Reputação imperfeita escrita por Nina Grassi


Capítulo 2
A cobra, a realidade e um adeus


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui vai mais um capítulo, aproveitem



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  Ela aumentou os passos cautelosa e prestou mais atenção, olhou discretamente para trás, porem não havia ninguém, então sua atenção foi atraída por um quase imperceptível par de olhos esmeraldas, uma cobra, ela estava sendo seguida por uma cobra. Voltou a andar na mesma velocidade tranquila de antes ou até um pouco mais devagar, ele colocara uma cobra em seu encalço, ou talvez? Não poderia ser, poderia? Salazar era um animago, ela sabia disso, ele mesmo lhe contara muito tempo atrás, então, poderia ser o próprio loiro. Uma pena que não havia como descobrir com toda certeza, ou haveria? Helga deu um pequeno sorriso e retomou o caminho pelo qual tinha vindo, de repente tomar mais uma ou duas bebidas não seria de todo mal. Escutou o sibilar da serpente que a seguia e alguns segundos depois Salazar se fazia presente caminhando a seu lado.

  —O que pensa que está fazendo? — ela deu de ombros sem fingir surpresa ou susto.

  —Decidi que quero mais uma bebida.

  —Helga. Pare com isso agora. — a bruxa interrompeu seus passos e o fitou nos olhos.

  —Não entendo, com o que eu deveria parar?

  —Você não é estúpida.

 —Meça seus modos Salazar. Não sou obrigada a tolerar sua rispidez e grosseria. E agora, se me dá licença desejo um whisky de fogo.

  —E posso saber desde quando a doce Helguinha toma whisky de fogo? Está ai uma grande surpresa. — sua voz era debochada e ele se colocou na frente dela impedindo seus passos de continuarem.

  —Não, não pode, porque isto não é da sua conta, meu querido Slytherin. — a loira respondeu no mesmo tom.

  —E se eu te disser que você não vai voltar a entrar naquele bar? — ela franziu as sobrancelhas e sorriu desafiante.

  —Bem, eu iria te perguntar o que você vai fazer pra me impedir? — ela deu um passo para o lado e se encaminhou novamente para o bar, mas o bruxo a segurou pelo pulso e a fez se voltar novamente para ele, —Me solte Slytherin, agora.

  —Ou vai fazer o que? — ela colocou a mão no bolço de seu vestido e apanhou a varinha apontando-a para o rosto dele.

  —Me solte ou você vai descobrir o que eu sou capaz de fazer.

  —Está tentando medir forças comigo, Doce Helga?

  —Não. Estou tentando tomar um whisky de fogo em paz, é você quem está no meu caminho.

  —Você não vai voltar lá.

  —Não é você quem decide isso. — ela puxou o braço e ele a soltou sem relutância alguma.

  —Por Merlin Helga. Aquele não é ambiente para uma dama como você.

  —Isto não é problema seu, por tanto não me importune mais.

  —Oras, basta de ser tola Helga! Você realmente acha que eu não sei que você veio até aqui a minha procura?

  —Quanta presunção a sua. — ele sorriu e se aproximou mais dela.

  —Eu conheço você, Helga, bem até de mais. Sei quando está mentindo e sei que aquele bar detestável jamais chegaria nem perto de despertar curiosidade em você, quanto mais de te fazer entrar e frequentá-lo. Então por que não conversamos em um lugar mais aceitável? Você grita comigo, me diz o quanto me odeia e pronto.

  —Você acha mesmo que eu viria até aqui apenas para gritar com você? — ela tentou aparentar descaso, mas ele apenas a olhou sério e concordou com a cabeça.

  —Sim. Porque a outra possibilidade seria você ter me procurado porque ainda me ama e isso não seria certo, eu não mereceria tal sentimento ainda mais vindo de você. — ela o fitou em silêncio por alguns instantes e então falou:

  —Eu não odeio você, Salazar. — o loiro absorveu as palavras ditas e não ditas dela e em seguida ofereceu seu braço a bruxa.

  —Vamos, podemos conversar em minha casa.

  —Deixar de conversar em um bar mal frequentado para fazê-lo na casa de um assassino? Não vejo a onde está a parte de ser uma atitude adequada para uma dama, mas em todo caso, Vamos. — ela passou o braço pelo dele e fitou seu rosto que estava contraído e sombrio. Novamente estava se deixando controlar pela raiva, era nisso que dava guardar por tanto tempo todos aqueles sentimentos contraditórios e perturbadores.

  —E você ainda diz que não me odeia.

  —Não te odeio, o que não quer dizer que eu te aprecie.

  —Entendo. — ele respondeu simplesmente.

  —há quanto tempo você mora aqui?

  —Não há muito.

  —Hum... E por que veio para cá?

  —Você continua curiosa como antes, não é mesmo?

  —Não desvie a minha pergunta.

  —Apenas desejei mudar de ares.

  —E onde estava residindo antes?

  —Em muitos lugares.

  —Vejo que continua arredio em suas respostas.

  —Algumas coisas não mudam Hufflepuff.

  —Pois é, concordo. — a bruxa sorriu triste e ele a acompanhou.

  —Chegamos. — o loiro abriu a porta para ela e esperou que a bruxa entrasse.

