Arisu escrita por JuliaMolinari


Capítulo 12
Capítulo 12: Realidade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Mais um capitulo, e dessa vez não demorou XD Férias é tããão bom, não acham? *3*"



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― Dois de morango, por favor.

Haruka fez o pedido dos sorvetes e levou para a mesa que Arisu estava sentado esperando.

― Aqui, sorvete de morango. Você gosta, não é? É uma pena que os do clube tenham estragado...

― Ah, tudo bem. ― Falou o menino provando de seu sorvete e fazendo uma careta; estava muito gelado e seu dente doera. ― Ai...! Bom, já terminamos de limpar os canteiros e também plantamos algumas coisas... Murakami-sempai disse que vai trazer mais mudas de morangos pra gente plantar de novo.

― Serio? Isso é ótimo! ― Haruka sorriu ― Quando eles estiverem maduros, eu vou querer experimentar.

― C-certo.

Haruka estava sendo tão simpático e agradável... Arisu ainda se sentia um pouco culpado ainda. Havia sido injusto com o amigo e ele ainda assim o perdoara facilmente e estava ainda mais gentil agora. Como podia ter sido tão idiota?

― Sempai... Eu realmente sinto muito ― Falou baixo sem olhar para o outro, fitando seu doce gelado.

― Hã? Ainda está nessa? Já disse que te perdoei. ― Ele bagunçou o cabelo do menino como sempre fazia, e Arisu sentiu-se aliviado. Lá no fundo, sentia falta disso. ― A culpa não foi sua.

― Sim...!

Os dois se mantiveram em silêncio por alguns segundos, apreciando o sorvete calmamente. Arisu pensava em como puxar um assunto para eles conversarem normalmente. Queria que tudo voltasse ao normal.

No entanto foi Haruka quem falou primeiro.

― Vai fazer alguma coisa hoje?

― Ahn... Acho que não. Por quê?

― Não quer ir dormir em casa? ― Arisu arregalou um pouco os olhos. ― Calma ai, não vou fazer nada com você!       Só quero conversar um pouco... E passar um tempo junto. A gente ficou bastante tempo sem se falar por causa dos meus treinos, né?

― Aah, claro... Acho que não vai ter problema. Com certeza minha mãe vai deixar.

E ela deixou mesmo, obviamente. A mãe de Arisu adorava Haruka.

Passaram na casa dele rapidamente, para Arisu fazer uma mala com suas roupas. Sua mãe fez questão de servir biscoitos que ela tinha acabado de assar para Haruka.

Após essa parada, rumaram para a casa do mais velho. Haruka conversava normalmente com Arisu, puxava assunto, falava do torneio e das lutas. O menino respondia alegre, porém um pouco inibido. Mas depois de um tempo, praticamente se esquecera da discussão, tal era a naturalidade com que Haruka o tratava.

Chegaram então à casa do mais velho, já tão conhecida por Arisu. Fazia tempo que ele não via os irmãos do sempai. Comentou isso com Haruka e ele simplesmente riu, abrindo a porta para o menor entrar.

Passaram pelo hall de entrada, que em frente levava à escada, e pelos lados abria portas para a cozinha e a sala. Da cozinha veio um grito.

― Bem vindo de volta, Haru-chan.

― Haru-chan...! ― Arisu começou a rir novamente. Achava hilário quando a mãe de Haruka o chamava assim. O grande e forte Haruka sendo chamado como uma criancinha.

Ele amarrou a cara para o mais novo e lhe deu um peteleco na testa.

― Ai...!

― Já estou em casa mãe. Convidei Arisu pra passar a noite aqui, tudo bem?

A mulher saiu da cozinha usando um avental e segurando uma colher grande. Logo atrás dela veio Berta, a prima de Haruka que o menino conhecera alguns dias atrás.

