O Mundo de Pocema escrita por Suzanah


Capítulo 2
Capítulo 2: Porquinho da Índia




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— Bom dia, meninas! — Ela bocejou.

— Bom dia, Talita! — Disse Pocema alegremente.

— Boa tarde, sua dorminhoca! — Disse Lokita brava.

— Ai, maninha! Posso respirar?! — Disse ela, lembrando do soco de ontem.

— À vontade! — E a propósito, você ronca. — Lokita retrucou.

— Ronco nada! Como pode ouvir?! — Pocema, você já me ouviu roncar?

— Não.

Lokita deixou escapar um riso.

— Sua mentirosa! — Talita disse enfurecida.

As duas começaram a brigar.

— MENINAS! — Pocema as interrompeu — Vamos sair?! Para acalmar os ânimos, que tal? — Disse tremendo de medo.

As três saíram, mas o tempo não estava a favor delas hoje.

— Hoje está nublado. Será que vai chover? — Lokita perguntou.

— Sim, por causa da sua chatice! HÁ HÁ! — Talita.

Lokita tenta bater na sua irmã com uma mão, mas Talita desvia como uma bailarina.

Pocema se segurava para não rir. A piada fazia um sentido mortal! Mas as combinações de dança e luta da Lokita também eram mortais. Então era melhor deixar quieto.

— Gente! Uma banca! Vamos ver se tem novidades? — Pocema.

As irmãs pararam a briga imediatamente e seguiram a Pocema para a banca de jornal.

— Quanto doce! — Pocema.

— Dona Branca se aposentou! — Lokita ficou pasma.

— Não brinca! — Talita teve a mesma reação.

— Ahn... quem é Dona Branca? — Pocema perguntou.

— É uma modelo muito famosa. — Lokita. — Espero um dia conhecê-la. — Seus olhos brilhavam.

— E eu também, não esquece! — Disse Talita, com as mãos juntas, imaginando.

— Pocema! Pocema!

Ela se virou.

— Olá carteiro!

— Ufa, cansei! — Ele deu umas boas respiradas antes de falar. — A rainha disse para você cuidar do porquinho da Índia dela.

— A rainha me conhece?

— Ela conhece todo mundo!

— Tá, mas por que eu?... Carteiro?

Ele já havia ido embora.

— Na coleira diz que o nome dele. — É Tito. — Talita.

— Ele está se ajeitando no meu colo. — Pocema ria de tanta fofura.

— Tito é tão fofinho! Cute, cute! — Lokita.

Do nada, Tito abriu os olhos e saiu correndo.

— PEGUEM ESTA BOLINHA DE PELOS! — Lokita.

As três correram atrás dele, até o lixão.

Esse lugar havia várias montanhas de lixo e, onde dava para andar, havia chorume e passavam ratos. Mais lá no fundo havia um túnel-caverna. Era de pedra e tinha saída, mas era fundo demais como um túnel. E nessa caverna haviam uns canos no teto que passavam a água de esgoto.

— É, tentamos, tchau. — Aquilo era demais para a Lokita.

— Temos que pegar o Tito! — Pocema deu um brado! — Mesmo que você tenha que superar esse seu problema com sujeira!

— Você quis dizer frescura...

— Agora não, Talita! — Pocema disse num tom bem sério. — Vamos, eu sei que você consegue!

— Ok, eu vou! — Ela gaguejava.

Logo entraram e procuraram com cautela. Lokita e Pocema se assustavam com cada rato que passava por elas.

— Olhem! Há um computador em cima daquela montanha de lixo! — Pocema.

— Pode estar funcionando... vou ver! — Lokita.

Lokita se equilibrava para subir no lixo porque não queria encostar suas mãos nele. Era um sentimento de estar na corda bamba!

Quando ela chegara ao topo, ficou de joelhos em frente ao computador (jogou suas fitas no ar e caíram delicadamente). Talita escalou o lixo de quatro (acho que ela estava brincando de escaladora), e Pocema saiu de dentro do lixo, ficando só a metade do seu corpo de fora.

— Tá funcionando! — Pocema ficou pasma.

— Ok, vou ligar! — Lokita — Tá em bate-papo com alguém.

— Diz um 'oi'. — Talita.

— Tá bem. — Lokita.

"Oi."

" Oi! Você não sabe o que aconteceu comigo!"

" Eu não sou quem você está pensando. Achei esse computador num lixão."

— Sério que você escreveu isso? — Talita.

— Ué, essa pessoa pode achar que sou algum amigo dela.

— Respondeu. — Pocema.

" Quê? Enfim, eu fui ao mercado e comprei um frango. Quando eu fui pagar, ele disse que não tinha troco e perguntou se eu aceitava balinha. Esse caixa é um bundone!"

" Eita, que sacanojo! Mas o correto é bundones. Tanto no singular quanto no plural."

— A nerd sempre tem que corrigir alguém! — Talita.

— Nossa, esquecemos do Tito! — Pocema.

Pocema se levantou do lixo entristecida:

— Não faço ideia de onde esteja o Tito. A rainha vai ficar brava comigo...

