O Mundo de Pocema escrita por Suzanah


Capítulo 19
Capítulo 19: Encontro




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 No recreio, eu fui ao encontro do Miguel.

— O-Oi, Miguel. Tudo bem com você?

— Estou bem. E você, Pocy? — Ele estava sozinho no banco comendo um sanduíche.

Sentei do lado dele e dei um pequeno pedaço de papel para ele:

— Minha mãe pediu para dar o telefone de casa pra sua mãe.

— Obrigado. Elas eram muito amigas. Que bom que ainda dura.

— Ah é?

— Sim, se conheceram na faculdade.

— Que legal!

Miguel contou que os pais dele se mudaram para outro estado e voltaram para cá quando ele tinha cinco anos. Onde nos conhecemos.

Nos sentimos tão a vontade que nem vimos o tempo passar, nem o sinal ouvimos. O sargento que nos chamou a atenção.

Depois de um dia longo, fui para o quarto e dormi direto. Mas meu pai me acordou.

— Pai, deixa eu dormir!

— Acorda. Se não você não dorme à noite.

— Tá bem, vou tomar um banho gelado.

FRIO!!!

 

— Mãe, posso estudar aqui na cozinha?

— Claro, Pô. — Vou desligar o rádio para não te atrapalhar.

— Obrigada.

Depois de uma hora eu fechei o livro, dando um "estouro". Logo em seguida, o telefone tocou.

Era a mãe do Miguel! Eu fiquei bem quietinha, ouvindo tudo.

— Um beijo, Shirley! Tchau, tchau! — Desligou o telefone. — Vamos para a casa do Miguel neste sábado! Vamos almoçar lá!

— Espera, sábado é amanhã! E o papai?

— Putz! — Não se preocupe, eu vou convencê-lo!

Eu tenho que ficar bonitona!

 

Corri para o meu quarto e peguei o meu melhor vestido e sapatos.

— Qual maquiagem eu vou?

O batom vermelho não ficaria bom para um primeiro encontro em família.

O marrom..... na verdade eu nem sei que momento se usa essa cor. Vou com o rosinha claro mesmo.

Eu contei tudinho para a Ana de noite.

Amiga, vocês se amam!- — A Ana é muito romântica. Assim, bem mais do que eu.

Não inventa! As pessoas mudam!

 Mas o amor de vocês, não! Certeza! — Até eu estou namorando!

Meu coração parou.

Como?!

 Você não viu o meu status de relacionamento?

 Desculpe, eu não estou entrando muito. Só entro para falar com você.

 O Colégio Militar é tão exaustivo assim?

 Não é isso. É que o mundo real está mais interessante.

 Viu?! Eu disse que você gamou!

 Não! É que estou em uma "caça ao tesouro".- — Enfim, eu vou dormir agora.

 Mas hoje é sexta!

 Mas eu estou cansada. Boa noite!

 Boa noite! ♥

No dia seguinte, eu acordei às sete da manhã.

— Mãe, eu estou com fome.

— Você quer que eu frite um pão com ovo?

— Por favor. — Bocejei ao sentar na mesa.

— Não está ansiosa para ir na casa do seu namoradinho? — Daniel tá muito chato, hoje!

— Ele não é meu namorado! — Gritei furiosa para ele.

Meu pai abaixou o jornal que estava lendo e disse:

— Pocema não tem namorado. — O olhar dele não estava nada agradável.- Nós vamos lá para ver a amiga da mãe de vocês e só.

— Sim, papai. — Nós dois dissemos, com medo.

Quando foi 10:00h, saímos de carro. Soube que o Miguel morava em uma casa.

O almoço vai ser um pouco diferente, vamos cozinhar com eles. Fazer o quê?

Tocamos a campainha.

— Bom dia à todos! — Disse Miguel. — Sejam bem-vindos!

— Muito obrigada! — Mamãe lhe deu um beijo. — Você cresceu, hein? Está lindo!

— Muito obrigado. A senhora também!

Entramos e fomos bem recebidos por todos. A mãe do Miguel é um amor e muito linda! O pai era gentil e barbudo. Era uma barba bem legal.

— Nós fizemos a grande parte! — Disse a mãe do Miguel. — A casa é de vocês também!

— Pocema, vem o feijão está pronto!

A cozinha e a sala eram uma só, divididas por um pequeno muro.