― Arisu-kun, seja bem vindo! ― Falou a mãe de Haruka amigavelmente. ― Mas é claro que você pode passar a noite aqui. Estamos preparando o jantar, fique à vontade.

― Certo... Muito obrigado.

― Ah, Haru-chan, como foi seu torneio?

Ele abriu um sorriso orgulhoso para a mãe, e fez um positivo com o dedo.

― Ganhei todas.

A mãe dele riu.

― Se você um dia ficar desempregado, vai poder trabalhar como segurança ou guarda costas.

Haruka também riu do comentário.

― Parabéns, filho.

― Valeu mãe.

Berta trocou algumas palavras com ele em alemão, e Haruka respondeu, ao que pareceu à Arisu, fluentemente. Depois, se dirigiu ao pequeno.

― Vamos ao meu quarto ― Falou puxando o menino pelo braço. Mas quando chegou ao pé da escada ouviu um grito vindo do andar de cima.

― Arisu-kun está aqui?! Aaah!

Emiko desceu correndo as escadas, pulando dois degraus de cada vez. Usava uma camiseta azul clara bem justa, e um shorts branco curtíssimo, graças ao clima quente de final de tarde. As roupas delineavam seu corpo escultural, o cabelo loiro estava preso num rabo de cavalo alto. Linda como sempre.

Passou reto por Haruka sem nem cumprimentá-lo e abraçou Arisu animada.

― Fazia tempo que você não vinha em casa! ― Disse ela mexendo no cabelo do menino.

Arisu sentiu o rosto ferver, ficou vermelho da cabeça aos pés. Emiko era bem mais alta que ele, tanto que o menino batia em seus ombros, e enquanto era abraçado seu rosto ficava entre os seios volumosos por debaixo da camiseta clara da jovem.

Sem reação, ouviu a voz de Haruka, seu salvador – ou estraga prazeres, ele não sabia dizer ao certo.

― Emiko, larga ele...!

O loiro conseguiu separar os dois, com dificuldade. Emiko mostrou a língua para a cara aborrecida do irmão, e Arisu apenas ficou parado entre os dois tentando se recuperar do choque.

― Haruka, sem graça. ― Falou ela fazendo biquinho.

― Você não devia estar estudando? ― resmungou o irmão mais novo, puxando Arisu para perto dele.

― Mas está tããão quente...

― E o que é que o calor tem a ver com seus estudos?

― Eu não consigo me concentrar. ― Falou ela com um sorriso bobo.

Haruka amarrou a cara. Observou a irmã por alguns instantes, avaliando se deveria ou não respondê-la. Por fim pegou Arisu pelo braço e começou a arrastá-lo para a escada.

― Haruka, espera! ― Emiko correu atrás dele. ― Como você é egoísta! Tem o Arisu-kun pra você todo dia na escola... Por que não me empresta ele só essa noite? Eu vou cuidar muito bem dele.

Dito isso lançou um sorriso malicioso ao menino, que fez Arisu corar mais ainda e pensar coisas não tão inocentes. Ah, no final das contas era um homem, não? E Emiko era linda de morrer.

Mas seus devaneios não duraram muito, pois foi despertado por uma pressão dolorosa em seu braço. Haruka fechara a mão nele, aparentando estar realmente bravo agora. Por algum motivo Arisu sentiu-se acuado, e até desejou não ter imaginado nada. Se Haruka pudesse ler pensamentos, ele com certeza estaria com problemas.

― Nem pense em entrar no meu quarto. ― Foi a única coisa que Haruka disse, mas era suficiente para espantar uma gangue de motoqueiros, ou um bando da Yakuza. A ameaça não era para ele, mas até Arisu ficou assustado.

Dito isso, ele subiu as escada levando o pequeno consigo, e deixando a irmã emburrada no primeiro andar. Abriu a porta do quarto e empurrou o menino pra dentro, fechando-a em seguida. Então respirou fundo, e voltou a sorrir como se absolutamente nada tivesse acontecido.

