurou entre os improváveis amigos e o sonserino percebeu que o outro tremia levemente – Ainda está com frio?

— Um pouco.

— Deveríamos entrar – Sugeriu levantando e estendendo a mão com dedos finos.

— Antes que eu congele seria uma boa – Segurou o garoto e ficou de pé também, batendo a sujeira do uniforme. Sacudiu a capa e devolveu-a a Draco – Obrigada por isso.

— Não foi nada.

Os dois começaram a caminhar devagar na direção do castelo. O som dos sapatos percorrendo o caminho era o único som externo, mas, dentro de Harry, as coisas estavam ainda mais barulhentas do que quando decidiu deitar sobre o céu. Ele tinha que agir, fazer o que o coração pedia, mas não conseguia mover seus membros sem que uma torrente de ansiedade cortasse suas ações.

— Harry – Malfoy chamou quando estavam perto da escola, passando em uma parede com janelas altas.

— Sim? – Seu coração pulava no peito, tentando sair pela boca. Não se surpreenderia se Draco fosse pedir para ele bater mais baixo, pois o som devia estar ensurdecedor. Toda Hogwarts devia estar ouvindo suas batidas descompassadas.

— Eu pensei em outra coisa lá embaixo. E eu queria te falar – Draco parou de andar e Harry imitou seu movimento. Ele também queria falar algo, mas as palavras trancavam na garganta. Nunca fora bom em declarar nada mesmo, e não era como se aquilo fosse mudar de repente.

— Sou todo ouvidos – Sua voz saiu sussurrada. Potter apoiou as costas na parede fria do castelo, escondido da vista de qualquer viva alma que estivesse lá dentro. Malfoy se aproximou do outro, seus olhos cravados nos verdes.

— Eu gosto de você.

— Eu também gosto de você – Harry ouviu seus próprios lábios o traindo e respondendo.

— Não – Draco riu envergonhado – Não como amigo. Eu gosto de você, não de Pansy ou de qualquer outra pessoa.

— Eu entendi – Assentiu. O sorriso tímido do loiro sumiu da face pálida, sendo substituído por uma expressão mista de surpresa e entendimento.

— E não quer mudar sua fala?

— Não – Gaguejou um pouco, as palavras presas em sua boca lutavam para sair. Queria dizer que o achava bonito, que gostava de sua pele branca, de seus olhos azuis, de seu sorriso divertido e de seus lábios rosados. Queria gritar que sonhava com ele, que imaginava tirar sua roupa e o gosto que teria seu beijo. Queria sussurrar juras de amor e seu nome na noite fria.

Antes que sua briga contra os sentimentos fosse vencida, Draco rompeu os centímetros de distância entre eles com rapidez, tocando o rosto moreno com as mãos quentes e unindo seus lábios com desejo. Sua língua adentrou a boca do outro, que enlaçou seu pescoço com o braço, mantendo-o perto.

Seus lábios dançavam um sobre o outro, com uma ânsia por aquilo como se suas vidas dependessem um do outro e seus corpos deslizavam com suavidade, se encaixando em suas curvas e entre as roupas.

O frio que Harry sentia antes agora era substituído por um calor infernal, que o fazia ter vontade de despir-se e fazer o mesmo com as peças de Draco. Viu que o garoto sentia o mesmo fulgor quando deixou que a capa preta que carregava sobre os ombros caísse no chão e a deixou lá abandonada.

Potter acariciou o corpo de Malfoy, tocando sua pele por baixo do suéter que usava, explorando a nova região que acabara de descobrir e agarrou a cintura do garoto, o trazendo para mais perto.

Draco também deixava sua mão livre pelo corpo de Harry, indo parar nas costas e, com um pouco de audácia, deixou que seus dedos descessem, chegando no cós da calça, que adentrou, apertando levemente a bunda macia com certo nervosismo. O grifinório apenas suspirou, o que deu mais coragem para o outro, que deixou seus lábios, distribuindo beijos pela extensão calorosa do pescoço.

— Ai está você! – Hermione Granger falou aliviada, assustando a dupla, que se afastou com um pulo.

— Oi, Mione – Harry olhou a ponta brilhante da varinha da amiga – Desculpe, me perdi no horário.

A garota franziu as sobrancelhas, entendendo a cena. Draco com a camisa bagunçada e os cabelos loiros despenteados e Harry com uma marca de mordida no pescoço e os lábios inchados. Reprimiu um sorriso malicioso e fingiu não ver o óbvio.

— Temos que entrar, antes que deem falta de vocês dois no jantar.

Virou de costas, rumando para dentro do castelo e permitindo que os amantes se organizassem antes de entrar na escola.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥
Comentem ai pra me dizer o que acharam e pra fazer uma autora feliz :D
Até :D



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