  —É bem diferente do que eu imaginei.

  —Em que sentido?

  —Normalmente você acharia um ambiente como esse desprovido de luxo, não o consideraria digno de você.

  —É, é exatamente o que eu pensaria, na verdade ainda é.

  —Então por que está aqui? duvido que não tenha recursos financeiros superiores.

  —Este é um lugar temporário.

  —Temporário?

  —Por que está aqui Helga?

  —Está desviando novamente minha pergunta.

  —Não, estou apenas te fazendo uma que é mais importante, por que você veio? — ela desviou os olhos dele e os fixou em um vaso que repousava sobre uma mesinha no canto da sala, um vaso bonito decorado com pequenos e delicados desenhos de texugo, voltou os olhos para ele.

  —Você sabe.

  —Preferia que não fosse por isso.

  —Esperava que eu gritasse que te odeio a plenos pulmões?

  —Sim.

  —E por que?

  —Porque não creio que eu tenha forças para me afastar de você uma segunda vez.

  —E por que?...

  —Por que? Oras Helga, pelo que você mesma disse, eu sou um assassino, deixei a escola para que você não passasse a me odiar mais, com tudo não me tornei uma pessoa melhor por isso. Se não cometi mais crimes foi apenas por uma necessidade de me manter escondido.

  —Você não praticou crimes durante estes anos?

  —Não mortais. — ela sorriu de leve, isto era um progresso com toda a certeza.

  —Isso já é alguma coisa.

  —Você acha? Só que não é, quer saber por que eu não matei nem um trouxa? Porque isto chamaria a atenção e eu não queria, e sabe por que? Porque estava bisbilhotando sua vida durante o tempo todo, saí da escola, sim, com tudo nunca realmente me afastei por completo.

  —O que? — ele sorriu.

  —Enquanto você gastava seu tempo me procurando eu observava você trabalhando nas estufas da borda da floresta ou escondido sob as aguas do lago, na copa das árvores. Eu sempre estive lá.

  —E você sabia que eu te procurava? Por que então nunca apareceu antes?

  —Já disse, não sei se posso deixar você uma segunda vez.

  —Então por que agora?

  —Porque percebi que você não iria desistir e que acabaria indo a lugares mais esdrúxulos se não me encontrasse. — ela o fitou a raiva novamente voltando, talvez gritar não fosse uma ideia tão ruim afinal.

  —Que gentil! Espera uma medalha de honra por tal ato?! O Salazar Slytherin, o bruxo mais egoísta e estúpido que eu conheço teve a delicadeza de ir a um bar sujo para me resgatar de mim mesma? Parabéns Slytherin! Parabéns! — ela passou a andar pela sala tentando conter um pouco sua vontade de voar sobre ele e enchê-lo de tapas, —Então você esteve lá o tempo todo? Você observou o quanto eu fiquei destruída por causa das suas escolhas estúpidas e não fez nada, não disse nada? Você tem noção do quanto é patético?

  —Eu sempre disse que não servia para você.

  —Cale a boca! Você é um idiota, você estragou tudo, nossa escola, nosso sonho, sua amizade com Godric, com Rowena, sua relação comigo, você é um idiota, estúpido, ridículo, é pior que um trasgo.

  —Helga.

  —Já mandei você calar a boca! Fique quieto Slytherin! Não queria que eu gritasse com você? Então me deixe gritar! — ele aquiesceu, se fosse qualquer outra pessoa ele já teria sacado a varinha e a impedido de continuar, de dizer qualquer palavra que fosse para o resto de sua vida, se é que deixaria essa pessoa viva, mas como era Helga Hufflepuff ele apenas obedeceu e se calou resignado.

  —Eu não acredito nisso, passou todo esse tempo rastejando atrás de mim e não fez nada e então quando eu despenco em um lugar tão inútil e longe de tudo você resolve aparecer. Podia ter feito isso antes de eu ter gasto meu tempo, não podia? Não podia Salazar?! — a bruxa parou na frente dele e o fitou diretamente nos olhos como se daquela vez esperasse uma resposta e o autorizasse a falar.

  —Não haveria riscos de ninguém descobrir sobre nossa ligação aqui, sua reputação voltaria intacta e perfeita.

  —oh, então você se importa com minha reputação? E com o meu coração, você algum dia se importou? — ele passou as mãos pelos cabelos em um claro sinal de que tentava sem muito sucesso se controlar.

  —Por que você acha que eu deixei aquela escola? Você ama aquilo, ama ensinar, ama aquelas crianças insuportáveis, você ficaria destruída se tivesse que escolher, eu fiz isso por você.

  —Você fez isso por mim?! E acaso pensou que eu talvez preferisse ter escolhido você?!

  —Você teria se arrependido Helga! E Godric e Rowena jamais permitiriam que você voltasse, você ia ficar sem sua tão amada escola e teria me odiado por ter causado tudo isso.

  —Bem, acho que eu odeio você agora.

  —Compreensível.

  —Então é isso?

  —Acho que sim.

  —Vai continuar morando aqui agora?

  —É melhor do que continuar rastejando atrás de você, não é?

  —Sim, acho que é.

  —Adeus Helga.

  —Adeus Salazar.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado deste, o próximo já é o final, então até lá.



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