― Então, o que quer fazer? ― Disse alegre.

Arisu não pode deixar de pensar que Haruka era assustador. Se bem que a irmã dele também era...

― Ahn... Não sei, você quem sabe sempai.

― Quer jogar? ― ele abriu o armário. ― Senta ai, vou procurar os meus jogos...

Ele enfiou a cara dentro da estante, revirando à procura de alguma coisa. Arisu pode notar que ele não era muito organizado. O armário parecia um caos de roupas e tralhas jogadas lá aleatoriamente. Não era de se surpreender que ele não encontrava os jogos.

O menino sentou na cama do colega e puxou assunto.

― Sua prima ainda está aqui, né?

― Hm? A Berta? Ela vai ficar até o fim do mês... ― A voz dele estava abafada por causa da cabeça enfiada entre quatro paredes de madeira.

― Ela é muito bonita...

― Achei...! ― Haruka saiu de dentro do armário. ― É linda, não? Ela quer ser modelo.

― Uaau... Quantos anos ela tem?

― Dezenove. ― Arisu arregalou os olhos. ― Surpreso, é? Sim, ela parece ser mais velha... Deve ser por causa do corpo desenvolvido.

― Hum...

Haruka atirou os jogos na cama e sentou ao lado dele.

― O que foi? ― Perguntou ele olhando para Arisu, que estava pensativo.

― Por que todos da sua família são tão bonitos?

Haruka riu

― Quer dizer que você também me acha bonito?

― Ah... Não, eu... Quer dizer...

― Haha, que gracinha...!

Ele abaixou o rosto, sorrindo radiante, e bagunçou o cabelo do mais novo. Arisu sentiu-se envergonhado, nem sabia o porquê. De repente Haruka lhe pareceu tão lindo...

― Ok, vamos jogar esse aqui. ― Ele apontou para o Mario Kart que estava em sua mão, e se levantou para ligar a pequena televisão que tinha em seu quarto, junto com o vídeo game.

Arisu desviou o olhar tentando esconder o rosto corado, constrangido. Olhou para a escrivaninha do mais velho, e viu um panfleto de uma faculdade. Curioso, pegou ele e abriu para ler.

― Sempai, o que é isso?

― Hã? ― Haruka olhou para o panfleto nas mãos do menino. ― Ah, isso. Eu estou no ultimo ano, não? Vou prestar vestibular.

― Direito?

― É. Pensei bastante e acho que quero isso mesmo. É uma profissão estável, tem uma renda razoável e várias faculdades pra eu escolher. Meus pais queriam que eu seguisse a carreira de médico, como o meu irmão, mas isso não é pra mim...

Ele riu e colocou o jogo no console. Pegou um dos controles e ofereceu para Arisu. O menor ainda estava pensativo, observando o panfleto.

Era verdade... Haruka ia se formar. Ele havia se esquecido disso. E logo poderia até dirigir! O ano já estava acabando... Como seria a escola sem o amigo? Mas... Ele ainda o veria, não?

Algo no panfleto chamou sua atenção.

― Aqui diz que essa faculdade é em Tókio!

― Ah, sim. As melhores faculdades estão lá. Tem cursos de direito na nossa cidade também, mas eles não são tão bons. Acho que está na hora de deixar a nossa boa e pacata cidade pequena. Então, vamos jogar?

Ele... Ele ia embora? Haruka ia para Tókio? Do jeito que era inteligente, passaria em qualquer faculdade que quisesse. Logo agora que eles tinha se reconciliado... Então... Ele ficaria sozinho?

Haruka ia mesmo embora?


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Notas finais do capítulo

Entããão... Estou preparando um extra pra por depois que a historia terminar, e acho que voce vão gostar! Podem esperar ansiosos! ^^Ah, quero reviews, heim? Eu preciso deles como estímulo u.u E se encontrarem algum errinho, me avisem! =]Até o próximo!! o/