— Meninas, meninas! — Miguel correu até a gente.

— Cuidado, você quase derramou o meu suco! — Disse Bruna brava.

— O que foi, Miguelzinho? — Gostei. Acho que vou chamá-lo assim.

— Eu entrei pra banda do colégio!

— Ai, que legal, amor! — Lhe dei um abraço.

— Vai tocar o quê? — Nina perguntou.

— Tarol!

Cada uma de nós tocamos um tarol imaginário.

— Como vocês são bobas. Sacanojo...

— Adoramos uma zueira! — Disse Nina, sentindo a música do seu tarol imaginário.

As férias estavam chegando e isso deixava o colégio menos atrativo, digamos assim.

Que bom que esta é a última semana de aula. E a apresentação da creche da Carlota vai ser no domingo, logo depois do culto. Vai ser uma correria...

Tudo bem. Vamos pular para o domingo.

Hoje eu acordei com uma vontade de fazer espacate e fiz. — Saudade de fazer ballet.

Mas posso treinar em casa mesmo.

Nos trocamos e fomos para a igreja. Ok, um dia comum sentindo a presença do Senhor, junto com outras pessoas com o mesmo objetivo (O que é maravilhoso!). Eu gosto de ir a igreja porque ajudamos uns aos outros espiritualmente, o que as pessoas do mundo não entendem. Por isso que temos de levar o evangelho ao mundo!

Mas, no culto de hoje, apareceu uma surpresinha:

Bruna?

Não havia lugar do lado dela, então sentei um pouco na frente. Não falei com ela porque a mesma estava concentrada. — Admito que deixei escapar um sorriso.

Hoje não teve escola dominical e não prestei atenção por causa da Bruna.

Desculpa, desculpa, desculpa! Fiquei tão feliz por ela! Ai, ai, ai, ai! Eu quero saber o que ela está pensando.

O culto acabou e era pra gente zarpar pro carro e ir para a apresentação, mas eu tinha que falar com a Bruna!

— Que surpresa, Bruna!

— Olha quem está aqui! — Disse o Miguel.

— Olá, casal! — Vocês têm razão, Cristo é o amor verdadeiro!

Não aguentei e chorei rios de lágrimas. A Bruna me abraçou como se eu fosse a nova convertida.

— Eu vou tentar trazer a minha família aqui. Cara, este sentimento é muito BOM!

— Que bom! Você sempre será bem-vinda! — Disse o meu amorzinho do meu coração.

— Vem, Pocema e Miguel! Tá na hora! — Disse a minha mãe, surpresa. — Bruna, você aqui! — Deu um abraço bem apertado.- Pai do Senhor, querida! Seja bem-vinda, viu? Agora nós temos que ir para a apresentação da Cartola!

— Muito obrigada! Vocês vão me ver muito aqui! — Ela ama a minha mãe.

Espera aí, todo mundo ama a minha mãe! Dã, mães têm esse talento!

Sim! O Miguelzinho vai com a gente! Sabe, parte da família.

Okay, chegado na creche, colocamos a caixa na Carlota e passamos spray fixador no cabelo dela para ficar que nem nuvem.

— Carlota — Disse. —, você está incrível!

Todos demos jóinha para a minha irmãzinha e ela pulou, contente.

A professora pegou na sua mãozinha e fomos nos sentar na frente.

A apresentação haviam compradores, bons produtos, maus produtos e a CAIXINHA mais lindinha do mundo.

A história era de uma caixa vazia que queria encher, mas não sabia de quê. Então os compradores colocavam alguns bons e muitos maus produtos e a caixinha aceitava de tudo, pois queria se encher de alguma forma. — E continuou assim, até um comprador consciente colocou só produtos bons.

Um conto até maduro pra uma apresentação de creche.

Acabou a apresentação e todos aplaudiram. Eu, o Miguel e o Daniel aplaudimos que nem focas.

Melhor trio!

Depois fomos comer em fast food, levamos o Miguel para a sua casa e depois fomos para nossa casa.

Duas semanas de férias! Nós vamos voltar pra minha cidadezinha!

Sim, vou ver os meus amiguinhos e a Ana!