O Mundo de Pocema escrita por Suzanah
— Por que o último dia de férias está acabando tão rápido? — Perguntei pra Ana.
Eu e a Ana estávamos nos balanços do parquinho, como da última vez.
— O tempo não muda, nós que nos divertimos demais! — Seu sorriso gentil de sempre.
— Quando a gente se encontrar com Deus, eu não vou mais me preocupar com o tempo. Será que vai haver balanços?
— Com certeza!
Eu olhei para as nuvens e disse:
— Eu quero levar o máximo de pessoas que eu puder....
— Todos somos irmãos de céus. — Ana "tentou" pegar o céu com sua mão.
— Pelo menos eu vou dormir na sua casa, hoje! — Sorri de volta.
Fomos para o hotel e peguei o necessário para ir na casa da Ana.
— Que bom que a sua mãe decidiu pedir pizza. — Disse do meu colchão.
— É... a pizza estava realmente boa!
Nós conversamos um pouco, até pegarmos no sono.
Eu comecei a sonhar com um lugar todo branco e eu estava flutuando, eu acho. Um lugar sem teto e sem chão é difícil saber.
Eu estava com um vestido branco e um laço no meu cabelo.
Eu morri? — Pensei.
Eu senti alguém me vigiando e me virei. Fiquei boquiaberta:
— Lokita, Talita? — Eu tentava dar pulinhos. — Que saudade de vocês!
Elas fugiram de mim! Ora "nadando", ora "correndo".
— Não vão!
— Você não devia sentir a falta delas.
Uma outra "eu" parou na minha frente: A de treze anos.
Ela estava de vestido branco, com rosas brancas e segurando um pequeno baú de madeira:
— Por que você sente falta delas se elas são você?
— E-Eu não sabia que sentia isso, até vê-las!
— O coração humano é mesmo enganoso. — A Pocema de treze anos ria como uma doce criança. Ela estava tão linda! — Elas são você. Mas quando as vê, precisa delas para ficar "completa".
— Você não está exagerando?
— Jamais. — É normal a carne dominar a sua alma, mesmo depois de tudo que você passou.
— Desculpa... — Estava envergonhada.
— Não há necessidade. — Ela negou com a sua mão. — Ninguém é perfeito. Mas lembre-se, quem te completa é Jesus!
— Tudo bem. Mas por que estou sonhando?
A Pocema de treze anos ficou de joelhos e abriu o baú. Era uma bola de ouro e parecia que ela não tinha dificuldades para segurá-la.
— Você merece, linda.
— Quê?
— Deus viu isso.
— Tá, mas o quê?
— Esta esfera simboliza a sua memória.
— Ai, que bom! — Senti um alívio muito grande. Tive que sentar porque fiquei sem ar.
— O que vem de Deus é maravilhoso. — Tudo na hora certa.
Ela caminhou, até ficarmos frente a frente.
— Espera! — Meu coração estava acelerado!
— Você não quer recuperar a memória? — Disse num tom sereno constante.
— Eu quero! Mas.... estou com medo!
Olhei para trás e vi todas as minhas aventuras numa pequena névoa ao longe. Eu olhei para baixo e vi que estava vestida como nos meus sonhos!
— O que tá acontecendo?! — Me virei assustada e a vi com a mesma vestimenta!
— Aqui nós somos assim!
— E-eu não sei se curto me vestir ainda assim. — Eu estava me estranhando.
Ela suspirou aliviada.
— Por favor, vai viver sua vida. — Eu moro aqui. Eu derroto todos os monstros pra você a cada dia!
Talita e Lokita voltaram e agarrou, cada uma, num braço dela. Não acredito que estou com ciúmes de mim mesma!
— Por favor, vai embora! — Disseram as duas em uníssono. — Queremos brincar com a Pocema e você está atrapalhando! — Foi a vez da Talita.
— Que falta de educação! — Lokita.
Eu me irritei. Não lembrava que elas eram tão irritantes!
— LOKITA! TALITA! VÃO EMBORA! — Disse num tom autoritário.
Elas desapareceram.
— Nossa — Ela estava impressionada. —, elas foram embora mesmo!
— Elas não mandam mais em mim!
— Que ótimo! — Sua roupa voltou a ser branca e, consequentemente, eu também! — Está pronta?
— Estou! — Eu fechei os olhos. — Que todas as minhas aventuras com vocês virem uma lembrança sem falta e uma saudade sem doer! — Deixei cair uma lágrima. — Mas, enquanto o tempo não me curar, eu só posso dizer: Eu amo vocês!
— Eu também te amo!
Então a Pocema de treze anos encostou bola de ouro na minha testa e eu acordei.
— Pocema, você está bem??
— Ahn? — Por que eu não estaria, Ana?
— Você estava chorando.
Coloquei minha mão no meu rosto e realmente estava molhado.
— Deus me deu a memória!
A Ana fez uma careta. Era difícil de acreditar, mas depois ela viu que era verdade.
— E o que você lembra?
— Eu não sei. Não há nada específico que eu queira lembrar. — Estava com sono, com fome, com tudo! Muitas emoções!
— Entendo. O que tiver de lembrar, vai acontecer. Tenha fé.
Concordei e pedi licença para ir ao banheiro. Sim, eu fui orar e não outras coisas. Não posso, simplesmente, expulsar a Ana do seu quarto.
Eu fiquei de joelhos e agradeci demais! Falei tudo, tudo, tudo o que estava no meu coração! Foi tão intenso que acho que a Ana percebeu que eu estava orando.
Depois eu fui para a cozinha tomar café a manhã e olha só: Nada fitnees aqui.
Hoje eu estou fazendo jus de tudo.
Depois os pais da Ana nos levaram para o hotel, para buscar os meus irmãos e meus pais, e depois para o aeroporto.
— Tchau, Ana! Mande abraço pra todos!
— Pode deixar! — Nos abraçamos!
Não estava nem um pouco triste! Foi tudo maravilhoso!
— Você vai lá em casa em sete de setembro?
— Pode apostar!
Aproveitei para dormir um pouco no avião, mas na metade mesmo fiquei conversando. Quando chegamos alguém estava lá.
Miguel estava me esperando com um buquê de rosas!
— Bem-vinda de volta, princesa!
Por essa eu não esperava!
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