— É, acho melhor você fazer essa parte. — Ele riu.

— Medo da panela de pressão, não é?

— Não cheguei nessa parte, ainda. — Eu disse, nervosa.

— Tudo bem, eu faço. — Você pode fazer a salada?

— Posso!

O som da couve não era o suficiente, então eu decidi puxar assunto:

— Você sabe cozinhar ou é só o feijão?

— Eu sei. Eu gosto muito de cozinhar! E você?

— Eu sei. Mais coisas comuns, menos o feijão.

Ele riu, até demais e eu continuei:

— Mas parece que você está em um nível mais exótico.- Eu apontei, com os olhos, um polvo ou lula, eu sei lá!

— Você vai gostei, eu aposto!

Que sorriso bonito! — Suspirei.

— Obrigado! — Ele me ouviu?!

— Quer dizer, os sorrisos neste dia de sábado! Num almoço diferente! — Eu quase me cortei.

— Eu concordo!

Acho que eu já sabia de tudo isso sobre ele. Me sinto bem com os esforços de nos conhecer novamente.

 

No almoço, eu nem queria comer arroz e feijão! Ficava até sem graça com tanta coisa diferente.

Ah! Aquele polvo estava bom, de verdade.

Depois do almoço os pais conversavam no sofá:

— Pocema, Daniel, querem ver o meu quarto?

Subimos um andar e o quarto era pequeno e azul.

— Legal, você tem muitos quadrinhos! — Daniel estava animado.

— Legal, você tem um skate! — Eu disse. Ele não tinha cara de quem andava de skate.

— Faz um tempo que eu não ando nisso, he he.

Ficamos olhando mais um pouco as coisas e o Miguel me chamou:

— Ei, vamos para o quintal?

— Tá, claro! — Me virei para o Daniel.— Nós vamos no jardim. Você vem?

— Podem ir. Vou ler esta revistinha! — Ele estava bem feliz.

O quintal era o pequeno espaço mais bonito que eu já vi!

— Uau! Que lindo, Miguel!

— A gente brincava muito aqui!

— É mesmo?

— Aqui havia muita criança. Acho que eu era popular. — Ele riu.

— Acredito! Com um lugar desses, até as minhas bonecas gostariam daqui.

— Você ainda tem bonecas?

— Ah, não, não, não! Só umas pelúcias!

— Eu ainda tenho um pouco. É legal você ter uma memória da infância.

Ele me olhou um pouco nervoso:

— Quer dizer, eu não queria ofender você! — Ele sacudia as mãos em desespero.

— Relaxa!- Dei um tapinha nas costas dele. — Afinal, você contou uma verdade, não?

— Bom, sim. — Ele ainda parece envergonhado.

O Miguel olhou para o lado, depois para o outro e pegou uma pequena flor.

— Esta flor se chama beijinho.

— Ela é muito bonita. — Guardei no bolso do meu vestido.- Obrigada!

Depois voltamos para a sala e por ali ficamos. — Eles falavam tanto do passado quanto do futuro.

Senti o meu cérebro "fresquinho"! Como se uma informação estivesse prestes a vir.

Depois voltamos para a casa. Eu pensei em descansar, dormir, mas não! Foi um inferno!

Eu, encolhida no sofá, com o rosto corado e as mãos tampando a minha face, sofrendo bullying do Daniel:

— "Que sorriso bonito!". Os dentes dele são perfeitos, ahn?! Beija ele! — Ele fez som de múltiplos beijos.

Beija ele é errado. O certo é beijá-lo. — Minha voz falhava.

— Então admite que quer beijá-lo!

— NÃO QUERO!

— QUER SIM!!

Minha mãe apareceu da cozinha para me defender:

— Daniel, para de fazer sua irmã passar vergonha!

— Mas foi ela quem disse que o sorriso dele era bonito!

— Se você continuar, eu vou te fazer engolir o meu chinelo! — Não a levem a mau. Minha mãe é um amor, mas há horas...

Daniel se calou, mas já começou outra vez:

— Amanhã vai ter culto.

— Como assim? Nem conhecemos uma igreja aqui.

— Os pais do Miguel indicaram para a gente. — Ele se levantou com ar de deboche. — Deve ser estranho ver alguém que você gosta de domingo à sexta-feira!

Eu joguei uma almofada nele e gritei em outra para abafar o som.

Socorro...

 


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