Talita colocou suas mãos nos ombros da Pocema e disse:

— Não se preocupe! Você é a Pocema! Pode fazer qualquer coisa!

— Pare com isso! — Disse Lokita que a puxou e a jogou montanha a baixo. Depois ela pôs as mãos nos ombros de Pocema e disse:

— Você pode fazer muitas coisas, mas não se aborreça quando algo der errado, está bem?

Pocema assentiu com a cabeça e disse:

— Talvez o Tito esteja na caverna. — Ela soluçara.

As duas desceram e depois as três foram andando para a caverna.

— Minhas narinas estão queimando de tanto fedor! — Pocema alternava entre narinas e boca. Mas o gosto não era o dos melhores.

Uma coisa pegajosa desagarrou do teto e caiu no braço da Lokita. A mesma paralisou-se.

— Calma, irmã. Relaxa. — Disse Talita, preocupada.

— Produtos....de...limpeza... — Sua voz estava enfraquecendo.

— Deixa que eu retiro. — Pocema.

Quando ela tirou aquela bolinha de sujeira do braço, caiu uma gota daquela bolinha suja, dos dedos da Pocema, e pingou na Lokita.

— SUJEIRA! — Lokita saiu correndo.

— Lokita, espera! — Pocema gritou. — O que fazemos, Talita?

— Continuar a nossa procura! A Lokita, quando achar a saída, vai tomar um banho.

— Certo! — Foquemos no Tito!

Enquanto elas andavam, gritavam pelo Tito o tempo inteiro.

— Cansei. — Pocema estava exausta. — Minha cabeça dói um pouco...

Talita deu um suspiro de preocupação, e ficou bem estranha.

— Que-Quê? Você não pode ter isso. — Talita correu até sua amiga, se agachara para ficar olho a olho e Talita segura as bochechas de sua amiga.

— Como assim? É só uma dor de cabeça.

— Sim, sim, claro! Mas ela não pode nos deter!

— Sim, você tem razão, Talita!

O som dos pingos de chorume foi interrompido por um barulho maior.

— Pocy, está ouvindo isso?

— Agora que você falou...sim.

As duas olharam para trás e viram uma bola gigante de lixo vindo em direção a elas.

Ambas gritaram e saíram correndo!

— Buá... não quero morrer! Só tenho catorze anos! — Talita.

— Pô, e eu que tenho treze! Mal entrei na adolescência!

— Tá bom, sem pânico!

— Você que começou!

— Ok, olha, é só...

— Talita, por que sua voz tá diminuindo? — Ela olhou para os lados — Quê? — Ela foi esmagada pela bola!

Achando que era o seu fim, uma escada (aquelas de helicópteros) pousou em frente da Pocema.

— Suba! — Disse Talita num cano lá em acima.

Pocema subia, mas devagar porque a escada não era fixa e se mexia muito.

— Não vai dar tempo! — Talita falou com tom de choro.

— Eu vou morrer!!!

Então a Talita deu um impulso e jogou a escada no ar (parecia que a Pocema estava em uma montanha-russa) e a puxou para si, para o cano.

A bola de sujeira diminuía ao olhar das meninas, enquanto ia embora.

— Talita, você está bem? — Parece ofegante! — Disse Pocema preocupada.

— Desculpa, é que não estou acostumada... — Logo ela se levantou, enrola as escadas e deposita atrás da sua orelha direita.

— Como assim? Você faz isso com os monstros!

— Não, só sou uma cartola. — Vamos pular?

Elas pularam e seguiram em frente.

— É impressão minha ou estou acostumada com o fedor? — Talita riu da sua conclusão.

— Quando sairmos o ar puro entrará nas suas narinas e se sentirá melhor. — Pocema riu junto.

— Verdade.

— MENINAS! - Disse alguém.

Quando elas viraram, era a Lokita toda suja com o Tito no colo.

— Lokita! Tito! — Disseram as duas, aliviadas.

— Que demais! Você o encontrou! — Disse Pocema que o pegou e o girou no ar. — Mas por que estão tão sujos?

— Uma bola ENORME de lixo nos pegou. Mas eu estou bem. Muito bem, bem bem, bem...— Lokita deu um riso horripilante. Tadinha dela.

Ambas deram tapinhas de consolação.

— Passou, passou...— Pocema dizia isso fazendo carinho no cabelo dela.

— Calma, maninha. Já passou.

Pocema teve uma ideia.

— Você precisa de um banho bem quente e de uma xícara de chá. Do jeitinho que você gosta.

— Não. Quero achocolatado.

— Amanhã vamos brincar no campo. Você vai acabar se esquecendo de hoje. — Talita.

— Não vou brincar tão cedo...

— Enquanto você toma banho, Talita vai preparar o achocolatado...

— Quê? — Talita interrompeu.

— ... e eu darei banho no Tito para entregar ao carteiro. — Pocema.

— A rainha ficará orgulhosa de você, Pocema! — Lokita.

— Obrigada.— Ela abraçou o Tito com carinho.

As três pararam em frente a uma luz tremenda.

— Conseguimos! — Talita.

— Banho, aí vou eu! — Lokita.

— Vamos, meninas! — Pocema.

As três correram para a saída felizes.

 


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