Dois beijos escrita por gaby


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que esteja gostando da leitura :)



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BAZ

Meu plano de deixar o salão para tentar me recompor é suspenso por alguns poucos minutos. Encontro minha tia Fiona e Nicodemus, o namorado dela, e eles me param para conversar. Me sinto tenso e totalmente aéreo.

— Tá tudo bem, Basil? – devo estar deixando transparecer meu nervosismo, ou ela não notaria. – Aliás, onde está a dama da vez? – ela caçoa. Nunca precisei me assumir para tia Fiona, de alguma forma ela sempre soube (e sempre me perguntou sobre os namoradinhos).

— Não tem dama da vez – ela me escaneia, então sorri.

— Baz Pitch. Você arrumou um cara?

— Eu realmente preciso tomar um ar, ok? – digo, enquanto me afasto.

— Nicky, o cagão tá fugindo! – eu rio um pouco.

Desço e saio pelos fundos da casa. Tem outro jardim aqui; me sento num banco embaixo de uma árvore sem folhas e coberta por luzinhas de natal. Apoio meus cotovelos nos joelhos e enfio o rosto nas mãos. Que merda.

Sou uma decepção contínua para mim mesmo. Não posso acreditar que depois de cinco anos – porra! Cinco anos! – eu me deixe sentir dessa maneira por Simon Snow e aqueles olhos azuis infernais. Patético.

O celular vibra em meu bolso. Há respostas de Agatha.

vcs se encontraram????

te arrumei ele pq pensei que vcs podiam se resolver já que ele ta vindo morar aqui e vai trabalhar na cafeteria que nós dois vamos quase todo dia

....e porque vcs claramente se gostavam na época da escola. O que melhor que o tempo pra botar as coisas no lugar??

Eu, honestamente, não faço ideia do que ela esperava que acontecesse aqui.

Cogito ir para casa, depois penso em ligar para Helen (será que ela viria, tão em cima da hora?), quase acabo chamando Dev. No fim, aceito o fato de que já estou na merda. Só preciso de um tempo para colocar a cabeça no lugar e então vou voltar para a festa.

Vou contar ao meu pai que não trouxe ninguém e aturar Marcus e meu tio e todos os olhares que sei que vou receber por causa do terno que estou vestindo.

— Você não vai se livrar de mim assim – viro o rosto tão rápido que meu pescoço dói.

Simon está com os braços cruzados e aquela expressão raivosa de quando está prestes a explodir comigo: rosto vermelho, cenho contraído; por pouco ele não faz biquinho. Me desestabilizo totalmente.

Eu me odeio.

— Snow, o que...?

— Seja lá o que você tá pensando, eu nunca te dei as costas, não vai ser agora a primeira vez – eu me ajeito no banco enquanto ele se aproxima.

— É melhor você ir embora, Snow. Não estou afim de fazer isso – ele senta ao meu lado.

— Por quê?! Por que não?! Porque você ainda me odeia? É isso?

— Não é dis-

— Bom, eu não tô nem aí! Tô acostumado, na verdade. Você precisa de alguém como acompanhante e eu vim aqui pra isso. Vou te ajudar, mesmo que você seja um cretino.

— O quê? Por quê?

— Porque as coisas estão diferentes agora, Baz!

— Que coisas, Snow?

— Pra começar, não temos mais treze anos.

— Bem, parece que temos, sim. Estamos discutindo do mesmo jeito – ele rosna. Tomara que eu morra.

— Eu tô tentando falar sério aqui! – solto uma risada.

— Finalmente aprendeu a usar suas palavras, foi?

— Jesus. Alguma vez você pensa em não dar o golpe mais baixo?

— Só estou sendo eficiente, Snow. Isso não vai dar certo. Não faz trinta minutos que nos encontramos e já estamos brigando!

— Mas não precisa ser assim!

 

SIMON

Ele abre a boca para retrucar alguma coisa, mas estou cansado. Só quero que ele fique quieto e entenda o que estou tentando dizer, só quero que as brigas acabem, eu quero que ele saiba...

Então, sem pensar, seguro seu rosto e o beijo.

Seus lábios estão gelados, e são mais macios do que eu imaginei – e os imaginei várias vezes –, mas não tenho muito mais que três segundos de apreciação. Ele me empurra pelos ombros, sem sequer retribuir.

— Baz... Desculpe, eu...

Eu acho que ele vai me socar; por alguns segundos ele me olha como se fosse.

— O que...? Por que fez isso? Por que me beijou? – dou de ombros.

— Porque tive vontade... porque não quero mais brigar...

Baz está deixando seus sentimentos a mostra; eu posso ver as interrogações no vinco entre suas sobrancelhas perfeitas, no modo como seus olhos percorrem meu rosto a procura de uma explicação... Acabo de descobrir que gosto disso, de como suas muralhas desabaram, de tê-lo sob minhas mãos.

— Simon... – ele diz. Não quero pensar no porquê de isso ter feito meu estômago gelar.

— Você nunca me chama de Simon – as írises cinza de Baz descem até meus lábios e percebo que estou sorrindo, um pouco.

— Simon – ele sussurra outra vez, então sobe a mão fria pelo meu pescoço e me puxa de volta.

 

BAZ

Me deixo levar. Me permito ser preenchido por essa coisa quente que Snow está fazendo circular em minhas veias. Aceito os dedos dele em meus cabelos, a respiração irregular na minha bochecha, a coxa pressionando a minha sobre o banco...

Era para eu tê-lo afastado e saído daqui. Era o certo, não era?

Todavia, seus olhos estavam tão vivos, sua boca era tão quente e, bem, ele começou, Simon me beijou primeiro, ele quis. Eu não sei exatamente o que isso significa (sua língua não está me deixando pensar), mas ele não me solta, então eu também não vou larga-lo.

 

SIMON

Quero beijar Baz Pitch até ter compensado todas as nossas discussões, e depois, para compensar todos os anos sem nenhum tipo de contato. E quero continuar o beijando, só porque é muito bom.

Suas bochechas, onde eu seguro, estão mais quentes que antes, tal como seus lábios. Eu quero aquecê-lo com minhas mãos, com minha boca, com meu próprio calor.

Faz tanto tempo que eu desejo isso.

Ele.

Faz tanto tempo que desejo Baz.

 

BAZ

Simon fecha o punho em meus cabelos, suga meu lábio, pressiona minha nuca, me arrasta para perto... eu poderia continuar assim pelo resto da noite. Eu morreria beijando Simon Snow.

No entanto, preciso parar, antes que as coisas fiquem... complicadas demais para o lugar onde nos encontramos.

Eu tento me esquivar, tomar distância. Não quero, mas tento.

Falho. Porque Simon consegue o mundo se rosnar alto o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Não seja um leitor fantasma, comente, por favor :)
Agradecimentos especiais à minha beta lindíssima, Srta Prongs ♡



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